Série: Salmos 23

Dia 25

Sl. 23:5c - "o meu cálice transborda."

Na Bíblia muitas vezes encontramos o termo "cálice" e em sua grande maioria está ligado a sofrimento. Não acredito que fosse o contexto aqui neste salmo (por isso não iniciamos com esta postagem) mas não podemos deixar de falar, pois também fazia parte do momento de Davi. Davi passou por muitos momentos difíceis em sua vida. Menosprezado pelo pai e irmãos, lidava com perigos da natureza enquanto cuidava do rebanho, enfrentou um gigante que nenhum soldado experiente ousou enfrentar, foi perseguido pelo rei, lutou contra muitos inimigos em guerras e depois ainda teve que lidar com os inimigos em seu próprio reino e lar. Não faltavam motivos para Davi dizer que o seu cálice estava transbordando de tão cheio. O Dicio - Dicionário Online de Português nos traz o seguinte significado: "sofrer até o fim as maiores aflições; suportar as mais pesadas afrontas". Mesmo que o contexto do salmo fosse outro não há lugar aqui para a teologia da prosperidade e ao lerem a postagem de amanhã, lembrando o que está escrito hoje, ela ficará mais clara. Para não ficar apenas em minhas palavras deixarei aqui um versículo para vossa meditação: "Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres." (Mt 26:39).

#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 24

Sl. 23:5c - "o meu cálice transborda."

A beleza da Bíblia é o que as escolhas de palavras expressam. Como podem ter visto até o momento há muitos significados nas palavras utilizadas. Significados que certamente seus sinônimos não trariam. Este trecho também não é diferente. Hoje abordaremos a prosperidade que Davi recebia de Deus. Não, este texto não dá crédito a teologia da prosperidade. Davi não queria bens materiais. Davi queria uma prosperidade em Deus. Queria a salvação que vem de Deus. A tranquilidade que vem de Deus. A segurança que vem de Deus. A glória que vem de Deus. A prosperidade desejada é de uma comunhão com Deus (Salmos 3; 4; 19; 20; 21; 24; 26; 34; 52; 57; 62; 63; 64; 71; 108; 138; 145). Decerto, como já vimos, que Deus nos dá prosperidade. Mesmo que não saibamos como, nosso salário dá para nos alimentarmos e vestirmos. Pode parecer pouco, mas sempre é o suficiente. A alguns Deus abençoa com riquezas. Uns para perdição e outros para abençoar. Vejam a instrução de Paulo a Timóteo: "Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida." (1Tm 6:17-19). Assim quando Davi recitou estas palavras não disse que teria prosperidade material, mas que queria a presença de Deus em abundância. Que este também seja nosso desejo!

#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 23

Sl. 23:5b - "unges-me a cabeça com óleo;"

O último significado que abordaremos é a CONSAGRAÇÃO. Davi sabia que Deus o tinha consagrado para servi-Lo e se alegrava de estar na Casa de Deus. Ele disse: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR." (Sl 122:1). E ainda, inspirado pelo Espirito Santo, disse: "Vestirei de salvação os seus sacerdotes, e de júbilo exultarão os seus fiéis." (Sl 132:16). Essa alegria que ele sentia não era apenas de estar em um determinado lugar. Era alegria de estar em um lugar reservado para juntamente com os irmãos, em comunhão, estarem louvando e adorando a Deus (Sl. 111:1; Sl. 149:1). Jesus disse: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." (Jo 13:35); e como ter amor sem ter comunhão? "Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1Jo 1:5-7). Nós, que entregamos nossa vida a Cristo, também fomos feitos sacerdotes (Ap. 1:4-6) para O servir e adorar. Fomos também consagrados "... e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." (Jo 4:24). Como faremos isso? Seguindo o pedido de Paulo: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:1-2).

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 21

Sl. 23:5b - "unges-me a cabeça com óleo;"

O significado que abordaremos hoje é o FAVOR. Ser ungido é estar sob as graças de Deus. Davi entendia isso perfeitamente e sabia que tudo que lhe acontecia, fosse bom ou ruim, era da vontade de Deus e tinha fé "... que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Rm 8:28). Davi sabia de suas falhas, mas também sabia que Deus é bom e misericordioso. Ele disse: "Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões." (Sl 51:1). Deus também nos unge quando somos "... justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus," (Rm 3:24). Sabemos que "As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;" (Lm 3:22) por isso tornamos essa a nossa oração hoje: "Compadece-te de mim, ó Deus!".

