terça-feira, 30 de outubro de 2018

♪ Cuidado com o que ouve! ♫ (30 de outubro de 2018)

- Amor e sexo, por Rita Lee

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Apesar desta música não ser nova (já tem 15 anos) ao ouvi-la recentemente me foi inevitável não a relacionar com o momento atual que estamos vivendo no país. Acabamos de sair de uma eleição presidencial muito polarizada, onde as pessoas olhavam a mesma informação e a entendiam de forma totalmente oposta. Então, nesta terceira postagem de “Cuidado com o que ouve!” vamos tratar um pouco de como a música pode influenciar nossa cosmovisão, ou seja, faz com que nossos conceitos sejam modificados sem que pareçam terem sido distorcidos e assim tenhamos uma nova visão do que é certo e errado. Passamos a ver o mundo sob outro prisma e isto influência nossa percepção da realidade e escolhas. Esta música será ótima para mostrar isso. Vamos a ela:

01. Amor é um livro | Sexo é esporte
02. Sexo é escolha | Amor é sorte
03. Amor é pensamento, teorema | Amor é novela
04. Sexo é cinema | Sexo é imaginação, fantasia
05. Amor é prosa | Sexo é poesia
06. O amor nos torna patéticos | Sexo é uma selva de epiléticos

REFRÃO
07. Amor é cristão | Sexo é pagão
08. Amor é latifúndio | Sexo é invasão
09. Amor é divino | Sexo é animal
10. Amor é bossa nova | Sexo é carnaval

11. Amor é para sempre | Sexo também
12. Sexo é do bom | Amor é do bem
13. Amor sem sexo | É amizade
14. Sexo sem amor | É vontade
15. Amor é um | Sexo é dois
16. Sexo antes | Amor depois
17. Sexo vem dos outros | E vai embora
18. Amor vem de nós | E demora

REFRÃO

19. Amor é isso | Sexo é aquilo
20. E coisa e tal | E tal e coisa

Compositores: Arnaldo Jabor / Rita Lee Jones Carvalho / Roberto Zenobio Affonso de Carvalho
Letra de Amor e sexo © Warner/Chappell Music, Inc

