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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Carta ao youtuber Felipe Neto

♪ Cuidado com o que ouve! ♫ (04 de setembro de 2017)
Apesar de não ser música resolvemos fazer esta postagem nesta série (que será a terceira) por se tratar do que vimos em uma mídia digital e saber do grande poder de influenciar as pessoas que este meio de comunicação tem. Este texto deve ser visto como sendo uma carta ao youtuber Felipe Neto motivada por uma de suas apresentações a qual foi gravada e é exibida pela Netflix. Espero que um dia ele e aqueles que assistiram ao espetáculo a possam ler.
Sr. Felipe Neto, tive a oportunidade de ver na Netflix a gravação de uma de suas apresentações. Ela me foi indicada pelo próprio sistema pois havia assistido a uma apresentação do falecido Richard Pryor. Acreditei que se tratava de uma comédia satírica (entendo comédia, no teatro, como o antônimo que realmente é da tragédia) devido ao título (“Minha vida não faz sentido”), mas ainda bem que você alerta logo no início que se tratava apenas de algo ofensivo a quem assisti. Se alguém achasse alguma graça nisso, um tanto melhor, certo? O aviso até é válido para quem, como eu, estava vendo pelo computador pois podia desistir de imediato e ir fazer alguma coisa mais produtiva, mas fiquei condoído com o público que havia pago para estar no teatro e teve que ficar e assistir. Também sou curioso para saber porque alguém investe em produções ruins. Assim de vez em quando assisto um filme que até o título faz desistir, por exemplo, para ver se há algo de bom, alguma ideia nova, que valha o investimento. Apesar de geralmente ser somente ruim mesmo, às vezes acontece de ter alguma sacada legal. E assistir sua peça valeu a pena pois está nos dando a oportunidade de aprendermos um pouco sobre algumas coisas. Assim, indo até perto do final de sua apresentação, mais especificamente após 1h e 10 min, você começa a falar sobre homossexualismo e sobre as Escrituras Sagradas e são nestes pontos que gostaria de lhe mostrar alguns equívocos em suas falas e esclarecer alguns pontos. Pode até parecer coincidência, mas a cerca de um ano atrás, na postagem anterior desta série (que pode ser lida aqui), disse que voltaria a falar sobre o assunto de relacionamentos e este assunto se encaixa. Entendo que Deus está me dando a oportunidade de falar um pouco sobre este tema que é tão polêmico. Desde já quero deixar claro que não é nossa intenção lhe ofender ou a qualquer outra pessoa. Queremos apenas expor nosso ponto de vista, baseados em princípios bíblicos e recursos da própria linguagem, sobre os pontos que você abordou na sua obra.
Fiquei muito triste ao lhe ouvir dizer que o Dep. Marcos Feliciano não foi capaz de defender sua posição, não pelo fato dele ser pastor de uma grande igreja, mas por que ele esteve a bem pouco tempo como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e queria tornar possível que os homossexuais que não estivessem satisfeitos com sua situação pudessem buscar ajuda profissional. Não quero entrar no mérito disso estar certo ou errado, mas esperava que ele pelo menos pudesse sustentar argumentos convincentes para defender sua posição. Não tive oportunidade de ver o vídeo do debate entre vocês, mas, pelo seu comentário, não vai valer a pena assistir. Sendo assim e voltado apenas para o que vi em sua apresentação, a qual já fizemos referência, quero aqui tentar lhe explicar os pontos em que você fez abordagens equivocadas ou concebeu ideia incompletas ou erradas. O texto vai ficar um pouco longo, mas seja compreensivo (você falou por um bom tempo sobre isso). Vamos começar então:
1. Homofobia: Você usou este termo, mas não o definiu. Acredito que imagine que sua definição está correta e que todos entendam da mesma forma, mas o que temos percebido ao conversar com as pessoas é que sua definição ainda não foi bem assimilada. Muitas pessoas ainda não sabem ao certo o que realmente quer dizer e ainda há algumas dúvidas. Isso também porque os próprios meios disponíveis para buscarmos uma definição também tem algumas variações entre elas. Pegamos três delas para termos uma visão geral e abordarmos sem fugir delas. São:
I. Dicionário Houaiss: “rejeição ou aversão a quem é homossexual e à homossexualidade”;
II. Dicio (Dicionário Online de Português): “repulsão aos homossexuais; ódio aos homossexuais, geralmente, demonstrado através de violência física e/ou verbal”;
III. Significados (http://significados.com.br): “(homo = prefixo de homossexual; fobia = do grego phobos, que significa ‘medo’, ‘aversão’) é aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, preconceito que algumas pessoas, ou grupos, nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais”.
Só para esclarecermos o que é preconceito antes de continuarmos, segundo o Houaiss, é “qualquer opinião ou sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem exame crítico”. Esperamos que entendam que não há preconceito ou desejo de ofender a ninguém nesta postagem, mas sim a vontade de mostrar a verdade em contraponto as falsas verdades que foram por você apresentadas e também das circulam atualmente nas mídias.
Como podemos ver por quaisquer destes significados não pode ser dito que a Igreja de Cristo seja homofóbica pois o que temos contestado é a prática do homossexualismo e não o indivíduo. A estes temos o maior respeito como temos por todos. Um verdadeiro Cristão nunca tratará outra pessoa com violência gratuita. Não concordar e ser homofóbico são coisas totalmente distintas como pudemos ver pelos significados acima. Sei que tens argumentos e os abordaremos mais à frente. Tentaremos mostrar nesta postagem que são errados assim como as ideias que a mídia (principalmente) tem tentado implantar na sociedade inteira.
2. Você deixou de ser homofóbico? - Você disse ter deixado de ser homofóbico e ter melhorado, como você disse: “com orgulho”; vale ressaltar, quanto a homofobia, no entanto, durante toda a sua apresentação você faz trejeitos próprios de algumas pessoas que se incluem entre os homossexuais. Seu intuito é claro: fazer graça debochando dos outros! Você ridiculariza as outras pessoas. Fez isso em vários momentos com um rapaz da plateia sem necessidade alguma. Então, do seu ponto de vista, isto não é homofóbico, mas, os Cristãos, que os tratam com seriedade e respeito, são homofóbicos? Somos tidos como homofóbicos por defender uma crença que não compartilha tais práticas, e isso sem violência alguma, digamos de passagem. Seus argumentos sobre isso também serão abordados nesta postagem. Qualquer pessoa pode discordar de quem fuma, por exemplo. Para nós o princípio é o mesmo e da mesma forma vocês discordam de nós e, só para lembrar, muitas vezes são bem ofensivos e violentos em suas “críticas”.
3. Sua fala: “Os homens heterossexuais consideram os homossexuais inferiores”: O contexto que você usa essa frase é quando um homem ofende a outro o chamando de gay. É claro que isso não deve ser feito mesmo que involuntariamente, pela “força do hábito”. Mas apesar de parecer isso, tenho certeza que não passa pela cabeça de ninguém que eles sejam mais indignos ou inferiores (talvez passe pela cabeça de alguém, mas isso independe de sua crença). Falando por mim é exatamente ao contrário. Farei aqui das palavras de São Paulo as minhas próprias palavras: “Fiel é a Palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal[I Tm. 1:15, grifo nosso], ou seja, me considero mais pecador que todos os outros homens, por isso preciso de Cristo. Certa feita criticaram a Jesus porquê ele estava o tempo todo entre os pecadores, aos quais Ele respondeu dizendo algo como “quem acha que está saudável não procura o médico, mas os doentes, estes vêm a mim e eu lhes curo”. Jesus trocou o fardo comigo. A cruz que hoje carrego é leve, pois a cruz pesada, sobrecarregada com meus pecados foi Ele quem levou, a lavou com seu sangue, pegou todo aquele jugo e o lançou nas profundezas do mar e jamais se lembrará deles. [Mt. 9:12-13; Mt. 11:30; Mt. 16:24; Mc. 2:17; Lc. 5:31-32; Ef. 1:7; Mq. 7:19; Jr. 31:34]. Quanto a forma de falar, a qual você acusa os heterossexuais, os próprios homossexuais “se xingam” chamando uns aos outros de bicha, fresco, etc. Não é uma questão de menosprezar a pessoa, como já dissemos. Durante seu show você usou vários termos como forma de xingamento. Usou partes do corpo, chamou de burro, de animal e outras coisas. Não acredito que se ache que essas “coisas” são ruins ou inferiores, é apenas vício de linguagem, que com os devidos cuidados podem ser evitados. O motivo de se usar tais palavras como xingamento é o mesmo que leva a se colocar apelidos: se a pessoa se ofender, aí pega. Como você disse, ser “viado ou mulherzinha” não é ser inferior a ninguém, mas é pejorativo para quem não é. Se você chamar alguma mulher de velha, com a clara intenção de xingar, ela irá se ofender independentemente de sua idade. O problema não é “de que” chame, mas “como” chame. Estava até bem pouco tempo passando um comercial na TV que ilustrava bem isso. Mas vamos encerrar aqui esse ponto pois temos muita coisa para tratar.
