sábado, 27 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (27 de maio de 2017)

- Na saída de Jericó Jesus curou quantos cegos?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o ou os cegos que Jesus encontrou na saída de Jericó:

“Na saída de Jericó, Jesus se encontrou com dois homens cegos (Mateus 20:29-30). [Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!]”.
“Ao sair de Jericó, Jesus se encontrou com somente um homem cego (Marcos 10:46-47). [E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiramente gostaria de agradecer ao irmão Julison Santos e ao Presb. Edson Jr. que me ajudaram com uma dúvida no grego e pelo bom material para pesquisa que este último nos disponibilizou e o qual utilizaremos como fonte para algumas ideias desta postagem. Quanto a contradição aqui apontada quero lhes dizer que pesquisei bastante e também meditei muito, mas não encontrei, como nas demais, uma resposta que seja direta. Para responde-la precisarei fazer várias inferências ao texto e também fazer algumas suposições. Muita coisa se perdeu ao longo da história e muitas ideias não sobreviveram até nós. Exporei aqui o que li pela internet e o que está no livro “Comentário do Novo Testamento, Exposição do Evangelho de Marcos”, de William Hendriksen (Editora Cultural Cristã, 1ª edição, 2003) o qual trás, também, algumas alternativas para a solução deste problema. Recomendo sua leitura para mais detalhes e maior conhecimento sobre o evangelho como um todo, pois aqui o usaremos levemente procurando apenas os pontos que se referem ao problema apresentado. Começarei pelas hipóteses que encontrei e que acho mais absurdas, passando depois para as menos prováveis, depois as que acho mais coerentes e, finalmente, como vejo o acontecimento. Não fiquem chateados se outros assuntos surgirem durante esta postagem, mas ela me levou a várias considerações que estão ligadas e mencionarei algumas. Procurarei ser o mais sucinto possível.
Nosso problema aumenta um pouco quando inserimos na discussão o evangelho de Lucas como escrito em 18:35-43. Além do problema de termos numa narrativa dois cegos sendo curados e, nas outras duas, apenas um, Lucas o coloca antes da entrada em Jericó, enquanto os outros escritores o colocam na saída. Esperamos que fiquem satisfeitos com esta postagem e que ao final concordem que a contradição aqui apontada na verdade não existe.
1. Timeu: Um dos cegos foi chamado por Marcos de Bartimeu (filho de Timeu) e uma das estórias que vemos é que ele (Timeu) era um general aposentado que esteve à frente de uma rebelião contra o império romano devido a ter sua aposentadoria confiscada. Teria sido capturado pelos romanos e sido crucificado. Seu filho teria tido os olhos arrancados (ou vasados) como castigo e “recado” para os demais cidadãos. Esse conto é atribuído ao historiador hebreu Flávio Josefo no livro que hoje conhecemos como “História dos Hebreus”. O problema é que esta história é falsa por vários motivos: a. Apesar de Flavio Josefo falar de um Timeu nada tem a ver com este. Ele era um escritor (talvez historiador) grego e que em 360 a.C. (±) virou um personagem de Platão em seu livro intitulado “Timeu” ou ganhou seu nome devido a este personagem (um filósofo que viveu no Séc. V a.C.). Não sei quem veio primeiro. Em todo caso nada tem a ver um com o outro. Portanto esta estória não deve ser levada em consideração; e b. se Bartimeu tivesse seus olhos arrancados não seria possível lhe restaurar a visão sem fazer com que os órgãos aparecessem novamente o que seria um fato para ser relatado com muita ênfase, o que não ocorre. Outra explicação para o nome de Bartimeu seria justamente uma referência de Marcos ao livro de Platão. Se essa hipótese for levada em consideração e também de que Lucas pegou informações (sejam escritas ou orais) de Marcos, a ideia de que o Evangelho de Marcos foi escrito em Roma e para a comunidade cristã romana deve ser revista. Tenho uma ideia própria e contraria a esta. Colocar Marco em Roma só interessa ao catolicismo por querer colocar Pedro durante um tempo no mesmo local para o transformar no primeiro papa. Uma pergunta que podemos fazer é que sendo Marcos bom em Latim (há vários termos no seu evangelho) e estando escrevendo para uma comunidade romana (um dos maiores orgulhos do imperador romano era que todo seu império utilizava essa língua) porquê escrever em grego? E outra pergunta, se Pedro estava lá, e foi a única (ou melhor) fonte de Marcos, porquê outra pessoa lá de Roma mesmo não o escreveu? Estas são só duas das perguntas que podemos fazer sobre o assunto;