Esta música trata o “amor” e o “sexo” como sendo duas coisas distintas e independentes, até como opostas. Ela não trata o amor como o ato sexual por duas pessoas que se amam, mas precisamos abordar este ponto, pois quando se menciona essas duas palavras é quase impossível não as relacionar a priori. Neste primeiro aspecto precisamos fazer um rápido comentário. Como a lente com a qual olhamos o mundo tem que ser a Escritura Sagrada, é sobre este prisma que precisamos moldar nossa cosmovisão. Pela Palavra de Deus não é permitido o sexo fora do casamento e não é possível que em um casamento saldável não haja amor, logo o sexo não é para ser algo destituído de amor. Fora desta “regra” o fracasso do relacionamento quase sempre, e inevitavelmente, acontece. As vezes o amor é confundido com a paixão, mas há diferenças entre eles. Na postagem anterior desta série falamos um pouco sobre isto. Se ainda não leu confira neste link.
Dentro do que a música se propõe encontramos alguns problemas. Hora trata o amor em sua definição bíblica, a qual é um sentimento que vem de Deus e que parte de você para os outros, sem a necessidade da reciprocidade. Hora o trata em uma definição mais humana, onde espera-se que ao dar amor possa-se recebe-lo também, mas não especificamente através da conjunção carnal. Por vezes é tratado como um sentimento desprovido de um objeto o que lhe dá um tom egoísta, narcisista ou mesmo idiota. O poema tem o poder de suavizar a mensagem, mas nosso subconsciente interpreta a mensagem e muda nossa cosmovisão, mudando o conceito e o banalizando. Para que fique mais claro que nossa análise está no rumo certo vamos abordar cada linha da música:
A. Na linha “1” o amor é um livro, ou seja, algo que deve ser apreciado sozinho. Se for bom pode ser compartilhado ou recomendado, se não for, deve ser depreciado. Pode-se tentar outro livro e depois outro. Uns serão muito bons, outros nem tanto. O certo é que haverá prazeres e decepções. O sexo, no entanto, é um esporte. Em todo esporte você não pode disputar sozinho. Mesmo nos esportes individuais você precisa de outro para competir. As vezes precisamos de mais que duas pessoas, como nos esportes coletivos. Como todo esporte às vezes se ganha, às vezes se perde. Isto faz parte do jogo. O importante é participar, “competir”. Logo diante destas comparações vemos, logo no primeiro verso, o convite para a libertinagem em detrimento da tentativa de um sentimento puro;
B. Na linha “2” confirma o que acabamos de dizer. Sexo é um esporte onde você pode escolher os participantes enquanto o amor você vai ficar arriscando até dar sorte. E como não existe jogos de sorte, mas sim de azar, a probabilidade está contra você. Entretanto esta ideia está demasiadamente equivocada. O amor começa com escolhas. Boas escolhas levam a bons relacionamentos e, se escolher mal, terá relacionamentos fracassados. Não estou dizendo que as coisas são fáceis. Relacionamentos mais duradouros precisam de mais cuidados. Mas quando se escolhe da forma certa, há maior chance de sucesso. Do outro lado, o sexo, mesmo sendo apenas uma única vez, pode trazer consequências para toda a vida;
C. Na linha “3” e “4” trata o amor como sendo algo racional, o que é verdade. Mas o que é racional é tido como algo não é emocionante; sendo maçante e chato. Como uma novela uma vez ou outra até emociona, se vivido por completo, mas muita gente só quer curtir o início e o final. O sexo, entretanto, é cinema, imaginação e fantasia, ou seja, tem muito mais emoção. Não é preciso durar muito tempo e quase sempre trará prazer de forma mais rápida. Esquecemos muitas vezes de medir os impactos reais nas nossas vidas. O filme que pensávamos ser de ação pode, na verdade, ser um filme de terror;
D. Na linha “5” o amor é trazido como algo maçante, sem ritmo, enquanto o sexo é apresentado como algo poético, criativo e belo. Logicamente tais analogias são equivocadas. Não há nada mais belo que o amor;
E. Na linha “6” é feita uma referência até certo ponto estranha. Não sei se tentaram tratar o sexo como uma mal incurável ou apenas fazer uma referência ao orgasmo, uma selva de emoções; em contraponto o amor que nos torna “patéticos”, ou seja, é incapaz de provocar emoções fortes;
F. Na linha “7” o amor é vinculado a religião, enquanto o sexo a não religião. Como não entendem que a verdadeira religião, ou seja, o cristianismo, liberta, chegam a conclusões equivocadas. Entendem que a religião é o “ópio do povo” (Karl Marx) e que o sexo seria a verdadeira libertação. Não podem estar mais enganados;
G. Na linha “8” diz que o amor é uma terra fértil que não está sendo explorada e que o sexo é tipo o MST: invade a terra alheia dizendo que a vai deixar produtiva. Incrivelmente o resultado final é o mesmo. Encontram terras produzindo fartamente e destroem tudo que já está em ponto de colheita. Deixam apenas destruição e partem para invadir outras terras;
H. Nas linhas “9” e “10” diz que o amor é algo que só os deuses podem ter ou que só é proveniente deles (não está tão distante da verdade) e que é de pouca duração (a Bossa Nova só durou oito anos, de 1958 a 1966) e algo que ficou no passado, enquanto que o sexo é algo inerente ao ser humano e que está a todo instante “voltando” (o carnaval acontece todos os anos desde a antiguidade).
I. Na linha “11” tenta mudar o entendimento das linhas anteriores colocando em igualdade o amor e o sexo quanto a duração. Esta linha contraria todas as outras; além de não ser verdadeiro que o sexo dura para sempre, nem em uma relação, nem em uma pessoa, e só seria possível afirmar isto se a humanidade pudesse subsistir, tal como ela é hoje, pelo mesmo período. As expectativas cientificas, no entanto, desmentem esta afirmação, tomando como finito o tempo da humanidade. E pela expectativa bíblica a terra, como conhecemos, um dia terminará e, até onde entendemos, a humanidade não será mais como é agora;
J. Na linha “12” diz que o amor remete ao equilíbrio, dignidade, ética e aperfeiçoamento espiritual. O sexo remete ao que é exigido, ao que é moralmente aceitável. Não é preciso dizer que se procura a todo instante mudar o conceito do que é ou não aceitável, invertendo valores;
K. Nas linhas de “13” a “16” vemos uma repetição do que foi exposto até aqui, só que de forma mais clara. Amor como amizade, você pode amar sozinho sem ser correspondido e não é necessário o contato físico para que ele aconteça, podendo ser, portanto, solitário. O sexo é o que queremos, necessita de companhia e quase nunca gostamos de estarmos sozinhos. E conclui invertendo os valores e a ordem correta das coisas, trazendo o sexo antes do amor, contrariando a forma correta como já expomos no início;
L. Nas linhas “17” e “18” nos é apresentado concernente a responsabilidade e consequências. Enquanto que o sexo vem até nós e ao ir embora nos exime de qualquer ligação, o amor, por estar em nós, nos mantém “aprisionados” e responsáveis ao que virá depois. Geralmente procuramos não assumir responsabilidades o que faz com que este tipo de ideia é bastante confortante. Sendo que as consequências do sexo são muito ruins enquanto as do amor podem até ser penosas, mas nunca são ruins;
M. As linhas “19” e “20” nos mostra apenas que o amor e o sexo são duas coisas opostas. O que não é verdade, como dissemos inicialmente.
Bom, terminamos por aqui. Tenham cuidado com o que ouvem para que não venham a olhar o mundo com uma lente escura, mas o vejamos pela lente transparente da Palavra de Deus.
Se tiverem alguma música que queiram entende-la melhor, deixe seu título e interprete nos comentários. Podem ser músicas seculares ou gospel. Faremos o possível para atendê-los.
Que Deus nos dê sabedoria e renove nosso entendimento.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sábado, 20 de outubro de 2018

« Sobre a guarda do sábado – Parte 03 »

