Como o assunto ainda está quente e o país continua dividido, resolvi expor meus pensamentos sobre esses dois sistemas econômicos. Mas antes quero externar minha surpresa em saber que há tantos comunistas no Brasil, e não só, mas esta “preferência” se espalhou silenciosamente pelo mundo todo. O que há algum tempo era motivo de vergonha, devido ao seu histórico mundial, agora é defendido abertamente, e pior, com orgulho. Mas deixando as escolhas individuais de lado (cada um conviva com as suas, boas ou más), vamos ao propósito desta postagem apesar de ser apenas o pensamento de um leigo leitor curioso.
Se Darwin acertou em algo foi em dizer que na natureza sobrevivem os mais aptos. Sobrevivem, assim, os mais fortes, que conseguem sobrepujar os demais pela força, e os dissimulados, que conseguem, de alguma forma, enganar os mais fortes e escapar ou dominá-los pela astúcia.
Vamos deixar fora da conversa o que cada um dos sistemas provoca de pior na humanidade, pois, como escreveu o Apóstolo Paulo: “... o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males ...” (1Tm 6:10a [Nova Almeida Atualizada - NAA2017]) e, portanto, o problema não devia ser o sistema econômico em si. Vamos procurar abordar apenas o caráter real de cada um, isto é, o que acontece na prática.
O capitalismo, então, pode ser caracterizado pela sua natureza predatória, que “retira” riqueza que seria direito dos mais pobres e as concentra nas mãos dos mais ricos. Mas vamos nos deter um pouco em alguns aspectos desta maneira de pensar. Desde sempre que o homem faz comércio e sempre, sempre, a única forma de fazê-lo foi através do escambo, ou seja, através da troca de mercadorias. Apesar do termo não prever o uso de moeda, isto é, dinheiro, em algum momento a humanidade viu a necessidade de o usar. Nem sempre as trocas eram justas ou nem sempre havia interesse imediato daqueles que comercializavam. Cada indivíduo tem necessidades diferentes, em momentos diferentes. Assim surgiu primeiramente a “letra” (que era uma promessa de dívida que ficava registrada no livro daqueles que orientavam o mercado) e, posteriormente, o dinheiro, como forma de suprir uma necessidade ou resolver um problema. Mas, um princípio que sempre é ignorado (mas que não deve ser), é que todo comércio parte de um princípio básico e a este chamaremos aqui de “recurso”. Se um lado não tem qualquer recurso, não é possível haver comércio. De posse de um determinado “recurso”, que antes era trocado por outro “recurso” independente de seus valores, agora, passaram a ser “precificados”, ou seja, passaram a ter valores, em geral, diferentes. Então o comércio se dá basicamente da seguinte forma: abre-se mão de um “recurso”, que é precificado e trocado por “dinheiro” que representa o valor deste determinado “recurso” e o indivíduo pode, então, adquirir outros “recursos” de sua necessidade quando estas surgirem, de acordo com o valor do “recurso” que possuía inicialmente. Desta forma, dizer que os “pobres” têm direito a alguma riqueza é, no mínimo, estranho. Explico! Se pedirmos para alguém dizer o que possui de riqueza ele só poderá elencar aquilo que está em seu poder. Não é possível, por exemplo, dizer que é dono de uma mina de ouro, mesmo que na cidade que ele vive haja uma. Enquanto ele não estiver disposto a trocar “trabalho” por ouro, esse ouro nunca será dele. Assim, no capitalismo, aqueles que tem mais “trabalho” para trocar por riqueza, terá então, mais riqueza, enquanto aqueles que não estão dispostos a “investir”, não terão nada. Não convém imaginarmos como determinado recurso natural veio a ser posse de alguém. O fato de tal pessoa descobrir o valor que tinha, enquanto os demais não, já é motivo para dizer que os demais não tinham nada e que aquele tinha algo. Vamos explicar melhor com uma parábola contada por Jesus e que está escrita em Mateus 13:44: “O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo”. O antigo dono deste campo não tinha mais “recurso”, porque ele não sabia nem o que tinha.
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No outro lado temos então o comunismo que pode ser caracterizado pela dissimulação. Que sobrevive baseado no engano, hipocrisia e falsidade. Busca ganhar forças fazendo acreditar que aqueles que têm pouco, não possuem mais porque são forçados a isto, e assim desviam o “trabalho” das pessoas para “tomar de volta” o que nunca tiveram e colocar um “representante” para coordenar toda a “divisão” dos “recursos”.
Saindo um pouco do campo econômico o que vemos na história, inclusive recente, é que estes “representantes” levam muito a sério seu papel. E enquanto eles vivem bem, dizem que o povo está comendo do bom e do melhor, mesmo que estes estejam matando cachorro para se alimentar (literalmente). Enquanto vivem em belos palacetes, dizem que o povo vive bem, mesmo que estes fiquem felizes por estarem dormindo na rua, desde que consigam fugir de debaixo dos “cuidados” destes seus “representantes”. Mas, antes de chegar a este ponto, é necessário todo um convencimento através do belo discurso de igualdade (enquanto dividem a população em classes, grupos e raças diferentes que são levadas a lutarem entre si) – tática esta utilizada pelo Império Romano em tempos áureos, não é a única adotada pelo comunismo. Também pegaram deles a chamada política do pão e circo. Que engana a população com alimentação básica e diversão para que não se apercebam dos reais problemas que enfrentam enquanto seus “representantes” vivem no luxo e na fartura – e da proteção total do estado (transformando o estado em deus). Como deus o estado comunista passa a ser o detentor de todos os recursos e também o mantenedor de toda vida. É ele que define as leis e as formas de pensar e agir. Se ignora as necessidades particulares e passa a defini-las baseado em suas próprias (do representante). O indivíduo não mais existe, existe apenas o estado (isto é, o representante).
