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segunda-feira, 3 de julho de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (03 de julho de 2017)

- Zacarias era filho de quem?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a afirmação feita por Jesus de que Zacarias era filho de Baraquias:

“Jesus disse que Zacarias era filho de Baraquias (Mateus 23:35). [para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.]”.
“Zacarias era filho de Joiada (II Crônicas 24:20-22). [O Espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé diante do povo e lhes disse: Assim diz Deus: Por que transgredis os mandamentos do SENHOR, de modo que não prosperais? Porque deixastes o SENHOR, também ele vos deixará. Conspiraram contra ele e o apedrejaram, por mandado do rei, no pátio da Casa do SENHOR. Assim, o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera, porém matou-lhe o filho; este, ao expirar, disse: O SENHOR o verá e o retribuirá.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? A explicação desta aparente contradição é um pouco complicada, mas antes de a explicarmos vamos levantar algumas hipóteses possíveis no intuito de mesmo que a explicação que daremos ao final não seja satisfatória não reste dúvidas de que qualquer possibilidade pode ser respondida. Vamos a elas:
1. Erro de copistas: Já explicamos porque isso não seria possível nas postagens de 19 de junho de 2015 e 12 de setembro de 2016. Por favor leiam as postagens para entendimento. Com isso vamos a outra possibilidade;
2. Jesus errou: Como explicaremos no final da postagem não há erro. Mesmo assim, se acharmos que há um erro podemos pedir ajuda a Lucas, que escreveu esta mesma passagem em 11:51, e na qual não é mencionado que Jesus tenha citado a Baraquias como pai de Zacarias, assim há também a possibilidade de Jesus não o ter feito; o que nos leva, então, a outra opção;
3.  Mateus acrescentou por conta própria e errou: Como não há erro ou contradição na passagem sabemos que Mateus não acresceu por conta própria e, mesmo que tenha feito, fez consciente de estar certo. Lucas não fez menção a Baraquias porque não achou relevante para sua narrativa. Mesmo que assumíssemos que Mateus houvesse errado, e se realmente fosse um erro, há muito tempo teria sido descoberto e poderia ter sido “consertado”. Assim sequer estaríamos escrevendo sobre isso. Para “arrumar” bastaria eliminar a parte que diz “filho de Baraquias” do texto de Mateus e o problema deixaria de existir. O fato de estar escrito em nossas versões atuais nos garante que temos uma cópia fidedigna em mãos, isto é, são cópias as mais fiéis possíveis aos textos originais e, portanto, não se pode levantar dúvidas quanto a sua veracidade.
Para o melhor entendimento de o porquê não haver contradição nos textos apontados precisaremos que leiam a postagem de 20 de dezembro de 2016. Após a leitura da postagem referida saberão como é tratada a questão das genealogias na Bíblia e na cultura judaica.
Apesar de não ser muito detalhada a genealogia dos levitas a raiz segue o mesmo princípio. Sabemos ainda que é comum colocar o nome do pai no filho. Por exemplo: Pedro é pai de João. João tem um filho e põe o nome de Pedro. Totalmente normal até em nossos dias.
Alguns nomes também eram muito comuns na época devido a seu significado e assim temos muitos Zacarias na Bíblia. Por exemplo o pai de João, o Batista, que apesar de ser sacerdote (Lc. 1:5) não é o mesmo do livro profético e este não é o mesmo que foi Rei (II Rs. 14:29). No entanto na linhagem do pai de João, o Batista, há muitos Zacarias que foram sacerdotes e profetas. Infelizmente não temos a genealogia completa, então vamos trabalhar com o que temos. Vemos em I Cr. 15:17 que Baraquias (ou Berequias, são o mesmo nome) era pai de Asafe. Vemos no vv. seguinte que Asafe tinha “irmãos de segunda ordem”, ou seja, tinha filhos ou netos, e um deles era Zacarias (conferir com II Cr. 29:13 e com 20:14). Vemos que no decorrer dos reinados de Davi até Joás muitos Joiadas, Benaias e Zacarias estão na mesma linhagem assim ficou bastante difícil de delimitar em que época cada um viveu exatamente (em I Cr. 27, podemos ver muitas dessas famílias e inclusive que há um Zacarias, pai de Ido e no livro do profeta Zacarias vemos que ele é filho de um Ido, só para entenderem como há muitos nomes que se repetem alternando entre avós, pais e filhos). Sabemos que entre Davi e Joás transcorreram mais de 150 anos. O suficiente para muitas gerações. Como vocês entenderam lendo a postagem supra indicada, ser filho era estar na descendência. Desta forma sabemos que Berequias foi pai (ou antepassado) de Asafe, que foi pai de Zicri, que foi pai de Mica, que foi pai de Jeiel (I Cr. 9:15), que foi pai de Benaia, que foi pai de Zacarias (II Cr. 20:14), o qual, acredito, foi citado por Jesus na passagem de Mateus que gerou esta postagem. Não há descrição da genealogia de Joiada. Então me parece que Jeiel tive seu nome modificado para Joiada. Talvez para não haver confusão com um dos filhos do rei Josafá, que teve o mesmo nome (II Cr. 21:2), que aliás era um nome muito comum na época (vide I Cr. 16:5). Ou talvez fosse conhecido como, isto é, tinha os dois nomes. Pode ser também que seja um dos descendentes que não foi anteriormente mencionado e que ganhou destaque ao se casar com a filha do rei Jeorão (II Cr. 22:11) e por sua participação na história, escondendo o rei Joás quando criança, começou a ser repentinamente mencionado não se fazendo necessário relatar sua genealogia por fazer parte da mesma família anteriormente citada no mesmo livro das Crônicas.

