segunda-feira, 12 de setembro de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (12 de setembro de 2016)

- Erros numéricos?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre alguns números divergentes:
“Davi tomou 1.700 cavaleiros de Adadezer (II Samuel 8:4). [Tomou-lhe Davi mil e setecentos cavaleiros e vinte mil homens de pé; Davi jarretou todos os cavalos dos carros, menos para cem deles.]”
“Davi tomou 7.000 cavaleiros de Adadezer (I Crônicas 18:4). [Tomou-lhe Davi mil carros, sete mil cavaleiros e vinte mil homens de pé; Davi jarretou a todos os cavalos dos carros, menos para cem deles.]”

“Davi matou aos arameus 700 parelhas de cavalos e 40.000 cavaleiros (II Samuel 10:18). [Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi matou dentre os siros os homens de setecentos carros e quarenta mil homens de cavalo; também feriu a Sobaque, chefe do exército, de tal sorte que morreu ali.]”
Davi matou aos arameus 7.000 cavalos e 40.000 empregados (I Crônicas 19:18). [Porém os siros fugiram de diante de Israel, e Davi matou dentre os siros os homens de sete mil carros e quarenta mil homens de pé; a Sofaque, chefe do exército, matou.]”

“Israel dispõe de 800.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 500.000 homens (II Samuel 24:9). [Deu Joabe ao rei o recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que puxavam da espada; e em Judá eram quinhentos mil.]”
Israel dispõe de 1.100.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 470.000 homens (I Crônicas 21:5). [Deu Joabe a Davi o recenseamento do povo; havia em Israel um milhão e cem mil homens que puxavam da espada; e em Judá eram quatrocentos e setenta mil homens que puxavam da espada.]”

Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Vamos abordar esta questão porque foi citada na relação das contradições, mesmo não sendo propriamente uma. Também não é fácil de explicar porque estes números estão em desacordo. Como os três pontos tem o mesmo “problema” então resolvi abordá-los juntos, para não ter que ficar repetindo as mesmas justificativas e qualquer outro que aparecer mais para frente na lista, se não for possível uma explanação diferente, será ignorado, para não ficar sendo repetitivo.
Acredito que alguns irmãos na internet já tentaram explicar algum destes textos ou até mesmo todos. Olhei duas destas postagens apenas para ter uma ideia de como estão sendo tratados e poder fazer uma abordagem mais geral de possibilidades. Como já devem ter percebido não posso afirmar que algumas delas sejam realmente “solução do problema” mas procurarei fazer a lista deixando para o final as que acho mais prováveis, fazendo algumas críticas que acreditar necessárias. Esta postagem poderá se tornar longa, então fique conosco até o final, de mente aberta e esperando receber de Deus algum ensino.
Antes de começar a elencá-las gostaria de dizer que independente destas possibilidades não serem verdadeiras o fato de manter estas “divergências” nos garante que houve uma grande preocupação em manter as Escrituras Sagradas em sua forma original e, após tanto tempo e estando já por quase todo o mundo, é um fato louvável e que nos dá a certeza de estarmos realmente lendo as palavras que Deus cuidou chegar até nós.

Dito isto vamos as possibilidades:
1. Erro dos copistas: Já expliquei como a Bíblia foi se multiplicando em uma postagem em 19 de junho de 2015. Está possibilidade existe, no entanto é a menos provável de acontecer. Se alguma cópia tivesse saído com erro teria rapidamente sido descoberto e essas cópias teriam sido inutilizadas. Se acontecesse de não terem sido descobertas logo, teríamos mais textos “certos” que textos “errados” circulando e essa discrepância seria facilmente suprimida. Caso ainda mais difícil, e que nos traria o “erro” perpetuamente, seria que a primeira cópia saiu com o erro e o original foi guardado, então todas as cópias seguintes saíram com este erro. Isso beira a impossibilidade, já que temos mostradas apenas nesta postagem três textos diferentes. Ao menos duas pessoas não verem um erro é uma coisa, mas três erros!? Não é como esquecer um zero. Os textos são por extenso.

