sábado, 25 de março de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (25 de março de 2017)

- O centurião falou pessoalmente com Jesus?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre o centurião que estava com um criado doente ter ou não falado pessoalmente com Jesus:

“O centurião se aproximou de Jesus e pediu ajuda para um criado doente (Mateus 8:5-7). [Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo.]”.
“O centurião não se aproximou de Jesus. Ele enviou amigos e os anciões dos judeus (Lucas 7:2-3,6-7). [E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Essa dúvida é bastante comum. Quem lê apenas o texto de Mateus entende realmente que o centurião foi pessoalmente até Jesus e ao compararmos com o texto de Lucas esta “contradição” parece realmente existir e muitos não conseguem compreender a razão disso. Já vou lhes adiantar que estes textos não se contradizem e para explicar precisamos resgatar algo que dissemos na postagem de 20 de dezembro de 2016 quando Mateus se apega a atribuições legais ao escrever a genealogia de Jesus. Ao que me parece ele era bem arraigado em leis e atribuições legais, talvez por causa de sua profissão. Também precisamos nos aprofundar um pouco no conhecimento da palavra aqui utilizada. Apresentar é “dar a conhecer uma (ou mais) pessoa(s) [a outra(s)], pô-las em contato pessoalmente ou por escrito” e ainda “dar a conhecer com ordem e clareza; expor, explicar“ (Fonte: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-0/html/index.htm#3), ou seja, não é necessário que a pessoa esteja pessoalmente em contato com outra; o contato pode ser indireto. Para tal um representante (ou mais como neste caso) deve “fazer a ponte” entre os “interessados”. Representação é o “fato de realizar um ato jurídico em nome e por conta de outrem, em virtude de poder legal ou convencional, e com o efeito de criar para a pessoa representada uma obrigação ou um direito” (Fonte: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-0/html/index.htm#2). Assim, agora que conhecemos bem as palavras utilizadas, podemos ver que não há contradição entre os dois textos. O que acontece aqui são duas coisas: 1. Lucas explica com mais detalhes o acontecimento mencionado por Mateus e; 2. Deus, o autor das Escrituras Sagradas, nos deixou não uma contradição, mas uma lição.
E qual seria esta lição?
Quando dizemos que somos cristãos estamos nos colocando como representantes de Cristo. Exatamente por isso os cristãos são sempre confrontados pois o mundo (e também Deus) espera que sejamos como Ele. Que ajamos como Cristo e que coloquemos em prática o que Ele ensinou. Somos seus representantes e quando agimos mau é como se Deus estivesse agindo mau. Por isso Jesus fez a advertência: “... mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” (Mt. 18:7). Se você não quer essa responsabilidade pare de brincar de ser cristão. Pare de envergonhar o evangelho. Se está errando e não sabe como fazer certo se aprofunde no conhecimento das Escrituras. Ore. Estreite seu relacionamento com Deus. Aprenda d’Ele e seja (na medida do possível) como Ele.

Espero que estas palavras toquem seus corações e que provoque um desconforto tal que você se sinta impulsionado a buscar mais a Deus.
Os aguardamos nas próximas postagens.

P.S.: Antes desta havia outra contradição apontada por Nosso Amigo sobre quando Mateus foi vocacionado mas como já havíamos o explicado na postagem de 04 de fevereiro de 2017 o “saltamos”.

"Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo." (1Co 11:1).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sábado, 11 de março de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (11 de março de 2017)

- Quantas são as beatitudes do sermão do monte?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre haver contradição quanto a quantidade de bem aventuranças do sermão do monte:

“O sermão conteve 9 beatitudes (Mateus 5:3-11). [Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.]”.
“O sermão conteve 4 beatitudes (Lucas 6:20-22). [Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Na Bíblia nós fomos presenteados com quatro evangelhos que narram um pouco da vida e obra de Jesus. Faria algum sentido se os quatro fossem exatamente iguais? De que isto nos valeria? Como já explicamos em postagens anteriores cada escritor teve objetivos diferentes (Mateus e Lucas em 20 de dezembro de 2016, Marcos em 04 de fevereiro de 2017 e João para mostrar que Jesus era o próprio Deus) e por causa da finalidade de cada um há alguma diferença entre os textos (Graças a Deus por isso). Vejam que Marcos e João não citaram o Sermão do Monte; e enquanto Mateus citou nove beatitudes, Lucas apenas quatro. Isso seria realmente uma contradição? Pelo que vocês já têm lido aqui até já sabem a resposta. É EVIDENTE QUE NÃO.
Podemos afirmar categoricamente que foram nove beatitudes ao todo? Infelizmente não, no entanto estas são as que Deus quis que chegasse até nós e (também) são suficientes para nos guiar, ensinar, repreender e corrigir (II Tm. 3:16).
Ao fazermos uma análise do Sermão do Monte é fácil de entender o motivo de Lucas, não ter escrito todas e Marcos e João não as ter mencionado. Todas que foram citadas por Mateus remete ao Rei e ao Reino, como ele é (ou será). Suas características e os que viverão nele. As consolações e os “prêmios”. Mateus menciona as beatitudes em um olhar que mostra como deve ser o comportamento do homem e o que o aguarda do Rei e no Reino. Lucas seguindo o objetivo de seu livro relata apenas as que remetem ao “serviço” de Cristo (sacerdote está mais para o que serve do que para ser servido e isso seria bom de ser seguido em nossos dias). Os pobres herdarão o reino de Deus por intermédio de Cristo (Jo. 14:6), os que choram serão consolados por Cristo (Ap. 21:4), os que tem fome serão alimentados por Cristo (Jo. 6:35; Ap. 7:16) e os que por Ele sofre por Ele serão recompensados (II Tm. 4:8; Tg. 1:12; I Pe. 5:4; Ap. 2:10 e 22:12). Lucas “aproveita o espaço” para falar dos “ais” que não foram mencionados pelos outros escritores. Vale ainda mencionar que a pobreza como escrita por Lucas não é se referindo a dinheiro, mas a humildade; a fome não é de pão, mas de justiça. Para entendermos melhor os textos bíblicos temos sempre que os comparar com a própria Bíblia.