4. Você disse que pode criticar música sertaneja e não homossexualismo - seu argumento é que ser homossexual é uma condição humana e não uma condição decorrente de uma escolha. Falaremos mais sobre este ponto mais à frente, em outros argumentos utilizados por você. Neste ponto só quero mostrar o equívoco que se está tentando induzir toda a sociedade: orientação de gênero como algo não opcional. Estão tentando fazer com que todos acreditem que a “orientação sexual” de cada indivíduo é uma condição imposta. Isto parece cada vez mais evidente já que a imprensa tem, a cerca de 10 anos, “caçado” casos de crianças que se comportam como sendo do sexo oposto e faz relatos que chegam a parecer que isso acontece frequentemente e em grande parte da população. A ciência tem buscado validar essa possibilidade através da genética e estudos sobre o funcionamento do cérebro. E a verdade é que não encontraram nada de concreto pois, se o tivessem encontrado, já teriam divulgado com estrondoso alarde. Não quero ser taxativo sobre o assunto, mas, mais a frente, quando você usa Jesus em seus argumentos, voltamos a este assunto à luz da Bíblia, que para nós é a única regra de fé e prática. Por hora vamos procurar entender o que é “orientação”. Veja que qualquer tipo de orientação predispõe uma escolha, ou seja, lhe dá opções a serem escolhidas. Orientação educacional é um teste que indica qual ramo educacional você teria mais facilidade para aprender. Você segue a orientação ou não. Veja que há uma escolha envolvida. Orientação profissional é um teste que lhe indica qual trabalho se encaixa melhor em seu perfil. Você aceita ou não. Novamente há uma escolha. Se você perguntar a alguém como chegar a algum lugar, ao final da orientação dada, você tem ao menos uma escolha. Acredita ou não? Vai ou não? Há escolhas envolvidas em qualquer orientação e com a sexual não é diferente. Mesmo que haja uma predisposição chegará um tempo em que a pessoa deverá escolher. Vivo como homossexual ou não? Não estou aqui dizendo que é uma escolha fácil. Geralmente escolhas que tem grandes consequências não são fáceis de serem tomadas, pois independente da opção escolhida sempre haverá ganhos e perdas. Cabe a nós saber o que tem maior valor. E aqui já lhe advirto: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" [Lc. 9:25].
5. Sua frase em uma simulação de conversa com um amigo: “Me mostre um único gay na história do mundo que um dia acordou e disse que ia fazer sexo oral (nos permita usar aqui um termo menos vulgar do que o que você usou) com outro homem”: Isso é pra fazer graça, né? Será que algum heterossexual já pensou em sexo? Será que alguém que fuma já acordou e pensou em fumar? Será que um suicida já acordou um dia e disse: “hoje eu me mato”, e realmente se matou neste dia? Vamos para o próximo ponto que é melhor.
6. Sua frase sob o mesmo contexto: “Por dentro você pode ser o que você quiser. Agora o que você tem a falar, a botar pra fora, tirar dessa imundícia que você chama de alma e botar pra fora é preconceituoso e opressor com condições humanas, essências humanas, não manifestações e nem opiniões... tem que calar a boca e não contaminar a sociedade com a sua intolerância” - Para começar a mostrar que sua forma de pensar é que não faz muito sentido gostaria de contrapor esta frase com algumas palavras de Jesus: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” [Mt. 12:34]. Para iniciarmos também o caminho das contradições não apenas sob a luz da Palavra de Deus mas também sobre a própria língua você diz para seu amigo “não contaminar a sociedade com a sua intolerância” em relação aos homossexuais, mas intolerância tem por significado, segundo o Houaiss: “intransigência com relação a opiniões, atitudes, crenças, modo de ser que reprovamos ou julgamos falsos; comportamento daquele que reprime por meio de coação ou da força as ideias que desaprova” (grifo nosso). Veja que todas as palavras grifadas são vinculadas às coisas que você disse que podiam ser censuradas e pretendemos mostrar que “orientação sexual” é algo escolhido e não imposto. Ah! Antes que você diga: “é mais no significado tem o modo de ser que você fez questão de não grifar”. Acontece que modo de ser também remete a uma escolha. Pode conferir o significado em sites como a Infopédia.pt ou o Dicionário Informal ou em qualquer outro dicionário que lhe permita busca por expressão. E ainda se você quiser se defender dizendo que esta intolerância é como a intolerância racial, saiba que intolerância racial é a persistência do racismo; e racismo é um conceito, ou seja, uma ideia.
7. Você usa sentimentos e desejos para defender que ser homossexual não é uma escolha pois são decorrentes de reações do corpo humano na puberdade, as quais o adolescente não tem qualquer controle ou escolha - Este seu argumento tem vários erros:
a. Isso só seria verdadeiro se todos os homossexuais “surgissem” na adolescência e é senso comum que isto não é verdade. Há alguns casos que estão sendo tidos, pela ciência, como “de nascimento” enquanto outros, muitos outros, só acontecem bem depois, alguns até na terceira idade, não há padrão e, a nosso ver, é porque cada pessoa escolhe quando. Você pode até tentar argumentar com frases do tipo: “era gay e não sabia”, “estava escondido no armário” e outras do gênero, mas você sabe que tais frases não são verdadeiras. Há quem se considerasse hétero até idades bastante variadas e por motivos diferentes dos hormônios da adolescência se tornaram homossexuais;
b. Usou a frase: “Como alguém pode afirmar que homossexualidade é uma escolha humana? Como alguém pode ser burro o suficiente para afirmar uma merda dessa?” - Eu posso lhe fazer a mesma pergunta de forma negativa. Se você ainda não sabe, homossexualidade não é uma condição humana. É uma condição do homossexual, e este, segundo o Houaiss, é “mantido por indivíduos do mesmo sexo (diz-se de relacionamento sexual); que ou aquele que sente atração sexual e/ou mantém relação amorosa e/ou sexual com indivíduo do mesmo sexo”. Percebe o tamanho da sua gafe?
c. Você usou a frase: “o ser humano é incapaz de escolher por quem sente atração”. Você até pode dizer que o termo “atração” está no significado que acabei de citar, mas a primeira atração que sentimos por outrem não é sexual, e, portanto, não pode ser homossexual. Para melhor entendimento vamos montar um panorama geral de um “estado atrativo”. Sabemos que a atração se dá por uma qualidade no outro que nos é perceptível e a qual valorizamos. Aqui já temos o primeiro ponto: valorização de qualidades. Se valorizamos é porque já montamos, anteriormente, toda uma estrutura conceitual. Já adaptamos nosso cérebro a reconhecer aquilo que mais valorizamos. Há um processo de escolha bem definida. Agora vamos colocar “um corpo bonito e atlético” como qualidade mais valorizada, ou seja, de maior peso conceitual. Desta forma sempre que vermos alguém com tal atributo seremos atraídos. Veja que há uma predisposição, organizada e concebida. Se estipular valores gerais não será feita escolha por gênero e você se sentira atraído por qualquer pessoa com estes atributos. Agora vamos fazer uma “restruturação” e digamos que “olhos bonitos” é a qualidade de maior peso. Quem, em estado normal, vê lindo olhos e pensa em sexo? Além disso, da primeira atração até o relacionamento há um longo caminho. Todos temos uma extensa relação de qualidades que procuramos no outro e defeitos que não toleramos. Nosso cérebro sempre faz um cálculo somando e subtraindo “pesos concedidos” e quando os defeitos são “mais pesados” que as virtudes ele nos avisa que o relacionamento não vai dar certo. Infelizmente algumas vezes (para não dizer geralmente) somos teimosos demais, insistimos e sofremos. As vezes achamos que podemos mudar alguns defeitos do outro e fazer com que as qualidades ultrapassem os defeitos na esperança de um bom relacionamento e erramos, principalmente, porque não podemos mudar ninguém. Apenas Deus pode fazê-lo e para isso é necessário que se permita que Ele o faça.