» Série: Aparentes Contradições da Bíblia (20 de outubro de 2018)
Continuação...
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5. Os problemas do sabatismo
Precisamos agora tratar dos “problemas” do sabatismo. Encontramos basicamente dois tipos de sabatistas:
1. Os do sétimo dia: Os sabatistas do sétimo dia são aqueles que guardam o Shabbath exatamente no dia de sábado assim como fazem os israelitas. Os maiores problemas destes são:
a. A aplicação efetiva dos Dez Mandamentos, mas a abolição de toda a lei mosaica: apesar de toda a Escritura tratar o Decálogo como parte integrante da Lei Mosaica, os sabatistas afirmam que são duas coisas distintas. Se fiam em afirmar que a única lei que permanece é a lei moral e que todas as leis cerimoniais foram abolidas enquanto que as leis civis valem apenas para os judeus; tal distinção é equivocada e mostramos isso nas postagens sobre os Dez Mandamento e trataremos um pouco mais sobre isso mais a frente;
b. O foco exagerado no quarto mandamento: dão mais importância ao quarto mandamento do que aos demais mandamentos de Deus (apesar de alegarem que não, não é o que se vê na prática); chegando a chama-lo de “selo de Deus” (logicamente não há texto bíblico que suporte tal afirmação). E o colocam como o “centro da lei”; o que é estranho. Se por um lado ele não está no centro do Decálogo pois não é sua mediana, também não é o mandamento mais importante, afinal conforme dito por Jesus em Mt. 22:34-40 ou Tg. 2:10 não há mandamento mais ou menos importante. Esta denominação, portanto, é exagerada e descabida;
c. É pré-requisito para salvação: Apesar disso parecer estranho, principalmente para a maioria dos sabatistas, peço que me deixem explicar como chegamos a esta conclusão. É certo que afirmam que a salvação é pela fé [Ef. 2:8], mas quando escrevem sobre o assunto: “... a função seladora do Espírito Santo no plano da salvação não conspira contra a identificação do sábado como “o selo do Deus vivo” ... Em realidade, o Espírito Santo é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32) e, por essa razão, Ele é chamado por Cristo de “o Espírito da verdade” (João 14:17; 15:26; 16:13). Sua obra é conduzir os seguidores de Cristo “a toda a verdade” (João 16:13), da qual faz parte o quarto mandamento do decálogo, que ordena a observância do sábado (Êxo. 20:8-11; cf. Sal. 119:142).” [TIMM]. Ellen G. Write escreveu: “Foi-me mostrado o modo por que o povo remanescente de Deus obteve seu nome. Duas classes de pessoas me foram apresentadas. Uma abrangia ... cristãos professos. Estes tripudiavam sobre a lei divina... A outra classe, posto que pequena em número, tributava obediência ao grande Legislador. Estes guardavam o quarto mandamento... É aqui que está a linha divisória entre os que adoram a Deus e os que adoram a besta...”, onde claramente podemos notar a distinção dos que são salvos. Assim a consideração é que apenas aqueles que guardam o Shabbath no sábado (veja que este é o único requisito) tem o Espírito Santo e são salvos pelo sacrifício de Cristo; e aqueles que não o guardam não são. Em outras palavras, dizem que aqueles que não guardam o Shabbath no sábado não podem ser salvos e o sacrifício do Cristo não pode lhes alcançar. “[São] Paulo se opõe a esse tipo de observância do Shabbath, pois é parte de uma ‘filosofia’ que procurava ir além de Cristo para obter a plenitude da salvação.” (CARSON At. al.).
2. Os do primeiro dia: Os sabatistas do primeiro dia são aqueles que guardam o Shabbath no domingo. Geralmente o chamam de “O Dia do Senhor”. Estes também incorrem em alguns erros, que são:
a. Não há alteração de dia para o quarto mandamento: Assim como os do sétimo dia, justificam a guarda do domingo como obediência ao quarto mandamento. Os mesmos problemas do outro grupo ocorrem neste, mas o maior problema é que em nenhum lugar da Escritura o quarto mandamento do Decálogo teve uma alteração explicita de dia do Shabbath;
b. O domingo era guardado como “O Dia do Senhor” pelos apóstolos e pais da igreja: o problema aqui é que o domingo era guardado como dia de culto, exclusivamente, e não como o Shabbath, portanto não houve uma autorização dos apóstolos para tal mudança;
c. A teologia: Os textos bíblicos que são utilizados para defender seu posicionamento são extremamente imprecisos e até mesmo mal aplicados.
6. Há exceções à regra
Uma observação importante é que entre Gn. 2:2 e Êx. 16 não há nenhuma menção de que o Shabbath fosse guardado, por qualquer pessoa que seja, em todo este período; mesmo Deus tendo iniciado o povo, que agora estava recebendo os mandamentos, muito tempo atrás, com Abraão.
É quase certo que durante todo o período que estiveram vagando no deserto eles observaram o Shabbath após seis dias de trabalho, ou seja, no sétimo dia. Mas podemos notar que não era uma regra inquebrável. Alguns exemplos são citados por CARSON, At al.: “O fato de o Shabbath ter por objetivo o serviço de Deus, e não a inatividade, fica claro nas “violações” do Shabbath encontradas no Antigo Testamento: os sacerdotes no templo, a circuncisão no Shabbath, a captura de Jericó, as batalhas dos Macabeus. O Shabbath ocioso dos judeus também foi condenado pelos profetas (p. ex., Is 1.13,14)”. E além desses podemos ver outras batalhas em que o Shabbath era “violado” como em I Rs. 20:29 e os próprios atos de Jesus, como mostrado anteriormente, além de não haver nenhuma menção de que ele era guardado durante o período do exílio babilônico. Só para concluir este ponto, na ocasião da tomada de Jericó, o próprio Deus lhes deu ordem de dar o dobro de voltas, e além disso tocar as trombetas e gritar, e após a queda dos muros ainda entraram em confronto, onde houveram muitas mortes e a cidade destruída.
7. O que diz o mandamento
“Lembra-te do dia do Shabbath, para o santificar.” [Êx. 20:8] e “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra” [Êx. 20:9]. Olhando o texto desta forma o que nos transparece é que o dia específico não é tão importante, mas sim o conceito de trabalhar e descansar. Se não nos apegarmos ao calendário, mas ao princípio textual o Shabbath passa a ser “flexível”, de acordo com a jornada de trabalho de cada pessoa e assim é possível que o mandamento seja mais “acessível” a todos. No caso de Israel, o Shabbath acontece nacionalmente no sábado, ou seja, há uma lei nacional que institui o sábado como o dia para o Shabbath. Mesmo assim há algumas pessoas que trabalham nestes dias como, por exemplo, os hospitais, os que trabalham em urgências e emergências. No Brasil, o Shabbath instituído nacionalmente acontece no domingo, adotado como o primeiro dia da semana de nosso calendário. Levando em consideração o princípio descrito no mandamento, um garçom, que inicia seu trabalho na terça-feira, teria seu Shabbath na segunda-feira, que é o sétimo dia após seis dias de trabalho. Desta forma, utilizarmos o domingo para nosso Shabbath não seria apenas certo como também conveniente. No entanto não concordamos com o posicionamento como o do site Resistir & Construir (link na bibliografia) que tratam o domingo como dia exclusivo de cumprimento do quarto mandamento.
