domingo, 7 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (07 de maio de 2017)

- Jesus julga, não julga ou nós que julgaremos o mundo?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre Jesus julgar, não julgar ou nós julgarmos o mundo:

“Deus confiou o julgamento a Jesus (João 5:22,27,30)(João 8:26)(II Coríntios 5:10)(Atos 10:42). [E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, ... E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem. .... Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.][Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo.][Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.][e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.]”.
“Jesus, porém, disse que não julga ninguém (João 8:15; 12:47). [Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.][Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.]”.
“Os santos hão de julgar o mundo (I Coríntios 6:2). [Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? O segundo texto aqui apontado já falamos um pouco sobre a questão na postagem de 15 de outubro de 2015. Quando Jesus diz “a ninguém julgo” (Jo. 8:15) sempre há duas referências: uma ao tempo presente e outra ao julgamento pessoal que os homens tendem a fazer dos outros. Como vemos em Jo. 12:47 o propósito da vinda de Cristo ao mundo era para salvação e não para julgamento, isso se refere ao tempo. O julgamento aqui mencionado não é de atos e sim de pessoas. Não importa quem você é, qual sua cor, raça, idade, sexo e condição social. Jesus veio para lhe salvar e não fará julgamento de você devido a alguma condição de existência, isso é referência ao contexto (Mt. 7:1-5). Ele também está disposto a perdoar quaisquer pecados que tenhais cometido. Foi por isso que Ele veio ao mundo e morreu na cruz. Não quer dizer que seus pecados não terão consequências. Você será julgado pelos seus atos e todo pecado traz alguma consequência que resulta, no final, em morte (Rm. 5:12; 6:16, 23). Mas após seus pecados serem perdoados você terá a “vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6:23). Então, para deixar claro, Jesus não veio para julgar ninguém, mas esse julgamento é referente as pessoas e não dos atos das pessoas. Muitas vezes rejeitamos alguém em nosso ciclo de amizades por causa da cor, da altura, do peso, do nosso gosto pessoal. Jesus em nenhum momento fez ou faz esse tipo de julgamento.
Iniciaremos abaixo uma parábola para explicar a questão do tempo citado acima e também para que possam entender mais facilmente os pontos um e três apontados.
No Tribunal de Deus (Rm. 14:10), estando Ele como juiz, têm recebido várias acusações do diabo contra nós (Ap. 12:10). Neste cenário o diabo é o promotor e seu papel é apresentar provas de nossos crimes (pecados) ao Juiz afim de que sejamos por Ele condenados. Algumas pessoas estão tentando se defender sozinhas e, sem argumentos ou provas de inocência, são condenados (Rm. 2:15; I Jo. 3:20). Outros tem comparecido tendo por advogado a “Moisés”, e estes também são condenados (Jo. 5:45; Rm. 3:19-20). Alguns poucos, entretanto, têm escolhido a Jesus Cristo como advogado (I Jo. 2:1). Ele nos defende de toda e qualquer acusação. Em sua vez de falar, após todas as acusações serem proferidas, Ele diz algo do tipo: “Estas acusações contra esta pessoa não podem ser aqui apresentadas. Já fui declarado culpado e condenado por esses crimes e também já cumpri a pena.” (Princípio do “ne bis in idem”).
No futuro esse cenário mudará um pouco. A Cristo será dada a condição de Juiz do tribunal de Deus (que passará, claro, a ser chamado de Tribunal de Cristo, já que Ele será o Juiz, II Co. 5:10). O diabo estará juntamente com seus anjos e humanidade no banco dos réus. Aqueles que já tiveram suas penas pagas em Cristo estarão juntamente com Ele, presidindo o julgamento, pois somos coparticipantes com Ele, por meio de Sua promessa (Ef. 3:6), de Seu Espírito (Hb. 6:4), de Seu Corpo (Hb. 3:14), de Seus sofrimentos (I Pe. 4:13), de Sua Santidade (Hb. 12:10), de Sua Glória (I Pe. 5:1), de Sua Natureza (II Pe. 1:4); Filhos por adoção (Rm. 8:15), enxertados Nele como ramos de outra planta na Oliveira (Rm. 11:17), sendo por Ele consolados (II Co. 1:7) poderemos participar de Sua mesa (I Co. 10:21) após ouvirmos a declaração: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt. 25:34). Àqueles que não quiseram viver conforme Sua vontade a declaração do Juiz será: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt. 25: 41).
Espero que esta ilustração possa ter explicado que não há contradição nos textos. Talvez não aconteça assim; afinal a Bíblia foi escrita de forma que possamos entender um pouco de Deus apesar de toda nossa limitação, e assim entendermos que o final já está decidido e acontecerá.
Não estou aqui pregando medo (se bem que devíamos ter) pois o propósito não é que você tenha medo de ir para o inferno (I Jo. 4:18), mas que tenha prazer de viver com Deus (Rm. 7:22).

Os aguardamos nas próximas postagens.

" Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo." (Sl. 27:4).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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