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 20

Sl. 23:5b - "unges-me a cabeça com óleo;"

Para entendermos a certeza que Davi tinha de que Deus o havia ungido, vamos ver o que ele disse no Salmo 139:16 - "Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.". Ungir com óleo tem alguns significados e hoje vamos abordar o da ELEIÇÃO. Davi tinha certeza absoluta que Deus o havia escolhido desde a eternidade. O havia elegido para ser de Seu rebanho e isso era demasiado maravilhoso para Davi. Nós também devemos nos alegrar por termos sido escolhidos por Deus. Jesus pagou um preço muito alto para nos resgatar. Derramou todo o seu sangue na cruz a ponto de sair água de seus ferimentos para que pudéssemos ser selados para Ele (Jo. 19:34); "sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados ..., mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo," (1Pe 1:18-19). Como Davi foi ungido por Deus, ungiu a nós também, através do sangue de Jesus Cristo. "assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele ..., por meio de Jesus Cristo, ... no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça," (Ef 1:4,5,7). Glórias a Deus!

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 19

Sl. 23:5a - "Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários,"

Para aqueles que dizem que a vida com Deus aqui na terra deve ser de abundância este Salmo tem se mostrado um pouco diferente disso, não? Mesmo assim é um salmo maravilho que nos mostra o cuidado de Deus para conosco mesmo em face a tantos problemas aqui enfrentados durante esta difícil caminhada. Aqui neste trecho Davi menciona que tinha inimigos. Estavam espalhados por todo lugar e até mesmo dentro de sua casa. Para nós a semelhança não é mera coincidência. Também estamos rodeados por inimigos. Mudam-se os tipos, mas não os perigos. Ainda assim Davi se alegrava pois Deus supria suas necessidades e sem preocupações se sentava a mesa para cear. Isto era uma vitória para ele e uma derrota para seus inimigos. Mas há um alimento dado por Deus muito melhor que aquele que nosso corpo necessita: Jesus Cristo. Podemos também nos fartar com o Pão Vivo que desceu do céu e nossos inimigos são, por isso, derrotados. Ele disse: "... Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede." (Jo 6:35), pois "... quem de mim se alimenta por mim viverá." (Jo 6:57)

#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 18

Sl. 23:4c - "o teu bordão e o teu cajado me consolam."

Deixei a primeira parte deste trecho para depois pois acho essa a parte mais interessante deste Salmo. Facilmente nos alegramos com o cuidado e a providência de Deus para nossas vidas. Tudo que vimos até ontem são motivos de sobra para nos alegrarmos em Deus ao recitarmos estas lindas palavras, mas este ponto é um pouco diferente. Algumas vezes nos desviamos do caminho certo. Neste momento é necessário que o Pastor use um método mais "forte" para fazer com que a ovelha não se extravie. A solução é "um puxavante de orelha" e Davi se sentia consolado por Deus quando levava algumas bordoadas. Isso mesmo. Ele ficava feliz quando era corrigido por Deus. Não vemos muito disso hoje em dia. Não aceitamos facilmente a correção que nos é imposta. A versão ARC (Almeida Revista e Corrigida) nos traz este texto da seguinte forma: "a tua vara ... me consola". É difícil se alegrar quando Deus usa a força? Saibam que "... o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe." (Hb 12:6). Realmente não é fácil reconhecermos nossos erros perante o Senhor e quando as coisas ficam ruins não sabemos bem o porquê. Não admitimos que estamos errando e não temos discernimento para ver que Deus está agindo para nos trazer de volta para o caminho certo. Como já vimos Ele não abrirá mão de suas ovelhas e sempre que necessário usará a vara. Isso é motivo de alegria para nós como era para Davi. Paulo nos disse que "... se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." (1Co 11:31-32). Aleluia!!!

#Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 17

Sl. 23:4c - "o teu bordão e o teu cajado me consolam."

Vamos começar esta postagem falando sobre o cajado do pastor. O cajado do pastor, como muitas vezes vemos nos filmes, tem um formato de "?". O pastor o usa para direcionar as ovelhas que em algum momento tende a se desviar do caminho a ser seguido. Com ele também os pastores socorrem as ovelhas que caem em alguma depressão do caminho. Davi tinha certeza que o Bom Pastor o direcionaria pelo caminho certo mesmo que ele, olhando para outras direções, saísse do rebanho, e, caso caísse, o Bom Pastor o resgataria, levantaria e o colocaria novamente no caminho certo. Paulo entendeu isso perfeitamente e escreveu: "... em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. (Ef 1:13-14, grifo nosso)*

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 16

Sl. 23:4c - "porque tu estás comigo;"

A outra implicação é que o Bom Pastor estará sempre conosco. Quando nos perdermos do rebanho Ele fará como o pastor da parábola contada por Jesus em Mt. 18:12 indo em nossa busca, para que não nos extraviemos ... pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos." (Mt 18:14). Essa certeza da presença e do cuidado de Deus era tão forte que Davi não tinha medo, por pior que fosse as circunstâncias. Muitas vezes em nós falta essa confiança no poder de Deus; e tememos diante de quaisquer dificuldades. Tenhamos a certeza que o Bom Pastor cuida de nós e nos conforta afirmando: "... não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? ... vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;" (Mt 6:31, 32b).