2. Erro de tradução: Na mesma postagem citada no ponto anterior falo um pouco sobre as traduções, realmente seria bom vocês a lerem. O erro de tradução seria uma possibilidade, mas com as revisões e atualizações (vide postagem de 08 de agosto de 2016) que foram efetuadas, as consultas a textos antigos e em outras línguas revelariam este equívoco. Em defesa das traduções vejam um comentário da Cambridge Bible for Schools and Colleges (http://biblehub.com/commentaries/cambridge/2_samuel/8.htm) sobre o texto de II Samuel 8:4: “O texto atual em hebraico só pode significar mil e setecentos cavaleiros;” (ajuste nosso a tradução do Google). Apesar disso, em minha pesquisa em diferentes versões traduzidas para linguagens mais inteligíveis para mim, encontrei um erro de número na versão Revista e Corrigida, que já foi corrigido na versão Corrigida e Fiel e uma modificação na versão NVI, ajustando o texto de Samuel com base no texto de Crônicas. Evitarei o máximo possível usar estas duas versões, principalmente a segunda, pois este tipo de ação é inaceitável. Já pensou se todo mundo que achasse que há alguma coisa errada na Bíblia e quisesse modificar para outro texto por achar que um está errado e outro certo? Temos que ter em mente que a Bíblia chegou até nós assim, e esta foi a vontade de Deus. Sem modificar, nem tirar e nem pôr.

3. Erro de transliteração: Se você já leu a postagem citada no ponto 1 já viu que foi abordado este assunto lá. Este seria um erro mais fácil de encontrar pois alguma palavra pode ter tido seu entendimento “perdido” no passar do tempo, de quando foi escrita para um determinado momento em que foi “atualizada” e então o “atualizador” teve que escolher entre as palavras existentes alguma que a substituísse bem sem perda do entendimento do texto. Apesar disso, como se tratam de números, este tipo de erro seria também muito difícil de ocorrer.

4. O significado do número era mais relevante que a quantidade: Não podemos negar que os números na Bíblia têm algum significado especial. Então poderia ser que os significados dos números seriam o principal foco das narrativas e não houve uma preocupação maior com as reais quantidades. No entanto não creio que os números foram escolhidos por seus significados, mas que os acontecimentos foram divinamente preparados para dar significados especiais aos números. 

5. Os dois textos se complementam: Fazer com que os dois textos se complementem também é uma tarefa complicada, mas para alguém que tenha adquirido um grande conhecimento na área de história dos povos antigos que os textos mencionam, em especial em suas forças militares, e também conhecimento na língua original em que os textos foram escritos (ambas impossíveis para mim atualmente) em busca de alguma minúcia que tenha sido por acaso desconsiderada pelos tradutores talvez possa elucidar como eles podem se complementar. No entanto não vejo como fazê-lo sem forçar um pouco os textos e será preciso uma boa imaginação para explicar ao menos um deles. Cheguei mesmo a tentar algumas formas de complementar o primeiro dos três aqui citados e, como eu disse, forçando um pouco o texto até conseguiria os harmonizar. O terceiro texto tem uma explicação neste site http://www.nasaladopastor.com/2010/12/contradicao-biblia-entre-1-cronicas-215.html que seria aceitável, mas também o texto é um pouco forçado. Já o segundo aqui listado é bem mais complicado e me fez desistir de expor o que pensei para o primeiro.

6. Os escritores descreveram os mesmos acontecimentos em posições diferentes: Explicar em palavras inicialmente é um pouco complicado então vou colocar uma imagem retirada de uma matéria disponível no endereço http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/manifestantes-protestam-contra-o-governo-dilma-em-cidades-do-brasil.html logo aí ao lado. Veja que esta matéria retrata o mesmo tipo de “erro” encontrado nas descrições destes textos. A posição dos “escritores” causa a divergência entre os números. Neste tipo de informação não é questionado quem está certo ou está errado. Apenas se lê os números e se entende que são uma estimativa. Em favor dos escritores bíblicos ainda há uma diferença de ± 500 anos entre os escritos e a ausência das tecnologias que hoje possuímos. Se você está imaginando que por ser de inspiração divina os números teriam que ser exatamente os mesmos peço que leia a postagem de 03 de julho de 2015 na qual explico este ponto.
Caso tenham alguma dúvida, observação, uma visão diferente das aqui relacionadas ou alguma sugestão sobre esta postagem por favor deixem nos comentários.

Que Deus nos dê forças para vencermos as batalhas travadas diariamente.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.

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