♪ Cuidado com o que ouve! ♫ (04 de setembro
de 2017)
Apesar
de não ser música resolvemos fazer esta postagem nesta série (que será a
terceira) por se tratar do que vimos em uma mídia digital e saber do grande
poder de influenciar as pessoas que este meio de comunicação tem. Este texto
deve ser visto como sendo uma carta ao youtuber Felipe Neto motivada por uma de
suas apresentações a qual foi gravada e é exibida pela Netflix. Espero que um
dia ele e aqueles que assistiram ao espetáculo a possam ler.
Sr. Felipe Neto, tive a oportunidade de
ver na Netflix a gravação de uma de suas apresentações. Ela me foi indicada
pelo próprio sistema pois havia assistido a uma apresentação do falecido Richard
Pryor. Acreditei que se tratava de uma comédia satírica (entendo comédia, no
teatro, como o antônimo que realmente é da tragédia) devido ao título (“Minha
vida não faz sentido”), mas ainda bem que você alerta logo no início que se
tratava apenas de algo ofensivo a quem assisti. Se alguém achasse alguma graça
nisso, um tanto melhor, certo? O aviso até é válido para quem, como eu, estava
vendo pelo computador pois podia desistir de imediato e ir fazer alguma coisa mais
produtiva, mas fiquei condoído com o público que havia pago para estar no
teatro e teve que ficar e assistir. Também sou curioso para saber porque alguém
investe em produções ruins. Assim de vez em quando assisto um filme que até o
título faz desistir, por exemplo, para ver se há algo de bom, alguma ideia
nova, que valha o investimento. Apesar de geralmente ser somente ruim mesmo, às
vezes acontece de ter alguma sacada legal. E assistir sua peça valeu a pena
pois está nos dando a oportunidade de aprendermos um pouco sobre algumas
coisas. Assim, indo até perto do final de sua apresentação, mais
especificamente após 1h e 10 min, você começa a falar sobre homossexualismo e
sobre as Escrituras Sagradas e são nestes pontos que gostaria de lhe mostrar
alguns equívocos em suas falas e esclarecer alguns pontos. Pode até parecer
coincidência, mas a cerca de um ano atrás, na postagem anterior desta série (que pode ser lida aqui), disse que voltaria a falar sobre o
assunto de relacionamentos e este assunto se encaixa. Entendo que Deus está me
dando a oportunidade de falar um pouco sobre este tema que é tão polêmico.
Desde já quero deixar claro que não é nossa intenção lhe ofender ou a qualquer
outra pessoa. Queremos apenas expor nosso ponto de vista, baseados em
princípios bíblicos e recursos da própria linguagem, sobre os pontos que você
abordou na sua obra.
Fiquei muito triste ao lhe ouvir dizer
que o Dep. Marcos Feliciano não foi capaz de defender sua posição, não pelo
fato dele ser pastor de uma grande igreja, mas por que ele esteve a bem pouco
tempo como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e
queria tornar possível que os homossexuais que não estivessem satisfeitos com
sua situação pudessem buscar ajuda profissional. Não quero entrar no mérito
disso estar certo ou errado, mas esperava que ele pelo menos pudesse sustentar
argumentos convincentes para defender sua posição. Não tive oportunidade de ver
o vídeo do debate entre vocês, mas, pelo seu comentário, não vai valer a pena
assistir. Sendo assim e voltado apenas para o que vi em sua apresentação, a
qual já fizemos referência, quero aqui tentar lhe explicar os pontos em que
você fez abordagens equivocadas ou concebeu ideia incompletas ou erradas. O
texto vai ficar um pouco longo, mas seja compreensivo (você falou por um bom
tempo sobre isso). Vamos começar então:
1. Homofobia: Você usou este termo, mas
não o definiu. Acredito que imagine que sua definição está correta e que todos
entendam da mesma forma, mas o que temos percebido ao conversar com as pessoas
é que sua definição ainda não foi bem assimilada. Muitas pessoas ainda não sabem
ao certo o que realmente quer dizer e ainda há algumas dúvidas. Isso também
porque os próprios meios disponíveis para buscarmos uma definição também tem
algumas variações entre elas. Pegamos três delas para termos uma visão geral e
abordarmos sem fugir delas. São:
I. Dicionário Houaiss: “rejeição ou
aversão a quem é homossexual e à homossexualidade”;
II. Dicio (Dicionário Online de
Português): “repulsão aos homossexuais; ódio aos homossexuais, geralmente,
demonstrado através de violência física e/ou verbal”;
III. Significados (http://significados.com.br): “(homo = prefixo de homossexual;
fobia = do grego phobos, que
significa ‘medo’, ‘aversão’) é aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio,
preconceito que algumas pessoas, ou grupos, nutrem contra os homossexuais,
lésbicas, bissexuais e transexuais”.
Só para esclarecermos o que é
preconceito antes de continuarmos, segundo o Houaiss, é “qualquer opinião ou
sentimento, quer favorável, quer desfavorável, concebido sem exame crítico”.
Esperamos que entendam que não há preconceito ou desejo de ofender a ninguém
nesta postagem, mas sim a vontade de mostrar a verdade em contraponto as falsas
verdades que foram por você apresentadas e também das circulam atualmente nas
mídias.
Como podemos ver por quaisquer destes
significados não pode ser dito que a Igreja de Cristo seja homofóbica pois o
que temos contestado é a prática do homossexualismo e não o indivíduo. A estes
temos o maior respeito como temos por todos. Um verdadeiro Cristão nunca
tratará outra pessoa com violência gratuita. Não concordar e ser homofóbico são
coisas totalmente distintas como pudemos ver pelos significados acima. Sei que
tens argumentos e os abordaremos mais à frente. Tentaremos mostrar nesta
postagem que são errados assim como as ideias que a mídia (principalmente) tem
tentado implantar na sociedade inteira.
2. Você deixou de ser homofóbico? - Você
disse ter deixado de ser homofóbico e ter melhorado, como você disse: “com
orgulho”; vale ressaltar, quanto a homofobia, no entanto, durante toda a sua
apresentação você faz trejeitos próprios de algumas pessoas que se incluem
entre os homossexuais. Seu intuito é claro: fazer graça debochando dos outros!
