sábado, 27 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (27 de maio de 2017)

- Na saída de Jericó Jesus curou quantos cegos?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o ou os cegos que Jesus encontrou na saída de Jericó:

“Na saída de Jericó, Jesus se encontrou com dois homens cegos (Mateus 20:29-30). [Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!]”.
“Ao sair de Jericó, Jesus se encontrou com somente um homem cego (Marcos 10:46-47). [E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiramente gostaria de agradecer ao irmão Julison Santos e ao Presb. Edson Jr. que me ajudaram com uma dúvida no grego e pelo bom material para pesquisa que este último nos disponibilizou e o qual utilizaremos como fonte para algumas ideias desta postagem. Quanto a contradição aqui apontada quero lhes dizer que pesquisei bastante e também meditei muito, mas não encontrei, como nas demais, uma resposta que seja direta. Para responde-la precisarei fazer várias inferências ao texto e também fazer algumas suposições. Muita coisa se perdeu ao longo da história e muitas ideias não sobreviveram até nós. Exporei aqui o que li pela internet e o que está no livro “Comentário do Novo Testamento, Exposição do Evangelho de Marcos”, de William Hendriksen (Editora Cultural Cristã, 1ª edição, 2003) o qual trás, também, algumas alternativas para a solução deste problema. Recomendo sua leitura para mais detalhes e maior conhecimento sobre o evangelho como um todo, pois aqui o usaremos levemente procurando apenas os pontos que se referem ao problema apresentado. Começarei pelas hipóteses que encontrei e que acho mais absurdas, passando depois para as menos prováveis, depois as que acho mais coerentes e, finalmente, como vejo o acontecimento. Não fiquem chateados se outros assuntos surgirem durante esta postagem, mas ela me levou a várias considerações que estão ligadas e mencionarei algumas. Procurarei ser o mais sucinto possível.
Nosso problema aumenta um pouco quando inserimos na discussão o evangelho de Lucas como escrito em 18:35-43. Além do problema de termos numa narrativa dois cegos sendo curados e, nas outras duas, apenas um, Lucas o coloca antes da entrada em Jericó, enquanto os outros escritores o colocam na saída. Esperamos que fiquem satisfeitos com esta postagem e que ao final concordem que a contradição aqui apontada na verdade não existe.
1. Timeu: Um dos cegos foi chamado por Marcos de Bartimeu (filho de Timeu) e uma das estórias que vemos é que ele (Timeu) era um general aposentado que esteve à frente de uma rebelião contra o império romano devido a ter sua aposentadoria confiscada. Teria sido capturado pelos romanos e sido crucificado. Seu filho teria tido os olhos arrancados (ou vasados) como castigo e “recado” para os demais cidadãos. Esse conto é atribuído ao historiador hebreu Flávio Josefo no livro que hoje conhecemos como “História dos Hebreus”. O problema é que esta história é falsa por vários motivos: a. Apesar de Flavio Josefo falar de um Timeu nada tem a ver com este. Ele era um escritor (talvez historiador) grego e que em 360 a.C. (±) virou um personagem de Platão em seu livro intitulado “Timeu” ou ganhou seu nome devido a este personagem (um filósofo que viveu no Séc. V a.C.). Não sei quem veio primeiro. Em todo caso nada tem a ver um com o outro. Portanto esta estória não deve ser levada em consideração; e b. se Bartimeu tivesse seus olhos arrancados não seria possível lhe restaurar a visão sem fazer com que os órgãos aparecessem novamente o que seria um fato para ser relatado com muita ênfase, o que não ocorre. Outra explicação para o nome de Bartimeu seria justamente uma referência de Marcos ao livro de Platão. Se essa hipótese for levada em consideração e também de que Lucas pegou informações (sejam escritas ou orais) de Marcos, a ideia de que o Evangelho de Marcos foi escrito em Roma e para a comunidade cristã romana deve ser revista. Tenho uma ideia própria e contraria a esta. Colocar Marco em Roma só interessa ao catolicismo por querer colocar Pedro durante um tempo no mesmo local para o transformar no primeiro papa. Uma pergunta que podemos fazer é que sendo Marcos bom em Latim (há vários termos no seu evangelho) e estando escrevendo para uma comunidade romana (um dos maiores orgulhos do imperador romano era que todo seu império utilizava essa língua) porquê escrever em grego? E outra pergunta, se Pedro estava lá, e foi a única (ou melhor) fonte de Marcos, porquê outra pessoa lá de Roma mesmo não o escreveu? Estas são só duas das perguntas que podemos fazer sobre o assunto;