8. Sabatistas: ser ou não ser, eis a questão?
Este subtítulo foi apenas para dar “um tom” ao ponto. Não resisti (rsrsrsrs). Mas vamos ao que interessa. Agora explicaremos os motivos pelos quais não devemos ser sabatistas:
1. A lei do AT foi especificamente para os hebreus: Conforme texto de II Re. 17:35-38. Não é necessário comentários de minha parte. Se precisarem de mais texto para reforçar a ideia podemos indicar Dt. 29:1-9,25;
2. O Decálogo não pode ser tratado separado da Lei: Já falamos mais de uma vez, mas vamos repetir: não há nenhum texto na Escritura que nos permita tratar os Dez Mandamentos de forma separada do restante da Lei Mosaica, assim sendo, ou dizemos que toda ela deve ser seguida (Gl. 5:3; Tg. 1:10), que toda ela foi substituída ou que toda ela foi modificada. Costumam dividir a Lei Mosaica em: Moral, Civil e Cerimonial. A Escritura não dá margem para esta divisão entre o que é Lei moral e cerimonial, mas trata toda ela como “sombra das coisas futuras” (Cl. 2:17; Hb. 8:5; 10:1). Não podemos dizer também que uma pequena parte da lei ainda é válida e sua maior parte não é. Chega-se a dizer que um mesmo mandamento pode se encaixar em mais de um aspecto, o que não facilita. Os sabatistas vão dizer que a Lei Moral ainda permanece e que esta é o Decálogo. A questão principal é como dizer o que é cada coisa em uma norma. Por exemplo, Lei Civil são “Normas que regulamentam o estado e a capacidade das pessoas, suas relações patrimoniais; as relações e os interesses das famílias e as obrigações entre particulares não comerciantes.” (ENCICLOPÉDIA JURÍDICA). Sob esta definição como dizer que não há moral na lei civil? Como dizer, por exemplo, que Lv. 25:39 não faz parte da lei moral? Bem, diante da ausência de textos bíblicos que apoiem a ideia e da dificuldade de fazer a divisão nestes três aspectos não podemos assumir que uma parte da lei do AT vale e outra não vale;
3. A lei do AT e a que está implantada no coração do homem tem um propósito: O propósito da lei é apontar o pecado. Mostrar ao homem que ele precisa de arrependimento pois, para Deus, está morto [Rm. 2:14; Gl. 3:19, 24], ou seja, a lei não salva, mas condena;
4. A lei do AT perde sua validade para os que estão em Cristo: Quando somos regenerados por Cristo a lei perde sua validade para nós [Rm. 7:6]. Nos serve “apenas” como parâmetro que nos ajudam a conhecer o caráter de Deus e no processo de santificação [Gl. 3:11]. Uma nova lei é que nos rege agora [Hb. 8:10-13]. Em outras palavras a Lei foi dada para: falar do Cristo, nos levar ao Cristo, ser cumprida pelo Cristo e encerrada no Cristo;
5. Estamos mortos para a Lei: Como morremos com Cristo a lei não tem mais poder sobre nós [Rm. 7:6] assim não seremos mais julgados por ela. Se quiser entender um pouco mais como isso se dá leia nossa postagem de 07 de maio de 2017;
6. Não é essencial a salvação: preservar um dia da semana para descanso, seja no sábado ou qualquer outro dia, não é o que vai nos conduzir a salvação. Decerto que temos necessidade de um dia para descansar das fadigas do trabalho e podemos fazer uso deste dia para nos reunirmos e cultuarmos a Deus em comunhão com os irmãos. Por outro lado, se você quer dedicar um dia especialmente para Deus, também não há proibição de fazê-lo (Rm. 14:5-6; Cl. 2:16-17), no entanto não pode atribuir a salvação a isto;
7. A Lei foi substituída ou modificada: Os que dizem que a Lei não foi abolida se referem apenas aos Dez Mandamentos como sendo Lei de Deus e todo o restante como Lei Mosaica, que fora abolida. Como falamos antes isto não tem respaldo bíblico e, portanto, este entendimento não pode ser verdadeiro. Tratando a Lei como deve ser tratada há os que defendem sua substituição e os que defendem sua modificação. Os que defendem sua substituição creem que Jesus cumpriu a Lei e instituiu uma nova Lei, citando como exemplo claro o texto de Jo. 13:34. Os que defendem sua modificação focam nas mesmas leis do AT que foram reinterpretadas no NT. Na substituição teríamos que fazer toda uma leitura dos textos do NT olhando de uma forma legalista, buscando quais textos fariam parte da nova lei. Seria um trabalho muito grande e há um grande risco de um entendimento de salvação pelas obras, o que deve ser evitado, pois a salvação não pode mais ser tratada como um “faça isso que será salvo”. O NT traz vários textos diferentes (aparecem em seis formas distintas) dizendo que se você fizer algo será salvo, mas nunca como uma questão legal; sempre como uma questão de fé. Confesso que tenho ainda problemas em me decidir entre as duas (substituição ou modificação) por achar que são muito similares. Como acredito, fica mais para as modificações que para a substituição. Talvez algo que junte as duas coisas, não sei ao certo. Entendo, por exemplo, e apenas para citar alguns, que há uma clara mudança cerimonial entre a Páscoa e a Santa Ceia [Mt. 26:17-19]; entre os cerimoniais de purificação [Nm. 8:5-7] e o batismo [Mt. 21:25]; entre a circuncisão na carne [Gn. 17:11; Lv. 12:3] e a circuncisão no coração/espírito [Dt. 30:6; Fl. 3:3]; e os sacrifícios de animais e o nosso sacrifício [Rm. 12:1; I Pe. 2:5]. Se tratarmos a lei olhando deste prisma todos os textos (creio) se encaixam perfeitamente. Podemos dizer que a antiga lei passou [Mt. 5:18 e Jo. 19:28-30] e agora há uma nova lei, já que uma modificação do mandamento pode invalidar ou apenas alterar mandamentos anteriores [Hb. 7:12].
8. Sacerdotes não quebram o mandamento: Os sacerdotes “tinham permissão” para quebrar o mandamento e não incorrer em pena [Mt. 12:5]. Como em Cristo todos somos transformados em sacerdotes para adorar diariamente ao Senhor em tudo que fazemos e a todo momento, não sofremos punição [Is. 61:6; I Pe. 2:5, 9; Ap. 1:4-6; 5:9-10; 20:6];
9. Todos os nossos dias são para Cristo: Independentemente de você dedicar um dia exclusivamente para servir a Deus não devemos nos esquecer que todos os nossos dias devem ser dedicados a Cristo. Conforme São Paulo escreveu em I Co. 10:31 tudo que fazemos, até mesmo as mínimas coisas, devem ser feitas para a glória de Deus;
10. Com a palavra, os Apóstolos: Se nenhum dos argumentos acima forem convincentes ainda nos resta a palavra dos próprios apóstolos. Já naqueles dias eles se depararam com este mesmo problema, talvez o problema ainda se apresentasse bem mais complicado. Judeus queriam que todos os estrangeiros obedecessem toda a lei, assim como eles o faziam. O assunto teve que ser debatido em concílio (o primeiro concílio cristão ou concílio de Jerusalém) e o que ficou decidido foi que nenhum mandamento da lei lhes devia ser imposto que observassem, mas lhes foi recomendado apenas que se abstivessem das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, de comer carne de animais sufocados e do sangue. A narrativa pode ser lida em Atos 15.