2. Os cegos insistentes: Bom, que os cegos foram insistentes isso está revelado no texto, mas alguém entendeu que um cego estava na entrada da cidade e quando a multidão passou ele seguiu por toda a cidade clamando para ser curado e após atravessá-la inteira, e estar saindo do outro lado, quando encontraram com outro que também clamava do outro lado é que Jesus resolveu que os devia curar. Tal ideia não explica porque Lucas entenderia que a cura foi realizada na entrada da cidade e não na saída e além disso o versículo seguinte (Lc. 19:1) diz que Jesus entrou na cidade;
3. Jesus esteve várias vezes em Jericó: Uma hipótese diz que Jesus esteve várias vezes em Jericó e que em duas delas ele curou um cego, o de Marcos e Lucas, e em outra curou dois, de Mateus. Esta explicação também não faz muito sentido nestes contextos. Não que Jesus não tenha estado lá muitas vezes ou curado muitos cegos (isso não sei), mas os três textos relatam a mesma visita, e não dá margens para se entender que não fosse. Jesus estava indo a Jerusalém para seu sacrifício por nós, portanto não faz sentido diferenciar os milagres do mesmo evento;
4. Jesus entrou, saiu e tornou a entrar na cidade de Jericó: Isto também não faz qualquer sentido. Mesmo que a cidade tivesse apenas um acesso, além de não haver motivo para tal feito, não explica nada já que o texto foi escrito muito tempo depois (como já dissemos em postagens anteriores) e seria muito estranho que algum deles tivesse se atrapalhado com isso. Vejam que o texto em Lucas 18:35 diz que “ao aproximar-se” o que demonstra que Ele acabava de chegar à cidade. E se depois de ter curado, entrado na cidade, saído novamente para que os outros escritores dissessem que foi na saída ou que se tenha passado direto da primeira vez e voltou para fazer a cura e tornou a entrar na cidade não era, realmente, como se estivesse saindo. Portanto é muito confuso e beira o absurdo;
5. Zaqueu: Outra linha de pensamento é bem parecida com a anterior mas dá um motivo para Jesus ter retornado à cidade. Ainda assim é bem complicado dizer que Lucas causaria tal confusão e também há outro ponto que deve ser notado nesta hipótese é o fato de Jesus ter passado a noite na casa de Zaqueu e só indo embora no dia seguinte, o que torna a explicação ainda menos plausível;
6. Nas proximidades: Uma outra que resolveria o problema é a explicação de que o texto de Lucas pudesse ser traduzido de “ao aproximar-se” para “estando nas proximidades” (Lc. 18:35). Isso realmente resolveria o problema mas acontece que o verbo utilizado no grego não pode ser traduzido desta forma. Não vou colocar aqui a explicação técnica que recebi e a qual agradeci no início da postagem, mas esta impossibilidade de tradução invalida essa hipótese, além de que teríamos que procurar explicar o motivo de Lucas não o ter mencionado depois da visita a Zaquel e sim antes;
7. Duas “Jericós”: Outra explicação seria o de haver duas “Jericós”. Isso pelo fato que a Jericó dos tempos de Jesus distava de ± 1,6 km da Jericó do Antigo Testamento (A.T.), e que Jesus fez a cura dos cegos entre a duas, o que daria a Lucas a visão de estar entrando em Jericó (nova) e para Mateus e Marcos de estar saindo (da velha Jericó), mas, usando a explicação do HENDRIKSEN: “seria, de fato, muito estranho que, num relato que apresenta tanta semelhança, ..., o nome “Jericó” significasse duas coisas diferentes”. Também temos o problema de provar que a velha Jericó fosse habitada na época de Jesus;
8. Um e um: Uma outra hipótese das que li seria de Jesus ter curado um cego na entrada e outro na saída e que Mateus, para economizar espaço, tivesse se referido as duas como sendo apenas uma. Esta explicação seria possível não fosse o fato de Lucas se referir a uma cura em dia diferente dos outros;