d. Você diz que não dá pra escolher por que mulher um homem vai sentir desejo sexual - Mas acreditamos que sentirá se começar a ver nela mais qualidades que defeitos. Se a pessoa condicionar seu cérebro para minimizar os pesos dos defeitos e maximizar os das virtudes isso será possível. Na verdade, todos já fazem isso, só que inconscientemente. Estou lhes convidando para fazer um experimento assim como você propôs um no seu show. Bom, esse precisará de bem mais que trinta segundos e de uma boa quantidade de vontade. Se isso não pudesse ser feito haveriam poucos relacionamentos no mundo pois sempre procuramos no outro a proximidade da perfeição; e, diante da impossibilidade de tal, passamos a ser “menos exigentes”. Comece a olhar para uma pessoa e procure só ver nela qualidades e em pouco tempo você terá uma percepção diferente dela. Talvez até “se apaixone”.
e. Agora gostaria de propor duas alegorias:
A. Você presencia, sem ser notado, duas pessoas, F e S, passando por uma situação vexatória quaisquer. Posteriormente você as aborda separadamente e questiona sobre o acontecido. Lhe pergunto: Você acha que as duas pessoas não têm o desejo de mentir? Agora digamos que F minta e S fale a verdade. Lhe pergunto: Quem é a mentirosa das duas?
B. Duas pessoas, B e T, estão em uma mesa de bar bebendo. B bebe uma certa quantidade e percebendo que está começando a ficar ébrio, então diz para T: “Pra mim já deu. Vou embora!”. Como T se recusa a ir e ainda insiste para ele beber mais, ele vai embora e deixa T lá no bar. T fica no bar e bebe até cair. Lhe pergunto: Você acha que B não tinha desejo de ficar lá bebendo até não poder mais? Este cenário se repetindo constantemente a qual dos dois você acha que vão chamar de alcoólatra e dizer que precisa de ajuda?
Trouxe estas duas estorinhas para ilustrar duas coisas: I. Não é o desejo que faz a pessoa, mas suas ações. Todos os desejos do nosso coração são maus e é nossa obrigação dominá-los [Gn. 4:7, 6:5] e; II. Até o ano de 1990 a sociedade tratava a homossexualidade como doença. Nesta época a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a tratar a questão como “opção individual” e não mais como doença. Agora a mídia que convencer a todos que nem opção é mais. Há anos os cientistas vêm procurando uma forma de comprovar que a homossexualidade é genética, mas até o momento não encontraram nada conclusivo. Até fizeram alguns testes com gêmeos univitelinos (disponível aqui, em inglês), ou seja, que possuem o mesmo DNA, e que se sabia que um dos dois era homossexual. Só encontraram 20% de chance genética do outro também ser homossexual os levando a conclusão que o ambiente em que vivem tem muito mais relevância para determinar se serão homossexuais ou não. Estatisticamente falando quatro em cada cinco homossexuais se decidiram devido a influências externas;
8. Você diz que homossexual fica excitado ao ver os órgãos genitais de outro homem - Quanto a isso não podemos dizer nada pois não temos nem conhecimento nem experiência, mas lembre-se que nem todo homossexual é passivo; e os que são apenas ativos não sei se ficam excitados vendo o pênis do outro. Neste ponto vou acreditar em você e não vou discordar;
9. Você argumenta que a Bíblia não pode ser usada para condenar o homossexualismo - Tentarei seguir os pontos na ordem que você os expõe. Obs.: Tratarei aqui a trindade em sua economia.
I. Sua fala: “A Bíblia não pode ser usada para dizer que Deus abomina ou condena a homossexualidade, pelo menos não em 2016, 2017, 2018, etc.” – Isto é um erro crasso. Isto vai ficar evidente a medida que você for expondo seus demais argumentos. Decerto que várias coisas na Bíblia se têm que levar em conta o tempo, costumes sociais, leis e outras coisas, mas nenhuma delas quando se trata de Deus. Vamos entrar em mais detalhes disso mais à frente. Aqui vamos falar um pouco sobre a imutabilidade de Deus. Digo com isto que Deus não muda, seja em:
a. sua natureza [Tg. 1:17]: Deus não muda para pior pois ele é três vezes Santo [Ap. 4:8] e não muda para melhor, pois Ele já é eternamente perfeito [Hc. 1:12, Mt. 5:48; Cl. 3:14];
b. seus atributos (ou seja, suas qualidades): Seu poder, Sua glória, não mudam [Rm. 1:20], Seu conhecimento e sabedoria não mudam [At. 15:18], Seu amor [Jo. 13:1; Rm. 8:35-39; Jr. 31:36], misericórdia e fidelidade [Sl. 100:5] não mudam;
c. Sua palavra [Tt. 1:2]: Seus decretos e planos não mudam [I Cr. 16:14-17; Jó. 23:13; Sl. 33:11, 115:3; Pv. 19:21; Is. 14:24, 46:10];
Em resumo, Deus não mudou nada desde a eternidade e por toda a eternidade. Deus não vai mudar por causa do homem, mas o homem tem que se moldar à vontade d’Ele, pois Sua vontade é boa, agradável e perfeita [Rm. 12:2]. Como você argumentará sobre a obra de Jesus vamos deixar para falar o que mudou com sua vinda quando você o fizer, mas já lhe adianto que todas as mudanças são para o homem e não para Deus ou para Ele mesmo;
II. Sua fala: “A Bíblia é dividida em duas partes: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT). AT: um texto específico, escrito para uma sociedade muito mais primitiva do que a nossa, que precisava de regras claras, de expressões pesada” – Aqui você acertou apenas uma coisa: Que a Bíblia é um texto específico, escrito para uma sociedade. Só e somente isso. Vamos mostrar o que você errou e como é o certo partindo do fim:
a. “Sociedade que precisava de regras claras, de expressões pesadas”: A sociedade hoje é uma bagunça porque as regras não são claras. Bandidos não ficam presos (quando são), crianças mandam nos pais, dar calote é ser esperto e sertanejo é música (brincadeira, algumas até são boas). O medo que faz é chegar o dia em que estaremos andando na rua e, se dermos sorte de não sermos mortos, sequestrados ou assaltados, vermos o poste fazendo xixi no cachorro. Então lhe pergunto: Quando foi que a sociedade deixou de precisar de “regras claras” e “expressões pesadas”? Ainda há países neste mundo hodierno que tem pena de morte e mutilação para os casos de crimes hediondos. Então quando foi que a sociedade melhorou? A cada ano cresce o número de mortes e de crimes. A cada dia as pessoas são mais egoístas e avarentas. E diante disto tudo apenas uma coisa permanece inalterada: A Palavra de Deus! Podemos sintetizar tudo que dissemos neste parágrafo com uma só frase de Jesus que se encontra em Mateus 24:10-11 – “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; ... E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”.
b. “Sociedade primitiva”: pela sua tonalidade e construção entendi que estava se referindo a ela ser atrasada, rude, tosca, rudimentar, sem instrução, ignorante e bárbara (definições do Houaiss). Se não era essa a sua conotação então vá direto para a letra c. abaixo, mas, se era, então saiba que você, novamente, está equivocado. O povo antigo a quem você chama de ignorante tinham conhecimentos que hoje não temos. Citarei apenas dois exemplos: 1. As múmias que, segundo a ciência, algumas tem cerca de sete mil anos e estão em “perfeitas” condições. Hoje quando um corpo é conservado por quatro anos tem isso como milagre, e; 2. Construções romanas de 2.500 anos em que a argamassa fica mais forte ao passar do tempo, enquanto que as de hoje ficam mais fracas. E não podemos esquecer que o conhecimento que temos hoje é fruto de tudo que as sociedades passadas começaram a construir. Você sabe quais as invenções de nossa geração? As da área da computação (que não existiriam sem o conhecimento da geração anterior, que não existiriam sem o conhecimento acumulado durante toda nossa história) e o guarda-chuva pra cachorro (nada contra os bichinhos de estimação. Lá em casa mesmo temos três, sem contar comigo, rsrsrsrs). Então não me venha dizer que as sociedades que contribuíram tanto para a nossa e que tinham conhecimentos os quais não dispomos hoje, mesmo com toda nossa tecnologia, era atrasada ou ignorante.
