“Deus é Deus...
... da paz ...
(Rm 15:33) E o Deus da paz seja com todos vós. Amém.
(Is 2:4) Ele exercerá o seu juÃzo entre as nações, e repreenderá a muitos povos. Estes converterão as suas espadas em arados e as suas lanças em podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra. [ECA – Edição Contemporânea de Almeida]
... ou da guerra? ...
(Ex 15:3) O Senhor é um guerreiro; o Senhor é o seu nome.
(Jl 3:9-10) Proclamai isto entre as nações: Santificai uma guerra! (...) Forjai espadas das relhas dos vossos arados, e lanças da vossas podadeiras.”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme chegou até nós.
O que digo? Bom, podemos mostrar que aqui não há contradição em três aspectos distintos. Vamos direto a elas:
1. Ausência de texto
Apesar de Nosso Amigo sempre indicar textos já vimos que muitos deles são retirados do contexto, tem partes cortadas para alterar seu significado ou são mal interpretados. Por exemplo, nesta ele cita texto que diz claramente “Deus da paz” mas, ao citar os textos contrários, não cita nenhum que tenha “Deus da guerra”. Então ele pega textos que falam sobre “guerra” ou “guerreiro” e dá a eles um significado que eles não têm. Há decerto alguns poucos textos onde Deus ordena guerras e cada uma delas tem um contexto próprio. Geralmente estas fazem parte do Seu juÃzo. Por exemplo, as guerras travadas pelo povo que foi libertado do Egito para adentrar na terra prometida. Ele usou aquelas guerras para cumprir Sua promessa e ao mesmo tempo levar juÃzo as pessoas que viviam naquelas terras, cuja maldade havia chegado ao limite (Gn. 15:16 e Dt. 9:5). O contrário também ocorreu. Deus utilizou de guerras também para punir o povo de Israel sempre que estes se desviavam do caminho do Senhor e passavam a adorar outros deuses.
Vamos fazer um pequeno exercÃcio: você se considera uma pessoa da paz ou conhece alguém que se considere como tal? Se, por acaso, houvesse uma guerra em que outro paÃs tentaria invadir o seu para tomar as terras e levar o povo como escravo, você lutaria na guerra? Ou seja, você se tornaria um combatente se nenhuma negociação tivesse êxito? Ou simplesmente entregaria sua famÃlia para serem usadas como os invasores bem quisessem?
Assim, pela ausência de textos dizendo que Deus era tomado como o “Deus da guerra”, mas sim como o Deus que não se omite da guerra, este ponto não pode ser tido como uma contradição das escrituras.
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2. Não são antagônicas
A ideia de que existe uma contradição aqui também parte do pressuposto tomado pelo Nosso Amigo de que as duas coisas são antagônicas, ou seja, não podem acontecer ao mesmo tempo ou são totalmente incompatÃveis. Isto só seria verdade se tomássemos “guerra” apenas como luta e “paz” apenas como o fim desta luta. Ainda terÃamos que tomar um universo observável limitado e totalmente abstrato. Por exemplo, podemos usar este sentido em: a guerra na SÃria acontece desde 2011 e desde então o paÃs não teve paz. Mas não é possÃvel afirmarmos que não haja ninguém naquele lugar que não tem momentos de paz, mesmo muitas outras pessoas estando em guerra. Também a guerra que acontece lá não retira a paz em outros lugares do globo.
Também podemos imaginar que possa haver pessoas que só estão em paz quando estão guerreando. Neste sentido tomamos “paz” como um estado de espÃrito. Por outro lado, há pessoas que não estão em paz mesmo em paÃses onde não há nenhum conflito armado. Logo não é possÃvel tomar os dois estados (guerra e paz) como sendo totalmente opostos e que um só exista na ausência do outro.
Aqui devemos salientar um erro no entendimento do Nosso Amigo em relação a quem é o responsável pelas guerras (retomamos este ponto no próximo item), mas, caso fosse possÃvel creditar alguma guerra a Deus, também não será possÃvel creditar a paz dos outros lugares a Ele? Neste aspecto, por não serem coisas opostas, não há contradição nas Escrituras.
3. Outros deuses da guerra e da paz
Olhando para diversas culturas espalhadas pelo mundo vemos que muitos são os “deuses da guerra e da paz” e que há bem poucos deuses especÃficos da paz. Fazendo uma busca na Web encontramos “deuses da paz” em apenas três culturas: gregos (Irene), romanos (Pax [literalmente paz em português]) e nórdicos (Forseti). Todas as demais pesquisadas os “deuses da paz” eram também os “deuses da guerra”. Isto porque era de entendimento comum que os “deuses da guerra” eram aqueles que ajudavam os homens a vencer suas batalhas e assim, como vencedores, teriam então direito a paz. Aos perdedores o que sobrava era o sofrimento e a servidão, logo, os perdedores não teriam paz. Neste aspecto podemos tomar, sem contradição nas Escrituras, Deus como o “da paz” pois Ele é vencedor em todas as batalhas. “Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.” (I Cr. 29:11).
Conclusão
É necessário ainda entendermos que a paz que Deus nos proporciona enquanto estamos no mundo é um estado de espÃrito (trataremos mais de assunto na nossa série sobre o Fruto e os Dons do EspÃrito) e no mundo vindouro será completa e perpétua.
Assim encerramos mais esta postagem, crendo que tenha ficado claro que não há contradições entre os textos apresentados. Os aguardamos nas próximas postagens.
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." (Jo. 14:27).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus AltÃssimo.
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