9. Vários cegos: A última hipótese seria de Jesus ter curado vários cegos e Lucas ter mencionado um e Marcos e Mateus ter se referido a outros. Infelizmente a pessoa não explica como isso seria possível e termina por colocar cegos de várias curas e de vários lugares para explicar porque teria sido mais de um, deixando sua postagem um tanto confusa, e aqui é onde entra como eu entendo o acontecimento;
X. A “culpa” é de Bartimeu e Zaqueu: Para explicar como entendo essas passagens vamos ter que criar todo um panorama. Começaremos do texto de Mc. 9:33 que coloca Jesus e seus discípulos em Cafarnaum e de lá parte para o território da Judéia, além do Jordão (Mc. 10:1). Seu destino, assim como o de muitos nesta época do ano, era Jerusalém devido a festa da Páscoa que logo chegaria. É fácil imaginarmos que as pessoas conhecidas dos discípulos tivessem tomado conhecimento antecipado que Jesus iria para lá (Mt. 16:21) e que tivessem então se reunido nos arredores para fazerem juntos a viagem. Ao longo do caminho outros viajantes foram se juntando, formando uma pequena multidão. Ao longo do caminho passaram por muitas cidades, mas não temos relatos de que Jesus tenha entrado em nenhuma delas. O mais provável é que ficaram próximos as estradas mesmo. Imagino que algumas pessoas da multidão tomavam a dianteira para conseguir algum lugar nas estalagens e é evidente que Jesus enviava os discípulos para conseguir mantimento. A distância estimada entre Cafarnaum e Jericó é de 140 km. Se tomarmos que o trajeto foi feito todo a pé, e que no grupo que crescia cada vez mais tivessem pessoas de ambos os sexos e de todas as idades poderíamos dizer que a velocidade de marcha seria um pouco menor que a velocidade de caminhada, que é determinada em 4 km/h (caminhada mais leve), ou seja, se deslocavam, podemos estimar, a 3 km/h. Então, em um dia, percorriam cerca de 20 km, se deixarmos algum tempo de descanso e o tempo que os discípulos gastariam para ir até a cidade mais próxima para conseguir mantimentos e retornar para o grupo. No trajeto Jesus aproveitou os momentos de descanso para ensinar a multidão e aos discípulos, mas não temos relatos de curas. Assim, depois de uma semana (ou mais, já que no sábado eles não podiam seguir viajem) de caminhada dormindo ao relento e já se aproximando de Jericó, os discípulos conversaram com Jesus para se adiantarem do grupo e ir conseguir um lugar para ficarem, pois o próximo passo seria a entrada em Jerusalém. Jesus consentiu e eles se adiantaram. Devido a apreensão de conseguir lugar e mantimento é muito certo pensarmos que todos os doze se anteciparam. Algumas pessoas da multidão devem ter feito o mesmo. Nesta época do ano os mais pobres enchiam as ruas para pedir esmolas e em Jerusalém dois cegos estavam enfrentando forte “concorrência”. Nessa altura um deles teve a ideia de ir mais para perto de Jericó e abordar as pessoas no caminho para Jerusalém e assim fizeram. Um outro cego, morador de Jericó, já estava postado antes da entrada da cidade, para evitar a “concorrência” no interior da cidade (Lc. 18:35). Muitas pessoas chegavam a Jericó por esses dias, mas ele percebeu, em certo momento, um aumento muito grande no movimento. Perguntou o que se passava e alguém lhe disse que Jesus, o Nazareno, se encaminhava para a cidade (Lc. 18:36-37). Ele já havia ouvido falar que Jesus, o Nazareno, era o que estava sendo chamado de O CRISTO e vinha fazendo muitos milagres e curas e, ainda, que O CRISTO vinha da descendência de Davi. Sem saber a qual distância Jesus estava dele e ouvindo aumentar o barulho da multidão começou a gritar pedindo que Jesus o curasse (Lc. 18:38), mas alguns dos que também se anteciparam a Jesus o repreendiam para que se calasse (Lc. 18:39). Não sabemos quais eram as palavras de reprimenda, mas ele não podia perder esta oportunidade e, sem saber se Jesus já havia passado, pois o baralho da multidão havia aumentado consideravelmente, e também por isso, passou a gritar ainda mais alto. Então Jesus parou, o chamou e o curou (Lc. 18:40-42). Este então passou a seguir a Jesus para dentro da cidade e dava louvores a Deus (Lc. 18:43). Dentro da cidade a notícia se espalhou e Zaqueu correu para ver a Jesus. A história do encontro de Jesus com Zaqueu pode ser lida em Lc. 19 e o que nos importa no momento é que Jesus passou a noite em sua casa e os seus