Você ridiculariza as outras pessoas. Fez isso em vários momentos com um rapaz
da plateia sem necessidade alguma. Então, do seu ponto de vista, isto não é
homofóbico, mas, os Cristãos, que os tratam com seriedade e respeito, são
homofóbicos? Somos tidos como homofóbicos por defender uma crença que não compartilha
tais práticas, e isso sem violência alguma, digamos de passagem. Seus
argumentos sobre isso também serão abordados nesta postagem. Qualquer pessoa
pode discordar de quem fuma, por exemplo. Para nós o princípio é o mesmo e da
mesma forma vocês discordam de nós e, só para lembrar, muitas vezes são bem
ofensivos e violentos em suas “críticas”.
3. Sua fala: “Os homens heterossexuais
consideram os homossexuais inferiores”: O contexto que você usa essa frase é
quando um homem ofende a outro o chamando de gay. É claro que isso não deve ser
feito mesmo que involuntariamente, pela “força do hábito”. Mas apesar de
parecer isso, tenho certeza que não passa pela cabeça de ninguém que eles sejam
mais indignos ou inferiores (talvez passe pela cabeça de alguém, mas isso
independe de sua crença). Falando por mim é exatamente ao contrário. Farei aqui
das palavras de São Paulo as minhas próprias palavras: “Fiel é a Palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao
mundo para salvar os pecadores, dos quais eu
sou o principal” [I Tm. 1:15, grifo
nosso], ou seja, me considero mais
pecador que todos os outros homens, por isso preciso de Cristo. Certa feita
criticaram a Jesus porquê ele estava o tempo todo entre os pecadores, aos quais
Ele respondeu dizendo algo como “quem acha que está saudável não procura o
médico, mas os doentes, estes vêm a mim e eu lhes curo”. Jesus trocou o fardo
comigo. A cruz que hoje carrego é leve, pois a cruz pesada, sobrecarregada com
meus pecados foi Ele quem levou, a lavou com seu sangue, pegou todo aquele jugo
e o lançou nas profundezas do mar e jamais se lembrará deles. [Mt. 9:12-13; Mt. 11:30; Mt. 16:24; Mc.
2:17; Lc. 5:31-32; Ef. 1:7; Mq. 7:19; Jr. 31:34]. Quanto a forma de falar,
a qual você acusa os heterossexuais, os próprios homossexuais “se xingam”
chamando uns aos outros de bicha, fresco, etc. Não é uma questão de menosprezar
a pessoa, como já dissemos. Durante seu show você usou vários termos como forma
de xingamento. Usou partes do corpo, chamou de burro, de animal e outras
coisas. Não acredito que se ache que essas “coisas” são ruins ou inferiores, é
apenas vício de linguagem, que com os devidos cuidados podem ser evitados. O
motivo de se usar tais palavras como xingamento é o mesmo que leva a se colocar
apelidos: se a pessoa se ofender, aí pega. Como você disse, ser “viado ou
mulherzinha” não é ser inferior a ninguém, mas é pejorativo para quem não é. Se
você chamar alguma mulher de velha, com a clara intenção de xingar, ela irá se
ofender independentemente de sua idade. O problema não é “de que” chame, mas
“como” chame. Estava até bem pouco tempo passando um comercial na TV que
ilustrava bem isso. Mas vamos encerrar aqui esse ponto pois temos muita coisa
para tratar.
4. Você disse que pode criticar música
sertaneja e não homossexualismo - seu argumento é que ser homossexual é uma
condição humana e não uma condição decorrente de uma escolha. Falaremos mais
sobre este ponto mais à frente, em outros argumentos utilizados por você. Neste
ponto só quero mostrar o equívoco que se está tentando induzir toda a
sociedade: orientação de gênero como algo não opcional. Estão tentando fazer
com que todos acreditem que a “orientação sexual” de cada indivíduo é uma
condição imposta. Isto parece cada vez mais evidente já que a imprensa tem, a
cerca de 10 anos, “caçado” casos de crianças que se comportam como sendo do
sexo oposto e faz relatos que chegam a parecer que isso acontece frequentemente
e em grande parte da população. A ciência tem buscado validar essa
possibilidade através da genética e estudos sobre o funcionamento do cérebro. E
a verdade é que não encontraram nada de concreto pois, se o tivessem encontrado,
já teriam divulgado com estrondoso alarde. Não quero ser taxativo sobre o
assunto, mas, mais a frente, quando você usa Jesus em seus argumentos, voltamos
a este assunto à luz da Bíblia, que para nós é a única regra de fé e prática.
Por hora vamos procurar entender o que é “orientação”. Veja que qualquer tipo
de orientação predispõe uma escolha, ou seja, lhe dá opções a serem escolhidas.
Orientação educacional é um teste que indica qual ramo educacional você teria
mais facilidade para aprender. Você segue a orientação ou não. Veja que há uma
escolha envolvida. Orientação profissional é um teste que lhe indica qual
trabalho se encaixa melhor em seu perfil. Você aceita ou não. Novamente há uma
escolha. Se você perguntar a alguém como chegar a algum lugar, ao final da
orientação dada, você tem ao menos uma escolha. Acredita ou não? Vai ou não? Há
escolhas envolvidas em qualquer orientação e com a sexual não é diferente.
Mesmo que haja uma predisposição chegará um tempo em que a pessoa deverá
escolher. Vivo como homossexual ou não? Não estou aqui dizendo que é uma
escolha fácil. Geralmente escolhas que tem grandes consequências não são fáceis
de serem tomadas, pois independente da opção escolhida sempre haverá ganhos e
perdas. Cabe a nós saber o que tem maior valor. E aqui já lhe advirto: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,
se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" [Lc. 9:25].
5. Sua frase em uma simulação de
conversa com um amigo: “Me mostre um único gay na história do mundo que um dia
acordou e disse que ia fazer sexo oral (nos permita usar aqui um termo menos
vulgar do que o que você usou) com outro homem”: Isso é pra fazer graça, né?
Será que algum heterossexual já pensou em sexo? Será que alguém que fuma já
acordou e pensou em fumar? Será que um suicida já acordou um dia e disse: “hoje
eu me mato”, e realmente se matou neste dia? Vamos para o próximo ponto que é
melhor.