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 14

Sl. 23:4c - "porque tu estás comigo;"

Esta parte do texto também tem duas implicações. Acredito que todos que estão acompanhando as postagens diariamente já estão bem localizados no cenário colocado por Davi. O Bom Pastor segue a frente do rebanho e suas ovelhas reconhecem sua voz e O seguem (Jo 10:27). Então no meio de tantas ovelhas neste rebanho a forma de estar com Ele é seguir próximo a Ele. Devemos ter o mesmo pensamento de estarmos em toda a nossa caminhada próximo ao Bom Pastor. Estando próximo a Ele sua voz estará mais audível e a possibilidade de nos desgarrarmos será mínima. Estar próximo é estar em companhia. Conviver. O interessante da companhia é que quanto mais nos aproximamos de alguém mais próximos nós estamos. Ficamos mais íntimos e descobrimos o que o outro gosta e não gosta. Quando amamos alguém procuramos fazer suas vontades pelo simples fato de que a queremos ver feliz. O Bom Pastor se alegra quando seguimos as suas orientações. Quando não as seguimos; nos perdemos. Por isso Jesus alertou que "Nem todo ... entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mt 7:21)

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 13

Sl. 23:4b - "não temerei mal nenhum,"

O medo é algo que está dentro de cada pessoa. Temos medos de muitas coisas, mas a principal delas é da morte. Como vimos na postagem de ontem a morte é algo que nos espreita a todo momento e que algumas vezes passamos por situações onde parece que o fim é iminente. No entanto vemos o salmista dizendo que não temia qualquer mal que pudesse vir a lhe acontecer. Ele não diz que não iria lhe acontecer nenhum mal, como alguns querem fazer com que o texto se pareça. Ele diz que não tem medo quando algum acontecer. Vimos também ontem que o mal acontecerá, isso é certo, mas não o precisamos temer. Para combater ao medo nós temos a fé. Essa fé que colocamos no Bom Pastor que nos guia, nos conforta, nos dá repouso para o corpo, descanso para o espírito e refrigério para a alma. Ele nos guia sempre para os melhores pastos e que morreu naquela cruz em nosso lugar para que pudéssemos segui-lo rumo as mansões celestiais. "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão." (Jo 10:27-28). Diante de tal certeza porquê temeríamos?

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 12

Sl. 23:4a - "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,"

A vida de Davi enquanto enfrentava os perigos da natureza quando era pastor de ovelhas e depois quando estava no campo de batalha a morte estava sempre à espreita. Mesmo depois de assumir o trono sabia da proximidade da morte. Para nós também não é diferente, estamos a cada dia mais próximos da data de nossa partida. Por vezes passamos por muitas dificuldades e por momentos realmente difíceis. Conforme Jesus disse: "... No mundo, passais por aflições ..." (Jo 16:33) e essas aflições muitas vezes afligem nosso corpo, mente e espírito. Parece que não temos mais pastor. Mas algumas vezes é preciso passar por vales onde o que espreita é a morte. Os lobos estão apenas esperando uma chance para nos devorar. Nessas ocasiões se revelam se temos um Pastor ou não. "O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa." (Jo 10:12), mas não "... o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas." (Jo 10:11). Assim temos a certeza, que mesmo passando por uma situação extremamente complicada que o Bom Pastor não nos abandonou, mas pelo contrário, deu sua vida para nos salvar, nos dando assim, a vida eterna.

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 11

Sl. 23:3b - "Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome."

Por outro lado Davi sabia que agindo justamente seria justamente tratado por Deus. Poderemos nós dizer como ele disse? "Retribuiu-me o SENHOR segundo a minha justiça, recompensou-me conforme a pureza das minhas mãos." (2Sm 22:21). De fato, o diremos, pois por nossos atos seremos por Ele julgados; *"Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho." (Rm 2:12-16). O que devemos fazer? "A justiça seguirás, somente a justiça, para que vivas e possuas em herança a terra que te dá o SENHOR, teu Deus." (Dt 16:20) "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus." (Mt 5:20).

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 10

Sl. 23:3b - "Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome."