c. A Bíblia não é dividida em duas partes. Ela FOI dividida em duas partes assim como FOI dividida em capítulos e versículos. Isso foi para uma melhor compreensão nossa, uma facilidade. Toda a Escritura Sagrada tem um único objetivo: tanto o AT como o NT apontam o Cristo e Este aponta à Deus. Não há nada na Bíblia que não tenha este intuito, portanto não podemos descartar alguma parte. Vale lembrar aqui que tudo que foi citado de Sacro no NT veio das Escrituras Sagradas disponíveis na época, que, não se surpreenda, era o AT e ao qual Jesus veio cumprir integralmente (falaremos mais sobre isso adiante). Os crentes de Beréia examinaram o AT antes de acreditar nas palavras dos apóstolos [At. 17:10-11] e foi o AT que Paulo afirmou serem, também, inspiradas por Deus [II Tm. 3:16].
d. O texto bíblico, tanto o AT quanto o NT foram sim, escritos para uma sociedade específica, mas se você está pensando que foi para o povo judeu, você errou mais uma vez. As Escrituras Sagradas não foram escritas para o povo judeu, mas, sim, para o povo de Deus.
III. Sua fala: “Jesus veio e mudou a Piiiiiiiii (não vamos colocar aqui seus “palavrões”) toda”: Errado!!! Lemos em Mateus 5:17 o próprio Jesus dizendo: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”. Se você não sabe revogar é: “tornar sem efeito, fazer deixar de vigorar, anular, cancelar” (Houaiss). Simplificando: Jesus disse que não veio para anular ou cancelar o AT, mas veio para o cumprir. E cumprir aqui é maravilhoso porque Jesus não veio apenas para realizar tudo que a Lei e os Profetas disseram; veio para os satisfazer, atender, sujeitar-se e, finalmente, completar. Completar também não é mudar tudo, mas acrescentar o que faltava. Assim as Escrituras só está completa se a utilizarmos de forma completa. Havíamos antes mencionado que diríamos o que Jesus veio mudar, pois bem, esse é o momento. Para ficar mais fácil de compreender vamos pegar como exemplo o caso da mulher flagrada em adultério, que está descrito no evangelho de João 8:3-11. Por favor leiam em suas Bíblias. Este exemplo é bom porque o adultério tinha a mesma sanção da prostituição e do homossexualismo, que, no caso, seria a morte. Também podemos crer sem medo que o tratamento dispensado por Jesus seria o mesmo em quaisquer dos três casos. A mulher foi levada até Jesus, que foi interrogado nos seguintes termos: “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na Lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?”. Bom, se Jesus tivesse vindo ao mundo para mudar tudo como você disse então essa seria uma “oportunidade de ouro”. Ele poderia dizer algo do tipo: “Não pessoal, essa lei é ultrapassada. Nada disso vale mais não. Pode jogar todo esse papel velho fora porque vim pra mudar tudo”. No entanto não foi isso que Ele disse. O que Ele disse foi mais parecido com: “Vocês estão certos. Ela deve morrer”. Como você pode ver por Suas palavras Ele não alterou a Lei, no entanto Ele mudou uma coisa ao dizer: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra”. Então o que Ele mudou? Ele mudou a percepção do homem quanto ao seu próprio estado diante de Deus. Deus não mudou! Sua Lei moral não mudou! Seus decretos não mudaram! O que Jesus mudou é o modo como o homem deve se ver: pecador, transgressor das Leis de Deus e, consequentemente, merecedores da mesma pena. Mas Jesus veio ao mundo para mudar uma coisa mais: o nosso destino! Ele veio para nos dar esperança de salvação. Veio para nos mostrar que é possível, através d’Ele, que sejamos vistos por Deus sem pecado. Para concluir este ponto e enfatizar que Jesus realmente não veio mudar a Lei moral de Deus, depois que todos saíram e só aquela mulher ficou, Ele poderia ter-lhe dito algo como: “Olha, eu só disse aquilo pra eles se acalmarem e irem embora. Na verdade nada daquela lei velha vale mais. Pode ir embora viver sua vida do jeito que bem entender”. Mas, ao invés disso Ele disse: “Vai e não peques mais”. E estas são as mesmas palavras que Ele nos diz hoje: “Não peques mais”.
IV. Sua fala: “O NT é a base de toda religião Cristã” – Errado!!! A base da religião cristã é Cristo e como toda a Bíblia, como já dissemos, aponta para Ele, então toda a Escritura, que é formada de AT e NT, são a base da religião Cristã e qualquer religião, igreja ou denominação que procede de outra forma não pode ser chamada de Igreja de Cristo.
V. Sua fala: “Sabem quantos parágrafos dão a entender que ser gay é errado? Um! Um parágrafo! Uma única fala, de um único indivíduo” – Errado novamente. É claro que, como o termo “homossexual” é novo, não o encontraremos na Bíblia. Mas vamos ver quantos textos há no NT que diz que a prática da homossexualidade é pecado. Só gostaria, antes de colocarmos os textos, de fazer algumas observações, pois sempre que vamos analisar os textos bíblicos temos que ter em mente algumas coisas:
1. A Bíblia não foi escrita para ofender, mas para orientar, então algumas palavras são as expressões mais suáveis possíveis (ao contrário do que você disse que as expressões eram pesadas), portanto, algumas vezes, será necessário pegar os significados das palavras que estão dentro dos significados;
2. O que estava em vigor eram todos os conceitos do AT, então por exemplo, quando um escritor diz que “viver em impureza” é pecado, é necessário irmos lá no AT para ver o que Deus considera como impuro. Quando diz que algo é imoral, é lá no AT que vamos ver o que Deus considera como imoral ou abominável.
Para lhe satisfazer deixarei de fora algum texto que por ventura esteja nos quatro evangelhos e os que estão no AT. Os dos evangelhos abordaremos mais à frente. Queremos deixar claro, mais uma vez, que o objetivo do que escrevemos não é ofender, mas alertar. Com a Bíblia e os dicionários em mãos? Eis os textos:


Rm. 1:26-32; Rm. 6:19; I Co. 6:9-10, 18; I Co. 7:2; II Co. 12:21; Gl. 5:19-21; Ef. 4:19; Ef. 5:3-5; Cl. 3:5; I Tm. 1:8-10; Hb. 13:4; I Pe. 4:4; II Pe. 2:4-6; Jd. 1:5-8; Ap. 17:2; Ap. 21:8; Ap. 22:15;


Esses são os que encontrei. São 17 textos de 5 escritores diferentes (talvez 4 escritores, não temos certeza quem escreveu a carta aos Hebreus).