Apesar da questão de genealogias ser um tanto difícil de entendermos e termos levantado “muitos talvez” esperamos que as explicações tenham sido suficientes para tirar mostrar que não há erro ou contradição nas passagens. Os aguardamos nas próximas postagens.

"Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre." (Hb. 7:25-28).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
Visitem nosso blog: www.sepade.blogspot.com.br




sábado, 25 de março de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (25 de março de 2017)

- O centurião falou pessoalmente com Jesus?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o centurião que estava com um criado doente ter ou não falado pessoalmente com Jesus:

“O centurião se aproximou de Jesus e pediu ajuda para um criado doente (Mateus 8:5-7). [Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.]”.
“O centurião não se aproximou de Jesus. Ele enviou amigos e os anciões dos judeus (Lucas 7:2-3,6-7). [E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Essa dúvida é bastante comum. Quem lê apenas o texto de Mateus entende realmente que o centurião foi pessoalmente até Jesus e ao compararmos com o texto de Lucas esta “contradição” parece realmente existir e muitos não conseguem compreender a razão disso. Já vou lhes adiantar que estes textos não se contradizem e para explicar precisamos resgatar algo que dissemos na postagem de 20 de dezembro de 2016 quando Mateus se apega a atribuições legais ao escrever a genealogia de Jesus. Ao que me parece ele era bem arraigado em leis e atribuições legais, talvez por causa de sua profissão. Também precisamos nos aprofundar um pouco no conhecimento da palavra aqui utilizada. Apresentar é “dar a conhecer uma (ou mais) pessoa(s) [a outra(s)], pô-las em contato pessoalmente ou por escrito” e ainda “dar a conhecer com ordem e clareza; expor, explicar“ (Fonte: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-0/html/index.htm#3), ou seja, não é necessário que a pessoa esteja pessoalmente em contato com outra; o contato pode ser indireto. Para tal um representante (ou mais como neste caso) deve “fazer a ponte” entre os “interessados”. Representação é o “fato de realizar um ato jurídico em nome e por conta de outrem, em virtude de poder legal ou convencional, e com o efeito de criar para a pessoa representada uma obrigação ou um direito” (Fonte: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-0/html/index.htm#2). Assim, agora que conhecemos bem as palavras utilizadas, podemos ver que não há contradição entre os dois textos. O que acontece aqui são duas coisas: 1. Lucas explica com mais detalhes o acontecimento mencionado por Mateus e; 2. Deus, o autor das Escrituras Sagradas, nos deixou não uma contradição, mas uma lição.
E qual seria esta lição?
Quando dizemos que somos cristãos estamos nos colocando como representantes de Cristo. Exatamente por isso os cristãos são sempre confrontados pois o mundo (e também Deus) espera que sejamos como Ele. Que ajamos como Cristo e que coloquemos em prática o que Ele ensinou. Somos seus representantes e quando agimos mau é como se Deus estivesse agindo mau. Por isso Jesus fez a advertência: “... mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” (Mt. 18:7). Se você não quer essa responsabilidade pare de brincar de ser cristão. Pare de envergonhar o evangelho. Se está errando e não sabe como fazer certo se aprofunde no conhecimento das Escrituras. Ore. Estreite seu relacionamento com Deus. Aprenda d’Ele e seja (na medida do possível) como Ele.