discípulos não o encontraram senão no dia seguinte. Na manhã do dia seguinte, ainda de madrugada os dois cegos desceram caminho a Jericó para se colocarem em algum ponto da estrada a fim de abordar os viajantes e no fim do dia iriam pernoitar em Jericó. É claro que temos que pensar que eles não fizeram o trajeto sozinhos e que iam em companhia de algum viajante que estivesse se dirigindo para Jericó, o que acontecia sempre por serem cidades próximas, distância de apenas um dia de caminhada, cerca de 22 km. Entrementes os discípulos se encontraram com Jesus e saiam da cidade com grande multidão (Mt. 20:29, Mc. 10:46a). Além dos que foram sendo agregados no caminho agora haviam os que já estavam em Jericó e também os morados de Jericó, que diante da cura de um conterrâneo se dispuseram em seguir a Jesus. O momento que se seguia era bastante perturbador para os que eram contrários a Jesus e para piorar muitos tinham ouvido a parábola que foi contada na casa de Zaqueu em que disse: “Certo homem nobre partiu... com o fim de tomar posse de um reino” (Lc. 19:12) e “Quando... a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles...” (Lc. 19:27). Então imaginavam que Jesus estava indo para Jerusalém para se tornar rei (não estavam errados, é claro, mas não era da forma que pensavam). A certa altura do caminho os dois cegos, que já haviam chegado lá e mendigavam sentados à beira do caminho, ouviram o grande movimento de pessoas e indagaram o que acontecia. Lhes disseram que Jesus, o Nazareno, passava por ali (Mc. 10:47). Sua fama já era bastante conhecida e então começaram a gritar: “Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!” (Mt. 20:30). Aqueles que já estavam com medo do que podia acontecer em Jerusalém ouvindo que clamavam dizendo que Jesus era o herdeiro do trono de Davi os repreendiam para que se calassem, mas eles gritavam cada vez mais alto (Mt. 20:31, Mc. 10:48). Então Jesus parou, os chamou e os curou, tocando-lhes os olhos, e estes o foram seguindo pelo caminho até Jerusalém (Mt. 20:32-34, Mc. 10:49-52). A partir daqui vamos tomar Pedro como fonte de informação principal de Marcos e que Lucas ouviu (ou leu) a história contada por Marcos. Chegando em Jerusalém, Jesus montado em um jumentinho (Mt. 21:1-11; Mc. 11:1-10; Lc. 19:29-44), muita gente o foi receber na entrada da cidade e Marcos estava entre eles. Vendo a multidão passar viu um homem que antes era cego, o qual ele conhecia como sendo Bartimeu (ou reconheceu o homem em um outro momento). Correu até Pedro e perguntou se Jesus o havia curado e Pedro respondeu: “ele estava no caminho para cá, na saída de Jericó, sentado à beira do caminho mendigando, e pediu para ser curado.”. Ele não mencionou o outro cego porquê para a pergunta que Marcos lhe fez e o momento não se faziam necessários. Assim Marcos não soube da cura do outro cego. Muitos anos depois Lucas veio a Jericó, quando da verificação dos fatos para poder escrever seu evangelho, procurando um homem conhecido por Bartimeu. Chegando lá não obteve sucesso pois ninguém conhecia tal homem nem seu pai, mas conheciam alguém que Jesus restaurara a visão e também ficou sabendo de como o encontro com Jesus mudou a vida de Zaqueu. Isso despertou todo o interesse de Lucas, afinal era uma história que os discípulos não conheciam. Foi procurar o homem que antes era cego e fora curado, mas com todo o interesse voltado para encontrar Zaqueu posteriormente. Sua conversa com o primeiro deve ter sido bem rápida. Deve ter perguntado se seu pai se chamava Timeu. Diante da resposta negativa perguntou se havia sido curado por Jesus. Diante da resposta positiva ouviu um breve relato mais ou menos assim: “quando vinham chegando em Jericó eu estava perto da entrada da cidade mendigando, e ao ouvir que Jesus vinha gritei para que tivesse compaixão de mim, e Ele me curou. Depois foi para a casa de Zaqueu”. Para Lucas a fonte de Marcos tinha se confundido um pouco e assim a cura do primeiro cego ganhou um relato parecido com o de Bartimeu (e não está errado pois realmente foram parecidos). Assim vemos que foram curados três cegos, um narrado por Lucas, curado na entrada da cidade, e dois narrados por Mateus, na saída da cidade, dos quais Marcos deu ênfase ao que conhecia.