Os aguardamos nas próximas postagens.

Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt. 7:12).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

sábado, 4 de março de 2017

« Série: Aparentes Contradições da Bíblia » (04 de março de 2017)

- Afinal, o que se tem que fazer para ter a vida eterna?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a Bíblia se contradizer quanto ao que se tem que fazer para “ganhar” a vida eterna:

“Quem crer no filho de Deus tem a vida eterna (João 3:36). [Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.]”.
“Quem ama a Deus e ao próximo tem a vida eterna (Lucas 10:25-28). [E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.]”.
“Quem guarda os 10 mandamentos tem a vida eterna (Mateus 19:16-17). [E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.]”.

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Primeiramente vamos esclarecer um equívoco de interpretação no último texto utilizado por nosso amigo. Os mandamentos de que fala o texto não são apenas os dez mandamentos, mas sim todos os mandamentos de Deus, que para o povo de Israel, na ocasião, era toda a lei dada por Deus e intermédio de Moisés. Assim o terceiro e o segundo texto estão falando da mesma coisa.
Já explicamos na postagem anterior que apesar da Bíblia ser uma coleção de livros ela é tida como um livro único porque foi escrita sobre a inspiração e cuidados do mesmo autor: Deus; assim os textos n’Ela contidos não estão escritos para se oporem ou contradizerem, mas para se completarem e explicarem a si mesmos. Portanto para ter a vida eterna é necessário (e não apenas) que sejamos praticantes dos mandamentos de Deus e crermos que Jesus é o Filho de Deus e nosso Salvador. Entretanto por ser impossível o total cumprimento da lei é que nos foi enviado Cristo, para que “por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés” (At 13:39).
De fato, ao observarmos a lei como Jesus a resumiu para nós em Mt. 22:37-40 e a qual, como podemos ver no texto de Lucas citado aqui por Nosso Amigo, era de conhecimento de muitos que estudavam a Lei, é impossível de ser cumprida totalmente. Em muitos momentos não amamos a Deus sobre todas as coisas e quão difícil é amar o próximo, principalmente quando ele nos fere ou quando faz algo que desaprovamos. Temos a tendência natural de fazer o que é mal. As vezes não fazemos o que é mal, mas quantas vezes não pensamos mal? (Rm. 7:18-19) Sem a Graça e a Misericórdia de Deus não haveria quem se salvasse (Rm 3:24). Não há nada que possamos fazer para que sejamos dignos da vida eterna (Rm 11:5-6; Ef. 2:8-9). Apenas a fé em Deus e que Cristo nos purifica de todo pecado nos habilita para ganharmos a vida eterna (I Jo. 1:7).
No entanto ainda temos que cumprir os mandamentos de Deus (Tg. 2:17-26). Esses, a que aqui me refiro, não são os mandamentos da lei mosaica, mas todos os mandamentos de Deus descritos na Bíblia sendo observadas as “alterações” que foram feitas na parte das Escrituras que chamamos de Novo Testamento, da Nova Aliança no sangue de Cristo (vide Jr. 31:31-33, II Co. 3:6, Hb. 9:15). Em momento oportuno traremos os dez mandamentos da Lei como nos está ordenado por Cristo (o estudo já está em andamento mais ainda sem data prevista para conclusão).
Portanto há um só meio de herdar a vida eterna mas temos muito que fazer em busca da santificação sem a qual ninguém verá a Deus (Hb. 12:14).

Certos que ficou entendido para vocês que estes textos não se contradizem, mas se completam, os convidamos para que estejam aprendendo, nestas postagens, juntamente conosco.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1:9).
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.