sexta-feira, 28 de outubro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (28 de outubro de 2016)

- Erro em lista?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre lista de nomes divergentes:
“São citados os nomes de 10 pessoas que vieram com Zorobabel (Esdras 2:2a). [os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná.]”.
“São citados os nomes de 11 pessoas que vieram com Zorobabel (Neemias 7:7a). [os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Azarias, Raamias, Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum e Baaná.]”.


(Esdras 2:3 & Neemias 7:8) Estas passagens pretendem mostrar a quantidade de pessoas que voltaram do cativeiro babilônico. Compare o número para cada família: 14 deles discordam. [Ed 2:3 - os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.] & [Ne 7:8 - foram os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.]

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Este é mais um ponto onde o que prevalece é o tempo e posição de cada escritor. Vejam que os dois estão realmente falando do mesmo evento e, conforme pode ser conferido em Esdras 2:64 e Neemias 7:66, os dois escritores concordam na quantidade de pessoas que vieram com Zorobabel para Jerusalém, e percebam que foram bem mais que 10 ou 11. A lista inicial é apenas um destaque daqueles que para os escritores foram mais importantes ou mais conhecidos. Vejam que enquanto o escritor do livro de Neemias dá destaque para a família citando, por exemplo, Azarias, o escritor do livro de Esdras dá destaque a pessoa que ele acreditou ter “participação” mais ativa, citando o filho de Azarias, Seraías. Aparentemente a uma grande diferença de idade entre os dois escritores já que um parece conhecer melhor os mais idosos, os dando destaque, enquanto o outro dá destaque aos mais jovens. É possível que o escritor do livro de Esdras não chegou a conhecer bem o Naamani, e por isso não o citou. Isso não quer dizer que ele não estivesse presente, apenas não o foi dado destaque por um dos escritores, sendo ele contado juntamente com os outros 42.350. O fato de ser citado no livro de Neemias talvez esteja ligado ao significado de seu nome: misericordioso, compassivo. O escritor deste livro o conhecia, conhecia suas ações e fez questão de lhe dar um lugar de honra. Que isto nos seja por lição: darmos valor devido àqueles que agem compassivamente, pois todos devíamos agir assim, como escreveu o Apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios 4:32: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

P.S.: Fiz um acréscimo do outro ponto nesta mesma postagem porque a explicação para o texto é a mesma. Se os números em “14 famílias” fossem diferentes então o total não seria igual, mas isso não ocorre, como explicado acima.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mt 5:7).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (21 de outubro de 2016)

- Mais erros numéricos?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre outros erros numéricos:
“Foram levados 5 homens dentre os mais íntimos do rei (II Reis 25:19-20). [e da cidade tomou um oficial que tinha a seu cargo os homens de guerra, e cinco homens dos conselheiros do rei, que estavam na cidade, o principal escriba do exército, que registrava o povo da terra, e sessenta homens do povo da terra, que estavam na cidade. Tomando-os Nebuzaradã, capitão da guarda, levou-os a Ribla, ao rei da Babilônia.]” (Versão Reina-Valera em Português - RVP).
“Foram levados 7 homens dentre os mais íntimos do rei (Jeremias 52:25-26). [E da cidade tomou um oficial que era capitão dos homens de guerra, sete homens dos conselheiros íntimos do rei que foram encontrados na cidade, e o principal secretário do exército, encarregado do alistamento do povo da terra para a guerra, e sessenta homens do povo que se acharam dentro da cidade. Tomando-os Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou-os ao rei da Babilônia, a Ribla.]” (Versão RVP).