Muitos leem este texto e pensam que serão tratados justamente na terra por toda a humanidade. Esse pensamento é contrário ao que as Escrituras dizem. Vide por exemplo Jó 19:7 - "Eis que clamo: violência! Mas não sou ouvido; grito: socorro! Porém não há justiça.” e as palavras de Jesus em Mt 5:10 - "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.". Se o texto não diz que seremos tratados justamente pelos homens, então o que diz? Diz que NÓS devemos tratar a todos justamente, independente da forma como somos tratados. Quando dizemos: "Sou filho de Deus" e agimos injustamente com nosso próximo somos mentirosos (I Jo. 2:4 e I Jo. 4:20). Essa era a preocupação e certeza de Davi; que em nome de Deus ele seria justo para com todos (II Sm. 8:15 e I Cr. 18:14). Quando recitarmos este texto tenhamos isso em mente: em nome de Deus eu serei justo para com todos. Pois "Toda injustiça é pecado..." (I Jo. 5:17) e "Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão." (1Jo 3:10).

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 09

Sl. 23:2-3a - "Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a alma."

Talvez ao ler estas últimas postagens você tenha pensado que Davi errou a ordem dos acontecimentos. Podemos pensar que a primeira coisa é estarmos libertos do pecado, obtendo assim refrigério para nossa alma, e só então podemos, em segundo lugar, ter descanso para nossa mente, e só então poderemos repousar o corpo. No entanto não há uma lista com prioridades. Todas as coisas acontecem ao mesmo tempo. Os pastos mais verdejantes são sempre onde há abundância de água. Talvez você pense que ao aceitar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, fazendo um compromisso de viver para Ele, e que isso aconteça em algum evento evangélico, então você só descansará o corpo quando chegar em casa. Mas quero lhe dizer que no momento de uma conversão sincera você sente um rejuvenescimento de forças tão incrível que todo o cansaço desaparece. Isso porque a paz que nos preenche é impossível de descrever. Jesus disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo." (Jo 14:27) e Paulo disse que para nós que fomos "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;" (Rm 5:1) "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus." (Fp 4:7)

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (09 de abril de 2017)

- Quando Jesus enviou os discípulos a pregar o evangelho os mandou irem descalços?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre como foi a ordem de Jesus quando enviou os discípulos a pregarem o evangelho pela primeira vez:

“Jesus disse aos seus discípulos que deveriam andar calçados com sandálias (Marcos 6:8). [Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro;]”.

“Jesus lhes disse que não deveriam andar descalços (Mateus 10:10). [nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Inicialmente não havia entendido bem o que Nosso Amigo quis dizer. Como não encontrei a versão da Bíblia que ele utilizou estava decidido a não escrever nada sobre isso, mas, olhando os versículos próximos aos citados percebi que há uma diferença entre eles e que parece haver uma pequena contradição. Vamos tomar como sendo a isto que Nosso Amigo estava se referindo e tentaremos deixar claro que em mais estas passagens não há contradição. Vou colocar abaixo os textos, começando pelo de Mateus, para facilitar a explicação posteriormente, e acrescentar a narrativa de Lucas, pois é sempre bom vermos também este, para melhor entendermos.

"Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento." (Mt 10:9-10, ARA)

"Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro; que fossem calçados de sandálias e não usassem duas túnicas." (Mc 6:8-9, ARA)

"E disse-lhes: Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas." (Lc 9:3, ARA)

Como podem ler o texto de Mateus, aparentemente, diz que eles devem ir descalços e o de Marcos que eles devem ir calçados. Mas, será que é isto mesmo que dizem?

Sabemos que Mateus ouviu pessoalmente (não todos, acredito) os discursos de Jesus e é, em sua maioria, quem mais os detalha. Que Marcos, provavelmente, ouviu os relatos de Pedro, escrevendo o evangelho a partir das memórias dele, e que Lucas coletou as informações de diversas fontes diferentes, como já explicamos na postagem de 20 de janeiro de 2017.

É normal cada pessoa guardar e compreender coisas diferentes de um sermão. Cada pessoa tende a acomodar a informação recebida dentro de seu contexto pessoal e próprio. Quando vamos passar para outra pessoa é muito normal também, até porque não nos é possível decorar tudo, explicarmos da forma que entendemos e com nossas palavras. Algumas vezes acontece de não conseguirmos captar a mensagem que devia ter sido transmitida e ocorre, portanto, algumas distorções, mas este não foi o caso.

