domingo, 4 de dezembro de 2016

« Contradições nas Escrituras Sagradas? » (04 de dezembro de 2016)

- Os filhos recebem castigos de Deus pelo pecado de seus pais?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a Deus castigar os filhos pelos pecados de seus pais:
“O filho não deve ser castigado pelo erro do pai, ou vice-versa (Deuteronômio 24:16) [Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado.] (Ezequiel 18:20) [A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este.] (II Crônicas 25:4) [Porém os filhos deles não matou, mas fez segundo está escrito na Lei, no Livro de Moisés, no qual o SENHOR deu ordem, dizendo: Os pais não serão mortos por causa dos filhos, nem os filhos, por causa dos pais; cada qual será morto pelo seu próprio pecado.]”.
“Deus vinga a crueldade dos pais nos filhos até a quarta geração (Êxodo 20:5). [Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.] (Deuteronômio 5:9) [não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem,]”.
“Todos os homens são culpados pelo pecado de Adão. A culpa passou de pai para filho por diversas gerações (Romanos 5:12). [Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Estes textos parecem ser contraditórios porquê está sendo feito uma pequena confusão. Nosso Amigo está atribuindo a culpa e as consequências como sendo uma coisa só, e não são. Para exemplificar, nesta semana houve um desastre de avião que, tragicamente, levou ao falecimento de muitas pessoas, entra elas um time de futebol inteiro (que Deus conforte os familiares e venha a suprir suas necessidades), no entanto eles sofreram as consequências dos erros de outras pessoas. Como podem ver pelo exemplo real (e do qual nos entristecemos muito) a culpa e as consequências nem sempre são apenas de quem errou e isto não contradiz os textos de forma alguma.
Tenhamos em mente que nossos pecados têm consequências físicas e espirituais e com o já exposto vamos abordar cada um dos textos citados como referência lhes mostrando o que dizem enfatizando essas ideias.
No texto de Rm. 5:12 apresentado, lemos que Adão pecou, portanto ele é o culpado. As consequências para ele são a separação da comunhão com Deus (espiritual), o fim de seu domínio sobre a criação (física e espiritual), a saída do Jardim do Éden (física e espiritual), a árdua jornada de trabalho (física e espiritual) e a morte (física). Quase todas estas consequências também impactaram o restante do mundo, tanto da época quanto até o fim dos tempos. O homem agora, por natureza, está afastado de Deus, tem que trabalhar para conseguir seu sustento e um dia, salvo o arrebatamento dos santos, irá morrer. Todas estas consequências que atingem a todos nós, sem nossa culpa, não é castigo de Deus para nós. São reflexos naturais de uma escolha errada por parte de alguém (assim como no exemplo utilizado). Não foi castigo de Deus para todos por causa do pecado de Adão. Foi a consequência informada que seu ato provocaria. Uma vez que estivesse afastado de Deus e se tornasse mortal, não seria mais possível voltar atrás, salvo um ato do próprio Deus. Este texto ainda traz a culpa para toda humanidade no trecho “porque todos pecaram”. Assim a culpa por nosso pecado é a morte (física e espiritual) [Rm. 6:23]. Lembrem-se que Deus disse a Adão que se pecasse morreria. Uma vez que o pecado e a morte “entraram” no mundo, passou a ser a ordem natural. Mesmo com essa explicação ainda fica a aparência de que fomos punidos por Deus, no entanto não é. Uma vez que Adão morreria, não seria mais possível que nascessem imortais. Lhes lembro que como não conseguimos viver sem pecar, somos culpados de nossos pecados, e assim saímos de Rm. 5:12 e vamos para Dt. 24:16 (ou II Cr. 25:4, são o mesmo conteúdo). Por seus próprios pecados é que pai e filhos serão mortos. Não um pelo pecado do outro. Este texto não é apenas de morte física, mas também de morte espiritual, e assim chegamos ao texto de Ezequiel, que nos diz que nossa culpa não será hereditária. Vejam que o texto diz que a culpa não passará para nossos filhos e que eles não morreram por causa de nossos erros. Por nossos próprios pecados morreremos. Mas nossos pecados podem ter consequências em nossos filhos (veremos um pouco mais a frente).
O contexto deste texto de Dt. era das instruções que Deus estava passando para que seu povo vivesse bem, ou seja, as leis que regeriam a conduta. Os direitos e deveres dos israelitas. Já vimos em postagens anteriores (27 de setembro de 2015) que algumas das transgressões da lei era punida com a morte. No entanto Deus advertiu que tal pecado teria como punição a morte somente para o pai, e não para o filho, e aqui voltamos novamente para Ez., onde os mesmos termos da lei de Dt. são repetidos. Há, ainda hoje, algo chamado de herança. Um filho recebe por direito o patrimônio de seus pais. Neste patrimônio estão incluídas as dívidas (para mais detalhes leiam http://alessandrastrazzi.adv.br/direito-de-familia-e-das-sucessoes/quando-pessoa-morre-quem-paga-dividas/), assim, na época de Ez. surgiu um questionamento (devido a maldade do homem) que se o pai infligisse uma lei em que a pena era a morte, o filho teria que morrer também. Já ouviram o termo “negócios de família”? Pois bem, era assim que queriam que fosse. No entanto Deus falou por meio de Ezequiel que se houvesse arrependimento e o pai ou o filho fizessem o que era certo, não morreria. Nem sempre foi assim fisicamente e homens tem infligido punição para não culpados, mas espiritualmente Deus o garante. Vejam que estas penas que passavam do pai para o filho não eram dadas por Deus, mas sim pelos homens.
E quanto ao ponto de Deus “se vingar” que Nosso Amigo citou? É evidente que ele propositalmente distorceu o sentido do texto. O texto não diz nada sobre vingança. Se olharem no dicionário o termo “visitar”, em um de seus significados, significa “fiscalizar”, ou seja, Deus “fica de olho” nos filhos daqueles que deixam de O adorar. Vejam que o contexto é de Deus falando sobre a adoração a falsos deuses e que isto é uma das coisas que mais O aborrece. Deus não está punindo aos filhos pelos erros dos pais, mas também não interfere nas consequências de seus atos. Vamos citar como exemplos que: 1. em um casal de fumantes há uma grande possibilidade de que seus filhos apresentem problemas de saúde; 2. quando os pais bebem há uma grande tendência dos filhos também beberem. Já ouviram com certeza a expressão “tal pai, tal filho” ou “filho de peixe, peixinho é”, não é? Pois bem, é isso que ocorre. Mas Deus também pode interferir a favor daqueles que o buscam, assim, em uma família onde os mais velhos tem graves problemas de visão, pudemos ter duas filhas sem problema de vista. Em famílias onde a hereditariedade é uma questão certa, vemos Deus agindo e interferindo em favor de nossos filhos.
Para encerrar, certos de que o entendimento sobre estes textos serem contraditórios foi desfeito, quero pedir-lhes que vejam mais atentamente as consequências de seus atos. Quando você peca não está trazendo consequências apenas para você, mas também para outras pessoas. Quando um casal se separa os filhos também sofrem as consequências (em vários casos até mais que o casal). Quando você usa drogas a família e a sociedade sofrem as consequências. Quando você infringe as leis de Deus haverá castigos para você, mas as consequências atingirão também à outras pessoas.

Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? —diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?” (Ez 18:23).

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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