6. Sua frase sob o mesmo contexto: “Por
dentro você pode ser o que você quiser. Agora o que você tem a falar, a botar
pra fora, tirar dessa imundícia que você chama de alma e botar pra fora é
preconceituoso e opressor com condições humanas, essências humanas, não
manifestações e nem opiniões... tem que calar a boca e não contaminar a
sociedade com a sua intolerância” - Para começar a mostrar que sua forma de
pensar é que não faz muito sentido gostaria de contrapor esta frase com algumas
palavras de Jesus: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus?
Porque a boca fala do que está cheio o coração” [Mt. 12:34]. Para iniciarmos também o caminho das contradições não
apenas sob a luz da Palavra de Deus mas também sobre a própria língua você diz
para seu amigo “não contaminar a sociedade com a sua intolerância” em relação
aos homossexuais, mas intolerância tem por significado, segundo o Houaiss:
“intransigência com relação a opiniões,
atitudes, crenças, modo de ser que reprovamos ou julgamos falsos;
comportamento daquele que reprime por meio de coação ou da força as ideias que desaprova” (grifo nosso).
Veja que todas as palavras grifadas são vinculadas às coisas que você disse que
podiam ser censuradas e pretendemos mostrar que “orientação sexual” é algo
escolhido e não imposto. Ah! Antes que você diga: “é mais no significado tem o
modo de ser que você fez questão de não grifar”. Acontece que modo de ser
também remete a uma escolha. Pode conferir o significado em sites como a
Infopédia.pt ou o Dicionário Informal ou em qualquer outro dicionário que lhe
permita busca por expressão. E ainda se você quiser se defender dizendo que
esta intolerância é como a intolerância racial, saiba que intolerância racial é
a persistência do racismo; e racismo é um conceito, ou seja, uma ideia.
7. Você usa sentimentos e desejos para
defender que ser homossexual não é uma escolha pois são decorrentes de reações
do corpo humano na puberdade, as quais o adolescente não tem qualquer controle
ou escolha - Este seu argumento tem vários erros:
a. Isso só seria verdadeiro se todos os
homossexuais “surgissem” na adolescência e é senso comum que isto não é
verdade. Há alguns casos que estão sendo tidos, pela ciência, como “de
nascimento” enquanto outros, muitos outros, só acontecem bem depois, alguns até
na terceira idade, não há padrão e, a nosso ver, é porque cada pessoa escolhe
quando. Você pode até tentar argumentar com frases do tipo: “era gay e não
sabia”, “estava escondido no armário” e outras do gênero, mas você sabe que
tais frases não são verdadeiras. Há quem se considerasse hétero até idades
bastante variadas e por motivos diferentes dos hormônios da adolescência se
tornaram homossexuais;
b. Usou a frase: “Como alguém pode
afirmar que homossexualidade é uma escolha humana? Como alguém pode ser burro o
suficiente para afirmar uma merda dessa?” - Eu posso lhe fazer a mesma pergunta
de forma negativa. Se você ainda não sabe, homossexualidade não é uma condição
humana. É uma condição do homossexual, e este, segundo o Houaiss, é “mantido
por indivíduos do mesmo sexo (diz-se de relacionamento sexual); que ou aquele
que sente atração sexual e/ou mantém relação amorosa e/ou sexual com indivíduo
do mesmo sexo”. Percebe o tamanho da sua gafe?
c. Você usou a frase: “o ser humano é
incapaz de escolher por quem sente atração”. Você até pode dizer que o termo
“atração” está no significado que acabei de citar, mas a primeira atração que
sentimos por outrem não é sexual, e, portanto, não pode ser homossexual. Para
melhor entendimento vamos montar um panorama geral de um “estado atrativo”.
Sabemos que a atração se dá por uma qualidade no outro que nos é perceptível e
a qual valorizamos. Aqui já temos o primeiro ponto: valorização de qualidades.
Se valorizamos é porque já montamos, anteriormente, toda uma estrutura
conceitual. Já adaptamos nosso cérebro a reconhecer aquilo que mais
valorizamos. Há um processo de escolha bem definida. Agora vamos colocar “um
corpo bonito e atlético” como qualidade mais valorizada, ou seja, de maior peso
conceitual. Desta forma sempre que vermos alguém com tal atributo seremos atraídos.
Veja que há uma predisposição, organizada e concebida. Se estipular valores
gerais não será feita escolha por gênero e você se sentira atraído por qualquer
pessoa com estes atributos. Agora vamos fazer uma “restruturação” e digamos que
“olhos bonitos” é a qualidade de maior peso. Quem, em estado normal, vê lindo
olhos e pensa em sexo? Além disso, da primeira atração até o relacionamento há
um longo caminho. Todos temos uma extensa relação de qualidades que procuramos
no outro e defeitos que não toleramos. Nosso cérebro sempre faz um cálculo
somando e subtraindo “pesos concedidos” e quando os defeitos são “mais pesados”
que as virtudes ele nos avisa que o relacionamento não vai dar certo.
Infelizmente algumas vezes (para não dizer geralmente) somos teimosos demais,
insistimos e sofremos. As vezes achamos que podemos mudar alguns defeitos do
outro e fazer com que as qualidades ultrapassem os defeitos na esperança de um
bom relacionamento e erramos, principalmente, porque não podemos mudar ninguém.
Apenas Deus pode fazê-lo e para isso é necessário que se permita que Ele o
faça.
d. Você diz que não dá pra escolher por
que mulher um homem vai sentir desejo sexual - Mas acreditamos que sentirá se
começar a ver nela mais qualidades que defeitos. Se a pessoa condicionar seu
cérebro para minimizar os pesos dos defeitos e maximizar os das virtudes isso
será possível. Na verdade, todos já fazem isso, só que inconscientemente. Estou
lhes convidando para fazer um experimento assim como você propôs um no seu
show. Bom, esse precisará de bem mais que trinta segundos e de uma boa
quantidade de vontade. Se isso não pudesse ser feito haveriam poucos
relacionamentos no mundo pois sempre procuramos no outro a proximidade da
perfeição; e, diante da impossibilidade de tal, passamos a ser “menos
exigentes”. Comece a olhar para uma pessoa e procure só ver nela qualidades e
em pouco tempo você terá uma percepção diferente dela. Talvez até “se
apaixone”.
e. Agora gostaria de propor duas
alegorias:
A. Você presencia, sem ser notado, duas
pessoas, F e S, passando por uma situação vexatória quaisquer. Posteriormente
você as aborda separadamente e questiona sobre o acontecido. Lhe pergunto: Você
acha que as duas pessoas não têm o desejo de mentir? Agora digamos que F minta
e S fale a verdade. Lhe pergunto: Quem é a mentirosa das duas?
