- Temos que amar ou aborrecer nossos familiares?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre termos que amar ou aborrecer:
“Jesus manda amarmos uns aos outros (João 13:34-35). [Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros]”.
“Você não pode ser um discípulo de Jesus a menos que já tenha aborrecido seus pais, seus irmãos, seus filhos ou sua esposa (Lucas 14:26). [Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo]”.
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.
O que digo? É claro que uma coisa não anula a outra. Quantos pais amam seus filhos e mesmo assim os aborrecem (e vice-versa)? E quantos casais que se amam vez por outra não fazem o mesmo? Assim não há nenhuma contradição entre as duas afirmações.
Até cheguei a pensar em “pular” este ponto mais não podia perder a oportunidade de falar sobre um dos pontos mais difíceis para aqueles que servem a Deus. Não, não é aborrecer os outros. Isso é fácil! Amar é que é difícil.
Vamos primeiro explicar o que o segundo texto citado não diz. Ele não diz que devemos fazer de tudo para aborrecer nossos familiares. Para entender melhor o que o texto quer dizer temos que compreender bem a palavra. Muitas vezes sabemos o que uma palavra significa devido a nosso uso cotidiano e muitas vezes fazemos associações não muito corretas das palavras. Assim vamos ver alguns significados da palavra aborrecer, no Dicionário Houaiss: desagrado, mal-estar; abominar ou provocar abominação; causar ou sofrer desgosto ou contrariedade; causar tédio ou fastio a ou entediar-se; enfadar(-se), enfastiar(-se), maçar(-se); tornar(-se) zangado; enraivecer(-se), enfurecer(-se). Como podemos ver no significado da palavra todos os sentimentos quando aplicado ao texto são “dos familiares” e não nosso. Assim mesmo sendo possível nós amarmos e nos aborrecer os sentimentos são sempre “causados” nos outros. Em outras palavras os outros que se irritam, que se aborrecem conosco. Isso é inevitável e se você já tentou falar do amor de Deus para alguém, em qualquer lugar, já percebeu que isso sempre acontece. Algumas vezes as pessoas querem que façamos determinadas coisas ou que fôssemos a lugares que sabemos não ser da vontade de Deus. E quando nos recusamos eles se aborrecem conosco. Totalmente natural. Afinal “... todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras." (Jo. 3:20). Assim sempre que falarmos de Jesus, que é a luz que veio ao mundo (Jo. 1:9), aborrecemos aqueles que vivem nas trevas, sejam nossos familiares, amigos ou desconhecidos; e não podemos servir a Deus sem fazer suas vontades e uma delas é pregar o Evangelho (Mc. 16:15) da paz (At. 10:36; Ef. 6:15), da promessa (At. 13:32), da graça (At. 20:24), da fé (Rm. 1:17), da salvação (Ef. 1:13), das insondáveis riquezas de Cristo (Ef. 3:8), da Glória de Deus (I Tm. 1:11), que é a verdade (Cl. 1:5) e que é o Poder de Deus (Rm. 1:16). Todas estas coisas em uma única mensagem e que segue o inverso da ideologia do mundo é evidente que aqueles que são do mundo não conseguem entender. Afinal o Evangelho do Cristo crucificado é “... escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (I Co. 1:23). “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co. 2:14). Em nenhum momento os deixaremos de amar e, ao contrário, os amamos cada vez mais a medida que oramos por elas.
Pregamos o Evangelho apenas porque é uma ordenança ou porquê gostamos de aborrecer os outros? Decerto que não. O fazemos especialmente por amor, a Deus e ao próximo. Quando mostramos o que Deus fez por meio de Jesus para proporcionar ao homem a oportunidade de viver com Ele e para Ele é também porque amamos. Encontramos um rico tesouro e temos o prazer de compartilhar com o próximo pois este tesouro é inesgotável. Não conseguimos explicar isso. É algo que apenas sentimos e sabemos que vem de Deus.
Às vezes é difícil amar o próximo? Certamente. Quando no domingo à tarde após o almoço queremos repousar um pouco e o vizinho coloca o aquele som roco no volume máximo, tocando aquelas músicas que denigram sua família, lhes obriga a gritar até ficar roupo para se fazerem ouvir e só suportam porque já estão meio anestesiados pelos efeitos do álcool; é realmente difícil. Nossas emoções carnais são fortes e militam contra nosso espírito (Gl. 5:17).
É, há uma grande distância entre o ideal e o real. Mas “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp. 1:6).
Com isto concluímos mais esta postagem certos de que ficou claro que não há contradição nas passagens. Os aguardamos nas próximas postagens.
" O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba ..." (1Co. 13:4-8a).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
Visitem nosso blog: www.sepade.blogspot.com.br
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