VI. Sua fala: “Sabe o que Jesus falou sobre os gays? Nada! ... Jesus andou com todo tipo de pecadores, falou sobre inúmeros pecados, era de se esperar que se sua sexualidade tivesse a mínima relevância para Jesus Cristo, Ele teria dito algo, não é verdade?” – Como já dissemos anteriormente este termo é novo e realmente não o encontraremos. Também devido ao contexto sociocultural em que Jesus estava não poderíamos esperar que Jesus se deparasse com algum homossexual naquela época, portanto não poderíamos esperar que Jesus falasse abertamente desse assunto bem como de outros, por exemplo: aborto, sexo entre namorados e fornicação. Não eram coisas usuais e cotidianas. E como Ele não mencionou nenhum desses pontos então está “liberado”? Claro que não! Como já dissemos a Bíblia inteira é a Palavra de Deus. Ele não falou porque os pontos já eram bastante claros para todos. Não havia necessidade de dizer algo que todos já sabiam. Mas mesmo assim Jesus falou algumas coisas sobre homossexualidade nos mesmos moldes do ponto V. acima. Vide os textos de Mt. 15:18-20 e Mc. 7:20-23. Para fecharmos o assunto de Jesus neste contexto sei que alguns tem se utilizado do texto de Mt. 19:12 para dizer que os “eunucos de nascença” citados ali eram pessoas que nasceram gays. Quero que entendam de uma vez, se ainda não entenderam: o que caracteriza o homossexual é o relacionamento íntimo com pessoa do mesmo sexo. Uma criança não tem relacionamento neste sentido com ninguém, portanto ninguém nasce gay. E se você for apontar alguém que tenha tal relacionamento com crianças é bom saber que pedofilia é crime e você deve, urgentemente, avisar a polícia. Outros pontos são, como já dissemos, que a ciência atribui o fato de alguém ser gay mais a influência externa que a genética (apesar disso a busca continua pelo “gene gay”) e o que você mesmo disse que são decorrentes de desejos da puberdade. Ainda se pegarmos o texto e o forçarmos um pouco para defender que estes eunucos eram homens que não tinham desejos por mulheres, mesmo assim não eram gays. Jesus falou naturalmente da situação porque as pessoas da época compreendiam claramente o que Ele estava dizendo. Se você quiser entender e insistir que realmente Jesus estava falando de homens que não tinham atração por mulheres desde o nascimento (não temos material para o dissuadir disto) então temos que analisar algumas coisas mais no texto. Se este fosse o caso esta era uma boa oportunidade para validar o casamento entre homossexuais, mas Ele não o fez. Vamos ver quais foram as palavras que Ele usou: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher” (vv. 4), onde “desde” é um movimento ou extensão a partir de um ponto e momento determinado (Houaiss), ou seja, Jesus está dizendo que sempre nasce homem no corpo de homem e mulher no corpo de mulher. No vv. 5, Jesus diz: “Por esta causa... o homem... se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” e ainda nos vv. 11 e 12 Ele diz que há algumas pessoas que Deus lhes dá que não se casem; e assim Jesus determina que não pode haver homem no corpo de mulher (e vice-versa), que não pode haver casamento entre pessoas do mesmo sexo e nem daqueles que estão nos estado indicados neste texto. Você pode ainda dizer: “Então quer dizer que os homossexuais não tem direito de serem felizes?”. Eu lhe respondo que este é o principal motivo de tantos relacionamentos fracassados. Cada vez mais os relacionamentos duram menos. As pessoas não são felizes sozinhas e esperam conseguir ter felicidade no outro. Ledo engano. Se você não é feliz sozinho como fará o outro feliz? E como você espera que seu cônjuge seja feliz se vai estar o tempo todo tentando lhe fazer feliz? E, se ele também não é feliz, a conta é muito simples: ambos serão infelizes; porque não vão encontrar no outro aquilo que mais desejam e que o outro não pode oferecer porque não tem. Se Deus nos permitir no futuro falaremos mais sobre namoro, noivado e casamento.
VII. Sua fala: “Uma fala de Paulo em Romanos. Só! ... Se você vai usar uma única fala de Paulo para condenar milhões de pessoas a sofrer pela eternidade no fogo, então você tem que seguir todas as falas, de todos os apóstolos do NT” – Bom, já mostramos que não é uma única fala e também não é somente Paulo que falou sobre o assunto. Quero aproveitar este ponto e lhe dar uma informação. O NT é formado por 26 livros dos quais Paulo escreveu 13 (para alguns estudiosos 14). Se considerássemos verdadeiro o que você falou sobre o NT ser a base da religião Cristã então Paulo, sozinho, seria o responsável por, pelo menos, metade dessa base; então não podemos deixar de levar em consideração o que ele escreveu, certo? Quanto a condenar alguém, esse não é nosso papel. Nosso papel é mostrar a verdade; mostrar que há um caminho (e somente um) que pode reconciliar o homem com Deus. Se você fizer um exame de consciência, com sinceridade de coração, sem mentir para si mesmo, descobrirá quem o condena. Se você ler as Escrituras Sagradas sem procurar desculpas para descartar cada texto da Bíblia também vai perceber quem o condena. Quanto a seguir todas as falas dos Apóstolos a intenção é essa, mas vamos respeitar os contextos de suas falas, sem pegar textos desconexos e atribuir a eles quaisquer interpretações que se queira, por favor!
VIII. Sua fala: “Se você vai seguir todas as falas então você tem que seguir uma fala maravilhosa em Coríntios que deixa claro que a mulher dentro da igreja deverá permanecer calada e se tiver alguma dúvida deverá fazer ao marido dentro de casa ... Se vai seguir todas as falas do NT tem que seguir uma fala maravilhosa em Timóteo onde fica claro que é vedado a mulher ensinar” – Percebemos que o motivo de você usar dois textos como estes é para trazer a ideia que se podemos admitir que, se estes podem ser desconsiderados, porque não pode desconsiderar o outro, não é verdade? Acontece que, como já mostramos, não é “apenas um único parágrafo de Paulo”, como você disse a princípio, que condena a prática do homossexualismo. Então mesmo que você queira usar estes textos para derrubar o outro, não os pode usar para desconsiderar tantos. E para mostrar que você entendeu errado ou está mal-intencionado vamos dar uma olhada com mais calma nos textos e observando, como deve ser, seus contextos e motivos e assim vamos ver se ao menos esses poderiam ser usados para anular aquele de Romanos que você citou como sendo o único:
a. Primeiro vamos ver o texto de I Co. 14:34 em seu contexto bíblico e sociocultural:
1. Seu contexto bíblico: Neste capítulo inteiro Paulo esta falando sobre a ordem no culto. A igreja de Corinto estava com muitos problemas desta natureza. Veja que nos versos anteriores ao 34 ele está relatando como os homens devem proceder em determinadas circunstâncias no culto. O problema lá estava tão grande que sequer era respeitado o princípio básico do diálogo. Em meio a toda aquela confusão as mulheres que frequentavam aquela igreja estavam agindo de igual modo e todos falavam ao mesmo tempo. Não havia ordem nem respeito. Quanto as mulheres, esta liberdade que agora disponham e que lhes foi dada pelo evangelho, pois em sua sociedade as mulheres nem eram tratadas como membros da sociedade, tem um limite. Quando se transpõe esse limite não é mais liberdade que se tem, mas sim libertinagem. Suas condutas (dos homens e mulheres) estavam causando escândalo ao Evangelho de Cristo. Para entendermos melhor o fato de Paulo ter dito tais palavras para as mulheres precisamos entender o contexto sociocultural;
2. Naquela sociedade as mulheres não eram tidas como cidadãs. Consequentemente tudo lhes era vetado. Não podiam participar de decisões políticas, não podiam falar em público e por causa disso só podiam assistir aos debates em silêncio e não podiam participar de ritos religiosos (com exceção das que eram sacerdotisas, mas estas eram apenas usadas para orgias em rituais, isso em uma explanação geral). Elas sequer podiam entrar nos templos. Usando a liberdade dada pelo Evangelho de Cristo as mulheres daquela igreja estavam infringindo todas essas regras e isso era escândalo para o Evangelho, não que a igreja se escandalizava, mas a sociedade. Apesar de acreditar que estas regras não fizessem parte de uma lei civil (já que as leis civis só apareceram por volta do ano 1.800 d.C.) estas regras eram tão claras e respeitadas que Paulo lhes atribuiu peso de lei.