Espero que estas palavras toquem seus corações e que provoque um desconforto tal que você se sinta impulsionado a buscar mais a Deus.
Os aguardamos nas próximas postagens.

P.S.: Antes desta havia outra contradição apontada por Nosso Amigo sobre quando Mateus foi vocacionado mas como já havíamos o explicado na postagem de 04 de fevereiro de 2017 o “saltamos”.

"Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo." (1Co 11:1).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (04 de fevereiro de 2017)

- Na tentação de Jesus, qual a sequência dos fatos?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a sequência da tentação sofrida por Jesus:

“O Diabo levou Jesus primeiro ao topo do templo e depois para um lugar alto para ver todos os reinos do mundo (Mateus 4:5-8). [Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.]”.
“O Diabo levou Jesus primeiro para um lugar alto e depois para o topo do templo (Lucas 4:5-9). [E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto. Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo;]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiro quero avisar que quaisquer outras aparentes contradições que surgirem como estas não serão abordadas aqui (como é o caso da vocação de Mateus, que se assemelha a de Pedro, já citada na postagem anterior) pois você mesmo, leitor, já pode concluir, após esta postagem, o porquê de não ser uma contradição. Agora vamos para os textos que foram apontados pelo Nosso Amigo.
Como já dissemos na postagem anterior (http://sepade.blogspot.com.br/2017/01/contradicoes-nas-escrituras-sagradas-20.html) os escritores dos evangelhos não estavam muito preocupados em fazer um diário cronológico da vida de Jesus. Sua preocupação era bem específica, como já dissemos na postagem de 20 de dezembro de 2016. Assim porquê não citar determinados fatos para dar mais ênfase ao motivo principal de estar escrevendo o livro? Bem, foi isso que aconteceu. Mateus, Lucas e também Marcos, que escreveu o livro com a finalidade de mostrar que Jesus era o Filho de Deus, escreveram de forma que o foco fosse dado ao seu objetivo principal. Para Marcos, em 1:12-13, bastava citar que os anjos serviam a Jesus para mostrar que Ele era o filho de Deus (fato que foi citado por Mateus em 4:11 de forma “bastante rápida” e não foi mencionado por Lucas, isso para não tirar o foco do objetivo principal dos livros).
O importante da Bíblia, apesar de ser uma coleção de vários livros, é apenas um único volume porquê todos os livros têm o mesmo autor que guiou os escritores por pontos de vistas, conhecimentos e tempos diferentes. Assim as passagens não se contradizem, mas se complementam.
Assim, com esta rápida e curta postagem estamos certos que ficou entendido para vocês o motivo destes textos não se contradizerem. Esperamos vocês nas próximas postagens.

Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho. Se, tratando de coisas terrenas, não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3:10-12).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (20 de janeiro de 2017)

- Jesus curou um leproso antes ou depois de curar a sogra de Pedro?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre quando aconteceu a cura de um determinado leproso:

“Jesus curou um leproso depois de visitar a casa de Pedro e Simão (Marcos 1:29,40-42). [E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André. Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! No mesmo instante, lhe desapareceu a lepra, e ficou limpo.]”.
“Jesus curou o leproso antes de visitar a casa de Pedro e Simão (Mateus 8:2-3,14). [E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Decerto que o intuito de Nosso Amigo ao apontar “contradições” como está é fortalecer a ideia de quê sendo Deus perfeito e a Bíblia Sua Palavra, ela teria que ser perfeita, ou seja, não poderia haver nem mesmo discrepância de tempo ou números. Essa ideia seria verdadeira se não fosse por dois motivos: 1. Já explicamos como se deu sua inspiração a muitas postagens atrás (http://sepade.blogspot.com.br/2015/06/uma-pergunta-pode-mudar-uma-historia-19.html e http://sepade.blogspot.com.br/2015/07/uma-pergunta-pode-mudar-uma-historia-03.html), assim, quando se está relatando fatos acontecidos, é impossível que o escritor diga algo que ele não tenha tomado algum conhecimento, isto é, só foi escrito o que ele conhecia sobre o evento e isto é a verdade, mesmo que pareça contraditória se comparada com a informação de outrem. Mesmo que algum número não esteja completamente de acordo com outro não invalida o acontecimento, pelo contrário, segundo as próprias regras estabelecidas (Dt. 17:6; Dt. 19:15; Mt. 18:16; II Co. 13:1; I Tm. 5:19; Hb. 10:28), duas testemunhas tornam um fato aceito como verdadeiro (Mt. 26:60). A Bíblia foi escrita com a verdade e para conter a verdade, por isso ela é perfeita. 2. Ela é focada mais em fatos do que em tempos, assim muito do que foi escrito foi de lembranças despertadas pelo Espírito Santo (em muitos lugares encontramos a frase: “até ao dia de hoje” que nos mostra que o escrito foi feito algum tempo depois do acontecimento). Então como lembrar de algo que não se sabia ou não se tinha certeza? Só para deixar claro não estamos aqui falando das revelações, mas da narração de acontecimentos.
Assim, em alguns momentos poderemos ver “contradições” como esta, mas, em sua maioria, como temos demonstrado neste blog, estas “contradições” são apenas aparentes (nosso intuito é demonstrar que todas são, esperamos em Deus conseguir convencê-los disso).
Feita esta pequena introdução vamos aos textos apontados. Já vimos que os pontos de vista de cada observador/escritor podem diferenciar. Também já vimos que a Bíblia não está disposta em ordem cronológica, nem na sequência de livros e nem mesmo alguns relatos dentro deles (como já escrevemos em http://sepade.blogspot.com.br/2015/07/uma-pergunta-pode-mudar-uma-historia-22.html). Ao entrarmos nos evangelhos vamos nos deparar com outra situação além das já mencionadas aqui: narração de fatos que pudessem ser facilmente verificados e atestados. Para isso os escritores tinham que se ater àquilo que lhes fossem mais significativos. Para facilitar a validação, os fatos tinham que ter começo e fim na mesma sequência de texto; para que o leitor não precisasse estar procurando onde estava o “fim de cada história”. Lembrem que os textos eram escritos em pergaminhos (como o dessa imagem https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzAAO3wxuioj92F4CSwXv3veTGnh5hWgH5updxYsTY9eEHCfpo35Knh0b-wjoQyx0w85Sk5HToybouIjdZGz6_Lzw5VYrDtg4fabNof8Lfnix6RLbgBOoHBkMfYpGhBG4hN2FtJt4jngg/s1600/image_thumb%255B2%255D.png) ou papiros (como o desta http://www.papiro.pt/imagens/sliders/historia-papiro.jpg). Assim para não correr o risco de descontinuidade da história, era ideal que ela fosse narrada toda uma vez (para nós hoje, com a facilidade do livro impresso, isso não é muito perceptivo). Para que isso acontecesse o fator cronológico perdia a prioridade, sendo os fatos o foco principal. Outrossim lembremos que a ordem que os textos estão descritos (sua junção como a temos hoje) só foi realizada por volta do Séc. IV (Fonte: http://super.abril.com.br/comportamento/biblia/) e sua divisão em capítulos e versículos foram apenas no Séc. XIII e Séc. XVI (Fonte: http://www.abiblia.org/ver.php?id=6517), assim é possível que a ordem disposta pode não retratar a ordem em que foram escritos e como deviam ser lidos, mas isso também não invalida o conteúdo.
Outro ponto importante nos evangelhos é que não foram relatadas todas as coisas que Cristo realizou ou disse. Vide as palavras de João: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” (Jo 21:2). Vemos então que os escritores tiveram que escolher dentre tantas coisas que foram realizadas e ditas por Jesus as que eram mais significativos com o intuito do qual escreveram seus livros. A beleza das Escrituras é que, sem combinarem, escreveram sobre os mesmos fatos, validando-os, e nos dando pontos de vista diferentes deles, o que nos permitem montar um panorama mais geral e rico dos acontecimentos.
Indo agora para os textos que originaram esta postagem e pedindo um apoio também ao livro de Lucas, devido a ele ter feito “acurada investigação de tudo desde sua origem …” nos dando “uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.” (Lc 1:3-4). Abrindo aqui um parêntese este texto valida nossa ideia de que os fatos, da forma que foram narrados, tinham a preocupação de serem verificáveis e a ordem aqui mencionada por Lucas não é a ordem cronológica, mas uma organização dos acontecimentos, já que na época só haviam relatos e “pedaços” de escritos (Lc. 1:1). Não é nossa pretensão colocar os fatos em ordem cronológica, pois isso seria impossível; mas esclarecer que a ordem das narrativas não estarem em ordem de acontecimentos não pode ser defendida como uma contradição. Para exemplificar Lucas só menciona a vocação de Pedro em Lc. 5:1, após relatar que Jesus esteve em sua casa e curou sua sogra em Lc. 4:39. Marcos só relata o fato de terem entrado no barco no início da noite para passar para a outra margem do rio em Mc. 4:35, enquanto a cura da sobra de Pedro foi em Mc. 1:30. O que quero reforçar é que a escolha da forma que os textos foram escritos, como já mencionei, não presava pela ordem cronológica dos acontecimentos, mas por compor o relato de eventos de uma única vez e de forma verificável da verdade. Portanto, se o leproso foi curado no mesmo dia da sogra de Pedro (Mt. 8:2), no dia seguinte (Mc. 1:40) ou em algum dia qualquer (Lc. 5:12) não inválida o acontecimento, até porquê o texto não diz com exatidão, mas inferimos devido a linearidade da leitura que fazemos nas versões que pela misericórdia de Deus chegaram até nós.
Certos que estão convencidos de que este ponto não é uma contradição nas Escrituras Sagradas me despeço e os convido para continuar acompanhando as postagens.