B. Duas pessoas, B e T, estão em uma
mesa de bar bebendo. B bebe uma certa quantidade e percebendo que está
começando a ficar ébrio, então diz para T: “Pra mim já deu. Vou embora!”. Como
T se recusa a ir e ainda insiste para ele beber mais, ele vai embora e deixa T
lá no bar. T fica no bar e bebe até cair. Lhe pergunto: Você acha que B não
tinha desejo de ficar lá bebendo até não poder mais? Este cenário se repetindo constantemente
a qual dos dois você acha que vão chamar de alcoólatra e dizer que precisa de
ajuda?
Trouxe estas duas estorinhas para
ilustrar duas coisas: I. Não é o desejo que faz a pessoa, mas suas ações. Todos
os desejos do nosso coração são maus e é nossa obrigação dominá-los [Gn. 4:7, 6:5] e; II. Até o ano de 1990
a sociedade tratava a homossexualidade como doença. Nesta época a Organização
Mundial de Saúde (OMS) passou a tratar a questão como “opção individual” e não
mais como doença. Agora a mídia que convencer a todos que nem opção é mais. Há
anos os cientistas vêm procurando uma forma de comprovar que a homossexualidade
é genética, mas até o momento não encontraram nada conclusivo. Até fizeram
alguns testes com gêmeos univitelinos (disponível aqui, em
inglês), ou seja, que possuem o mesmo DNA, e que se sabia que um dos dois era
homossexual. Só encontraram 20% de chance genética do outro também ser
homossexual os levando a conclusão que o ambiente em que vivem tem muito mais
relevância para determinar se serão homossexuais ou não. Estatisticamente falando
quatro em cada cinco homossexuais se decidiram devido a influências externas;
8. Você diz que homossexual fica
excitado ao ver os órgãos genitais de outro homem - Quanto a isso não podemos
dizer nada pois não temos nem conhecimento nem experiência, mas lembre-se que
nem todo homossexual é passivo; e os que são apenas ativos não sei se ficam
excitados vendo o pênis do outro. Neste ponto vou acreditar em você e não vou
discordar;
9. Você argumenta que a Bíblia não pode
ser usada para condenar o homossexualismo - Tentarei seguir os pontos na ordem
que você os expõe. Obs.: Tratarei aqui a trindade em sua economia.
I. Sua fala: “A Bíblia não pode ser
usada para dizer que Deus abomina ou condena a homossexualidade, pelo menos não
em 2016, 2017, 2018, etc.” – Isto é um erro crasso. Isto vai ficar evidente a
medida que você for expondo seus demais argumentos. Decerto que várias coisas
na Bíblia se têm que levar em conta o tempo, costumes sociais, leis e outras
coisas, mas nenhuma delas quando se trata de Deus. Vamos entrar em mais
detalhes disso mais à frente. Aqui vamos falar um pouco sobre a imutabilidade
de Deus. Digo com isto que Deus não muda, seja em:
a. sua natureza [Tg. 1:17]: Deus não muda para pior pois ele é três vezes Santo [Ap. 4:8] e não muda para melhor, pois
Ele já é eternamente perfeito [Hc. 1:12,
Mt. 5:48; Cl. 3:14];
b. seus atributos (ou seja, suas
qualidades): Seu poder, Sua glória, não mudam [Rm. 1:20], Seu conhecimento e sabedoria não mudam [At. 15:18], Seu amor [Jo. 13:1; Rm. 8:35-39; Jr. 31:36],
misericórdia e fidelidade [Sl. 100:5]
não mudam;
c. Sua palavra [Tt. 1:2]: Seus decretos e planos não mudam [I Cr. 16:14-17; Jó. 23:13; Sl. 33:11, 115:3; Pv. 19:21; Is. 14:24,
46:10];
Em resumo, Deus não mudou nada desde a
eternidade e por toda a eternidade. Deus não vai mudar por causa do homem, mas
o homem tem que se moldar à vontade d’Ele, pois Sua vontade é boa, agradável e
perfeita [Rm. 12:2]. Como você
argumentará sobre a obra de Jesus vamos deixar para falar o que mudou com sua
vinda quando você o fizer, mas já lhe adianto que todas as mudanças são para o
homem e não para Deus ou para Ele mesmo;
II. Sua fala: “A Bíblia é dividida em
duas partes: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT). AT: um texto
específico, escrito para uma sociedade muito mais primitiva do que a nossa, que
precisava de regras claras, de expressões pesada” – Aqui você acertou apenas
uma coisa: Que a Bíblia é um texto específico, escrito para uma sociedade. Só e
somente isso. Vamos mostrar o que você errou e como é o certo partindo do fim:
a. “Sociedade que precisava de regras
claras, de expressões pesadas”: A sociedade hoje é uma bagunça porque as regras
não são claras. Bandidos não ficam presos (quando são), crianças mandam nos
pais, dar calote é ser esperto e sertanejo é música (brincadeira, algumas até
são boas). O medo que faz é chegar o dia em que estaremos andando na rua e, se
dermos sorte de não sermos mortos, sequestrados ou assaltados, vermos o poste
fazendo xixi no cachorro. Então lhe pergunto: Quando foi que a sociedade deixou
de precisar de “regras claras” e “expressões pesadas”? Ainda há países neste
mundo hodierno que tem pena de morte e mutilação para os casos de crimes
hediondos. Então quando foi que a sociedade melhorou? A cada ano cresce o
número de mortes e de crimes. A cada dia as pessoas são mais egoístas e
avarentas. E diante disto tudo apenas uma coisa permanece inalterada: A Palavra
de Deus! Podemos sintetizar tudo que dissemos neste parágrafo com uma só frase
de Jesus que se encontra em Mateus
24:10-11 – “Nesse tempo, muitos hão
de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; ... E, por se multiplicar a
iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”.
b. “Sociedade primitiva”: pela sua
tonalidade e construção entendi que estava se referindo a ela ser atrasada,
rude, tosca, rudimentar, sem instrução, ignorante e bárbara (definições do
Houaiss). Se não era essa a sua conotação então vá direto para a letra c.
abaixo, mas, se era, então saiba que você, novamente, está equivocado. O povo
antigo a quem você chama de ignorante tinham conhecimentos que hoje não temos.
