quarta-feira, 23 de setembro de 2020

⏳ O caso “era comum” ⌛

» Out of Series (23 de setembro de 2020)

Recentemente houve uma polêmica aqui, no Brasil, sobre a troca no material de educação do termo A.C./D.C. por AEC/EC e resolvemos escrever um pouco sobre o assunto e deixar alguns pontos para que possam ser meditados e apreciados por vocês, caros leitores.

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Para começar, a polêmica, que apesar de ter acontecido recentemente aqui no país, é bastante antiga no mundo e muita coisa já foi discutida e outras foram definidas sem qualquer discussão, isto é, algumas entidades resolveram modificar e pronto, quem não gostar, não consuma. Desde 2003 já encontramos na WEB algo sobre o assunto. Mas em si tratando de tempo, podemos dizer que a discussão é muito recente enquanto o uso das siglas A.C./D.C. é bem antigo. Foram encontradas já em escritos do século VIII, com a expressão “Anno Domini”. Seu uso é aceito internacionalmente por meio de convenção, mas à medida que o ateísmo vai aumentando nos países a extinção de seu uso entra em pauta.

Como é de costume nosso, fomos buscar a origem da expressão “Era Comum” (EC) e “Antes da Era Comum” (AEC). Buscamos a partir da defesa de quem insiste na substituição e alguns dos argumentos utilizados para justificar a troca vamos abordar mais à frente. Em um breve resumo do que é contado por eles temos o seguinte: primeiro se usou “Era Vulgar” e depois passaram a usar “Era Comum” e isso já desde o século XVII. Você vai encontrar isto facilmente em qualquer Wiki da internet. Lembrando que resumi os textos em apenas uma frase. Logicamente que trazem nomes, os abordaremos mais à frente. O que não mencionam é o contexto em que cada termo foi utilizado e é justamente isto que é importante sabermos.

Vamos começar pela expressão “Era vulgar”. Quando citam seu uso por Kepler (traremos uma breve biografia dos personagens citados aqui no final), no século XVII, não dizem que esta não foi a primeira vez que o termo foi utilizado. Pesquisando um pouco você chegará à conclusão que ela é bem mais remota. Encontrará quem diga que era utilizada pelos judeus sempre que se referiam a qualquer contagem de tempo que não fosse a judaica. A expressão foi adotada pelos maçons e ganhou significado próprio. A maçonaria, como todos já devem saber, existe, dizem, desde a idade média e é um grupo formado por pessoas influentes da sociedade que fazem reuniões e ritos secretos. No meio religioso é tido, hoje em dia, como uma seita por suas doutrinas ligadas ao misticismo. É justamente neste contexto que o Kepler faz uso do termo. Provavelmente ele era maçom (originalmente todos eram cristãos ou gnósticos) e com certeza era dado ao misticismo. Outro que fez uso dessa expressão e no mesmo contexto foi o místico Aleister Crowley. Ele se autoproclamava o Anticristo e devido a suas ideias e perversão lhe foi atribuído o número da besta descrita no Apocalipse (666), primeiro por sua própria mãe, e depois pelo músico e compositor Raul Seixas em sua música Sociedade Alternativa (acho que você nem percebeu a referência, estou certo?). Quando o termo foi usado fora do contexto usado por místicos sempre se fazia a referência clara ao calendário gregoriano.

Posteriormente, já no Século XIX, quando se fez uso da expressão “era comum” sempre se fazia referência a qual calendário estava se referindo. Por exemplo: “era comum dos judeus”, “era comum dos maometanos” ou “era comum da fundação de Roma”. Logo não era uma expressão que continha algum sentido próprio ou particular. Em outras palavras, não era um termo em substituição a expressão “Era Cristã”.



O termo “era comum” é ainda mais estranho ao desafiar o senso comum. Seria lógico se a era que vivemos é comum, que antes dela, seria a “era incomum”, não? Mas certamente logo seríamos levados a pensar que fosse algo tipo a Terra Média, de J. R. R. Tolkien ou Nárnia, de C. S. Lewis. Uma época onde seres míticos teriam vivido. Então faz-se o arranjo para “antes da era comum” e pronto. Tudo resolvido, ninguém mais vai se incomodar com isso. Será?

As desculpas para validar a troca do termo traz alguns problemas ou inconsistências. A mais elaborada delas é a de que já sabemos que o nascimento de Jesus, o Cristo, não se deu exatamente no fictício ano zero. Especula-se uma diferença de ± 7. Entretanto esta incerteza não afeta o evento do qual ele faz referência: marcar a vinda do Deus único a terra em forma humana. Além disso, alterar o nome de “cristã” para “comum” não iria alterar a evento que marca seu início. Ou seja, seria apenas uma troca de nomes que manteria o período e pouco mudaria do significado em si, ao menos na essência. Então esta desculpa não é uma questão de que a designação “depois de Cristo” está errada; o problema é outro.

Em 2016 surgiu uma proposta para se fazer um calendário baseado nas grandes conquistas humanas. Acho que seria uma boa ter tal calendário, mas qual seria o motivo para que este venha a substituir o já existente? Certamente não seria pela facilidade e também não seria pela relevância dos acontecimentos.