P.S.: Para exemplificar o que falei mais acima, sobre a quantidade de texto que era escrito a cada vez, leiam informações sobre o Papiro P52 neste link (https://pt.wikipedia.org/wiki/Papiro_P52). Esta informação confirma que em uma "página" eram escritos poucos versículos. Neste caso apenas 6. Portanto pode ter acontecido que em algum momento, na hora da montagem da sequência dos escritos, alguns possam ter ficado “fora da ordem escrita” e havia a preocupação de se concluir cada relato de forma breve mas que contivesse informação suficiente para a confirmação da veracidade do que estava sendo transmitido.

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20:30-31).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (20 de dezembro de 2016)

- Há contradição nas genealogias?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a as genealogias:
Primeira:
“Jesus foi filho de José, que foi de Jacob (Mateus 1:16) [E Jacob gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Christo.]”. {Versão ARC 1911 – Almeida Revista e Corrigida Edição 1911}
“Jesus foi filho de José, que foi de Heli (Lucas 3:23). [E o mesmo Jesus começava a ser de quasi trinta annos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli,]”. {Versão ARC 1911}

Segunda:
“O pai de Salathiel foi Jeconias (Mateus 1:12). [E, depois da deportação para a Babylonia, Jechonias gerou a Salathiel; e Salathiel gerou a Zorobabel;]”. {Versão ARC 1911}
“O pai de Salathiel foi Neri (Lucas 3:27). [e Juda de Johanna, e Johanna de Rhesa, e Rhesa de Zorobabel, e Zorobabel de Salathiel, e Salathiel de Neri,]”. {Versão ARC 1911}

Terceira:
 “Abiud é filho de Zorobabel (Mateus 1:13). [E Zorobabel gerou a Abiud; e Abiud gerou a Eliakim; e Eliakim gerou a Azor;]”. {Versão ARC 1911}
“Resa é filho de Zorobabel (Lucas 3:27). [Jodá, filho de Joanã, Joanã, filho de Resa, Resa, filho de Zorobabel, este, de Salatiel, filho de Neri;]”.
“São citados os nomes de todos os filhos de Zorobabel, mas nem Resa e nem Abiud estão entre eles (I Crônicas 3:19-20). [Os filhos de Pedaías: Zorobabel e Simei; os filhos de Zorobabel: Mesulão e Hananias; e Selomite, irmã deles; e Hasuba, Oel, Berequias, Hasadias e Jusabe-Hesede; cinco ao todo.]”.

Quarta:
 “Jorão era o pai de Ozias que era o pai de Joathão (Mateus 1:8-9). [E Asa gerou a Josaphat; e Josaphat gerou a Jorão; e Jorão gerou a Ozias; E Ozias gerou a Joathão; e Joathão gerou a Achaz; e Achaz gerou a Ezequias;]”. {Versão ARC 1911}
“Jorão era o pai de Occozias, do qual nasceu Joás, que gerou Amazias, que foi pai de Azarias que, finalmente, gerou Joathão (I Crônicas 3:11-12). [Pai de Jorão : o qual Jorão gerou a Occozias, do qual nasceo Joás : E Amasias filho deste gerou a Azarias: Mas Joathão filho d’Azarias.]”. {Paralipomenos I CAP. III:11-12 - Versão ASB 1821 – A Sancta Biblia Edição de 1821}

Quinta:
 “Josias era o pai de Jeconias (Mateus 1:11). [Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.]”.
“Josias era o avô de Jeconias (I Crônicas 3:15-16). [Os filhos de Josias foram: o primogênito, Joanã; o segundo, Jeoaquim; o terceiro, Zedequias; o quarto, Salum. Os filhos de Jeoaquim: Jeconias e Zedequias.]”.