Citarei apenas dois exemplos: 1. As múmias que, segundo a ciência, algumas tem
cerca de sete mil anos e estão em “perfeitas” condições. Hoje quando um corpo é
conservado por quatro anos tem isso como milagre, e; 2. Construções romanas de
2.500 anos em que a argamassa fica mais forte ao passar do tempo, enquanto que
as de hoje ficam mais fracas. E não podemos esquecer que o conhecimento que
temos hoje é fruto de tudo que as sociedades passadas começaram a construir.
Você sabe quais as invenções de nossa geração? As da área da computação (que
não existiriam sem o conhecimento da geração anterior, que não existiriam sem o
conhecimento acumulado durante toda nossa história) e o guarda-chuva pra
cachorro (nada contra os bichinhos de estimação. Lá em casa mesmo temos três,
sem contar comigo, rsrsrsrs). Então não me venha dizer que as sociedades que
contribuíram tanto para a nossa e que tinham conhecimentos os quais não
dispomos hoje, mesmo com toda nossa tecnologia, era atrasada ou ignorante.
c. A Bíblia não é dividida em duas
partes. Ela FOI dividida em duas partes assim como FOI dividida em capítulos e
versículos. Isso foi para uma melhor compreensão nossa, uma facilidade. Toda a
Escritura Sagrada tem um único objetivo: tanto o AT como o NT apontam o Cristo
e Este aponta à Deus. Não há nada na Bíblia que não tenha este intuito, portanto
não podemos descartar alguma parte. Vale lembrar aqui que tudo que foi citado
de Sacro no NT veio das Escrituras Sagradas disponíveis na época, que, não se
surpreenda, era o AT e ao qual Jesus veio cumprir integralmente (falaremos mais
sobre isso adiante). Os crentes de Beréia examinaram o AT antes de acreditar
nas palavras dos apóstolos [At. 17:10-11]
e foi o AT que Paulo afirmou serem, também, inspiradas por Deus [II Tm. 3:16].
d. O texto bíblico, tanto o AT quanto o
NT foram sim, escritos para uma sociedade específica, mas se você está pensando
que foi para o povo judeu, você errou mais uma vez. As Escrituras Sagradas não
foram escritas para o povo judeu, mas, sim, para o povo de Deus.
III. Sua fala: “Jesus veio e mudou a
Piiiiiiiii (não vamos colocar aqui seus “palavrões”) toda”: Errado!!! Lemos em Mateus 5:17 o próprio Jesus dizendo: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”. Se você não sabe revogar
é: “tornar sem efeito, fazer deixar de vigorar, anular, cancelar” (Houaiss).
Simplificando: Jesus disse que não veio para anular ou cancelar o AT, mas veio
para o cumprir. E cumprir aqui é maravilhoso porque Jesus não veio apenas para
realizar tudo que a Lei e os Profetas disseram; veio para os satisfazer,
atender, sujeitar-se e, finalmente, completar. Completar também não é mudar
tudo, mas acrescentar o que faltava. Assim as Escrituras só está completa se a
utilizarmos de forma completa. Havíamos antes mencionado que diríamos o que
Jesus veio mudar, pois bem, esse é o momento. Para ficar mais fácil de
compreender vamos pegar como exemplo o caso da mulher flagrada em adultério,
que está descrito no evangelho de João
8:3-11. Por favor leiam em suas Bíblias. Este exemplo é bom porque o
adultério tinha a mesma sanção da prostituição e do homossexualismo, que, no
caso, seria a morte. Também podemos crer sem medo que o tratamento dispensado
por Jesus seria o mesmo em quaisquer dos três casos. A mulher foi levada até
Jesus, que foi interrogado nos seguintes termos: “Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na Lei nos
mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?”.
Bom, se Jesus tivesse vindo ao mundo para mudar tudo como você disse então essa
seria uma “oportunidade de ouro”. Ele poderia dizer algo do tipo: “Não pessoal,
essa lei é ultrapassada. Nada disso vale mais não. Pode jogar todo esse papel
velho fora porque vim pra mudar tudo”. No entanto não foi isso que Ele disse. O
que Ele disse foi mais parecido com: “Vocês estão certos. Ela deve morrer”.
Como você pode ver por Suas palavras Ele não alterou a Lei, no entanto Ele
mudou uma coisa ao dizer: “Aquele que
dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra”. Então
o que Ele mudou? Ele mudou a percepção do homem quanto ao seu próprio estado diante
de Deus. Deus não mudou! Sua Lei moral não mudou! Seus decretos não mudaram! O
que Jesus mudou é o modo como o homem deve se ver: pecador, transgressor das
Leis de Deus e, consequentemente, merecedores da mesma pena. Mas Jesus veio ao
mundo para mudar uma coisa mais: o nosso destino! Ele veio para nos dar
esperança de salvação. Veio para nos mostrar que é possível, através d’Ele, que
sejamos vistos por Deus sem pecado. Para concluir este ponto e enfatizar que
Jesus realmente não veio mudar a Lei moral de Deus, depois que todos saíram e
só aquela mulher ficou, Ele poderia ter-lhe dito algo como: “Olha, eu só disse
aquilo pra eles se acalmarem e irem embora. Na verdade nada daquela lei velha
vale mais. Pode ir embora viver sua vida do jeito que bem entender”. Mas, ao
invés disso Ele disse: “Vai e não peques
mais”. E estas são as mesmas palavras que Ele nos diz hoje: “Não peques mais”.