3. Simplificando, Paulo não disse que as mulheres não podiam falar na igreja, ele disse que elas não podiam infringir as regras claras e aceitas da sociedade pois isso escandalizava o evangelho e as colocava, perante a sociedade, em uma situação que se assemelhava as das meretrizes. Paulo não estava menosprezando as mulheres ou as colocando sob jugo; ele estava as protegendo, protegendo a Igreja e o Evangelho de Cristo. Esta fala de Paulo é válida em qualquer tempo e sociedade. Não devemos agir de forma que escandalize o Evangelho ou que venha a nos comprometer moralmente. Se as leis da sua sociedade, sejam elas civis ou regras morais e de conduta, claras e duradouras, não transgredirem as Leis de Deus e lhe impedirem de fazer algo, não faça, pois isso é tão prejudicial para o Evangelho como é para sua própria imagem perante a sociedade. Chegamos então a conclusão que este texto não pode retirar a validade do outro, pois esta “norma” ainda é, e sempre será, válida.
b. Agora vamos ver o texto de I Tm. 2:12:
1. O contexto bíblico: o objetivo de Paulo ao escrever a carta a Timóteo é de passar instruções de como devia funcionar a igreja de Éfeso, da qual ele seria o líder (ou pastor, se preferir). Éfeso não era sua cidade natal e ele ficou nela a pedido do próprio Paulo [I Tm. 1:3]. Timóteo era de Listra, província romana situada na Ásia Menor e apesar de seu pai ser grego [At. 16:1] talvez ele não estivesse bem habituado aos costumes dos gregos. As “regras” sociais em Éfeso eram bem semelhantes às da cidade de Corinto que acabamos de abordar. Neste capítulo específico Paulo admoesta a Timóteo que algumas coisas das quais ele estava acostumado a ver nas cidades romanas não deviam ser “implementadas” lá. Um dos pontos que aborda é que as mulheres deviam estar se utilizando dos costumes a que Timóteo estava habituado para tentarem mudar os costumes daquela comunidade em Éfeso. Paulo diz, por exemplo, que as mulheres não deviam se vestir de modo indecente. Apesar de naquela época a maioria das mulheres usarem roupas que cobriam todo o corpo e cabeça era comum nas cidades romanas as mulheres andarem com a cabeça descoberta, braços, ombros e costas à mostra. Em Éfeso (assim como em quase todas as cidades gregas) uma mulher casada estar na rua com a cabeça descoberta já era indecente. Paulo também diz que as mulheres de posses não deviam ostentar sua riqueza, porque grande parte das mulheres eram simples, e aquelas, ao se exibirem, faziam com que as outras pecassem. Por isso ele diz: “Se ataviem com modéstia e bom senso[I Tm. 2:9]. Esta “norma” ainda vale hoje, e sempre valerá, em qualquer tempo e sociedade. E semelhantemente ao que estava acontecendo em Corinto, as mulheres estavam ultrapassando o limite da liberdade proveniente do Evangelho de Cristo e queriam tomar o lugar dos homens, queriam falar em público e ainda ensinar as Escrituras aos demais. Estes eram três problemas que causavam enorme dano: I. Pessoas sem estudo algum (infelizmente esta era a condição de praticamente todas as mulheres de lá) queriam ensinar as Escrituras; II. falar em público era desonroso para elas e para o público e; III. seus maridos ficavam mal vistos na sociedade por não controlarem suas esposas e serem por elas dominados. Veja que o problema delas não poderem fazer essas coisas não estava no Evangelho ou nas palavras que Paulo escreveu. Elas não podiam fazê-lo por causa da sociedade e de suas próprias condições naquela sociedade. E elas não deviam fazê-lo para pouparem a si mesmas, seus maridos e o Evangelho. Se uma coisa vai manchar sua imagem, de seu marido e do Evangelho, então não faça. Essas “normas” ainda valem, e sempre serão válidas em qualquer tempo e sociedade. Portanto esses textos não podem ser usados para derrubar o texto que fala sobre homossexualismo, ou qualquer outro, mas, ao contrário, eles o dão mais força.
Para concluir este ponto as mulheres lá não eram professoras. Naquela sociedade as mulheres sequer tinham profissões. Nem mesmo tinham voz, e isto lhes foi concedido pelo poder do Evangelho, mas por causa da dureza do coração humano, apenas quando estivessem estritamente entre os irmãos. Assim, sua fala de que “... se tiver alguma professora assistindo (seu show) ou na plateia hoje, você vai pro inferno” só pode ser atribuído literalmente, pois, como já dissemos, no contexto não haviam professoras, e Paulo em nenhum momento disse que elas iriam para o inferno por causa destes acontecimentos.
IX. Sua fala: “Qual a conclusão que tiramos? Tem que descartar as coisas que Paulo falava? É!” – Errado!!! Como mostramos você está equivocado em umas partes e totalmente errado em outras. Seu intuito em tudo isso nada mais é que tentar desmerecer as Escrituras Sagradas usando de quaisquer meios para isso, mesmo que sejam mentiras e enganações.
X. Estamos perto do final, então que tal um “bate-bola”?
1. Sua fala: “E se mesmo depois de tudo que nós aprendemos hoje a noite...” – Como já disse, tudo que você “ensinou” estava errado então na verdade não se aprendeu nada;
2. Continuando sua fala: “... você ainda tiver a cara de pau de falar que vai continuar dizendo que ser gay é errado, piiiiiiii...” – O comentário a esta parte estará incluso na conclusão;
3. continuando: “... amigo, eu tentei, fiz o meu melhor, não consigo fazer melhor que isso não ...” – Consegue, sim. Comece tentando parar de encher seu público de mentiras. Já é um bom começo;
4. você continua: “...  o mundo ainda permite que você tenha sua opinião, é por pouco tempo, então desfruta...” – obrigado pelo aviso;
5. e continua: “... Mas aí o mundo também permite que eu tenha a minha opinião sobre você ...” – Ao contrário do que você e o mundo quer fazer conosco não pretendemos tirá-la de você;
6. e conclui dizendo: “... Você é um piiiii, e tem que piiiiiii!” – já eu lhe desejo muito sucesso. Desejo que seus projetos sempre deem certo e que tenhas muita saúde e felicidade;
XI. Conclusão: Para concluirmos queremos lhe dizer e a quem mais vier a ler esta carta (que estará fazendo parte integrante das postagens deste blog) que você escolhe o que quer ser. A opção é sua. Escolha da forma que achar melhor. Você não nos deve explicações e eu não posso e não quero me meter na sua vida, mas pelo amor que Deus coloca em meu coração e o qual me faz amar o próximo, sempre que eu tiver oportunidade lhe transmitirei as Suas Palavras que hoje serão apenas uma dita por Jesus: “... não peques mais”.
"Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? ... Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." [Is. 53:1, 3-5]
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (08 de agosto de 2016)

- Davi era ou não o filho mais novo de Jessé?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre Davi ser ou não o filho mais novo de Jessé:
“Isaí teve sete filhos além de seu mais jovem, David (I Samuel 16:10-11). [Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não escolheu estes. Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha.]”
“David foi o sétimo filho (I Crônicas 2:15). [a Ozém, o sexto, e a Davi, o sétimo.]”

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Não estranhem de em um lugar estar escrito Jessé e em outro Isaí. Trata-se da mesma pessoa, o que diferencia é a tradução utilizada. Acredito que nosso amigo utilizou alguma versão traduzida pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo enquanto utilizamos as versões traduzidas por João Ferreira de Almeida. Qual a diferença? A tradução de Almeida foi feita primeiro, tendo por base versões gregas das Escrituras, ou seja, o Novo Testamento veio diretamente da linguagem original, enquanto Figueiredo utilizou a versão conhecida como Vulgata Latina, ou seja, fez a tradução a partir da tradução feita para o latim. Como a de Figueiredo foi feita depois possui o português mais atualizado e já feito de uma tradução para entendimento popular. No entanto nossa opção pela de Almeida Revista e Atualizada vai além de ter vindo do grego. Esta “versão” passou por um trabalho de revisão que durou trezes anos pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Veja a descrição desse trabalho em http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/as-traducoes-da-sbb/almeida-revista-e-atualizada/.