Outra desculpa muito utilizada é a de que nem todas as pessoas do mundo são cristãs e que seria mais “inclusivo” usar outro termo. Esta é ainda mais esfarrapada já que há uma convenção mundial para seu uso, assim como há convenções para outras coisas. Apenas para citar um exemplo enquanto a maior parte do mundo usa o metro, baseando-se no SI (Sistema Internacional de Medidas), os norte-americanos continuam utilizando pés e milhas, como unidade de medida de distâncias.

Se o problema fosse, realmente, o de ser inclusivo para ateus ou se fosse apenas de referência religiosa então estaríamos discutindo também, e concomitantemente, do fim dos feriados religiosos, da abolição de datas festivas como natal e páscoa, da proibição de nomes bíblicos como José, Maria, Pedro, Paulo, Tiago, Josué, Felipe ou de nomes que ficaram notórios por serem cristãos como Antônio, Agostinho, Jorge, Francisco. Estaríamos falando ainda sobre uma semana de 4, 6, 8 ou 10 dias, já que a semana de 7 dias faz referência ao texto bíblico de Gênesis 1. Também teríamos que trocar os nomes dos dias da semana já que sábado é bíblico e todos os outros são cristãos. Ah, e não esqueçamos o fim do descanso semanal, já que também é um preceito bíblico.

Mas, então, qual é, realmente, o motivo disso?

O motivo é o ódio do mundo por Deus. Isto, aliás, a meu ver, é uma prova da Sua existência. Ninguém vai odiar o que não existe. Não vemos, por exemplo o mesmo empenho em acabar ou o mesmo rancor para com o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa. Querem retirar toda e qualquer alusão a Ele esperando que assim desapareça. Não percebem que quanto mais se afastam de Deus piores as coisas ficam, não melhores. A vida de quem vive longe de Deus pode até parecer maravilhosa em diversos momentos, mas como é o final é visto em não poucos exemplos. Uso de drogas, perversão sexual, abusos e suicídios em muitos casos.

Por aqui o começo da discussão é por algo trivial, mas o que vem depois não será diferente do que já acontece em outros lugares: destruição de templos e símbolos cristãos e perseguição religiosa, que, infelizmente, muito raramente viram notícia.

“Engraçado” é verificarmos que na história do mundo todas as perseguições religiosas foram realizadas por religiosos e esta não é diferente. A única diferença é que desta vez os religiosos não sabem a que deus estão servindo.

Você, que se diz cristão, está na hora de firmar compromisso sério com o Senhor ou então “abandonar o barco”. As coisas estão começando a ficar sérias.

Se você resolver desistir quero apenas lhe deixar como lembrete as palavras de Jesus, o Cristo, a quem estão tentando retirar da história: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt. 16:25-26)

 

"Que a graça e a Paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês." (I Co. 1:3)

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Visitem nosso blog: http://sepade.blogspot.com

Breve biografia dos personagens citados:

- Johannes kepler nasceu em Weil der Stadt, cidade do sul da Alemanha, no dia 27 de dezembro de 1571. Foi matemático, astrônomo e astrólogo. Foi responsável pela elaboração das “Leis do Movimento Planetário” - as "Leis de Kepler". Apesar de cristão era muito preso ao misticismo. Fez parte ou conhecia bem as crenças do grupo secreto conhecido como maçonaria, que, inicialmente, era formado em sua maioria por cristãos. Morreu na cidade de Regenburg, Alemanha, no dia 15 de novembro de 1630.;

- Aleister Crowley nasceu em Warwickshire, na Inglaterra, no dia 12 de outubro de 1875. Foi mago, poeta, ocultista e escritor, que se autodenominou A Grande Besta 666 e o Anticristo. Considerado o homem mais perverso do mundo pela imprensa britânica durante os anos 20. Influenciou diversos músicos dos anos 40 a 80. Faleceu de bronquite crônica no dia 1 de dezembro de 1947 aos 72 anos.

- Raul Seixas nasceu em Salvador, Bahia, no dia 28 de junho de 1945. Foi um cantor, compositor, guitarrista e produtor brasileiro. Muito influenciado pelo misticismo, suas músicas trazem mensagens ocultas ou subliminares. Faleceu em São Paulo, no dia 21 de agosto de 1989, com apenas 44 anos, vítima de pancreatite aguda causada pelo excesso de bebida.

- John Ronald Reuel Tolkien, conhecido como J. R. R. Tolkien, nasceu em Bloemfontein, África do Sul, no dia 3 de janeiro de 1892. Católico, foi escritor, filólogo e professor universitário inglês, autor de Senhor dos Anéis e Hobbit, verdadeiros clássicos da literatura fantástica. Em 1972 foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II. Faleceu em Bournemouyh, Inglaterra, no dia 2 de setembro de 1973.

- Clive Staples Lewis (1898-1963), conhecido como C. S. Lewis, nasceu em Belfast, na Irlanda (atual Irlanda do Norte), no dia 29 de novembro de 1898. Apesar de ter sido criado em lar cristão se tornou ateu após a morte da mãe e despertou o interesse pelo ocultismo. Aos 31 anos se tornou cristão, e sua fé afetou profundamente sua obra, a religião foi tema constante em seus livros. Faleceu em Oxford, Inglaterra, no dia 22 de novembro de 1963.

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