IV. Sua fala: “O NT é a base de toda
religião Cristã” – Errado!!! A base da religião cristã é Cristo e como toda a
Bíblia, como já dissemos, aponta para Ele, então toda a Escritura, que é
formada de AT e NT, são a base da religião Cristã e qualquer religião, igreja
ou denominação que procede de outra forma não pode ser chamada de Igreja de
Cristo.
V. Sua fala: “Sabem quantos parágrafos
dão a entender que ser gay é errado? Um! Um parágrafo! Uma única fala, de um
único indivíduo” – Errado novamente. É claro que, como o termo “homossexual” é
novo, não o encontraremos na Bíblia. Mas vamos ver quantos textos há no NT que
diz que a prática da homossexualidade é pecado. Só gostaria, antes de
colocarmos os textos, de fazer algumas observações, pois sempre que vamos
analisar os textos bíblicos temos que ter em mente algumas coisas:
1. A Bíblia não foi escrita para
ofender, mas para orientar, então algumas palavras são as expressões mais
suáveis possíveis (ao contrário do que você disse que as expressões eram
pesadas), portanto, algumas vezes, será necessário pegar os significados das
palavras que estão dentro dos significados;
2. O que estava em vigor eram todos os
conceitos do AT, então por exemplo, quando um escritor diz que “viver em
impureza” é pecado, é necessário irmos lá no AT para ver o que Deus considera
como impuro. Quando diz que algo é imoral, é lá no AT que vamos ver o que Deus
considera como imoral ou abominável.
Para lhe satisfazer deixarei de fora
algum texto que por ventura esteja nos quatro evangelhos e os que estão no AT.
Os dos evangelhos abordaremos mais à frente. Queremos deixar claro, mais uma
vez, que o objetivo do que escrevemos não é ofender, mas alertar. Com a Bíblia
e os dicionários em mãos? Eis os textos:
Rm. 1:26-32; Rm. 6:19; I Co. 6:9-10, 18; I Co. 7:2; II Co. 12:21; Gl. 5:19-21; Ef. 4:19; Ef. 5:3-5; Cl. 3:5; I Tm. 1:8-10; Hb. 13:4; I Pe. 4:4; II Pe. 2:4-6; Jd. 1:5-8; Ap. 17:2; Ap. 21:8; Ap. 22:15;
Esses são os que encontrei. São 17
textos de 5 escritores diferentes (talvez 4 escritores, não temos certeza quem
escreveu a carta aos Hebreus).
VI. Sua fala: “Sabe o que Jesus falou
sobre os gays? Nada! ... Jesus andou com todo tipo de pecadores, falou sobre
inúmeros pecados, era de se esperar que se sua sexualidade tivesse a mínima
relevância para Jesus Cristo, Ele teria dito algo, não é verdade?” – Como já
dissemos anteriormente este termo é novo e realmente não o encontraremos.
Também devido ao contexto sociocultural em que Jesus estava não poderíamos
esperar que Jesus se deparasse com algum homossexual naquela época, portanto
não poderíamos esperar que Jesus falasse abertamente desse assunto bem como de
outros, por exemplo: aborto, sexo entre namorados e fornicação. Não eram coisas
usuais e cotidianas. E como Ele não mencionou nenhum desses pontos então está
“liberado”? Claro que não! Como já dissemos a Bíblia inteira é a Palavra de
Deus. Ele não falou porque os pontos já eram bastante claros para todos. Não
havia necessidade de dizer algo que todos já sabiam. Mas mesmo assim Jesus
falou algumas coisas sobre homossexualidade nos mesmos moldes do ponto V.
acima. Vide os textos de Mt. 15:18-20
e Mc. 7:20-23. Para fecharmos o
assunto de Jesus neste contexto sei que alguns tem se utilizado do texto de Mt. 19:12 para dizer que os “eunucos de
nascença” citados ali eram pessoas que nasceram gays. Quero que entendam de uma
vez, se ainda não entenderam: o que caracteriza o homossexual é o
relacionamento íntimo com pessoa do mesmo sexo. Uma criança não tem
relacionamento neste sentido com ninguém, portanto ninguém nasce gay. E se você
for apontar alguém que tenha tal relacionamento com crianças é bom saber que
pedofilia é crime e você deve, urgentemente, avisar a polícia. Outros pontos
são, como já dissemos, que a ciência atribui o fato de alguém ser gay mais a
influência externa que a genética (apesar disso a busca continua pelo “gene gay”)
e o que você mesmo disse que são decorrentes de desejos da puberdade. Ainda se
pegarmos o texto e o forçarmos um pouco para defender que estes eunucos eram
homens que não tinham desejos por mulheres, mesmo assim não eram gays. Jesus
falou naturalmente da situação porque as pessoas da época compreendiam
claramente o que Ele estava dizendo. Se você quiser entender e insistir que
realmente Jesus estava falando de homens que não tinham atração por mulheres
desde o nascimento (não temos material para o dissuadir disto) então temos que
analisar algumas coisas mais no texto. Se este fosse o caso esta era uma boa
oportunidade para validar o casamento entre homossexuais, mas Ele não o fez.
Vamos ver quais foram as palavras que Ele usou: “Não tendes lido que o Criador,
desde o princípio, os fez homem e mulher” (vv. 4), onde “desde” é um movimento
ou extensão a partir de um ponto e momento determinado (Houaiss), ou seja,
Jesus está dizendo que sempre nasce homem no corpo de homem e mulher no corpo
de mulher. No vv. 5, Jesus diz: “Por esta causa... o homem... se unirá a sua
mulher, tornando-se os dois uma só carne” e ainda nos vv. 11 e 12 Ele diz que
há algumas pessoas que Deus lhes dá que não se casem; e assim Jesus determina
que não pode haver homem no corpo de mulher (e vice-versa), que não pode haver
casamento entre pessoas do mesmo sexo e nem daqueles que estão nos estado
indicados neste texto. Você pode ainda dizer: “Então quer dizer que os
homossexuais não tem direito de serem felizes?”. Eu lhe respondo que este é o
principal motivo de tantos relacionamentos fracassados. Cada vez mais os
relacionamentos duram menos. As pessoas não são felizes sozinhas e esperam
conseguir ter felicidade no outro. Ledo engano. Se você não é feliz sozinho
como fará o outro feliz? E como você espera que seu cônjuge seja feliz se vai
estar o tempo todo tentando lhe fazer feliz? E, se ele também não é feliz, a conta
é muito simples: ambos serão infelizes; porque não vão encontrar no outro
aquilo que mais desejam e que o outro não pode oferecer porque não tem. Se Deus
nos permitir no futuro falaremos mais sobre namoro, noivado e casamento.