Crendo que qualquer destas razões citadas já é suficiente para não sermos sabatistas, mas que nossa atual situação não altera o que está escrito em nenhum dos textos e suas implicações, terminamos por aqui. Caso surjam dúvidas ou comentários relevantes poderemos, se for o caso, fazer novas postagens complementares. Então se as tiverem deixem nos comentários.
Os aguardamos nas próximas postagens.

"Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê." (Rm 10:4)
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Bibliografia

- BRITO, Frank. O Shabbath e o Dia do Senhor. Disponível em: https://resistireconstruir.wordpress.com/2014/08/27/o-shabbath-e-o-dia-do-senhor/. Acesso em: 10/09/2018;
- CARSON, D. A at al.; Do Shabbath para o dia do Senhor. Editora Cultura Cristã. São Paulo / SP. 2006. 1ª edição;
- JÚNIOR, Joab Silas da Silva. Trabalho da força constante. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/trabalho-forca-constante.htm. Acesso em: 29/08/2018;
- ENCICLOPÉDIA JURÍDICA. Disponível em: http://www.enciclopedia-juridica.biz14.com/pt/d/lei-civil/lei-civil.htm. Acesso em: 07/10/2018;
- REPOUSO – MOVIMENTO. Colégio Web. Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/fundamentos-da-cinematica-escalar/repouso-movimento.html. Acesso em: 29/08/2018;
- SOARES, Elizangela. ANTIGAS VARIAÇÕES SOBRE A VIDA APÓS A MORTE: Circularidade cultural e religiosa no judaísmo pré-exílico? Oracula, São Bernardo do Campo / SP. 2006. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/oracula/article/view/5903. Acesso em 30/08/2018;
- TIMM, Dr. Alberto. O selo de Deus é o sábado ou o Espírito Santo? Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/o-selo-de-deus-e-o-sabado-ou-o-espirito-santo/. Acesso em: 13/09/2018;
- WRITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Ellen G. White Estate, Inc. 2013. Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/downloads/ebooks/. Acesso em: 13/09/2018;