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiro quero explicar o motivo de ficar mudando as versões bíblicas; procuro sempre, nas 30 versões que tenho, a versão que tem o texto que Nosso Amigo possa ter usado quando apontou essas “contradições”. Algumas vezes, como agora, o texto (ou ao menos um deles) parecem ligeiramente diferentes da versão que ele utilizou. Isto não interfere no entendimento do texto e é claro que este número de 30 versões não é o número exato, mas sim um número aproximado baseado em uma contagem mental rápida. Os sessenta citados nos textos também tem essa característica. É um número próximo baseado em uma contagem rápida da lembrança dos escritores. Este recurso é muito comum sempre que estamos relatando algum acontecimento de tempos atrás e vemos a necessidade de dar um número aos ouvintes (ou leitores) para melhor entendimento. Isto é importante para sabermos o motivo destes textos não estarem em contradição.
Vejam que nos dois textos tanto os conselheiros como o povo ainda estavam na cidade. Não estavam separados ou em locais especiais. Então porque um escritor disse que, dos “mais ou menos” setenta, cinco eram conselheiros próximos do rei e o outro escritor disse que estes eram sete? Ambos fizeram relatos de suas memórias baseados naquilo que lhes fora revelado, ou seja, que era de conhecimento deles. Intimidade é algo que se conquista com o tempo. Então podemos dizer que os dois escritores estiveram por algum tempo ou estiveram algumas vezes na presença do rei, o que lhes levou a tirar esta conclusão que alguns dos conselheiros eram mais íntimos do rei que os demais. Como escritor do seu próprio livro, o profeta Jeremias teve a impressão que sete dos conselheiros pareciam mais íntimos. Para o livro de Reis temos duas opções: 1. O escritor era um sacerdote; e 2. Era um escriba do rei. Seja qual for a situação, em cada uma a contradição inexiste e cada uma delas nos traz uma lição diferente e importante.
1. Se o escritor de Reis foi um sacerdote então os escritos nos traz a lição de que dois dos conselheiros não se interessavam por assuntos do templo. Ou seja, Jeremias, profeta de Deus, vinha a presença do rei para falar daquilo que Deus lhe orientava. Para estes assuntos sete dos conselheiros pareciam íntimos do rei e estavam interessados no assunto. Mas quando o levita vinha ao rei para fala-lhe de assuntos do templo de Deus dois deles não pareciam íntimos do rei, ou seja, não se interessavam pelos assuntos do templo. Isto ocorre com você? Você se interessa pelos assuntos de Deus, mas a casa de Deus (a igreja) não lhe é interessante? Saiba que uma coisa não pode estar desligada da outra, pois o templo é um lugar de adoração a Deus e “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). Então, se você se interessa pelos assuntos de Deus e não se interessa pela Igreja de Deus, então alguma coisa há de errado, e não é só uma mera contradição, é algo muito mais sério. Tenha prazer em dizer como o salmista: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR” (Sl 122:1). Lembrem-se que Cristo “comprou” sua igreja com seu próprio sangue (At. 20:28b), entregando-se a si mesmo por ela (Ef. 5:25).
2. Se o escritor do livro de Reis foi um escriba do rei, então a lição que os textos nos traz é a de uma vida de aparência. O escriba do rei por estar muito tempo na presença do rei o conhecia muito bem. Então dois destes conselheiros que, para Jeremias, aparentavam ser íntimos do rei, na verdade não o eram. Faziam o possível para parecerem íntimos do rei sempre que este recebia visitas, aqui a do profeta de Deus. É claro que muitas pessoas hoje vivem de aparências, principalmente nas igrejas. No entanto quero lhes lembrar que o Senhor sonda os corações (I Sm 16:7, Jó 31:6, Sl 7:9, Sl 26:2, Sl 139, Jr 17:10, Rm 8:27a). Assim, se você vive “parecendo” ser, saiba que podes até enganar seus amigos e a você mesmo, mas não conseguirá enganar a Deus. Portanto reveja sua vida. Escolha viver verdadeiramente. Arrependa-se e viva de forma digna do Evangelho de Cristo.
Certos do vosso entendimento sobre estes textos, tendo respondido mais esta aparente contradição, encerramos mais esta postagem.

porventura, não o teria atinado Deus, ele, que conhece os segredos dos corações?” (Sl 44:21).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (11 de outubro de 2016)

- Onde o rei Josias morreu?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o lugar onde o rei Josias foi morto:
“Rei Josias foi morto em Magedo. Seus servos o levam morto para Jerusalém (II Reis 23:29-30). [Durante o seu reinado, o faraó Necao, rei do Egito, subiu contra o rei da Assíria, na direção do Eufrates. O rei Josias saiu-lhe ao encontro, mas foi morto pelo faraó em Magedo, logo no primeiro combate. Seus servos transportaram seu cadáver num carro, de Magedo a Jerusalém, e sepultaram-no em seu sepulcro. O povo elegeu então Joacaz, filho de Josias, que foi ungido e aclamado rei em lugar de seu pai]” (Versão BAM).
“Rei Josias foi ferido em Magedo e pediu para seus servos o levarem para Jerusalém, onde veio a falecer (II Reis 23:29-30). [II Crônicas 35:23-24 (referência certa) - Arqueiros dispararam contra o rei Josias. Então o rei disse à sua gente: Levai-me; estou gravemente ferido. Seus homens tiraram-no do carro, colocaram-no em outro carro que havia lá, e o levaram para Jerusalém, onde morreu. Foi sepultado no sepulcro de seus pais. Josias foi pranteado por todos os habitantes de Judá e de Jerusalém]” (Versão BAM).

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Para resolver esta aparente contradição vamos recorrer a uma estória (quase uma parábola) mais atualizada e que pode nos ajudar a esclarecer o assunto: Na guerra do Vietnã, um pelotão norte-americano foi atacado de surpresa e o capitão do grupo ficou mortalmente ferido. Os saldados conseguiram escapar e levar consigo o capitão quase morto. Chegando ao acampamento o levaram direto para a tenda médica. Lá chegando e sendo avaliado pelos médicos, foi solicitada sua transferência urgente para um hospital nos Estados Unidos da América (EUA). Um helicóptero foi logo disponibilizado e a remoção foi feita na maior rapidez possível. No entanto, ao chegar ao espaço aéreo americano, o capitão veio a falecer. Os soldados disseram que o capitão morreu ao chegar nos EUA. A família do capitão, no entanto, diz que ele morreu no Vietnã. Algum dos dois está errado? Tecnicamente sim, mas conceitualmente não.
Isto é o que ocorre nestas duas passagens. Vejam que no texto de II Crônicas há a informação dada pelo Rei: “estou gravemente ferido”. A distância entre o Vale de Megido e Jerusalém é de aproximadamente 100 km, o que “justificaria” sua morte no trajeto. Aqui farei uma inferência ao texto apenas para posicionar qual a perspectiva de cada autor. No primeiro texto, do livro de Reis, o autor está em Jerusalém vendo o rei chegar morto, trazido em um carro por seus soldados e toma conhecimento de que ele foi atingido “logo no primeiro combate” (seria a família do nosso exemplo supra). No segundo texto o autor estava presente (ou fazia parte do exército) e assim teve informações mais detalhadas dos acontecimentos. Assim, conceitualmente, não há contradição entre os dois textos.
Certos do vosso entendimento encerramos mais esta postagem sobre as aparentes contradições nas Escrituras Sagradas.