O melhor deste acontecimento é grande quantidade de mensagens que se tem pregado ao longo do tempo. Muitas são bem bonitas e muitas lições podem ser tiradas desta narrativa, especialmente a de Marcos.

Esperamos que as explicações aqui descritas sejam suficientes para lhes mostrar que os textos não se contradizem. Os aguardamos nas próximas postagens.

"Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." (Jo. 21:25).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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sábado, 20 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (20 de maio de 2017)

- Quem pediu a Jesus para que Tiago e João assentassem ao seu lado no reino?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a mãe de Tiago e João ou eles mesmos terem pedido a Jesus para se assentarem ao seu lado no seu reino:

“A mãe de Tiago e João pediu a Jesus para que eles se assentassem ao seu lado no reino (Mateus 20:20-21). [Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda.]”.
“Tiago e João fizeram o pedido, ao invés de sua mãe (Marcos 10:35-37). [Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Como dissemos nas postagens de 20 de janeiro de 2017 e 11 de março de 2017 os evangelhos foram escritos para termos um panorama mais completo dos fatos e não para se contradizerem. Se tivéssemos apenas o livro de Mateus entenderíamos que a ideia e ação partiu unicamente da mãe de Tiago e João. Se tivéssemos apenas o livro de Marcos entenderíamos que a ideia e ação foi deles (ou de um deles). Mas com a “união” das duas narrativas podemos entender que a ideia foi deles (ou de apenas um deles e se esse fosse o caso diria que veio de Tiago ao ver a proximidade que João tinha com Jesus) e estes pediram para a mãe falar com Jesus. Vejam que todos os discípulos entenderam isso pois em Mt. 20:24 lemos: “Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.” e o texto de Mc. 10:41: “Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.” e não contra a mãe deles o que seria um indício claro de que a ideia não partiu dela mas que foi influenciada pelos filhos. Podemos tirar também algumas lições destes textos mas este não é o intuito desta postagem e do fato o único ensinamento para salvação seria o que já foi deixado pelo próprio Jesus e que podem ler no texto descrito ao fim desta postagem.

Resolvida também esta aparente contradição pois mais uma vez os textos se complementam. Os aguardamos nas próximas postagens.

"Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." (Mc. 10:42-45).
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Ozires de Beserra da Silva
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domingo, 14 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (14 de maio de 2017)

- Há contradição acerca do dia da transfiguração de Jesus?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre quando ocorreu a transfiguração de Jesus:

“A transfiguração de Jesus ocorreu 6 dias após sua profecia (Mateus 17:1-2). ["Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz.]” (Versão da Bíblia Católica sem apócrifos).
“A transfiguração ocorreu 8 dias após (Lucas 9:28-29). ["Oito dias após dizer essas palavras, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante.]” (Versão da Bíblia Católica sem apócrifos).