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

« Sobre a guarda do sábado – Parte 02»

» Série: Aparentes Contradições da Bíblia (01 de outubro de 2018)
“Devemos...
... santificar os sábados ...
(Êx 20:8) Lembra-te do dia do Sábado, para o santificar.
(Êx 31:15) Qualquer que no dia do Sábado fizer algum trabalho, certamente será morto.
(Nm 15:32) ... acharam um homem apanhando lenha no dia de Sábado (...) Então disse o Senhor a Moisés: Tal homem será morto (...) e o apedrejaram até que morreu, como o Senhor ordenara a Moisés.

... ou seguir o exemplo de Jesus e seu Pai?
(Jo 5:8-9) Então lhe disse Jesus: Levanta-te! Toma a tua esteira e anda. Imediatamente o homem foi curado, tomou sua esteira, e pôs-se a andar. Aquele dia era sábado.
(Jo 5:16-17) Assim, porque Jesus fazia estas coisas no Sábado, os judeus o perseguiam. Jesus lhe disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
(Cl 2:16) Portanto, ninguém nos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de Sábado.”

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.
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Primeiro preciso fazer uma explicação: chamei esta postagem de parte 02 pois ela é a continuação do assunto sobre o sábado iniciado na série que terminamos na postagem anterior. Se você não acompanhou a primeira parte a encontrarás clicando aqui.