Quando recebemos a mensagem de uma outra pessoa também é comum pesarmos se o que ela está nos dizendo faz algum sentido e, se precisarmos passar para uma quarta pessoa, retiramos aquilo que achamos que foi exagerado ou incompreendido. Vemos isto no texto de Lucas, que não cita a questão das sandálias, pois para ele era evidente que uma pessoa não iria sair no deserto ou por caminhos de pedra e quente, sem as usar. Ficou para ele evidente que a mensagem de Jesus não era que eles fossem fazendo penitência pelo caminho, assim não faria sentido irem descalços e, portanto, não viu necessidade de falar sobre este ponto. Para Marcos o entendimento era que eles fossem apenas com a roupa do corpo e este foi o entendimento (de todos) daquilo que Jesus disse. Mateus que transcreveu tudo que lhe foi trazido a mente, por Deus, do discurso, também não teve dúvidas sobre a mensagem e foi, assim como os outros, apenas com a “roupa do corpo” (Mateus 11:1; Marcos 6:12,30; Lucas 9:6,10).

Então porque Mateus, que conforme viemos dizendo nas últimas postagens, fez bastante economia ao relatar fatos, não simplificou esta parte? Bem, Mateus tinha a preocupação de não mudar as palavras do Rei ou fatos que O envolviam diretamente (lembrem que esse foi o foco ao escrever este livro, mostrar que Jesus é Rei). Quando um mensageiro trazia uma mensagem real ela era lida na íntegra, não havia pressa e nem preocupação com local, o mensageiro tinha que ser ouvido e dizer tudo exatamente como havia sido escrito (ou dito) pelo rei. Por esse motivo Mateus não economiza nas exposições feitas por Jesus, e para compensar ele deixa de lado tudo que, para ele, for secundário e foge ao propósito deste evangelho.

Então porque Jesus não foi mais objetivo? Ele tinha que ser bastante específico, na verdade. Se dissesse apenas “vão apenas com a roupa do corpo” haveria, por exemplo, a possibilidade de Judas entender que levar dinheiro fazia parte; Mateus podia entender que levar duas túnicas para se proteger do frio a noite fazia parte. Cada um de nós quando vai viajar leva uma quantidade e tipos diferentes de coisas nas nossas bagagens. Então Ele teve que ser bem específico. Mas aqui não se resumiu apenas àquela ocasião. A mensagem foi deixada também para nós, hoje, e em todos os tempos. Não devia ser preciso fazer campanhas para arrecadar fundos para irmos levar o evangelho da salvação. Não é preciso um bom equipamento de som, dinheiro, nem roupas elegantes, nem o melhor sapato, nem excesso de peso. É claro que em alguns casos, como ir para outros países, necessita de certa preparação, mas isso não deve ser impeditivo, até porquê a maior parte da Igreja de Deus faz missão em sua própria casa, rua, bairro, escola, trabalho; e nestes casos basta o Evangelho, puro e simples. Precisamos apenas estarmos dispostos, da Palavra de Deus e de um coração humilde.

Os aguardamos nas próximas postagens.

"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!" (1Co 9:16).

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Visitem nosso blog: www.sepade.blogspot.com.br

Série: Salmos 23

Dia 07

Sl. 23:3a - "refrigera-me a alma."

Depois de dar repouso ao corpo e descanso a mente o Bom Pastor nos proporciona também refrigério para nossa alma. Você até pode ter uma cama confortável para repousar ao fim de cada dia e ter dinheiro (e uma banheira) para descansar e aliviar as preocupações físicas, mas de forma alguma obterá sozinho um refrigério para sua alma. Em busca dessa paz por vezes fazemos muitas coisas para logo depois descobrirmos que acabou no exato momento em que acaba; e muitas vezes sobrecarregamos para isso o corpo e a mente. Esta paz de estarmos livres da culpa somente Deus, por meio do sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo, pode nos prover. "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma." (Mt 11:29)

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 06

Sl. 23:2b - "Leva-me para junto das águas de descanso;"

Quem não tirou algum tempo para relaxar em uma banheira, depois de um dia corrido, não faz ideia do quão bom isso é. E quando estamos com muita sede quão refrescante são alguns goles de água fresca. Então... Esta é a promessa de Deus nesta parte do texto; Ele nos proporciona um descanso inexplicável.  Novamente vemos que o principal é o descanso, não a fartura de águas. O descanso é importante para nossa mente. Muitas vezes o corpo descansa, mas a mente continua atribulada. Assim, quando confiamos que estamos sendo guiados por este Pastor sempre encontraremos tranquilidade para recuperarmos nossas forças, renovando o corpo e a mente. Podemos descansar n'Ele "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus." (Fp 4:7)

Oz.B.Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 05

Sl. 23:2a - "Ele me faz repousar em pastos verdejantes."

