» Out of Series (13 de junho de 2021)
Esta não é uma série que acompanho, mas a dona (minha esposa, é assim que me refiro a ela quando falo a terceiros) vem acompanhando. Eventualmente sento ao seu lado enquanto assiste e em uma das vezes estava no episódio 10 da 14ª temporada e algumas questões que está nele merecem ser abordadas.
A falácia da religião X ciência
Iremos começar pela falsa afirmação feita pela personagem Jenny
(Bethany Joy Lenz): “I mean, I’m a scientist, and I think I’m atheist”. Na
dublagem traduziram por: “Sabe, eu sou uma cientista, e acho que sou ateia”. O
problema na frase é a associação de ciência com ateísmo. Ela construiu o
seguinte raciocínio: sou cientista, logo ateísta. E isto é falso.
Há uma errônea ideia que vem há muito sendo disseminada que a
religião é contrária a ciência. O que vemos, na verdade, é uma crescente luta
do humanismo (que coloca o homem no lugar de Deus). Para isso usam de todos e
quaisquer discursos, mesmo que falsos. O cristianismo sempre incentivou o
conhecimento. As primeiras escolas nos moldes de difusão do conhecimento para
todos veio por meio do cristianismo. As principais universidades do mundo foram
abertas por cristãos (sejam por católicos ou protestantes). Logo é enganoso a
ideia de que a religião é contrária ao desenvolvimento do conhecimento. Não há
instituição cristã (desnecessário dizer que estamos falando das sérias e
compromissadas realmente com as Escrituras, infelizmente alguns que se dizem
“evangélicos” cooperam para isso, dando força ao discurso por incentivar a
ignorância entre seus ouvintes) que não prese pela disseminação do
conhecimento. Tanto que falamos sobre todos os aspectos da vida do cristão, e
isto inclui aspectos de sua passagem pela Terra. Então, voltando ao ponto, o
que podemos concluir é que alguns cientistas humanistas lutam insistentemente
contra o cristianismo e estão conseguindo convencer a todos que somos nós que
lutamos contra a ciência, onde, quando muito, lutamos contra o cientificismo,
que é uma espécie de religião sem deus definido. Então frases como “Deus está
morto”, “Deus é um mito” ou “Deus é coisa de idiota” são facilmente encontrados
em conversas, principalmente pela internet. Mas, como diz o salmista: “O
perverso, na sua soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas
cogitações” [Sl. 10:4], assim, em sua perversidade e desonestidade intelectual
atribui o que é incompreensível e, portanto, inexplicável ao acaso, descartando
desde o início uma possibilidade, o que claramente é anticientífico. A ciência
coleta dados e os análise e a partir disto, tira conclusões, não excluindo quaisquer
hipóteses, mesmo que contrárias as crenças individuais do cientista.
Voltando a frase da Jenny, que traz a falácia do cientista = ateu,
que é totalmente falsa. E para provar que isso bastaria citar um cientista que
não o seja. Há muitos! Por exemplos gnósticos (princípio básico assenta na
ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio
homem) ou agnósticos (considera os fenômenos sobrenaturais inacessíveis à
compreensão humana) que em definição não são ateus. Decerto que há aqueles que
se intitulam “ateus (a)gnósticos” que já excluem Deus das possibilidades. Por
exemplo, essa essência imortal que transcende o homem é qualquer coisa, menos Deus
ou proveniente d’Dele, mesmo sem ele ter a mínima ideia do que seja, ou que o
homem não pode compreender determinadas coisas, mas com certeza não são atos
divinos. Tudo muito científico. Deixando esses confusos de lado, encontraremos facilmente
cientistas não ateus. Mas, mesmo que coloquemos não ateus como cristãos, não é
muito difícil citar nomes que foram essenciais para o desenvolvimento do que
conhecemos hoje: Newton, Pascal, Descartes, são nomes antigos conhecidos e:
Heisenberg, Hess, Townes, Phillips, que são alguns dos nomes que já ganharam
prêmio Nobel. Ainda podemos citar alguns conhecidos que além de cientistas são
dedicados na pregação do Evangelho como Adalto Lourenço e Marcos Eberlin que
podem ser assistidos facilmente nas plataformas de streaming de vídeo.
Por outro lado, a frase de Jenny é montada sobre uma dúvida. Ela
“acha” que é ateia. Isto é um bom sinal, na verdade. Isso mostra que ela ainda
busca entender sua situação em relação ao conhecimento de Deus. Dúvidas sobre a
existência de Deus são muito comuns, já que Ele não se revela de forma
incontestável (se o fizesse não seria necessário fé). Entretanto a quantidade
de indícios de Sua existência está espalhada por todo lugar, apesar de que,
para Dawkins, Deus não deixou provas suficientes.