2. Os cegos insistentes: Bom, que os cegos foram insistentes isso está revelado no texto, mas alguém entendeu que um cego estava na entrada da cidade e quando a multidão passou ele seguiu por toda a cidade clamando para ser curado e após atravessá-la inteira, e estar saindo do outro lado, quando encontraram com outro que também clamava do outro lado é que Jesus resolveu que os devia curar. Tal ideia não explica porque Lucas entenderia que a cura foi realizada na entrada da cidade e não na saída e além disso o versículo seguinte (Lc. 19:1) diz que Jesus entrou na cidade;
3. Jesus esteve várias vezes em Jericó: Uma hipótese diz que Jesus esteve várias vezes em Jericó e que em duas delas ele curou um cego, o de Marcos e Lucas, e em outra curou dois, de Mateus. Esta explicação também não faz muito sentido nestes contextos. Não que Jesus não tenha estado lá muitas vezes ou curado muitos cegos (isso não sei), mas os três textos relatam a mesma visita, e não dá margens para se entender que não fosse. Jesus estava indo a Jerusalém para seu sacrifício por nós, portanto não faz sentido diferenciar os milagres do mesmo evento;
4. Jesus entrou, saiu e tornou a entrar na cidade de Jericó: Isto também não faz qualquer sentido. Mesmo que a cidade tivesse apenas um acesso, além de não haver motivo para tal feito, não explica nada já que o texto foi escrito muito tempo depois (como já dissemos em postagens anteriores) e seria muito estranho que algum deles tivesse se atrapalhado com isso. Vejam que o texto em Lucas 18:35 diz que “ao aproximar-se” o que demonstra que Ele acabava de chegar à cidade. E se depois de ter curado, entrado na cidade, saído novamente para que os outros escritores dissessem que foi na saída ou que se tenha passado direto da primeira vez e voltou para fazer a cura e tornou a entrar na cidade não era, realmente, como se estivesse saindo. Portanto é muito confuso e beira o absurdo;
5. Zaqueu: Outra linha de pensamento é bem parecida com a anterior mas dá um motivo para Jesus ter retornado à cidade. Ainda assim é bem complicado dizer que Lucas causaria tal confusão e também há outro ponto que deve ser notado nesta hipótese é o fato de Jesus ter passado a noite na casa de Zaqueu e só indo embora no dia seguinte, o que torna a explicação ainda menos plausível;
6. Nas proximidades: Uma outra que resolveria o problema é a explicação de que o texto de Lucas pudesse ser traduzido de “ao aproximar-se” para “estando nas proximidades” (Lc. 18:35). Isso realmente resolveria o problema mas acontece que o verbo utilizado no grego não pode ser traduzido desta forma. Não vou colocar aqui a explicação técnica que recebi e a qual agradeci no início da postagem, mas esta impossibilidade de tradução invalida essa hipótese, além de que teríamos que procurar explicar o motivo de Lucas não o ter mencionado depois da visita a Zaquel e sim antes;
7. Duas “Jericós”: Outra explicação seria o de haver duas “Jericós”. Isso pelo fato que a Jericó dos tempos de Jesus distava de ± 1,6 km da Jericó do Antigo Testamento (A.T.), e que Jesus fez a cura dos cegos entre a duas, o que daria a Lucas a visão de estar entrando em Jericó (nova) e para Mateus e Marcos de estar saindo (da velha Jericó), mas, usando a explicação do HENDRIKSEN: “seria, de fato, muito estranho que, num relato que apresenta tanta semelhança, ..., o nome “Jericó” significasse duas coisas diferentes”. Também temos o problema de provar que a velha Jericó fosse habitada na época de Jesus;
8. Um e um: Uma outra hipótese das que li seria de Jesus ter curado um cego na entrada e outro na saída e que Mateus, para economizar espaço, tivesse se referido as duas como sendo apenas uma. Esta explicação seria possível não fosse o fato de Lucas se referir a uma cura em dia diferente dos outros;
9. Vários cegos: A última hipótese seria de Jesus ter curado vários cegos e Lucas ter mencionado um e Marcos e Mateus ter se referido a outros. Infelizmente a pessoa não explica como isso seria possível e termina por colocar cegos de várias curas e de vários lugares para explicar porque teria sido mais de um, deixando sua postagem um tanto confusa, e aqui é onde entra como eu entendo o acontecimento;