A ideia desta parte deste verso não é que teremos sempre fartura e abundância. O pastor se encarrega de levar seu rebanho para onde há o melhor pasto. O percurso, entretanto, pode ser difícil e escasso de alimento. No entanto ao final de cada "etapa" podemos repousar e nos fartar com a providência divina. Poderemos nos alimentar sem preocupações, pois teremos a certeza que o Bom Pastor nos conduziu para o melhor lugar neste momento. Em outras palavras, podemos algumas vezes passar por dificuldades e privações, mas sempre teremos, em Deus, a providência de alimento e teremos também um período de tranquilidade. O principal aqui não é fartura, mas repouso. Um tempo para recuperar o corpo. O salmista ainda nos diz: "Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem." (Sl 127:2)

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 04

Sl. 23:1b - "nada me faltará."

Lembrando que na parte "a" do versículo nos colocamos como ovelhas aos cuidados do Pastor Eterno poderemos entender melhor o texto. De que uma ovelha precisa senão de alimento, abrigo, cuidado e orientação? Essas são as coisas que realmente necessitamos e são estas as coisas que o texto diz que receberemos ao seguirmos os passos do Bom Pastor. Ele nos guia pelo caminho da verdade e nos proporciona tudo que precisamos (Lc 12:22-32) - "A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves! Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras? Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino."

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 03

Sl. 23:1b - "nada me faltará."

Os teólogos da prosperidade têm se utilizado deste texto para defender que temos que ter tudo que queremos. No entanto esta ideia contém dois erros: 1. O texto não diz isso (amanhã entenderemos o que ele diz) e; 2. Há um erro lógico. Como o texto não diz que teremos tudo que queremos então nos resta ter tudo. Só que no tudo o nada está incluído e, assim, ao termos duas coisas opostas, elas se anulam, criando um paradoxo. Ex.: Termos saúde física completa e doenças ao mesmo tempo. Podemos ver então que o próprio conceito utilizado de forma errada para explorar o texto (e as pessoas que estão mais interessadas em bens materiais) não se sustenta. Vede o que diz as Escrituras em Mt 6:19-21 - "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração."

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (03 de abril de 2017)

- Jairo disse a Jesus que sua filha tinha morrido ou que estava para morrer?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o centurião que estava com um criado doente ter ou não falado pessoalmente com Jesus:

“Jairo pediu a Jesus que ajudasse a sua filha, que estava morrendo (Lucas 8:41-42). [Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam.]”.

“Ele pediu para que Jesus salvasse a filha dele que já havia morrido (Mateus 9:18). [Enquanto estas coisas lhes dizia, eis que um chefe, aproximando-se, o adorou e disse: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Para explicarmos o motivo desta diferença temos que conhecer um pouco o contexto geral do momento e situação e para isso temos que usar todos os evangelhos. Traçaremos alguns pontos e a explicação em duas hipóteses.

Ponto 01. Jairo era um dos chefes (ou principais) da sinagoga e, como Jesus vinha constantemente criticando-os. Estavam perdendo a influência no meio do povo pois grande multidão O seguia por causa dos milagres e ensinamentos, e tentavam, os líderes da sinagoga, desacreditar a Jesus perante o povo e, em muitos momentos, usaram de artimanhas tentando o incriminar. Portanto mesmo aqueles que reconheciam que Jesus era o Cristo estavam divididos entre sua posição e sua fé. Para Jairo, ir encontrar com Jesus, significava ser confrontado por seus “colegas” e, provavelmente, perder seu cargo e influência. Vemos por exemplo no encontro de Nicodemos com Jesus que este foi ter com ele a noite, as escondidas (Jo. 3:1-2). Para ele ir ao encontro de Jesus teria que acontecer algo (ou com quem) que fosse mais importante para ele que sua posição.

Ponto 02. Os milagres realizados por Jesus rapidamente se tornavam conhecidos e estes eram a referência de que Ele era Deus (Mt. 11:2-5; Lc. 7:18-23; Jo. 5:36; Jo. 10:25; Jo. 10:32-38; Jo. 14:10-11; Jo. 15:24). Será necessário fazer uma lista dos milagres que provavelmente já tinham sido contados a Jairo pois foram estes relatos que lhe deram certeza que Jesus era sua única saída (estamos supondo que todos os fatos relatados antes do encontro de Jairo com Jesus já haviam ocorrido). Jesus já tinha:

- Realizado os milagres que ficaram conhecidos como a transformação da água em vinho e o da pesca maravilhosa (Lc. 5:6; Jo. 2:3)