Mas voltando ao assunto principal. A contradição apontada pelo Nosso Amigo é que Davi aparece em um texto sendo o oitavo filho e em outro sendo o sétimo. Para sabermos quantos filhos Jessé teve vamos ver um texto em 1 Samuel 17:12a: “Davi era filho daquele efrateu de Belém de Judá cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; ...” (grifo nosso). Com isso sabemos que o escritor à época do acontecimento tinha certeza que os filhos eram oito e que Davi era o mais novo deles. Mas porque o escritor das Crônicas, apenas pouco mais de quinhentos anos depois, diria que Davi era o sétimo filho? Não há discussão sobre Davi ser ou não o filho mais novo, o que é entendido facilmente ao comparar os dois textos citados no início da postagem. Então estivemos analisando apenas o fato de um dos irmãoes de Davi não ter sido mencionado em Crônicas. Só consegui chegar a uma conclusão: um dos filhos mais novos de Jessé faleceu ainda muito jovem, talvez ainda na adolescência. A mensagem que esta passagem nos traz é bem profunda na verdade. Por ter morrido jovem não chegou a casar e não teve descendentes. Como podemos afirmar isso? Caso fosse casado a lei dizia que seus irmãos precisariam suscitar descendentes para ele (Dt 25:5-6, Mt 22:24, Mc 12:19 e Lc 20:28). E como podemos dizer ainda que não viveu tempo? Podemos deduzir que não viveu o suficiente para fazer algo relevante, que colocasse seu nome na história ou fosse digna de citação. Muitos são aqueles que colocaram seu nome na história, mas este não foi o caso desse irmão de Davi. Alguns são lembrados por suas criações, outros por suas descobertas, uns por seus estudos, alguns por sua maldade e outros por sua bondade. É neste ponto que devemos refletir. O que estamos fazendo em nossas vidas? Estamos fazendo algo para sermos lembrados na posteridade? Você será lembrado por suas maldades, suas bondades, suas habilidades, suas criações? Ou será lembrado apenas durante duas ou três gerações por seus filhos e os filhos de seus filhos? Ou, ainda pior, não será lembrado? E ainda mais importante: como você se apresentará diante de Deus? Sim, diante d’Ele. A Bíblia nos diz que um dia estaremos diante d’Ele (Apocalipse 20:11-13) e em três textos da Bíblia há alertas para não se apresentar diante d’Ele de mãos vazias (Ex. 23:15, 34:20 e Dt. 16:16). Jesus comparou o mundo a uma plantação (Lc 10:2) e no hino 450 do Salmos e Hinos encontramos a pergunta: “Tu queres fruto ao céu levar ou folhas só apresentar?”. Estamos terminando por aqui, certos de que a aparente contradição foi solucionada e que você meditará no que tem feito de sua vida na terra e perante Deus.

Que Deus nos guie pelo caminho da verdade, da bondade e da mansidão.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

terça-feira, 26 de julho de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (26 de julho de 2016)


- Os amalequitas foram completamente destruídos 3 vezes?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre os amalequitas terem sido 3 vezes destruídos completamente:
“Saul destruiu completamente os amalecitas (I Samuel 15:7-8,20). [Então, feriu Saul os amalequitas, desde Havilá até chegar a Sur, que está defronte do Egito. Tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo destruiu a fio de espada. Então, disse Saul a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do SENHOR e segui o caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas, os destruí totalmente;]”
“David destruiu completamente os amalecitas (I Samuel 27:8-9). [Subia Davi com os seus homens, e davam contra os gesuritas, os gersitas e os amalequitas; porque eram estes os moradores da terra desde Telã, na direção de Sur, até à terra do Egito. Davi feria aquela terra, e não deixava com vida nem homem nem mulher, e tomava as ovelhas, e os bois, e os jumentos, e os camelos, e as vestes; voltava e vinha a Aquis.]”
“Finalmente os amacelitas são mortos (I Crônicas 4:42-43). [Também deles, dos filhos de Simeão, quinhentos homens foram ao monte Seir, tendo por capitães a Pelatias, a Nearias, a Refaías e a Uziel, filhos de Isi. Feriram o restante dos que escaparam dos amalequitas e habitam ali até ao dia de hoje.]”

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Como já mencionado em postagens anteriores Nosso Amigo tem o hábito de procurar influenciar seus leitores ao erro no entendimento das Escrituras Sagradas, mesmo nos textos mais simples. Antes de trabalharmos os textos usados por ele como argumento, quero lhes fazer algumas perguntas:
1. Você já dedetizou sua casa ou apartamento?
2. Quando você o fez esperava matar todos os insetos da sua rua?
3. Você acredita que nenhum deles escapou vivo?
Feitas estas perguntas e confiante na honestidade das respostas vamos trazer alguns pontos nestes mesmos textos que explicam o que aconteceu. No primeiro texto citado vejam que Saul saiu guerreando com os amalequitas desde Havilá até chegar a Sur. Neste percurso conseguiu capturar o rei amalequita. Tendo matados a todos que encontrou e com o rei aprisionado, Saul se deu por satisfeito e encerrou ali essa campanha. No segundo texto vemos que Davi batalha com os amalequitas partindo da terra dos filisteus e indo até o ponto onde Saul parou, ou seja, Saul atacou os amalequitas vindo do oriente e Davi vindo do ocidente. Este também matou a todos que encontrou. Eu disse que mataram a todos que foram encontrados, pois o texto traz implícito o fato de que todos que foram mortos foram os que estavam nas cidades, ou no caminho entre elas, quando da guerra. Pois é evidente que aqueles que não estavam no lugar na ocasião ficaram com vida. Ao que nos parece Nosso Amigo é um tanto quanto “inocente” na leitura, e quis induzir seus leitores no mesmo equívoco. Decerto que aqueles que estavam em viagem ou fugiram não foram mortos. Isso é tão obvio que o escritor não fez menção no texto. Para fortalecer um pouco mais este argumento veja as seguintes passagens: I Samuel 30:17 – “Feriu-os Davi, desde o crepúsculo vespertino até à tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos moços que, montados em camelos, fugiram.”; e em II Samuel 1:13 - “Então, perguntou Davi ao moço portador das notícias: Donde és tu? Ele respondeu: Sou filho de um homem estrangeiro, amalequita.”. Vejam que o descrito em I Crônicas 4:42-43, citado no início da postagem, explica para onde os quatrocentos moços fugiram. Depois disso não mais se fala nos amalequitas, nem na Bíblia, nem na história.

Que Deus continue nos dando sabedoria e discernimento para compreendermos Sua Palavra.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

terça-feira, 12 de julho de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (12 de julho de 2016)


- Os habitantes de Dabir foram totalmente destruídos por Josué ou não?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre Josué ter ou não destruído todos os habitantes de Dabir:
“Josué destruiu totalmente os habitantes de Dabir (Josué 10:38-39). [Então, Josué, e todo o Israel com ele, voltou a Debir e pelejou contra ela; e tomou-a com o seu rei e todas as suas cidades e as feriu à espada; todos os que nelas estavam, destruiu-os totalmente sem deixar nem sequer um; como fizera a Hebrom, a Libna e a seu rei, também fez a Debir e a seu rei.]”
“Os habitantes de Dabir ainda existem (Josué 15:15). [Subiu aos habitantes de Debir, cujo nome, dantes, era Quiriate-Sefer.]”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Quero me desculpar pela demora em colocar novas postagem no blog, mas estive totalmente envolvido com o trabalho de conclusão do curso de Matemática. Esta aparente contradição é uma das mais complicadas em responder devido a Bíblia narrar a história do povo israelita e não da cidade em questão. Temos então fragmentos de textos para tentarmos elucidar esta questão. Realmente é bem pouco o que temos encontrado, mas é o suficiente para colocarmos três hipóteses possíveis e muito prováveis. As colocarei abaixo e vocês, leitores, estejam livres para opinar e até expor suas opiniões.
1. Já explicamos em postagem anterior que algumas partes da Bíblia não estão colocadas em ordem cronológica (vide: http://sepade.blogspot.com.br/2015/07/uma-pergunta-pode-mudar-uma-historia-22.html). Então podemos crer que os dois textos se referem ao mesmo acontecimento, sendo apenas acrescido, em outro momento, alguns dados novos a mesma narrativa.
2. Se trata de dois eventos distintos em duas cidades distintas que vieram a ter o mesmo nome. Veja que em Josué 10:38 a cidade é tratada unicamente pelo nome de Debir, enquanto em Josué 15:15 o texto afirma que esta cidade de Debir era antes chamada de Quiriate-Sefer. Podemos crer que as cidades nesta época viviam em guerras constantes, com cada rei tentando aumentar suas posses e seu poder. Seria então comum que algum povo tomou uma cidade e lhe mudou o nome. Porque colocariam o mesmo nome de outra que existiu não poderei aqui responder. Fica para exercitar vossa imaginação.