Sexta:
 “Zorobabel era filho de Salathiel (Mateus 1:12). [E, depois da deportação para a Babylonia, Jechonias gerou a Salathiel; e Salathiel gerou a Zorobabel;] (Lucas 3:27) [e Juda de Johanna, e Johanna de Rhesa, e Rhesa de Zorobabel, e Zorobabel de Salathiel, e Salathiel de Neri,]”. {Versão ARC 1911}
“Zorobabel era filho de Fadaia. Salathiel era tio dele (I Crônicas 3:17-19). [Filhos de Jeconias, o cativo: Salatiel, seu filho, Melquirão, Fadaia, Seneser, Jecemias, Sama e Nadabias. Filhos de Fadaia: Zorobabel e Semei. Filhos de Zorobabel: Mosolão, Hananias, Salomit, sua irmã;]”. {Versão BAM}

Sétima:
 “Sale era filho de Cainan, neto de Arfaxad e bisneto de Sem (Lucas 3:35-36). [Lc 3:35 filho de Sarug, filho de Ragau, filho de Faleg, filho de Eber, filho de Salé, Lc 3:36 filho de Cainã, filho de Arfaxad, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lamec,]”. {Versão BAM}
“Sale era filho de Arfaxadad e neto de Sem (Gênesis 11:11-12). [Depois do Nascimento de Arfaxad, Sem viveu ainda quinhentos anos, e gerou filhos e filhas. Arfaxad, com a idade de trinta e cinco anos, gerou Salé.]”. {Versão BAM}