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Como já mencionado na postagem de 20 de janeiro de 2017, algumas divergências entre os relatos podem acontecer. Aqui precisamos acrescentar algo aos já mencionados lá: a forma como as notícias chegaram a cada escritor. Neste caso específico temos três textos relatando o mesmo evento e cada um deles recebeu informação de uma fonte diferente. Conforme os textos apontados no início desta postagem, Jesus levou consigo três testemunhas: Pedro, Tiago e João. Temos que imaginar que o acontecimento foi muito marcante (Mt. 17:4-6; Mc. 9:5-6; Lc. 9:34) e que estes não o esqueceriam. Se Jesus não os tivesse solicitado que não contassem aos demais, decerto o teriam feito no ato (Mt. 17:9; Mc. 9:9-10; Lc. 9:36). Assim, seguindo a ordem, só contaram um bom tempo depois, depois da ressurreição de Jesus e, provavelmente, quando estavam reunidos com os demais apóstolos após a aparição de Jesus para eles (inferência minha). A partir daí todos contaram a seus discípulos e estes contaram a outros. Nenhum dos escritores estava presente no acontecimento mas Mateus viu quando subiram e quando desceram do monte (provavelmente), Marcos escreveu o que uma das testemunhas oculares relatou (vide a postagem de 09 de abril de 2017) e Lucas ouviu relatos que se espalhou por mais de quinhentas pessoas (I Co. 15:6) quando de sua “acurada investigação” (Lc. 1:3). Juntando este fato com os já mencionados fica claro que alguma informação pode ser pouco precisa, mas isso, como já dissemos (na mesma postagem supracitada), não invalida o acontecimento, ao contrário, os acontecimentos tinham testemunhas suficientes para serem verificados como verdade.
Não tenho como resolver esta contradição nos textos citados, mas farei algumas considerações e você, leitor, decidirá se há uma contradição ou não. Quero ainda salientar que estas pequenas discrepâncias, além de serem normais, são frívolas. Então encerrada a introdução vamos as considerações:
1. Imprecisão – Devido a forma como Lucas recebeu as informações que verificou era bastante difícil afirmar períodos. Suas informações vinham de diversas fontes diferentes, por histórias contadas ou pedaços de escritos. Não podemos esperar que os acontecimentos estejam em ordem cronológica e mesmo que ele desse datas precisas. No nosso texto em questão se olharmos um pouco antes, no vv. 18 desta mesma versão da Bíblia, encontraremos escrito “certo dia” o que nos leva a pensar que para ele, no vv. 28, dizer o período, com precisão, é bastante estranho. No mínimo passa a impressão da contagem ter começado em dia diferente das feitas por Mateus e Marcos. Isso nos leva ao ponto seguinte;
2. Traduções – Das mais de trinta versões das Escrituras que tenho a disposição no momento apenas quatro delas traz o texto de Lucas da forma que foi mencionada na abertura da postagem. Para conhecimento são: Católica, Edição Pastoral (PAST), Reina-Valera em Português (RVP) e a Bíblia Viva (VIVA). Todas as outras versões inclusive em inglês e grego traz o texto da seguinte forma: “Estando ele orando à parte, achavam-se presentes os discípulos, a quem perguntou: Quem dizem as multidões que sou eu?” (Lc. 9:18) e “Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar.” (Lc. 9:28) e em outras: “Mais ou menos uma semana depois de ter dito essas coisas, Jesus levou Pedro, João e Tiago e subiu o monte para orar”. Como podem ver, a incerteza do texto nestas versões sai do dia de contagem “de partida” para o dia de contagem “de chegada”. Assim sendo não podemos caracterizar uma contradição já que Lucas dá um período estimado de tempo;
3. Outra tradução – Se olharmos agora para outra tradução possível do texto de Mateus ela seria: “Depois de seis dias” o que, apesar de não parecer à primeira vista, dá uma pequena diferença de contagem. Partindo daí podemos pensar da seguinte forma: depois de seis vem sete. Fiz a seguinte pergunta a algumas pessoas: “Se eu estiver em viagem e lhe disser que chegarei a sua casa depois de seis dias, que dia você me esperaria?”; todas as repostas são em contagem de, no mínimo, um dia após, ou seja, sete dias. Assim “depois de seis dias” seriam sete dias o que seria o mesmo de uma semana de algumas versões para o texto de Lucas e o mesmo de quase oito dias das outras versões, já que quase oito dias são sete dias. Essa expressão seria a mesma que a nossa atual “de hoje a oito”. Olhando desta forma podemos dizer que todos os textos estão alinhados e não há contradição entre eles. Podemos usar como base o texto para validar este pensamento Os. 6:2.
Para finalizar então podemos dizer que esta contradição neste texto só existe devido a escolhas ruins de organização das palavras quando das traduções. O motivo destas escolhas se dá muito a forma como cada região e tempo usa determinas expressões. Não é de nosso costume dizer “depois de seis dias” ou “quase oito dias” (esse ainda vemos de vez em quando). Como dissemos no início, esta contradição apontada é de pouca importância, pois o fato da transfiguração de Jesus, que é o principal, não pode ser contestado. Espero que estes argumentos sejam suficientes para lhes convencer que esta contradição é apenas aparente.

Os aguardamos nas próximas postagens.

"Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas." (Ap 3:18).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Série: Salmos 23

Dia 31
Sl. 23:1-6
Aqui chegamos ao final das mensagens baseadas no Salmo 23. Aprendemos com ele sobre a fé e esperança de Davi. Como Deus supria suas necessidades e como Ele o conduzia, mesmo que para isso fosse necessário corrigi-lo algumas vezes. Aprendemos que o principal na vida de Davi era a segurança e tranquilidade que Deus lhe concedia mesmo diante de momentos tão difíceis e perigosos. Vimos o que Davi esperava do mundo e o que ele recebia de Deus. Vimos que os sofrimentos aqui na terra são passageiros e que um dia estaremos para sempre com o SENHOR. "Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal." (Mt 6:32-34). Esperamos ter transmitido os textos de forma inteligível e oramos para que Deus possa transformar suas vidas por meio destas mensagens.
Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Série: Salmos 23

Dia 30
Sl. 23:6c - "e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre."
Nesta última parte do texto Davi faz o fechamento nos mostrando onde reside sua esperança. Vejam que sua vida até iria ter fim aqui na terra, mas ele estaria eternamente vivendo com Deus. Nesta postagem vamos falar da eternidade. Vemos aqui que apesar de Davi ter aparentemente limitado, no verso anterior, que a bondade e a misericórdia de Deus estariam com ele apenas enquanto durasse sua vida, aqui ele nos revela que sua vida não vai terminar, assim a bondade e a misericórdia de Deus para nossas vidas também não terão fim. Que fechamento maravilhoso. Assim como Davi também devemos ter esta fé e esperança que um dia estaremos para sempre com o SENHOR. Agora não mais com as aflições impostas pelo mundo, mas poderemos de fato estar gozando da bondade e da misericórdia de Deus. Esta oportunidade nos foi dada por meio de Cristo. Os requisitos são poucos e simples. Disse Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida." (Jo 5:24), no entanto, "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas." (Mt 6:24). "Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará também o meu servo ..." (Jo 12:26), "... Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também." (Jo 14:2-3). Oh! Maravilhosa promessa. Maranata!!!
#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Série: Salmos 23

