segunda-feira, 12 de julho de 2021

⏳ Esclarecendo questões de Grey’s Anatomy – T14ep10 – Parte II⌛

» Out of Series (12 de julho de 2021)

Continuando com a abordagem as questões que sugiram na série Grey’s Anatomy vamos agora abordar os diálogos que ocorreram em outra parte do hospital com outros dois personagens.

   

É só questão de interpretação de texto?

Um rapaz dá entrada no hospital com um corte no pulso direito. Os médicos acham que foi tentativa de suicídio, mas o rapaz de nome David Roman (Kevin David Lin) diz que nunca tentaria suicídio, o que ele queria era “apenas” decepar sua mão direita. A justificativa foi Mateus 5:30: “Se a mão direita o fizer pecar, corte-a fora” (conforme fala do ator na série), e o David completa: “e eu não parava de pecar”. A resposta da dra. April Kepner (Sarah Drew) algum tempo depois, foi que ele entendeu tudo errado. Por enquanto vamos trabalhar estes pontos, e, apesar de anteciparmos que ambos estão errados na maior parte do tempo, depois daremos prosseguimento ao diálogo deles.

Muita gente tem problema em entender alguns dos textos bíblicos e as palavras proferidas por Jesus não estão excluídas. Além do nível de interpretação de texto hoje em dia ser muito ruim, muitos o levaram a sua própria interpretação pessoal, o que é um erro. Todo o texto bíblico deve ser interpretado a luz da própria Escritura. Não cabe nele interpretações pessoais: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal” [II Pe. 1:20 - KJA]. Portanto é mister interpretar os textos bíblicos sempre em acordo com o todo da própria Escritura.

 

Literalmente ou figuradamente?

Geralmente a discussão sobre a interpretação do texto bíblico gira em torno de que ele deve ser entendido de forma literal ou figurada e, quase nunca essa discussão progride de forma satisfatória. Os que defendem a literalidade esquecem o princípio da mensagem e se fixam na própria letra da mensagem. Os que defendem o aspecto figurado do texto passam a interpretar tudo pelo seu próprio desejo. Outros tentam unir as duas coisas, o que gera um outro problema e que trataremos mais a frente nesta postagem.

O texto mencionado de Mateus 5:30 diz que se for sua mão direita que lhe leva a pecar, então é melhor ficar sem a mão do que ir inteiro para o inferno (Geena, “local de sofrimento”). Mas será que era a mão direita de David que o fazia pecar? Será que antes dele utilizar sua mão direita ele já não estava pecando? Com a difusão maciça da internet e a banalização do sexo, seria equivocado imaginarmos que antes ele estivesse assistindo vídeos inadequados? Então, para não pecar, bastaria retirar esses vídeos de sua vida. E o princípio da mensagem seria cumprido, literalmente. Isto mesmo, o que permanece literal do texto bíblico, via de regra, é a mensagem do texto e não exatamente as palavras escritas. A mensagem principal do texto não deve, de forma alguma, ser relativizada, mas, por outro lado, não deve totalmente ser literatizado. Devemos entender que, como todo texto, o texto bíblico também faz uso frequente de figuras de linguagens. Jesus também fez muito uso delas, principalmente da hipérbole.

Entendido isso, porque então Jesus usar de tanto exagero? Os motivos são dois: Em última instância, se algo for levado ao extremo, o exagero pode ser necessário. Se após o David eliminar de sua vida todas as coisas que o levam ao pecado, talvez realmente fosse necessário retirar algo de sua vida que lhe fosse muito caro. E, o segundo motivo, é que esta figura de linguagem dá mais impacto a mensagem. Todos nós a utilizamos em nosso cotidiano, na verdade, pois esta forma de expressão exagerada tem por objetivo enfatizar o princípio da mensagem.

Costumamos dizer frases do tipo: “todos foram a festa” ou “ninguém gosta disso”. Claramente são exageros. Também podemos citar algumas outras vezes que Jesus a usou: camelo passar pelo fundo de uma agulha (Mt. 19:24), coar mosquito e engolir camelo (Mt. 23:24) ou em agueiro e trave no olho (Mt. 7:3).