VII. Sua fala: “Uma fala de Paulo em
Romanos. Só! ... Se você vai usar uma única fala de Paulo para condenar milhões
de pessoas a sofrer pela eternidade no fogo, então você tem que seguir todas as
falas, de todos os apóstolos do NT” – Bom, já mostramos que não é uma única
fala e também não é somente Paulo que falou sobre o assunto. Quero aproveitar
este ponto e lhe dar uma informação. O NT é formado por 26 livros dos quais
Paulo escreveu 13 (para alguns estudiosos 14). Se considerássemos verdadeiro o
que você falou sobre o NT ser a base da religião Cristã então Paulo, sozinho,
seria o responsável por, pelo menos, metade dessa base; então não podemos
deixar de levar em consideração o que ele escreveu, certo? Quanto a condenar
alguém, esse não é nosso papel. Nosso papel é mostrar a verdade; mostrar que há
um caminho (e somente um) que pode reconciliar o homem com Deus. Se você fizer
um exame de consciência, com sinceridade de coração, sem mentir para si mesmo,
descobrirá quem o condena. Se você ler as Escrituras Sagradas sem procurar
desculpas para descartar cada texto da Bíblia também vai perceber quem o condena.
Quanto a seguir todas as falas dos Apóstolos a intenção é essa, mas vamos
respeitar os contextos de suas falas, sem pegar textos desconexos e atribuir a
eles quaisquer interpretações que se queira, por favor!
VIII. Sua fala: “Se você vai seguir
todas as falas então você tem que seguir uma fala maravilhosa em Coríntios que
deixa claro que a mulher dentro da igreja deverá permanecer calada e se tiver
alguma dúvida deverá fazer ao marido dentro de casa ... Se vai seguir todas as
falas do NT tem que seguir uma fala maravilhosa em Timóteo onde fica claro que
é vedado a mulher ensinar” – Percebemos que o motivo de você usar dois textos
como estes é para trazer a ideia que se podemos admitir que, se estes podem ser
desconsiderados, porque não pode desconsiderar o outro, não é verdade? Acontece
que, como já mostramos, não é “apenas um único parágrafo de Paulo”, como você
disse a princípio, que condena a prática do homossexualismo. Então mesmo que
você queira usar estes textos para derrubar o outro, não os pode usar para desconsiderar
tantos. E para mostrar que você entendeu errado ou está mal-intencionado vamos
dar uma olhada com mais calma nos textos e observando, como deve ser, seus
contextos e motivos e assim vamos ver se ao menos esses poderiam ser usados
para anular aquele de Romanos que você citou como sendo o único:
a. Primeiro vamos ver o texto de I Co. 14:34 em seu contexto bíblico e
sociocultural:
1. Seu contexto bíblico: Neste capítulo
inteiro Paulo esta falando sobre a ordem no culto. A igreja de Corinto estava
com muitos problemas desta natureza. Veja que nos versos anteriores ao 34 ele
está relatando como os homens devem proceder em determinadas circunstâncias no
culto. O problema lá estava tão grande que sequer era respeitado o princípio
básico do diálogo. Em meio a toda aquela confusão as mulheres que frequentavam
aquela igreja estavam agindo de igual modo e todos falavam ao mesmo tempo. Não
havia ordem nem respeito. Quanto as mulheres, esta liberdade que agora
disponham e que lhes foi dada pelo evangelho, pois em sua sociedade as mulheres
nem eram tratadas como membros da sociedade, tem um limite. Quando se transpõe
esse limite não é mais liberdade que se tem, mas sim libertinagem. Suas
condutas (dos homens e mulheres) estavam causando escândalo ao Evangelho de Cristo.
Para entendermos melhor o fato de Paulo ter dito tais palavras para as mulheres
precisamos entender o contexto sociocultural;
2. Naquela sociedade as mulheres não
eram tidas como cidadãs. Consequentemente tudo lhes era vetado. Não podiam
participar de decisões políticas, não podiam falar em público e por causa disso
só podiam assistir aos debates em silêncio e não podiam participar de ritos
religiosos (com exceção das que eram sacerdotisas, mas estas eram apenas usadas
para orgias em rituais, isso em uma explanação geral). Elas sequer podiam
entrar nos templos. Usando a liberdade dada pelo Evangelho de Cristo as
mulheres daquela igreja estavam infringindo todas essas regras e isso era
escândalo para o Evangelho, não que a igreja se escandalizava, mas a sociedade.
Apesar de acreditar que estas regras não fizessem parte de uma lei civil (já
que as leis civis só apareceram por volta do ano 1.800 d.C.) estas regras eram
tão claras e respeitadas que Paulo lhes atribuiu peso de lei.
3. Simplificando, Paulo não disse que
as mulheres não podiam falar na igreja, ele disse que elas não podiam infringir
as regras claras e aceitas da sociedade pois isso escandalizava o evangelho e
as colocava, perante a sociedade, em uma situação que se assemelhava as das
meretrizes. Paulo não estava menosprezando as mulheres ou as colocando sob
jugo; ele estava as protegendo, protegendo a Igreja e o Evangelho de Cristo.