X. A “culpa” é de Bartimeu e Zaqueu: Para explicar como entendo essas passagens vamos ter que criar todo um panorama. Começaremos do texto de Mc. 9:33 que coloca Jesus e seus discípulos em Cafarnaum e de lá parte para o território da Judéia, além do Jordão (Mc. 10:1). Seu destino, assim como o de muitos nesta época do ano, era Jerusalém devido a festa da Páscoa que logo chegaria. É fácil imaginarmos que as pessoas conhecidas dos discípulos tivessem tomado conhecimento antecipado que Jesus iria para lá (Mt. 16:21) e que tivessem então se reunido nos arredores para fazerem juntos a viagem. Ao longo do caminho outros viajantes foram se juntando, formando uma pequena multidão. Ao longo do caminho passaram por muitas cidades, mas não temos relatos de que Jesus tenha entrado em nenhuma delas. O mais provável é que ficaram próximos as estradas mesmo. Imagino que algumas pessoas da multidão tomavam a dianteira para conseguir algum lugar nas estalagens e é evidente que Jesus enviava os discípulos para conseguir mantimento. A distância estimada entre Cafarnaum e Jericó é de 140 km. Se tomarmos que o trajeto foi feito todo a pé, e que no grupo que crescia cada vez mais tivessem pessoas de ambos os sexos e de todas as idades poderíamos dizer que a velocidade de marcha seria um pouco menor que a velocidade de caminhada, que é determinada em 4 km/h (caminhada mais leve), ou seja, se deslocavam, podemos estimar, a 3 km/h. Então, em um dia, percorriam cerca de 20 km, se deixarmos algum tempo de descanso e o tempo que os discípulos gastariam para ir até a cidade mais próxima para conseguir mantimentos e retornar para o grupo. No trajeto Jesus aproveitou os momentos de descanso para ensinar a multidão e aos discípulos, mas não temos relatos de curas. Assim, depois de uma semana (ou mais, já que no sábado eles não podiam seguir viajem) de caminhada dormindo ao relento e já se aproximando de Jericó, os discípulos conversaram com Jesus para se adiantarem do grupo e ir conseguir um lugar para ficarem, pois o próximo passo seria a entrada em Jerusalém. Jesus consentiu e eles se adiantaram. Devido a apreensão de conseguir lugar e mantimento é muito certo pensarmos que todos os doze se anteciparam. Algumas pessoas da multidão devem ter feito o mesmo. Nesta época do ano os mais pobres enchiam as ruas para pedir esmolas e em Jerusalém dois cegos estavam enfrentando forte “concorrência”. Nessa altura um deles teve a ideia de ir mais para perto de Jericó e abordar as pessoas no caminho para Jerusalém e assim fizeram. Um outro cego, morador de Jericó, já estava postado antes da entrada da cidade, para evitar a “concorrência” no interior da cidade (Lc. 18:35). Muitas pessoas chegavam a Jericó por esses dias, mas ele percebeu, em certo momento, um aumento muito grande no movimento. Perguntou o que se passava e alguém lhe disse que Jesus, o Nazareno, se encaminhava para a cidade (Lc. 18:36-37). Ele já havia ouvido falar que Jesus, o Nazareno, era o que estava sendo chamado de O CRISTO e vinha fazendo muitos milagres e curas e, ainda, que O CRISTO vinha da descendência de Davi. Sem saber a qual distância Jesus estava dele e ouvindo aumentar o barulho da multidão começou a gritar pedindo que Jesus o curasse (Lc. 18:38), mas alguns dos que também se anteciparam a Jesus o repreendiam para que se calasse (Lc. 18:39). Não sabemos quais eram as palavras de reprimenda, mas ele não podia perder esta oportunidade e, sem saber se Jesus já havia passado, pois o baralho da multidão havia aumentado consideravelmente, e também por isso, passou a gritar ainda mais alto. Então Jesus parou, o chamou e o curou (Lc. 18:40-42). Este então passou a seguir a Jesus para dentro da cidade e dava louvores a Deus (Lc. 18:43). Dentro da cidade a notícia se espalhou e Zaqueu correu para ver a Jesus. A história do encontro de Jesus com Zaqueu pode ser lida em Lc. 19 e o que nos importa no momento é que Jesus passou a noite em sua casa e os seus discípulos não o encontraram senão no dia seguinte. Na manhã do dia seguinte, ainda de madrugada os dois cegos desceram caminho a Jericó para se colocarem em algum ponto da estrada a fim de abordar os viajantes e no fim do dia iriam pernoitar em Jericó. É claro que temos que pensar que eles não fizeram o trajeto sozinhos e que iam em companhia de algum viajante que estivesse se dirigindo para Jericó, o