Como toda leitura é importante conhecermos minimamente a linguagem, a gramática e conseguir interpretar bem o texto lido. Também é necessário bom senso e, infelizmente, muito se foge do equilíbrio entre o que está sendo lido e o que se está transmitindo. De um lado alguns relativizam tudo, do outro radicalizam tudo; e assim a essência do conteúdo da mensagem, que é o que devemos seguir literalmente, se perde, dando lugar a interpretações individuais, e assim fica impossível chegarmos ao pleno entendimento do texto.

Algumas outras questões são levantadas no diálogo entre os dois, então vamos voltar as questões levantadas por David e as respostas dadas por April.

 

A Bíblia é um livro de metáforas?

Após uma breve conversa de David e April em que ele a acusa de não conhecer a bíblia e ela se defende dizendo conhecer, ela encerra esta parte do diálogo dizendo: “quando Deus criou o mundo Ele também criou as metáforas” (conforme dublagem). Metáfora é outra figura de linguagem, ela permite fazer uma relação de comparação entre duas coisas, levando o sentido literal de uma delas para o figurado da outra. Assim, April está dizendo que “lançar fora a mão que te faz pecar” é o sentido figurado da mensagem literal, a qual ela não deixa clara no diálogo.

Apesar dela estar parcialmente certa é por conta de pensamentos assim que muitos acabam por tratar eventos que não sabem explicar como simples metáforas, contos de fadas, lendas ou ficção. Se fossemos relatar iríamos nos alongar muito e seria necessário explicar cada ponto, então vamos deixar para outras oportunidades. Por enquanto precisamos entender que fatos não podem ser metáforas e que nem todo diálogo tem sentido figurado ou metafórico. Veremos alguns problemas que surgem com as questões que foram levantadas no segundo diálogo entre eles.

 

Criação X evolução

A primeira pergunta feita por David a April no segundo diálogo é se “Deus criou a Terra em sete dias ou se a evolução aconteceu”. A resposta da April é: “as duas coisas... Ele pode ter usado a evolução para criar o mundo”. Esta é claramente a resposta mais fácil para quem não quer “desagradar” o meio científico, novamente, como mostrado na postagem anterior, dominado pela falsa dicotomia entre ciência e religião. É evidente que Deus pode ter usado de quaisquer métodos que quisesse para formar a Terra e as criaturas que nela habitam, mas ao tomarmos a evolução como princípio automaticamente excluímos a criação conforme descrita nas Escrituras. Se não podemos confiar na fidelidade do início do texto bíblico, como podemos confiar em todo o resto e, especialmente, no final?

Percebem que esta forma de pensar traz um grave problema?

Além deste, há outros, como o problema da morte antes do pecado, de duvidarmos da Palavra escrita enquanto depositamos nossa fé em resoluções humanas sem evidências e sem possibilidade de comprovação. Na verdade, tudo que a ciência (a verdadeira, não o cientificismo que tomou conta do meio) conclui baseado nas provas encontradas apontam na direção do texto Bíblico. Como disse Robert Jastrow (astrônomo, físico e cosmólogo): “Para o cientista que tem vivido pela fé no poder da razão, a história termina como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância, está prestes a conquistar o pico mais elevado e, quando se lança sobre a última rocha, é saudado por um grupo de teólogos que estão sentados ali há vários séculos” (grifo nosso).

 

Jonas no ventre do peixe

David faz, a April, a segunda pergunta: “Você acha mesmo que Jonas sobreviveu três dias na barriga de um peixe?”. Então a resposta da April vai em direção ao que dissemos a pouco: “A Bíblia é um livro cheio de histórias bonitas, metáforas e poemas que não podem ser interpretados literalmente”.

O andamento da conversa culminará, sem sombra de dúvidas, na dúvida sobre toda a Escritura. Mas vamos seguir com o diálogo.

 

A Escritura não foi inspirada por Deus?

David retruca dizendo que “Deus inspirou toda a Palavra”. A resposta dela é que “inspirou, não ditou”. É claro que sua resposta não responde às questões anteriores. Ela está colocando, agora, em dúvida a autoria do Texto Sagrado. Se a inspiração divina não guiou os homens a escreverem apenas a verdade e o que devia ser levado para as gerações futuras para ensino, repreensão, correção e educação na justiça [II Tm. 3:16] porque então a daríamos crédito? Logo isto virá a tona, inevitavelmente.