3. Se trata de dois eventos distintos na mesma cidade. Os textos que temos torna a defesa deste ponto o mais complicado, no entanto é o mais interessante. Vamos tentar colocar algumas coisas em ordem cronológica para facilitar o entendimento. Partindo do texto de Josué 10:38-39, já lidos no início desta postagem, passamos para Josué 14:1-2, onde se começará a ser distribuído por sorte o que já foi conquistado ao longo de cinco anos de guerra, no entanto, nos v. 6 a 14, vemos Calebe pedindo que sua parte não seja em sorteio, mas a terra que lhe foi prometida por Moisés. Com exceção das tribos de Rúbem, Gade e meia tribo de Manassés, que receberam herança de Moisés antes do povo atravessar o Jordão as demais tribos ganharam partes por sorteio, como podemos ver:
- Parte que coube a Rúben: Capítulo 13:15-23;
- Parte que coube a Gade: Capítulo 13:24-28;
- Parte que coube a meia tribo de Manassés: 13:29-31;
- Parte que coube a tribo de Judá: capítulo 15:1-12 (em 15:13 novamente vemos o relato da parte de Calebe onde foi acrescido a importante informação de que sua parte agora estava de posse de outro povo);
- Parte que coube aos filhos de José: nos capítulos 16:1-4 e 17:1-11 as partes da outra meia tribo de Manassés e a Efraim;
- Parte que coube a Benjamim: no capítulo 18:11-28;
- Parte que coube a Simeão: no capítulo 19:1-9;
- Parte que coube a Zebulom: em 19:10-16;
- Parte que coube a Issacar: em 19:17-23;
- Parte que coube a Asser: em 19:24-31;
- Parte que coube a Naftali: em 19:32-39;
- Parte que coube a Dã: em 19:40-48;
Importante notar que os textos aqui nem sempre são de todo o capítulo e o complemento de cada capitulo é uma narrativa a entrada daquela tribo na região que lhe foi designada. O que é interessante é que tiveram que lutar ainda, o que nos leva a crer que o período de tempo da conquista da terra a de sua real posse foi suficiente para outros povos se instalarem nas cidades que não foram destruídas. Vejam que em 18:3 Josué chama a atenção do povo sobre a demora em entrar para possuir a terra. No v. 4 Josué manda que o povo escolha três homens de cada tribo para fazerem um mapa das terras conquistadas, o que deve ter demorado também algum tempo. É bem provável que durante esta tarefa tenham visto que as cidades estavam sendo novamente habitadas, afinal, o que tentavam conquistar com guerra estava lá “dando sopa”. Só após esse “mapeamento” da terra que foram feitas as divisões.
Para concluirmos vejamos que Josué, em 24:28, despediu o povo para tomar posse de sua herança e no v. 29 que ele morreu. O capítulo 1 do livro de Juízes narra este fato relatando em seguida a entrada do povo de Israel em suas heranças, em guerra, agora separados por suas tribos e não mais como um único povo.
Espero que estas três hipóteses sejam suficientes para mostrar que a contradição apontada não tem fundamento.
Que Deus nos ajude a compreender as Escrituras, Sua vontade e que possamos O conhecer cada vez mais.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (29 de janeiro de 2016)

- A cidade de Hai foi destruída por Josué ou não?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito Josué ter ou não destruído a cidade de Ai:
“Josué queimou a cidade de Hai e reduziu-a a um monte de ruínas para sempre (Josué 8:28). [Então, Josué pôs fogo a Ai e a reduziu, para sempre, a um montão, a ruínas até ao dia de hoje.]”
“Hai ainda existe como uma cidade (Neemias 7:32). [Os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três.]”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Bom, primeiramente quero me desculpar pela demora em colocar esta postagem; final de ano, outros afazeres e a demora em validar minha ideia são os motivos. Minha ideia tem relação com o tempo entre os dois textos citados; que foi de aproximadamente 1.250 a.C. e 600 a.C. (em números redondos aproximados); ou seja, cerca de 650 anos. Então o que eu queria encontrar era algo que servisse ao menos de base para a ideia simples de que, no transcorrer deste tempo, era muito possível surgir uma nova cidade, em outro lugar (e porque não no mesmo ou bem próximo?), com o mesmo nome. Esse trabalho de pesquisa demorou um pouco, pois minha biblioteca é bem resumida ainda, e tive que procurar, logicamente, usando a internet como ferramenta. Até que recentemente encontrei um recorte do livro A Bíblia e a Arqueologia, do Dr. John A. Thompson, onde está escrito, na pág.100, fazendo referência ao texto mencionado: “...algumas cidades, como Betel, foram destruídas e reconstruídas quase em seguida. Mas, o mais interessante é que um grande número de novas cidades emergiu no início da Idade do Ferro I.”. Lembrando que a cidade de Ai era bem próxima e que também foi uma das cidade destruídas por Josué. Minhas pesquisas ainda me levaram a outro livro: ...e a Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller, que, na pág. 182, falando propriamente sobre a cidade de Ai, diz, fazendo referência a trabalhos de escavação realizados pela Arqueóloga Judith Market-Krause: “Foi somente em inícios da Idade do Ferro que chegou a ser habitada novamente; porém, mesmo daquela vez sofreu destruição igual.”. Temos então aqui a ideia de que a cidade “voltou a vida” em um determinado momento da história. Levando em consideração que o livro de Josué é histórico, e não profético, o termo “até ao dia de hoje” pode ser entendido como até o momento em que a história foi contada e não até a hodiernidade. Esse trecho do texto também nos dá a ideia de que o livro foi escrito posteriormente ao acontecido, talvez quando já estivessem na terra de Israel. Infelizmente, se a cidade ficava “ressurgindo”, dados arqueológicos serão muito difíceis e imprecisos; então o que temos no momento é isso.
Explicado este ponto quero dizer ainda que em minha pesquisa encontrei algumas coisas bastante “ruins” de como algumas pessoas, escrevendo sobre as “contradições” da Bíblia, usam termos como: “... a mando desse Deus do terror retratado no Antigo Testamento.” e “... Deus tornou-se um forte pretexto para legitimar genocídios...”. Incomodado com estas palavras busquei algumas informações sobre as guerras da história da humanidade. Para minha surpresa não encontrei, nos sites voltados a história, nada falando sobre as guerras as quais Josué fizera parte, mas encontrei algumas coisas sobre guerras na Grécia Antiga em período praticamente igual (1250 a.C.). Deste ponto em diante consegui levantar algum tipo de informação sobre 126 guerras ao longo da história. Destas apenas cinco teve “origem religiosa” e, das cinco, apenas duas podem ter sido realmente por motivos religiosos. Aqui estou englobando toda e qualquer religião. Em sua maioria a busca foi por poder e riqueza e algumas, principalmente as mais recentes, por liberdade política. Mas, em todas as guerras, muitas pessoas morreram, e nem todas estavam envolvidas nos conflitos. Então, se isso incomoda tanto, porque não se acabam as guerras? E se acabar as guerras bélicas há alguma garantia que ninguém mais morrerá devido a busca por riquezas de alguns?
Chegando a este ponto vemos algo bem intrigante. Hoje estamos tendo um problema mundial com o EI (Estado Islâmico) que por meio da força está assolando toda uma região e fazendo ataques (com mortes, digamos de passagem) pelo mundo. Mas qual sua motivação mesmo? Religiosa? Se sim, por que as pessoas que moram naquela região têm fugido em grande número para a Europa? São todos de religiões diferentes? Mas o que intriga é que ficam falando sobre “islamofobia” como se o mundo todo estivesse “caçando” os muçulmanos quando quem tem morrido aos milhares, em diversos países, são os cristãos, e estes não têm “levantado armas” para se defenderem, mas, mesmo assim, a culpa sempre é atribuída a Deus, mesmo quando as pessoas usam seu nome apenas como pretexto.
O que acredito é que, independente das guerras serem “seculares” ou bíblicas, a vontade de Deus é cumprida. Algumas dessas guerras puniram outros povos e, outras, puniram o próprio povo escolhido de Deus. Então dizer que Deus foi cruel por destruir, por exemplo, Sodoma e Gomorra, sem avaliar a extensão do mal que tal povo traria para a humanidade, é, no mínimo, ser condescendente com a maldade que estes povos praticavam e deixar de lado o que Deus quer ensinar ao seu povo durante todo o tempo.

Que Deus nos ajude a entender seus desígnios e nos dê amor, fé e esperança.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Concluinte do Curso de Licenciatura em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.