Voltando a economia o que vemos é uma total ignorância de como esta funciona. Acreditam que se tiverem a impressora de dinheiro podem resolver todos os problemas. Não sabem que “dinheiro” não é mais do que papel e tinta. Quanto mais imprimem papel sem “recurso” que o dê valor, menos o papel vale. Ainda temos exemplos no mundo que o papel moeda simplesmente é um incomodo devido a seu valor ser tão baixo que mesmo uma grande quantidade dele sequer vale um pão. Outro problema que essa prática de impressão de papel moeda provoca, além do que é chamando de “inflação”, é o descrédito externo. Ao se gerar papel para pagar dívidas públicas ou importações provoca um desequilíbrio nos outros países, que passam a restringir as negociações e até mesmo a aplicar sanções. Sem poder suprir necessidades que naturalmente não possuem entram em declínio econômico onde as alternativas adotadas são, primeiro “estatizar” empresas particulares achando que assim pode obter mais recurso (mesmo que de mentira) e, como não dá o resultado esperado, só resta então a redução populacional. Não importa quais meios precisaram usar (desde forçarem para que o povo abandone seu país até o genocídio; pela fome ou pela espada).
Economicamente o comunismo ainda é inviável. Como disse Winston Churchill: “A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.”. Há pouco tempo o político brasileiro João Amoêdo disse em entrevista que a única forma de acabar com a desigualdade no país seria deixar todo mundo pobre. Ele não está errado! Simplesmente não há recurso suficiente para que todos sejam ricos (se bem que se todos tivessem a mesma quantidade de recursos também não seria possível dizer que todos sejam pobres, ao menos não em análise interna). Para mostrar isso façamos uma conta “de padaria”, apenas para você ter uma ideia do que ele quis dizer. Se pegarmos o PIB brasileiro de 2018 que foi de R$ 6,8 tri e subtrairmos o que foi gasto pelo estado no mesmo ano, que foi R$ 3,5 tri (e todos sabem como são péssimos os serviços prestados pelo estado) teríamos R$ 3,3 tri para dividir para todos os poucos mais de 202 milhões de brasileiros, o que daria 3.300.000.000.000 / 200.000.000 ficaríamos com algo em torno de R$ 16.335,00 por ano para cada habitante. Isto daria um valor aproximado de R$ 1.360,00 /mês para cada habitante. Se você acha que dá pra ser rico com este valor, então, se você trabalha, fique feliz, você já deve ser rico, porque muito provavelmente você já o tem, ou tem praticamente isso. Se considerarmos que o estado precisa gastar mais dinheiro com educação e saúde, por exemplo, este valor por mês será menor, podendo até mesmo ficar no patamar de Cuba, que seria algo em torno de R$ 116,00 /mês para cada habitante, fique novamente feliz, porque se você recebe algum benefício do governo, como, por exemplo, o bolsa família, então você já o deve ter.
Vindo para o real motivo desta postagem. Vez por outra vemos algum comunista dizendo que Jesus é comunista. Definitivamente, não! Deus não é comunista. E não precisarei falar muito para mostrar isso. Preciso apenas de uma outra parábola contada por Jesus, e que está escrita em Mateus 22:14-30. Peço que a leia em sua Bíblia pois aqui vamos fazer apenas um breve resumo durante uma também breve explanação.
Todas as parábolas contadas por Jesus eram representações do Reino dos Céus. Nesta um empresário foi fazer uma viagem de negócios e deixou algum dinheiro com seus colaboradores. Um recebeu cinco “dinheiros”, outro três e um terceiro, um. Os dois primeiros negociaram e conseguiram dobrar o valor recebido durante o período de viagem do patrão, mas, o terceiro, sabendo que aquele era muito exigente e com medo de perder o dinheiro ao negociar, guardou-o e devolveu o mesmo valor recebido. A conclusão foi que este último foi punido pela sua incompetência.
Vemos nela claramente o caráter não comunista de Deus. Primeiro porque o empresário não é recriminado na parábola, nem por ter patrimônio, nem por ser empresário e nem por ter pessoas trabalhando para ele e nem por ter punido o mau funcionário. O mesmo acontece em relação a Ele. É um Senhor que tem servos e que dá a eles “talentos” para trabalharem e fazerem com que Seu Reino cresça e aqueles que não fizerem bons usos dos “talentos” recebidos, serão castigados.
O Reino de Deus em todos os aspectos é uma monarquia.
Esperamos que tenham compreendido, mas, caso algum ponto não tenha ficado claro, deixem suas dúvidas, críticas, sugestões e opiniões nos comentários e, se for proveitoso para todos, responderei ou abordaremos em uma próxima postagem, se Deus assim nos permitir. Até a próxima!
"Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles." (Mc 4:12)
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.