Já falamos sobre a inspiração das Sagradas Escrituras nesta postagem (aqui). Recomendamos a leitura.

 

E os mandamentos?

Após April dizer a David que o Livro Sagrado não foi “ditado” por Deus e que está repleta de belas estórias, poemas e metáforas ela diz, diante da pergunta dele sobre o mandamento “Não Matarás” [Ex. 20:13 e Dt. 5:17] que este tem que ser entendido literalmente. Então o grande problema de quem relativiza alguns textos e literaliza outros aparece.

Quem, então, dirá o que é literal e o que não é? Porque alguém terá que dizer a outrem o que é real e ficcional nas Escrituras? Qual o sentido da Escritura se apenas alguns poucos “iluminados” podem realmente definir o que é ou não. E se eles estiverem em desacordo, em quem acreditar?

Exatamente para não cairmos neste engano a Bíblia interpreta e responde a si mesma. Tudo que precisamos é deixarmos que as Escrituras “falem” por si.

 

E agora, April?

Após David citar dois textos (um em Lc. 11:28 e Tg. 1:22, ambos os textos falando sobre a prática dos textos bíblicos) e April o responde que deve ser feito dentro da razão e, como esperado, o questionamento último de David é: “Então me diz o que fazer se isso (e mostra a Bíblia) não serve. Se não posso confiar nisso (mostra a Bíblia novamente); se não é a verdade. Se a Palavra de Deus é só um monte de estórias, o que tudo significa? Afinal, pra quê isso (e mais uma vez mostra a Bíblia) aqui serve?”

April não consegue lhe dar resposta.

Este é o ponto de ruptura. Aqueles que não conseguem entender plenamente o texto Bíblico, seja por falta de conhecimento ou por falta de vontade, e começam a interpretá-la baseado na sua própria cosmovisão inevitavelmente se deparará na situação de colocá-la em descrédito. É muito mais confortável para o homem negar aquilo que o confronta.

A Escritura deve ser a base de nossa cosmovisão para interpretar o mundo e não o contrário.

Aqueles que se acham bons, sábios e justos acima de Deus invariavelmente não podem crer em Deus.

Recentemente vi um vídeo de um “pastor” progressista dizendo (entre outros absurdos) que Deus não interfere na humanidade senão Ele seria mal, já que há tanta maldade no mundo. Para esse “pastor” Deus abandonou o homem a própria sorte e de forma alguma se relaciona conosco.

Você agora deve ter feito a pergunta certa: “então porque esse cara ainda se chama de “pastor”?

Certamente não está interessado em mostrar aos seus ouvintes quem é o Deus das Escrituras e como se relacionar com Ele. Seu interesse deve ser, ao contrário, o de impedir que as pessoas cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Para estes o próprio Jesus adverte: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós! ... Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.” [Mt. 23:13-15, 27-28].

É claro que Deus sendo bom o motivo da existência do mal é mais prova de Sua bondade do que Sua responsabilidade. Fosse Deus apenas justo e toda a humanidade já teria sido apagada da existência. O “pastor” apela para a emoção do ouvinte dizendo que pessoas passam fome no mundo. Certamente ele está colocando sobre Deus a responsabilidade que é do homem. Enquanto alguém passa fome, esse “pastor” estava, confortavelmente, dando entrevista a uma emissora de televisão. E depois Deus que é culpado por pessoas passarem fome? Mas isto é outro assunto. Quem sabe Deus nos agracie com outra oportunidade de falarmos sobre isso.

 

Por fim, quero apenas lhe dizer que todas as coisas descritas na Bíblia das quais podemos provar, são verídicas e como de tantas, todas são verdadeiras, porque não podemos crer que aqueles as quais não podemos dar prova também são?

 

Voltamos para a terceira e última parte que tratará dos pensamentos de April sobre alguns eventos descritos na Bíblia. Até a próxima!

 

"Que a graça e a Paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês." (I Co. 1:3)

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Oz. B. Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.


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