O que digo? Nosso amigo tocou em um ponto que tem, a muito tempo, gerado dúvidas entre os cristãos. Temos que reconhecer a complexidade do assunto já que os maiores teólogos em todos os tempos já falaram sobre ele e mesmo assim o assunto não se esgotou. Seria muita presunção nossa querer esgotá-lo em apenas três curtas postagens em um blog (alguns não tem achado elas tão curtas assim, rsrsrsrs). Nossa proposta é expor o que está na Escritura e como vemos que seja correto; e o querido leitor julgue se fomos coerentes com o que ela nos ensina.
Não abordaremos a questão principal levantada pelo Nosso Amigo nesta postagem, mas precisamos explicar algumas coisas para só depois podermos responde-la de forma clara.
Utilizaremos o termo “Shabbath” ao invés de “sábado”, pois facilitará o entendimento de algumas coisas.
1. A instituição do Shabbath é anterior ao Decálogo
Deus precisou preparar o povo antecipadamente para o quarto mandamento. Tal necessidade mostra que não é fácil mudar a cultura e forma de pensar das pessoas. É preciso algum preparo; algum trato (o processo de santificação é semelhante. Deus começa a mudar o pecador no dia de sua conversão e esta mudança só estará completa no dia de nosso encontro com Cristo). A descrição da instituição do Shabbath encontra-se em Êx. 16. Algum tempo antes de Êx. 20, onde é narrada a entrega “vocal” do Decálogo ao povo. Na verdade, podemos dizer com certeza que o Shabbath foi instituído dezoito dias antes. O entendimento que deviam ter foi mostrado por Deus inclusive de forma prática, com a pausa do envio do maná. Vejamos algumas informações interessantes: A. Deus anunciou o Shabbath aos 15 dias do segundo mês (lembrando que o calendário utilizado por eles, na ocasião, eram de meses de três semanas de dez dias, como já explicamos em postagem citada anteriormente); B. o maná começou a cair no 16º dia e prosseguiu até o 21º dia, sendo portanto, o Shabbath, no 22º dia do segundo mês; C. Deus fala em Êx. 16:4 que já tinha uma Lei estabelecida; D. Deus diz em Êx. 16:28 que o povo se recusa a guardar Suas Leis e; E. Deus fala com o povo no 3º dia do 3º mês para lhes entregar os Dez Mandamentos. Temos então que tocar em alguns pontos aqui: 1. É impossível determinar qual o nome do dia em que aquele ano começou, pois, os dias não tinham nomes, portanto não se pode afirmar que o Shabbath foi instituído exatamente para um dia de sábado. O que podemos determinar é que nenhum dos números apresentados são múltiplos de sete, na verdade, se contarmos como semana de sete dias, seria no primeiro dia da semana, assim a melhor linha é crer que o sábado “passou a existir” a partir de então e; 2. Deus não esperou o Shabbath para falar com o povo. Foi mais significativo utilizar a combinação 3-3 do que esperar o Shabbath, e com isso podemos concluir que o objetivo principal de estabelecer este dia não era uma questão de culto.
2. Para que o Shabbath foi instituído
Antes de abordamos isso precisamos explicar o motivo de tanta rigorosidade e para isso precisamos do contexto em que ele foi instituído. Recomendamos a leitura das primeiras postagens sobre os Dez Mandamentos para entender um pouco da situação em que eles foram entregues. Devido ao grande período de tempo que passaram convivendo com os egípcios, a cultura destes era a base da cultura do povo que agora se formava e uma “desconstrução” era necessária. Além dos contextos que já abordamos precisamos abordar rapidamente mais um: o conceito egípcio de pós vida. Para “viver” na pós vida era preciso três coisas: um comportamento correto, moral e piedoso; ser rico e; prática correta dos rituais, especialmente os de purificação. Somente assim a pessoa garantia uma vida “no céu” junto ao seu deus. O quarto mandamento então era uma forma de Deus dizer que riqueza não era importante e para garantir que seria entendido foram necessárias duas atitudes: uma de determinação de posse e outra de severidade da pena. Por causa desta segunda existe o texto de Ex. 31:15, que é um dos textos apontados pelo Nosso Amigo e que abre esta postagem. A severidade nas sanções não é para punir, mas para se fazer cumprir a lei. Por exemplo, quando você diz a seu filho: “não faça, senão vai apanhar”, você não quer realmente bater nele, certo? Apenas quer que o que foi estabelecido seja cumprido, não é? No entanto quando a ordem é desobedecida a punição se faz necessária para que não venha a transgredi-la novamente; caso contrário não faz sentido algum haver uma ordem. Por este motivo lemos o que está escrito em Nm. 15:32-36 (que também está no início desta postagem). Gostaria de trazer, para que não pensem que Deus seja “horrível”, os dois versículos anteriores ao texto citado, que foi propositalmente “esquecido” pelo Nosso Amigo: "Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao SENHOR; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do SENHOR e violou o seu mandamento; será eliminada essa pessoa, e a sua iniquidade será sobre ela." [Nm. 15:30-31]. Como podem ver, a punição era para aqueles que sabiam o que estavam fazendo e não para os inocentes.
Além de estar dizendo “a riqueza não é importante” há outros motivos para sua instituição. Vamos ver alguns:
a. Para mostrar-lhes que não eram mais escravos do trabalho;
b. Um dia de repouso das atividades cotidianas para que pudessem repor suas forças;
c. Para se dedicarem a outras atividades e a família;
d. Posteriormente para um dia dedicado ao culto a Deus;
e. Como a Escritura diz que as normas da lei eram sombras das coisas futuras [Hb. 10:1] e celestes [Hb. 8:5], servia para apontar para um descanso futuro em Cristo [Mt. 11:28-29] e um descanso celeste [Hb. 3:11; Hb. 4:1-3, 10-11; Ap. 14:13].
3. Descanso, não ócio
Devido a forma rigorosa de como o Shabbath foi tratado a ideia de ócio acabou prevalecendo entre os hebreus. O que devia ser tido como um sinal de liberdade (sinal da aliança entre estes e Deus) terminou se tornando o motivo de muita discussão. Já falamos como Jesus os abordou e o que não é transgredir o Shabbath. Para explicar porque o ócio é impossível e este entendimento era equivocado, vamos pegar alguns conceitos:
a. Trabalho: na física “é a quantidade de energia gasta na execução de uma atividade” (JÚNIOR);
b. Repouso: na física é “quando o corpo ou objeto não se move do lugar, ou seja, ele fica imóvel, ou seja, se, durante certo intervalo de tempo, o corpo mantém sua posição constante em relação a um referencial” (Colégio Web);
c. Descanso: “cessação de uma atividade; pausa, interrupção” (Houaiss).
Como podemos ver pelas definições acima o Shabbath é uma oportunidade de descanso, uma pausa que nos permite apreciarmos o que tem valor (e não o que tem preço). Mesmo em repouso podemos estar executando trabalho. Então descanso é a melhor alternativa e este entendimento fica claro em Ex. 20:11, quando Moisés relaciona este mandamento a criação, mais especificamente fazendo referência a Gn. 2:2, devido ao fato de que Deus não precisar de repouso e baseado ainda nas palavras de Jesus em Jo. 5:17.
4. Shabbath do Senhor [Ex. 16:23; 20:10]
Este dia ganhou a designação de pertencer ao Senhor e isto foi necessário no contexto da época, mas mal compreendido posteriormente. Porque Deus atribuiu o dia do Shabbath como Seu? Para facilitar o entendimento vamos expor uma alegoria:
Um pai decide comprar para seu filho, que já está “crescidinho”, um videogame. O aparelho é bem caro e o filho tem pouco cuidado com suas próprias coisas. Então o pai compra o videogame, instala em sua TV e chama o filho:
- “Filhão, vamos jogar no videogame do pai”.
No dia seguinte o pai vai sair para trabalhar e o filho pede:
- “Pai, me deixa jogar no seu videogame?”.
O pai que comprou o videogame mais para uso do filho do que o seu próprio, já que seu tempo para tal atividade era bastante escasso, responde:
- “Claro que sim, filho! Só tome cuidado com o videogame do pai para não quebrar”.
Com esta pequena alegoria ficou claro para ti, querido leitor, o motivo de Deus ter atribuído ao Shabbath o título de “Seu”? Ele nos disse: “o sábado é para o homem” [Ex. 16:29; Ez. 20:12; Mc. 2:27] pois é o homem que tem necessidade de descanso. Mas se lhe fosse dado diretamente ele poderia fazer dele o que bem entendesse e o motivo pelo qual ele foi instituído teria sido logo esquecido.

Agora poderemos, na próxima postagem, “atacar” o problema de forma mais direta.

"Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado." [Rm 3:19-20].