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiro quero (mais uma vez) esclarecer a questão dos textos da Bíblia. Sempre procuro uma versão que seja a mais próxima possível da versão usada por Nosso Amigo e, neste caso, foram umas versões bem antigas (agradecimentos ao Google Livros e ao pessoal que trabalha na The Word); portanto não estranhem o português. Quanto a sequência de textos ser maior que o normal o motivo é o mesmo da postagem de 12 de setembro de 2016 [http://sepade.blogspot.com.br/2016/09/contradicoes-nas-escrituras-sagradas-12.html] sobre os “erros numéricos”; eles têm explicações semelhantes. Assim vamos tentar explicar cada ponto a partir de pontos de vista gerais. Então vamos as informações gerais.
Para explicar estas aparentes contradições temos que entender que algumas palavras não existem em outros idiomas e algumas podem ser entendidas de formas diferente. Por exemplo (e em nosso caso) não existe, nestes textos, a palavra avó (apesar de Nosso Amigo a ter utilizado para dar maior impacto negativo ao texto Bíblico); muito menos termos que usamos no português como bisavó, trisavó e por aí vai (alguns que são utilizados cotidianamente sequer sei se realmente existem). Para fazer um comparativo, no inglês só existe até avó (afirmo isso apesar de meu inglês ser apenas técnico. É possível alguém que tenha bom conhecimento de inglês atestar essa informação?).
Também há uma questão de cultura. Aqui no Brasil não damos muito valor as genealogias (os mais velhos ainda tinham um certo zelo quanto a família. Era frequente ouvirmos a pergunta: “Eis da família de quem?”, e respondíamos: “de sicrano de beltrano”, mas hoje em dia...) então algumas coisas podem nos passar desapercebidas. Em outras culturas, no entanto, a genealogia é extremamente importante e há um cuidado em manter o nome da família. Evidentemente que nem todos da árvore genealógica de uma família foi de grande importância ou de destaque para a história do povo (seja local ou nacional), então os escritores ao relatarem a árvore de algumas pessoas omitem alguns desses nomes, buscando apresentar apenas aqueles que serão mais facilmente reconhecidos pelo público alvo. Também os omiti quanto não há o risco de confusão sobre qual descendência se estava escrevendo (vejam, por exemplo, a Quinta da lista no início da postagem ou Mt. 1:1).
Temos a questão de como as pessoas são conhecidas (quem não conhece uma pessoa por um nome que outro conhece por outro?) e das mudanças que os nomes tiveram com a atualização da linguagem (compare II Sm. 24:24 com I Cr. 21:25, Mt. 9:9 com Mc. 2:14, Mc. 1:16 com Mt. 4:18, At. 9:10 com At. 13:9 e nos textos do início da postagem de 1911 com sua Bíblia hoje). Nos textos Bíblicos também vemos o cuidado dos escritores quando duas pessoas tinham o mesmo nome, exercício a mesma “função” e viveram ao mesmo tempo. Nestes casos os escritores usavam uma variação do nome que tivesse o mesmo significado do original (os significados dos nomes são importantes e já falamos o poder das palavras em nossa postagem de 01 de agosto de 2016 [http://sepade.blogspot.com.br/2016/08/cuidado-com-o-que-ouve-01-de-agosto-de.html]).
Outro ponto que também precisamos considerar é a forma como se entende o termo. No texto bíblico ter por pai não quer dizer que seja filho direto. Assim como ser gerado não quer dizer que nasceu da pessoa. Ambos os termos indicam que é da geração de. Vejamos por exemplo o texto de Jo 8:39: “Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.”. É evidente que as pessoas que disseram isso a Jesus não eram todos sequer da família como entendemos no Brasil (irmãos, primos em 1º grau, etc.) e nem que conviveram pedindo a benção todas as manhãs a Abraão. O que estavam dizendo é que eram descendentes (Ver Rm. 9:6-7).
Explicado isso vamos as outras explicações que se façam necessárias em cada uma das referências elencadas que deram origem a esta postagem.
Primeira: As genealogias de Jesus descritas por Mateus e Lucas não são contraditórias porque “percorrem” duas linhagens diferentes. Assim como todos nós, Jesus tinha duas descendências. Mateus (que escreveu o livro para mostrar Jesus como o Rei de Israel) relata a descendência na qual vieram os reis de Judá e esta era a linhagem de Maria (aqui vou por uma corrente diferente da maioria, senão de todos, os estudiosos da Bíblia, mas isso é um pensamento meu, e mesmo que esteja errado não cria uma contradição nas Escrituras). Chego à conclusão deste fato apenas por uma frase utilizada por Mateus em 1:16, que diz: “…José, marido de Maria”. O que indica, a meu ver, que Mateus se pega a uma atribuição legal, proveniente do casamento. Não é estranho tal fato de se usar o nome do marido, pois, para os judeus, sempre o nome masculino aparecia na genealogia. Já Lucas (que escreveu o evangelho para mostrar a Jesus como Deus-homem e sacerdote de Deus, pois por várias vezes aparece que Jesus estava todos os dias pregando no templo) relata a descendência de José; e uma frase, que está em 3:23, também me leva a esta conclusão. O texto diz que “… Jesus…, como se cuidava, filho de José”. Apesar de já ter insistido outrora de que Maria fosse da tribo de Levi (peço desculpas se fui insistente em demasia nesse assunto em algum momento), esta análise mais detalhada destes dois textos, iluminado pelo Espírito Santo (assim creio, pois de mim mesmo não teria chegado até aqui), me fizeram entender que alguma de suas antepassadas recentes casaram com um homem da linhagem real de Davi e assim, pela árvore genealógica do pai, Maria era da tribo de Judá, sendo, por outro lado, também da tribo de Levi. Estas informações aqui expostas explicam o motivo de aparecer duas linhagens diferentes para José e isso era perfeitamente legal, já que o casamento naquela cultura dava todos os direitos da mulher ao marido, incluindo o de a substituir em sua própria genealogia. Não é novidade que muitos benefícios foram acordados através do matrimônio, inclusive reinos, bens e títulos, foram adquiridos por esse meio durante toda a história da humanidade. Para exemplificar Davi teve direito ao trono de Saul após casar com uma de suas filhas (I Sm. 19:11).