que acontecia sempre por serem cidades próximas, distância de apenas um dia de caminhada, cerca de 22 km. Entrementes os discípulos se encontraram com Jesus e saiam da cidade com grande multidão (Mt. 20:29, Mc. 10:46a). Além dos que foram sendo agregados no caminho agora haviam os que já estavam em Jericó e também os morados de Jericó, que diante da cura de um conterrâneo se dispuseram em seguir a Jesus. O momento que se seguia era bastante perturbador para os que eram contrários a Jesus e para piorar muitos tinham ouvido a parábola que foi contada na casa de Zaqueu em que disse: “Certo homem nobre partiu... com o fim de tomar posse de um reino” (Lc. 19:12) e “Quando... a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles...” (Lc. 19:27). Então imaginavam que Jesus estava indo para Jerusalém para se tornar rei (não estavam errados, é claro, mas não era da forma que pensavam). A certa altura do caminho os dois cegos, que já haviam chegado lá e mendigavam sentados à beira do caminho, ouviram o grande movimento de pessoas e indagaram o que acontecia. Lhes disseram que Jesus, o Nazareno, passava por ali (Mc. 10:47). Sua fama já era bastante conhecida e então começaram a gritar: “Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!” (Mt. 20:30). Aqueles que já estavam com medo do que podia acontecer em Jerusalém ouvindo que clamavam dizendo que Jesus era o herdeiro do trono de Davi os repreendiam para que se calassem, mas eles gritavam cada vez mais alto (Mt. 20:31, Mc. 10:48). Então Jesus parou, os chamou e os curou, tocando-lhes os olhos, e estes o foram seguindo pelo caminho até Jerusalém (Mt. 20:32-34, Mc. 10:49-52). A partir daqui vamos tomar Pedro como fonte de informação principal de Marcos e que Lucas ouviu (ou leu) a história contada por Marcos. Chegando em Jerusalém, Jesus montado em um jumentinho (Mt. 21:1-11; Mc. 11:1-10; Lc. 19:29-44), muita gente o foi receber na entrada da cidade e Marcos estava entre eles. Vendo a multidão passar viu um homem que antes era cego, o qual ele conhecia como sendo Bartimeu (ou reconheceu o homem em um outro momento). Correu até Pedro e perguntou se Jesus o havia curado e Pedro respondeu: “ele estava no caminho para cá, na saída de Jericó, sentado à beira do caminho mendigando, e pediu para ser curado.”. Ele não mencionou o outro cego porquê para a pergunta que Marcos lhe fez e o momento não se faziam necessários. Assim Marcos não soube da cura do outro cego. Muitos anos depois Lucas veio a Jericó, quando da verificação dos fatos para poder escrever seu evangelho, procurando um homem conhecido por Bartimeu. Chegando lá não obteve sucesso pois ninguém conhecia tal homem nem seu pai, mas conheciam alguém que Jesus restaurara a visão e também ficou sabendo de como o encontro com Jesus mudou a vida de Zaqueu. Isso despertou todo o interesse de Lucas, afinal era uma história que os discípulos não conheciam. Foi procurar o homem que antes era cego e fora curado, mas com todo o interesse voltado para encontrar Zaqueu posteriormente. Sua conversa com o primeiro deve ter sido bem rápida. Deve ter perguntado se seu pai se chamava Timeu. Diante da resposta negativa perguntou se havia sido curado por Jesus. Diante da resposta positiva ouviu um breve relato mais ou menos assim: “quando vinham chegando em Jericó eu estava perto da entrada da cidade mendigando, e ao ouvir que Jesus vinha gritei para que tivesse compaixão de mim, e Ele me curou. Depois foi para a casa de Zaqueu”. Para Lucas a fonte de Marcos tinha se confundido um pouco e assim a cura do primeiro cego ganhou um relato parecido com o de Bartimeu (e não está errado pois realmente foram parecidos). Assim vemos que foram curados três cegos, um narrado por Lucas, curado na entrada da cidade, e dois narrados por Mateus, na saída da cidade, dos quais Marcos deu ênfase ao que conhecia.

O melhor deste acontecimento é grande quantidade de mensagens que se tem pregado ao longo do tempo. Muitas são bem bonitas e muitas lições podem ser tiradas desta narrativa, especialmente a de Marcos.

Esperamos que as explicações aqui descritas sejam suficientes para lhes mostrar que os textos não se contradizem. Os aguardamos nas próximas postagens.

"Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." (Jo. 21:25).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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