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Bibliografia

- BRITO, Frank. O Shabbath e o Dia do Senhor. Disponível em: https://resistireconstruir.wordpress.com/2014/08/27/o-shabbath-e-o-dia-do-senhor/. Acesso em: 10/09/2018;
- CARSON, D. A at al.; Do Shabbath para o dia do Senhor. Editora Cultura Cristã. São Paulo / SP. 2006. 1ª edição;
- JÚNIOR, Joab Silas da Silva. Trabalho da força constante. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/trabalho-forca-constante.htm. Acesso em: 29/08/2018;
- REPOUSO – MOVIMENTO. Colégio Web. Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/fundamentos-da-cinematica-escalar/repouso-movimento.html. Acesso em: 29/08/2018;
- SOARES, Elizangela. ANTIGAS VARIAÇÕES SOBRE A VIDA APÓS A MORTE: Circularidade cultural e religiosa no judaísmo pré-exílico? Oracula, São Bernardo do Campo / SP. 2006. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/oracula/article/view/5903. Acesso em 30/08/2018;
- TIMM, Dr. Alberto. O selo de Deus é o sábado ou o Espírito Santo? Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/o-selo-de-deus-e-o-sabado-ou-o-espirito-santo/. Acesso em: 13/09/2018;
- WRITE, Ellen G. A Igreja Remanescente. Ellen G. White Estate, Inc. 2013. Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/downloads/ebooks/. Acesso em: 13/09/2018;

sábado, 4 de agosto de 2018

¤ Os Dez Mandamentos, na interpretação de Jesus – Conclusão ¤

» 04 de agosto de 2018

"E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem." [Mc 7:20-23]
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Chegamos à conclusão desta série de postagens falando sobre os Dez Mandamentos e como Jesus os abordou. Os principais objetivos desta série foram:
1. Deixar as postagens sobre os Dez Mandamentos em sequência e juntas;
2. Mostrar que são muito mais amplos do que apenas o que está na aparência da letra;
3. Salientar que é impossível os cumprirmos todos em todos os dias;
Este último ponto será sumamente importante sempre que tratarmos da Lei e da obra do Cristo na cruz, portanto é essencial que sejamos sinceros para com nós mesmos e vejamos nossa incapacidade de cumpri-la como descrita no Pentateuco. Para “piorar as coisas” Jesus nos dá uma forma mais profunda de compreendê-los e sobre esta nova visão percebemos nossa impotência. Vemos no texto que abre esta postagem que há sentimentos em nossos corações, reforçados por nossa natureza decaída, que nos impulcionam a pecar e, consequentemente, nos afastar de Deus; de sorte que é impossível que haja uma regeneração pessoal baseada apenas em nossa própria vontade. Podemos em muitos momentos e com muito esforço vivermos uma vida reta e justa, mas não o suficiente para sermos justificados diante de Deus, pois é continuamente mau todo o desígnio do coração humano [Gn. 6:5]. A lei então é má? Não! Ela é boa e cumpre bem o seu propósito: revelar que somos pecadores, destituídos da glória de Deus e carentes de Seu sacrifício [Rm. 7; 3:23-24].
Então nos deparamos com um questionamento que sempre é levantado quando se toca neste assunto (da Lei Mosaica): precisamos ainda cumprir os Dez Mandamentos? Teremos que compreender alguns aspectos antes de chegarmos a resposta desta questão. O próprio Jesus disse que não veio revogar a Lei [Mt. 5:17], mas promoveu uma grande mudança de compreensão. Não podemos pensar nem por um momento que Ele veio deixa-la mais fácil de cumprir e assim ser capazes de nos justificar por meio dela. Não! Ao trazer-nos esta nova compreensão nos mostra o quanto mais precisamos de Seu amor. Portanto em se tratando de justificação (salvação) não importa se a cumprimos ou não. No entanto para a salvação há um processo de santificação; e neste aspecto é necessário que cumpramos os mandamentos, não mais da Lei, mas estes com suas devidas modificações feitas por Cristo; mudanças estas feitas em suas formas. Estas alterações tornam possível que qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, possa cumpri-las. Jesus mudou: o sacerdócio; a circuncisão; a purificação; as festas; os sacrifícios. De sorte que todos os aspectos da Lei não foram revogados, mas transformados, e isto para que todos os salvos possam ser santificados através de seu cumprimento.
Você ainda deve estar se perguntando: mas e especificamente os Dez Mandamentos, precisamos cumpri-los? O cerne desta questão, no entanto, não são a totalidade dos Dez Mandamentos, mas apenas o quarto mandamento. Os outros nove não encontraremos problemas em se dizer que devem ser cumpridos, saliento, não para justificação, mas para santificação. Quanto ao mandamento específico citado, no caso o quarto mandamento, pediremos que nos acompanhem nas próximas postagens onde estaremos dando prosseguimento a este assunto, que já está pendente deste que falamos dele em nossa quinta postagem desta série, e que iremos retomar na próxima postagem, ao voltarmos para a série As aparentes contradições da Bíblia.

Os aguardamos nas próximas postagens.

P.S.: Decerto que o querido leitor poderá ter dúvidas que não foram respondidas nestas postagens. Os convido a colocá-las nos comentários e quem sabe Deus nos permitirá criar novas séries de postagens as respondendo.

"Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. " [I Jo 1:8].
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.