Torre forte é o nome do SENHOR, à qual o justo se acolhe e está seguro” (Prov. 18:10).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (06 de outubro de 2016)

- Quanto custou o terreno que Davi comprou do jebuseu?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre um terreno que Davi comprou de um jebuseu:
“Davi pagou 50 siclos de prata por gados e pelo terreno (II Samuel 24:24). [Não assim, disse o rei; mas pagar-te-ei o seu justo valor. Não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me tenham custado nada. E Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata]” (Versão BAM – Bíblia da Ave Maria).
“Davi pagou 600 siclos de ouro pelo mesmo terreno (I Crônicas 21:25). [Davi deu a Ornã um peso de seiscentos siclos de ouro pelo terreno]” (Versão BAM).

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiramente vamos esclarecer uma variação nas diferentes traduções da Bíblia. Em algumas versões será encontrado descrito, no texto de Crônicas, como 6 kg de ouro, em outras 7 kg, aproximadamente 7 kg, ou um pouco mais de 7 kg. Essas variações ocorrem devido ao tradutor procurar dar uma ideia mais “atualizada” do valor pago. Assim um considerou que 1 siclo = 10 gramas; outro que 1 siclo = 11 gramas; ou 11,3 g, 11,4 g ou, ainda, 11,47 g (se precisarem de uma tabela de pesos e medidas utilizem a deste endereço http://www.pesquisabiblica.org/pesos_medidas_18/pesos_medidas_18_a.htm). Apesar de não haver um consenso quanto ao peso de um siclo a informação nos dá uma boa ideia do montante.
Agora vamos tentar explicar o motivo desses dois textos não serem contraditórios. Para isso quero lhes dar uma informação: adquiri um imóvel por R$ 8 mil. Como você receberia essa informação? Na certa essa informação não diz muita coisa, certo? E se eu dissesse que esse imóvel é uma casa? Acredito que a maioria me chamaria, no mínimo, de mentiroso, mesmo esta sendo uma informação verdadeira, e levantaria outras muitas dúvidas que necessitariam de explicações. E se eu dissesse que este imóvel tem o valor de R$ 92 mil? Agora não sou mais mentiroso, não é mesmo? rsrsrsrsrs. Agora já dá para se ter uma ideia até mesmo do tamanho da casa, não é? Explicando a diferença entre os dois valores: o primeiro valor foi na data da compra, a uns 15 anos; e o segundo seria o seu valor atualizado, baseado no valor do m² de área construída na mesma região.
Isto é o que acontece entre estes dois textos. O escritor de Crônicas fez uma atualização do valor do terreno para passar uma melhor ideia do tamanho do terreno adquirido por Davi. Se ele tivesse utilizado o valor histórico alguns poderiam pensar que Davi comprou apenas um quadradinho, suficiente para colocar o altar e para que não fosse entendido assim teria que fazer uma serie de explicações que tirariam totalmente o sentido do que se estava transmitindo.
Se alguém fosse escrever essa informação em 1975, baseado no valor do ouro e atualizado para nossa moeda, poderia escrever que foi pago no terreno R$ 120 mil; e se fosse escrever hoje diria que o valor foi de R$ 786 mil (essas informações do valor do ouro foram retiradas do site http://www.igolder.com). Se quisermos ter uma ideia do valor na época da compra podemos pegar o valor da prata hoje, que está em torno de R$ 1,87/g. 50 siclos seria então aproximadamente 0,5 kg o que daria um valor próximo de R$ 1 mil. Alguém pode achar que a disparidade de valor é muito grande, mas lembrem que se passaram ± 500 anos entre os dois escritos. Vejam que em nosso “exemplo” um imóvel aumentou praticamente 12x seu valor em 15 anos. Se fosse aplicado a mesma taxa no valor inicial de R$ 1 mil o valor hoje seria algo em torno de R$ 400 mil (que é um valor intermediário entre os valores em ouro atualizados). Se levarmos em conta que alguns outros fatores podem fazer com que esta taxa varie, podemos chegar a taxas muito superiores. Esta última informação foi apenas para que vejam que não há nenhum absurdo e muito menos contradição entre as duas informações.
Certos que mais esta aparente contradição das Escrituras Sagradas foi esclarecida os convido a continuar acompanhando as próximas postagens.

“O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte”. (Sl 18:2)
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.