Dia 29
Sl. 23:6b - "todos os dias da minha vida;"
Continuando a postagem anterior, em segundo podemos ver aqui também uma preparação para o que será dito logo depois, no salmo. Quanto tempo será que Davi achava que duraria sua vida? Quantos anos de vida ele tinha ao recitar estas palavras? E será que ele imaginava que sua vida seria de tantas batalhas e perigos? Decerto que isso não era sua preocupação pois sua fé era maior que seus medos, como vimos em algumas postagens anteriores. A ideia também inserida aqui será trabalhada quando o próprio Davi a deixar explicita. Então até as próximas postagens. Deixo um texto para meditação dos amados: "Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã."(Sl 30:5)
Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

terça-feira, 9 de maio de 2017

Série: Salmos 23

Dia 27
Sl. 23:6b - "todos os dias da minha vida;"
Não canso de me admirar com a escolha de palavras das Escrituras. Parando um pouco para meditarmos neste trecho podemos chegar a duas conclusões (novamente abordaremos em duas postagens e dias distintos para que o texto não fique demasiado longo). Primeiro: A condição em que Davi se colocou neste salmo era finita. Como todos os conflitos que ele passava aqui na terra um dia iria acabar, mesmo que fosse ao fim de sua vida, estar caminhando com Deus, sendo agraciado pela bondade e misericórdia de Deus, era tudo que Davi precisava e apenas isso já lhe era mais do que suficiente para preencher e alegrar toda sua vida. Quantos de nós hoje estamos nos lamentando por muito menos do que ele estava passando ao invés de estarmos alegres por termos a felicidade de também sermos, a cada instante, agraciados por Deus? Ele tem demonstrado seu cuidado para conosco. Cada dia é nos dada a graça de sermos felizes. Temos desejado tantas coisas de Deus e sequer estamos parando um pouco de reclamar quando não somos imediatamente atendidos para ouvi-lo dizer "... A minha graça te basta ..." (II Co. 12:9)
#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

domingo, 7 de maio de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (07 de maio de 2017)

- Jesus julga, não julga ou nós que julgaremos o mundo?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre Jesus julgar, não julgar ou nós julgarmos o mundo:

“Deus confiou o julgamento a Jesus (João 5:22,27,30)(João 8:26)(II Coríntios 5:10)(Atos 10:42). [E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, ... E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem. .... Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.][Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo.][Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.][e nos mandou pregar ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de vivos e de mortos.]”.
“Jesus, porém, disse que não julga ninguém (João 8:15; 12:47). [Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.][Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.]”.
“Os santos hão de julgar o mundo (I Coríntios 6:2). [Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? O segundo texto aqui apontado já falamos um pouco sobre a questão na postagem de 15 de outubro de 2015. Quando Jesus diz “a ninguém julgo” (Jo. 8:15) sempre há duas referências: uma ao tempo presente e outra ao julgamento pessoal que os homens tendem a fazer dos outros. Como vemos em Jo. 12:47 o propósito da vinda de Cristo ao mundo era para salvação e não para julgamento, isso se refere ao tempo. O julgamento aqui mencionado não é de atos e sim de pessoas. Não importa quem você é, qual sua cor, raça, idade, sexo e condição social. Jesus veio para lhe salvar e não fará julgamento de você devido a alguma condição de existência, isso é referência ao contexto (Mt. 7:1-5). Ele também está disposto a perdoar quaisquer pecados que tenhais cometido. Foi por isso que Ele veio ao mundo e morreu na cruz. Não quer dizer que seus pecados não terão consequências. Você será julgado pelos seus atos e todo pecado traz alguma consequência que resulta, no final, em morte (Rm. 5:12; 6:16, 23). Mas após seus pecados serem perdoados você terá a “vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6:23). Então, para deixar claro, Jesus não veio para julgar ninguém, mas esse julgamento é referente as pessoas e não dos atos das pessoas. Muitas vezes rejeitamos alguém em nosso ciclo de amizades por causa da cor, da altura, do peso, do nosso gosto pessoal. Jesus em nenhum momento fez ou faz esse tipo de julgamento.
Iniciaremos abaixo uma parábola para explicar a questão do tempo citado acima e também para que possam entender mais facilmente os pontos um e três apontados.
No Tribunal de Deus (Rm. 14:10), estando Ele como juiz, têm recebido várias acusações do diabo contra nós (Ap. 12:10). Neste cenário o diabo é o promotor e seu papel é apresentar provas de nossos crimes (pecados) ao Juiz afim de que sejamos por Ele condenados. Algumas pessoas estão tentando se defender sozinhas e, sem argumentos ou provas de inocência, são condenados (Rm. 2:15; I Jo. 3:20). Outros tem comparecido tendo por advogado a “Moisés”, e estes também são condenados (Jo. 5:45; Rm. 3:19-20). Alguns poucos, entretanto, têm escolhido a Jesus Cristo como advogado (I Jo. 2:1). Ele nos defende de toda e qualquer acusação. Em sua vez de falar, após todas as acusações serem proferidas, Ele diz algo do tipo: “Estas acusações contra esta pessoa não podem ser aqui apresentadas. Já fui declarado culpado e condenado por esses crimes e também já cumpri a pena.” (Princípio do “ne bis in idem”).
No futuro esse cenário mudará um pouco. A Cristo será dada a condição de Juiz do tribunal de Deus (que passará, claro, a ser chamado de Tribunal de Cristo, já que Ele será o Juiz, II Co. 5:10). O diabo estará juntamente com seus anjos e humanidade no banco dos réus. Aqueles que já tiveram suas penas pagas em Cristo estarão juntamente com Ele, presidindo o julgamento, pois somos coparticipantes com Ele, por meio de Sua promessa (Ef. 3:6), de Seu Espírito (Hb. 6:4), de Seu Corpo (Hb. 3:14), de Seus sofrimentos (I Pe. 4:13), de Sua Santidade (Hb. 12:10), de Sua Glória (I Pe. 5:1), de Sua Natureza (II Pe. 1:4); Filhos por adoção (Rm. 8:15), enxertados Nele como ramos de outra planta na Oliveira (Rm. 11:17), sendo por Ele consolados (II Co. 1:7) poderemos participar de Sua mesa (I Co. 10:21) após ouvirmos a declaração: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt. 25:34). Àqueles que não quiseram viver conforme Sua vontade a declaração do Juiz será: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt. 25: 41).
Espero que esta ilustração possa ter explicado que não há contradição nos textos. Talvez não aconteça assim; afinal a Bíblia foi escrita de forma que possamos entender um pouco de Deus apesar de toda nossa limitação, e assim entendermos que o final já está decidido e acontecerá.
Não estou aqui pregando medo (se bem que devíamos ter) pois o propósito não é que você tenha medo de ir para o inferno (I Jo. 4:18), mas que tenha prazer de viver com Deus (Rm. 7:22).

Os aguardamos nas próximas postagens.

" Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo." (Sl. 27:4).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Visitem nosso blog: www.sepade.blogspot.com.br

sábado, 6 de maio de 2017

Série: Salmos 23

Dia 26
Sl. 23:6a - "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida;"
Trazendo a memória o que foi lido ontem podemos ver como era incrível a fé que Davi tinha em Deus. Mesmo com todas as perseguições que ele enfrentou e, depois de declarar que o seu cálice transbordava, ainda disse essas belas palavras. É claro que Davi não esperava bondade das pessoas. Ele escreveu: "SENHOR, guia-me na tua justiça, por causa dos meus adversários; endireita diante de mim o teu caminho; pois não têm eles sinceridade nos seus lábios; o seu íntimo é todo crimes; a sua garganta é sepulcro aberto, e com a língua lisonjeiam." (Sl 5:8-9). No entanto Davi sabia que Deus era bondoso e misericordioso e que sua bondade e misericórdia estaria com ele, porque Deus estaria com ele. Apesar de os dicionários nos darem "seguir" e "perseguir" como sinônimos diretos as duas palavras são bem diferentes dependendo do contexto. "Seguir" aqui não é que Deus estará ATRÁS da pessoa, mas que Ele estará COM a pessoa. Você pode hoje dizer: "Bondade e misericórdia certamente me seguirão"? Para afirmar isso é necessária uma certeza (fé) que Deus está com você a cada instante. Para isso é necessário cumprir um requisito colocado por Jesus. Ele disse: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. ... permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. ... Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam." (Jo 15:1-2,4-6). Sabendo que para Deus estar com você, tens que permanecer n'Ele, podes dizer esta frase com a convicção que ela foi dita por Davi?
#Oz.B.Silva
P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017