Um outro ponto geralmente apontado como falha da genealogia é que Natã, filho de Davi, não tivesse descendência. Essa conclusão equivocada é baseada em que a Bíblia, com exceção da genealogia em Lucas, não cita os descendentes dele. É claro que não podemos pegar apenas essa omissão para criar tal hipótese. Temos que ter em mente também que as genealogias em Israel eram públicas e qualquer pessoa as poderiam consultar, então, caso houvesse qualquer erro ou engano nessas genealogias os livros rapidamente teriam sido contestados por aqueles que perseguiam o Evangelho. Segundo a Bíblia de Estudos Scofield, 2009, Editora Holy Bible, São Paulo – SP, o livro de Mateus foi escrito em 50 d.C. e o de Lucas em 60 d.C. (em anos aproximados) e, assim, os opositores de Cristo e do Evangelho, que crescia rapidamente e incomodava a muitos, tiveram mais ou menos 10 anos para contestar estas genealogias, já que em 70 d.C. o templo em Jerusalém foi destruído pela segunda vez e, segundo rumores (infelizmente não tenho livros históricos para tentar confirmar este fato, mas não citaria se não fosse plausível), muitos dos escritos que eram guardados no templo (entre eles as genealogias) foram destruídos ou seriamente danificados. Para demostrar que as genealogias existiam e foram pesquisadas vejam os trechos escritos em Mt. 9:27, Mt. 12:23, Mt. 15:22, Mt. 20:30-31, Mt. 21:9, Mc. 10:46-48 e Lc. 18:38-39.
Com estas informações já aqui apresentadas todos os requisitos necessários (todos mesmo) para validação das Escrituras Sagradas são plenamente satisfeitos. As genealogias são verdadeiras e não contraditórias, todas as profecias são cumpridas e explica o fato do povo judeu não aceitar a Jesus como Messias, pois esperavam que Ele viesse pela descendência direta dos reis pela parte do pai, e não da mãe (Vide Mt: 22:42, Mc. 12:35 e Lc. 20:41). Vejamos o que diz em Lucas 1:32 (grifo nosso): “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;”. Assim temos a confirmação de que Jesus não viria pela linhagem real da forma que era esperada e a profecia que anularia a Jesus como herdeiro do trono de Davi (Jr. 22:29-30 e que alguns usam para contradizer a própria Bíblia) é também cumprida.
Segunda, Terceira (1ª parte) e Quarta: O maior questionamento sobre este ponto é o porquê, sendo genealogias diferentes, aparecem nomes iguais após Davi. A resposta é bem simples. Apesar de serem nomes iguais, eram pessoas diferentes que resolveram dar a seus filhos nomes de pessoas “famosas”. Veja que Mateus fala que de Davi ao exílio da Babilônia, pouco antes de Salatiel, foram 14 + 2 gerações (+ 2 para chegarmos a Salatiel). Seguindo o que diz o site http://blog.myheritage.com.br/2013/03/as-geracoes-e-a-sua-genealogia/, atribuindo a Heráclito, que uma geração dura 30 anos, temos o tempo de Davi a Zorobabel como sendo de 30 x (14 + 2) = 480 anos, se somarmos a isso os 3 nomes que Mateus “pulou” por terem um período de “apenas” 50 anos (pouco mais de 16 para cada, o que não completa gerações) vamos para 530 anos. Ao contarmos as gerações até o Salatiel que é descrito por Lucas temos 22 gerações, o que seria 22 x 30 = 660 anos. Vejam que não há como serem as mesmas pessoas, nem pela própria genealogia, nem pelo período de tempo, pois há uma diferença de 130 anos. Assim não é possível que sejam as mesmas pessoas. O fato de Mateus não ter citados alguns nomes era porque ele fez as contas para especificar as gerações completas, ignorando assim alguns nomes, o que não compromete a genealogia e nem a coloca em contradição com nenhuma outra.
Quinta: Se entendeu tudo que foi explicado até aqui então também já compreendeu esta.
Sexta e Terceira (Final): Este é um pouco mais complicado de explicar, pois as Escrituras não nos dão muitos indícios. Mas, baseados na “insistência” da própria Escritura (Vide Ed. 3:2; 3:8; 5:2; Ne. 12:1; Ag. 1:1; Ag. 1:12; Ag. 1:14; Ag. 2:2; Ag. 2:23) em dizer que Zorobabel era filho de Salatiel (ou Sealtiel como também aparece em outros lugares) podemos fazer duas suposições: 1. Salatiel teve um filho durante o cativeiro babilônico o qual lhe pôs o nome também de Zorobabel e; 2. Durante o cativeiro o seu irmão Pedaías (Fadaia) foi pai de Zorobabel, mas não sobreviveu, e assim Salatiel passou a ser o pai legal de Zorobabel. A adoção dá direitos de pais e filhos da mesma forma que os de nascimento. Vejam que nós também somos beneficiados por esses direitos pois  deu-nos “o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;” [Jo. 1:12]. “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus.” [I Jo. 3:1], assim “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” [Rm. 8:16-17]. Aleluia! Que enorme benção que nos foi concedida.
Sétima: Esta última é a mais complicada de todas, pois não podemos dizer se nos documentos utilizados por Lucas realmente havia tal pessoa (Cainã) entre Arfaxade e Selá. O que podemos dizer aqui é o que já dissemos antes, que a genealogias descrita por ele era aceita e foi retirada de documentos públicos de confiáveis. Conjecturar o porquê deste aparecer apenas em Lucas não nos é possível. No entanto sabemos que não é nenhum absurdo que sejam gerados filhos ao 17 ou 18 anos de idade, mesmo que sejam dois da mesma família e mesmo que não seja comum para a época. Assim temos em defesa a possibilidade do acontecimento e a autenticidade dos documentos usados como fonte de informação.

Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tt. 3:4-7).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.