Esta fala de Paulo é válida em qualquer tempo e sociedade. Não devemos agir de
forma que escandalize o Evangelho ou que venha a nos comprometer moralmente. Se
as leis da sua sociedade, sejam elas civis ou regras morais e de conduta,
claras e duradouras, não transgredirem as Leis de Deus e lhe impedirem de fazer
algo, não faça, pois isso é tão prejudicial para o Evangelho como é para sua
própria imagem perante a sociedade. Chegamos então a conclusão que este texto
não pode retirar a validade do outro, pois esta “norma” ainda é, e sempre será,
válida.
b. Agora vamos ver o texto de I Tm. 2:12:
1. O contexto bíblico: o objetivo de
Paulo ao escrever a carta a Timóteo é de passar instruções de como devia
funcionar a igreja de Éfeso, da qual ele seria o líder (ou pastor, se
preferir). Éfeso não era sua cidade natal e ele ficou nela a pedido do próprio Paulo
[I Tm. 1:3]. Timóteo era de Listra,
província romana situada na Ásia Menor e apesar de seu pai ser grego [At. 16:1] talvez ele não estivesse bem
habituado aos costumes dos gregos. As “regras” sociais em Éfeso eram bem
semelhantes às da cidade de Corinto que acabamos de abordar. Neste capítulo específico
Paulo admoesta a Timóteo que algumas coisas das quais ele estava acostumado a
ver nas cidades romanas não deviam ser “implementadas” lá. Um dos pontos que
aborda é que as mulheres deviam estar se utilizando dos costumes a que Timóteo
estava habituado para tentarem mudar os costumes daquela comunidade em Éfeso.
Paulo diz, por exemplo, que as mulheres não deviam se vestir de modo indecente.
Apesar de naquela época a maioria das mulheres usarem roupas que cobriam todo o
corpo e cabeça era comum nas cidades romanas as mulheres andarem com a cabeça
descoberta, braços, ombros e costas à mostra. Em Éfeso (assim como em quase
todas as cidades gregas) uma mulher casada estar na rua com a cabeça descoberta
já era indecente. Paulo também diz que as mulheres de posses não deviam
ostentar sua riqueza, porque grande parte das mulheres eram simples, e aquelas,
ao se exibirem, faziam com que as outras pecassem. Por isso ele diz: “Se ataviem com modéstia e bom senso” [I Tm. 2:9]. Esta “norma” ainda vale
hoje, e sempre valerá, em qualquer tempo e sociedade. E semelhantemente ao que
estava acontecendo em Corinto, as mulheres estavam ultrapassando o limite da
liberdade proveniente do Evangelho de Cristo e queriam tomar o lugar dos
homens, queriam falar em público e ainda ensinar as Escrituras aos demais.
Estes eram três problemas que causavam enorme dano: I. Pessoas sem estudo algum
(infelizmente esta era a condição de praticamente todas as mulheres de lá) queriam
ensinar as Escrituras; II. falar em público era desonroso para elas e para o
público e; III. seus maridos ficavam mal vistos na sociedade por não
controlarem suas esposas e serem por elas dominados. Veja que o problema delas
não poderem fazer essas coisas não estava no Evangelho ou nas palavras que
Paulo escreveu. Elas não podiam fazê-lo por causa da sociedade e de suas
próprias condições naquela sociedade. E elas não deviam fazê-lo para pouparem a
si mesmas, seus maridos e o Evangelho. Se uma coisa vai manchar sua imagem, de
seu marido e do Evangelho, então não faça. Essas “normas” ainda valem, e sempre
serão válidas em qualquer tempo e sociedade. Portanto esses textos não podem
ser usados para derrubar o texto que fala sobre homossexualismo, ou qualquer
outro, mas, ao contrário, eles o dão mais força.
Para concluir este ponto as mulheres lá
não eram professoras. Naquela sociedade as mulheres sequer tinham profissões.
Nem mesmo tinham voz, e isto lhes foi concedido pelo poder do Evangelho, mas
por causa da dureza do coração humano, apenas quando estivessem estritamente
entre os irmãos. Assim, sua fala de que “... se tiver alguma professora
assistindo (seu show) ou na plateia hoje, você vai pro inferno” só pode ser
atribuído literalmente, pois, como já dissemos, no contexto não haviam
professoras, e Paulo em nenhum momento disse que elas iriam para o inferno por
causa destes acontecimentos.
IX. Sua fala: “Qual a conclusão que
tiramos? Tem que descartar as coisas que Paulo falava? É!” – Errado!!! Como
mostramos você está equivocado em umas partes e totalmente errado em outras.
Seu intuito em tudo isso nada mais é que tentar desmerecer as Escrituras
Sagradas usando de quaisquer meios para isso, mesmo que sejam mentiras e
enganações.
X. Estamos perto do final, então que
tal um “bate-bola”?
1. Sua fala: “E se mesmo depois de tudo
que nós aprendemos hoje a noite...” – Como já disse, tudo que você “ensinou”
estava errado então na verdade não se aprendeu nada;
2. Continuando sua fala: “... você
ainda tiver a cara de pau de falar que vai continuar dizendo que ser gay é
errado, piiiiiiii...” – O comentário a esta parte estará incluso na conclusão;
3. continuando: “... amigo, eu tentei,
fiz o meu melhor, não consigo fazer melhor que isso não ...” – Consegue, sim.
Comece tentando parar de encher seu público de mentiras. Já é um bom começo;
4. você continua: “... o mundo ainda permite que você tenha sua
opinião, é por pouco tempo, então desfruta...” – obrigado pelo aviso;
5. e continua: “... Mas aí o mundo
também permite que eu tenha a minha opinião sobre você ...” – Ao contrário do
que você e o mundo quer fazer conosco não pretendemos tirá-la de você;
6. e conclui dizendo: “... Você é um
piiiii, e tem que piiiiiii!” – já eu lhe desejo muito sucesso. Desejo que seus
projetos sempre deem certo e que tenhas muita saúde e felicidade;
XI. Conclusão: Para concluirmos queremos
lhe dizer e a quem mais vier a ler esta carta (que estará fazendo parte
integrante das postagens deste blog) que você escolhe o que quer ser. A opção é
sua. Escolha da forma que achar melhor. Você não nos deve explicações e eu não
posso e não quero me meter na sua vida, mas pelo amor que Deus coloca em meu
coração e o qual me faz amar o próximo, sempre que eu tiver oportunidade lhe
transmitirei as Suas Palavras que hoje serão apenas uma dita por Jesus: “... não peques mais”.
"Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?
... Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que
sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era
desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e pelas suas pisaduras fomos sarados." [Is. 53:1, 3-5]
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado
em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.