sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

.: Contradições nas Escrituras Sagradas?:. (29 de janeiro de 2016)

- A cidade de Hai foi destruída por Josué ou não?

Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito Josué ter ou não destruído a cidade de Ai:
“Josué queimou a cidade de Hai e reduziu-a a um monte de ruínas para sempre (Josué 8:28). [Então, Josué pôs fogo a Ai e a reduziu, para sempre, a um montão, a ruínas até ao dia de hoje.]”
“Hai ainda existe como uma cidade (Neemias 7:32). [Os homens de Betel e Ai, cento e vinte e três.]”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.

O que digo? Bom, primeiramente quero me desculpar pela demora em colocar esta postagem; final de ano, outros afazeres e a demora em validar minha ideia são os motivos. Minha ideia tem relação com o tempo entre os dois textos citados; que foi de aproximadamente 1.250 a.C. e 600 a.C. (em números redondos aproximados); ou seja, cerca de 650 anos. Então o que eu queria encontrar era algo que servisse ao menos de base para a ideia simples de que, no transcorrer deste tempo, era muito possível surgir uma nova cidade, em outro lugar (e porque não no mesmo ou bem próximo?), com o mesmo nome. Esse trabalho de pesquisa demorou um pouco, pois minha biblioteca é bem resumida ainda, e tive que procurar, logicamente, usando a internet como ferramenta. Até que recentemente encontrei um recorte do livro A Bíblia e a Arqueologia, do Dr. John A. Thompson, onde está escrito, na pág.100, fazendo referência ao texto mencionado: “...algumas cidades, como Betel, foram destruídas e reconstruídas quase em seguida. Mas, o mais interessante é que um grande número de novas cidades emergiu no início da Idade do Ferro I.”. Lembrando que a cidade de Ai era bem próxima e que também foi uma das cidade destruídas por Josué. Minhas pesquisas ainda me levaram a outro livro: ...e a Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller, que, na pág. 182, falando propriamente sobre a cidade de Ai, diz, fazendo referência a trabalhos de escavação realizados pela Arqueóloga Judith Market-Krause: “Foi somente em inícios da Idade do Ferro que chegou a ser habitada novamente; porém, mesmo daquela vez sofreu destruição igual.”. Temos então aqui a ideia de que a cidade “voltou a vida” em um determinado momento da história. Levando em consideração que o livro de Josué é histórico, e não profético, o termo “até ao dia de hoje” pode ser entendido como até o momento em que a história foi contada e não até a hodiernidade. Esse trecho do texto também nos dá a ideia de que o livro foi escrito posteriormente ao acontecido, talvez quando já estivessem na terra de Israel. Infelizmente, se a cidade ficava “ressurgindo”, dados arqueológicos serão muito difíceis e imprecisos; então o que temos no momento é isso.
Explicado este ponto quero dizer ainda que em minha pesquisa encontrei algumas coisas bastante “ruins” de como algumas pessoas, escrevendo sobre as “contradições” da Bíblia, usam termos como: “... a mando desse Deus do terror retratado no Antigo Testamento.” e “... Deus tornou-se um forte pretexto para legitimar genocídios...”. Incomodado com estas palavras busquei algumas informações sobre as guerras da história da humanidade. Para minha surpresa não encontrei, nos sites voltados a história, nada falando sobre as guerras as quais Josué fizera parte, mas encontrei algumas coisas sobre guerras na Grécia Antiga em período praticamente igual (1250 a.C.). Deste ponto em diante consegui levantar algum tipo de informação sobre 126 guerras ao longo da história. Destas apenas cinco teve “origem religiosa” e, das cinco, apenas duas podem ter sido realmente por motivos religiosos. Aqui estou englobando toda e qualquer religião. Em sua maioria a busca foi por poder e riqueza e algumas, principalmente as mais recentes, por liberdade política. Mas, em todas as guerras, muitas pessoas morreram, e nem todas estavam envolvidas nos conflitos. Então, se isso incomoda tanto, porque não se acabam as guerras? E se acabar as guerras bélicas há alguma garantia que ninguém mais morrerá devido a busca por riquezas de alguns?
Chegando a este ponto vemos algo bem intrigante. Hoje estamos tendo um problema mundial com o EI (Estado Islâmico) que por meio da força está assolando toda uma região e fazendo ataques (com mortes, digamos de passagem) pelo mundo. Mas qual sua motivação mesmo? Religiosa? Se sim, por que as pessoas que moram naquela região têm fugido em grande número para a Europa? São todos de religiões diferentes? Mas o que intriga é que ficam falando sobre “islamofobia” como se o mundo todo estivesse “caçando” os muçulmanos quando quem tem morrido aos milhares, em diversos países, são os cristãos, e estes não têm “levantado armas” para se defenderem, mas, mesmo assim, a culpa sempre é atribuída a Deus, mesmo quando as pessoas usam seu nome apenas como pretexto.
O que acredito é que, independente das guerras serem “seculares” ou bíblicas, a vontade de Deus é cumprida. Algumas dessas guerras puniram outros povos e, outras, puniram o próprio povo escolhido de Deus. Então dizer que Deus foi cruel por destruir, por exemplo, Sodoma e Gomorra, sem avaliar a extensão do mal que tal povo traria para a humanidade, é, no mínimo, ser condescendente com a maldade que estes povos praticavam e deixar de lado o que Deus quer ensinar ao seu povo durante todo o tempo.

Que Deus nos ajude a entender seus desígnios e nos dê amor, fé e esperança.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva

Técnico em Informática, Concluinte do Curso de Licenciatura em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.