- Curado diversas pessoas com as mais variadas enfermidades e moléstias na Galileia (Mt. 4:23; Mc. 1:34; Lc. 4:40-41) e também de outras regiões (pois sua fama se espalhava rapidamente (Mt. 4:24; Mt. 8:16; Mc. 3:10-11; Lc. 6:17-19);

- Havia expulsado demônios (Mt. 4:24; Mt. 8:16; Mc. 1:23, 25-26; Mc. 1:34; Lc. 4:33-35);

- Curado leprosos (lembrando que os leprosos ficavam separados do convívio com os sãos pois era uma doença contagiosa e que não havia cura [devido também ao fato de que estavam, os doentes, constantemente em contato com outros doentes raramente alguém ficava bom], exceto por milagre de Deus [vide textos em Lv. 13 e 14 {que é a lei sobre as doenças de pele e pragas}; Nm. 10:12-16) tocando-os, o que era impensável (Mt. 8:2-3; Mc. 1:40-41; Lc. 5:12-13);

- Curado gravemente acidentado à beira da morte (Mt. 8:6, 13; Lc. 7:2);

- Curado de febre, pois naqueles dias em que não haviam antitérmicos e antipiréticos e pessoas morriam devido a isso (Mt. 8:14; Mc. 1:30-31; Lc. 4:39);

- Curado paralítico (Mt. 9:2; Mc. 2:3-5; Lc. 5:18-20);

- Feito parte do corpo com má formação se restaurar (Mc. 3:1-5; Lc. 6:10);

- e ressuscitado morto (Lc. 7:14).

Ponto 03. Jesus havia retornado, de barco, da cidade de Gadara e grande multidão, que o esperava (Lc. 8:40), foi O encontrar junto ao mar (Mc. 5:21). Jesus ensinava a multidão e a notícia que Jesus havia retornado chegou até Jairo e este saiu para O encontrar. Ao encontrá-Lo prostrou-se aos pés de Jesus, adorando-O (Mt. 9:18; Mc. 5:22), feito que mostrava que reconhecia que Ele era Deus (pois os judeus só adoram a Deus) e lhe contou o problema que estava passando, insistindo para que Jesus o acompanhasse até sua casa (Mc. 5:23; Lc. 8:41) e Jesus foi com ele (Mt. 9:19; Mc. 5:24). Enquanto caminhavam para a casa de Jairo a multidão os acompanhava e as pessoas queriam tocar em Jesus de forma que não era tão fácil seguir (Mc. 5:24; Lc. 8:42). Neste tumulto uma mulher que a doze anos sofria de um problema de saúde (Mc. 5:25; Lc. 8:43) também tocou nas vestes de Jesus (Mt. 9:20; Mc. 5:27; Lc. 8:44). Ela foi curada de imediato (Mc. 5:29) mas Jesus, sentindo que lhe saiu poder (Mc. 5:30), parou de caminhar e procurou saber quem O havia tocado (Mc. 5:30). Os discípulos argumentavam que era impossível saber quem, especificamente, lhe havia tocado já que muita gente estava fazendo isso a todo instante e de qualquer maneira (Mc. 5:31; Lc. 8:45). No entanto Jesus procurava a pessoa (Mc. 5: 32; Lc. 8:46) e a mulher se apresentou (Mt. 9:22; Mc. 5:33; Lc. 8:47). Falava ainda Jesus com a mulher quando se aproximou algumas pessoas (que vinham da casa de Jairo) e um deles falou com Jairo (Mc. 5:35; Lc. 8:49). Jesus, no entanto, ouviu a conversa e ignorou o comentário dizendo a Jairo que não temesse, apenas cresse (Mc. 5:36; Lc. 8:50).

Este é o cenário em que se passou a narrativa e agora podemos montar as duas hipóteses para esta aparente contradição onde todas duas justificam, de forma diferente, as palavras utilizadas por Mateus já que Marcos e Lucas disseram a mesma coisa sobre as falas.