Bom, para quem não quer crer, todas serão; mesmo que Ele o
visitasse seria tido como um fantasma ou alucinação, provavelmente. Desta
forma, quais provas querem? Eu nunca soube, na verdade. Por isso iniciei,
apesar de neste momento em que escrevo este texto estar parada há algum tempo (esta
pandemia acabou com meu ritmo e motivação, orem por mim, por favor), uma série
de vídeos onde relato minha jornada sobre a dúvida e a certeza e complemento as
diversas fases do descobrimento e conhecimento com o pensamento de grandes
homens do passado. (Se tiverem interesse podem ver em nossos canais da Cos.TV ou Youtube. Contamos com o apoio de vocês).
Ainda outro aspecto é a questão da fé. Lembro de uma frase de G. K. Chesterton: “Quando se deixa de acreditar em Deus, passa-se a acreditar em qualquer coisa”. Não raramente você encontrará uso de frases como “fé na ciência”, “sorte”, “azar”, “acaso”, “causalidade”, entre os que se chamam ateus. O que nos mostra que apesar de não crerem em Deus, creem em algo que não fazem a menor ideia do que seja. O problema é que não estão mais abertos a dúvida, como bons cientistas, mas já se decidiram em qual caminho seguirão, infelizmente. Por outro lado, não podem culpar Deus por suas próprias decisões, o que, como disse o Apóstolo Paulo, os torna indesculpáveis [Rm. 1:20].
O problema do mal era a dúvida de Jenny
Jenny estava diante de um dilema moral. Ela havia saído de um
relacionamento com um cara ruim. Todas as suas ações eram más e ele acabara de
falecer em um acidente. Seus órgãos seriam doados e a preocupação de Jenny era
se a maldade de uma pessoa poderia passar para outra que recebesse os órgãos. É
claro que a maldade do homem está em sua condição imaterial e não material,
logo ela não é “transferível” desta forma. Todos temos o poder (livre arbítrio)
de escolher entre fazer o bem e o mal. A dúvida de Jenny certamente se estendia
para a de muitas pessoas: “se Deus é bom, porque existe o mal no mundo?”. Essa
questão é recorrente em várias variações. Já a abordamos o assunto rapidamente
na nossa postagem de 30 de agosto de 2020. Posso resumir dizendo que Deus
permite o mal no mundo justamente porque estamos nele, isto é, nós somos o
motivo de todo mal que existe no mundo e Deus ainda não destruiu o mal porque
espera que o número dos que serão salvos se complete. Após isso, virá o fim e
todo o mal será eliminado e a humanidade juntamente com ele. São Pedro disse que
não devemos esquecer: “que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil
anos, como um dia. Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam
demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que
nenhum pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” [II Pe. 3:8-9] e
como costumo dizer, não devemos entender a volta de Cristo apenas desta forma,
mas como encontro com Cristo, pois mesmo que Sua segundo vinda não seja em
nossa geração, certamente partiremos ainda nela.
Este assunto (de Deus e o mal) sempre puxa outras questões, mas
não vamos abordá-las neste momento. Em geral, questões complicadas carecem de
respostas longas e desde que você não esteja aberto a outros pontos de vista
será apenas perda de tempo. Você nunca estará satisfeito e levantará sempre as
mesmas questões, mesmo que sempre ouça as mesmas respostas. Espero em Deus que,
em algum tempo, possa trazer uma postagem apenas falando sobre isso e respondendo
as questões e afirmações que já ouvi. Quero apenas, por hora, deixar o texto
abaixo para vossa meditação:
“Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. Ai daquele que diz ao pai: Por que geras? E à mulher: Por que dás à luz?” [Is. 45:9-10]
Finalizando esta primeira parte lhes espero na continuação. Até a próxima!
"Que a graça e a Paz de Deus, nosso
Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês." (I Co. 1:3)
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Oz. B. Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
Bibliografia
• As raízes cristãs das melhores universidades
do mundo. Disponível em: https://palavraviva.com/noticias/as-raizes-cristas-das-melhores-universidades-do-mundo/. Acessado em: 15 de abril
de 2021;
• Qual foi a primeira escola?. Superinteressante.
Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-foi-a-primeira-escola/. Acesso em: 15 de abril
de 2021;
• Significado de Humanismo. Significados.
Disponível em: https://www.significados.com.br/humanismo/. Acesso em: 15 de abril
de 2021;
• Significado de Gnóstico. Significados.
Disponível em: https://www.significados.com.br/gnostico/. Acesso em: 15 de abril
de 2021;
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