Hipótese A. Podemos ver em vários trechos do livro de Mateus, ao compararmos com os demais evangelhos, que ele era bastante prático, não mencionando com detalhes certos acontecimentos. Para ele algumas coisas eram irrelevantes e outras estavam implícitas, mas acima de tudo ele era muito técnico. A falta de detalhes em determinados momentos pode ter se dado devido (também) a questão do espaço disponível para escrever, a qual já mencionamos na postagem de 20 de janeiro de 2017. Mas mesmo com esta “limitação de detalhes” em algumas partes o evangelho de Mateus é o maior dos evangelhos (se desconsiderarmos os trechos de Lucas em que ele fala sobre João Batista e alguns detalhes sobre o nascimento e infância de Jesus que não foram citados nos outros evangelhos). Para Mateus mudar as palavras de Jairo ele levou em consideração o tempo gasto para Jairo chegar até Jesus, o tempo que caminharam indo em direção a sua casa e o momento que as pessoas chegaram dizendo que sua filha estava morta. Assim ele pode deduzir que, tecnicamente, quando Jairo falou com Jesus ela já tinha morrido. Desta forma ele pode mudar as palavras iniciais de Jairo sem prejuízo da verdade e economizar algum espaço. Para ficar claro a questão de espaço Marcos relatou este acontecimento em 23 versículos, Lucas em 17 e Mateus em apenas 9.

Hipótese B. Os Judeus, assim como todo mundo, sabem que “a jeito para tudo na vida, menos para a morte” (parafraseando um dito popular português), ou seja, praticamente todos que ouviram falar de Jesus ter ressuscitado uma pessoa não criam que isso tivesse acontecido. No entanto Jairo cria nisso e sabia que Jesus podia ressuscitar sua filha. Ele não queria que sua filha morresse, mas apenas sua morte o faria ir procurar a Jesus. Enquanto ela estava viva, mesmo prestes a morrer, sua posição ainda era mais importante e torcia para que os médicos pudessem salvá-la. Também o fato de Jesus estar em outra parte a qual ele não podia entrar em contato colaborou com a espera excessiva. Então quando ela faleceu ele ficou com um problema: Como dizer a Jesus, que estava acompanhado, geralmente, por muita gente, que sua filha estava morta e que esperava que Ele a ressuscitasse? Certamente a multidão seria contra, e teria ele perdido, além da filha e da sua posição social, a credibilidade mental. Ao olharmos a ressurreição de Lázaro, narrada em Jo. 11, vemos trechos como os dos vv. 24, 32 e 37 que mostram como não se acreditava na possibilidade da ressurreição imediata. Assim a saída era chamar Jesus para a cura-la e Mateus escreveu o texto desta forma para que saibamos que Jairo já sabia que ela estava morta ao sair de casa. Esta hipótese é reforçada se vermos que aqueles que vieram da casa de Jairo o vieram criticar, e não avisar, e também o fato de que quando lá chegaram os preparativos para o funeral já estava em andamento (Mt. 9:23).

Assim, qualquer das duas hipóteses explica esta aparente contradição. Para encerrarmos quero fazer uma observação que serve também como conselho e como critica. A versão da Bíblia chamada de Tradução do Novo Mundo (TNM) fez uma alteração ao texto de Mt. 9:18 (além de outras alterações sutis em outros trechos) o que descaracteriza o texto. É a única versão entre as mais de trinta que disponho que diz: “Minha filha, agora, já deve estar morta”. Assim, como já fizemos na postagem de 12 de setembro de 2016 sobre uma alteração feita na NVI no contexto da postagem em questão, evitaremos ao máximo a utilizar e não os aconselhamos o uso destas versões, pois este tipo de expediente é inaceitável.

Os aguardamos nas próximas postagens.

"Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;" (Jo. 11:25).

DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!

Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

Série: Salmos 23

Dia 02

Salmos 23:1a - "O SENHOR é o meu pastor;"

Ter a Deus como pastor é ter também a consciência que se é uma de suas ovelhas. Como ovelhas suas precisamos conhecê-lo (Jo. 10:14), ouvi-Lo (Jo. 10:3), reconhecer sua voz e segui-Lo (Jo. 10:27). Para O conhecer precisamos estar dispostos a ter intimidade com Ele. Para O ouvir precisamos estar atentos a sua voz mansa e suave. Para reconhece-La precisamos estar habituados a ouvi-Lo; e para segui-Lo precisamos estar dispostos a andar em seus caminhos, sendo por Ele guiados; "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus." (Rm. 8:14).

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017

Série: Salmos 23

Dia 01

Salmos 23:1a - "O SENHOR é o meu pastor;"

Ter a Deus (nas 3 pessoas da trindade) como pastor é ter a certeza que temos alguém que age (Gn. 49:24), que conduz (Sl. 80:1), que é justo (Ec. 12:11), que cuida com braço forte (Is. 40:10), que é bom (Jo. 10:11), que é grande (Hb. 13:20), que nos ensina (Jo. 14:26) e que nos revela as verdades celestiais (Jo. 16:13). Que privilégio enorme nos foi dado por sua Graça e Misericórdia.

Oz. B. Silva

P.S.: Esta postagem foi originalmente feita em nosso grupo do ICQ em Janeiro/2017