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A cidade de Hai foi destruída por Josué ou não?
Continuando
sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o
que foi dito Josué ter ou não destruído a cidade de Ai:
“Josué
queimou a cidade de Hai e reduziu-a a um monte de ruínas para sempre (Josué
8:28). [Então, Josué pôs fogo a Ai e a
reduziu, para sempre, a um montão, a ruínas até ao dia de hoje.]”
“Hai ainda existe como uma cidade (Neemias 7:32). [Os homens de Betel e Ai, cento e vinte e
três.]”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o
texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos
versículos citados como defesa de sua tese.
O que digo? Bom, primeiramente quero me desculpar pela demora em
colocar esta postagem; final de ano, outros afazeres e a demora em validar
minha ideia são os motivos. Minha ideia tem relação com o tempo entre os dois
textos citados; que foi de aproximadamente 1.250 a.C. e 600 a.C. (em números
redondos aproximados); ou seja, cerca de 650 anos. Então o que eu queria
encontrar era algo que servisse ao menos de base para a ideia simples de que, no
transcorrer deste tempo, era muito possível surgir uma nova cidade, em outro
lugar (e porque não no mesmo ou bem próximo?), com o mesmo nome. Esse trabalho
de pesquisa demorou um pouco, pois minha biblioteca é bem resumida ainda, e
tive que procurar, logicamente, usando a internet como ferramenta. Até que
recentemente encontrei um recorte do livro A Bíblia e a Arqueologia, do Dr. John A. Thompson, onde está escrito,
na pág.100, fazendo referência ao texto mencionado: “...algumas cidades, como Betel, foram destruídas e reconstruídas quase
em seguida. Mas, o mais interessante é que um grande número de novas cidades
emergiu no início da Idade do Ferro I.”. Lembrando que a cidade de Ai era
bem próxima e que também foi uma das cidade destruídas por Josué. Minhas
pesquisas ainda me levaram a outro livro: ...e a Bíblia Tinha Razão, de Werner Keller, que, na pág. 182, falando
propriamente sobre a cidade de Ai, diz, fazendo referência a trabalhos de
escavação realizados pela Arqueóloga Judith Market-Krause: “Foi somente em inícios da Idade do Ferro que
chegou a ser habitada novamente; porém, mesmo daquela vez sofreu destruição
igual.”. Temos então aqui a ideia de que a cidade “voltou a vida” em um
determinado momento da história. Levando em consideração que o livro de Josué é
histórico, e não profético, o termo “até ao dia de hoje” pode ser entendido
como até o momento em que a história foi contada e não até a hodiernidade. Esse
trecho do texto também nos dá a ideia de que o livro foi escrito posteriormente
ao acontecido, talvez quando já estivessem na terra de Israel. Infelizmente, se
a cidade ficava “ressurgindo”, dados arqueológicos serão muito difíceis e
imprecisos; então o que temos no momento é isso.
Explicado este ponto quero dizer ainda que em minha pesquisa
encontrei algumas coisas bastante “ruins” de como algumas pessoas, escrevendo
sobre as “contradições” da Bíblia, usam termos como: “... a mando desse Deus do terror retratado no Antigo Testamento.” e
“... Deus tornou-se um forte pretexto
para legitimar genocídios...”. Incomodado com estas palavras busquei
algumas informações sobre as guerras da história da humanidade. Para minha
surpresa não encontrei, nos sites voltados a história, nada falando sobre as
guerras as quais Josué fizera parte, mas encontrei algumas coisas sobre guerras
na Grécia Antiga em período praticamente igual (1250 a.C.). Deste ponto em
diante consegui levantar algum tipo de informação sobre 126 guerras ao longo da
história. Destas apenas cinco teve “origem religiosa” e, das cinco, apenas duas
podem ter sido realmente por motivos religiosos. Aqui estou englobando toda e
qualquer religião. Em sua maioria a busca foi por poder e riqueza e algumas,
principalmente as mais recentes, por liberdade política. Mas, em todas as
guerras, muitas pessoas morreram, e nem todas estavam envolvidas nos conflitos.
Então, se isso incomoda tanto, porque não se acabam as guerras? E se acabar as
guerras bélicas há alguma garantia que ninguém mais morrerá devido a busca por
riquezas de alguns?
Chegando a este ponto vemos algo bem intrigante. Hoje estamos
tendo um problema mundial com o EI (Estado Islâmico) que por meio da força está
assolando toda uma região e fazendo ataques (com mortes, digamos de passagem)
pelo mundo. Mas qual sua motivação mesmo? Religiosa? Se sim, por que as pessoas
que moram naquela região têm fugido em grande número para a Europa? São todos
de religiões diferentes? Mas o que intriga é que ficam falando sobre
“islamofobia” como se o mundo todo estivesse “caçando” os muçulmanos quando
quem tem morrido aos milhares, em diversos países, são os cristãos, e estes não
têm “levantado armas” para se defenderem, mas, mesmo assim, a culpa sempre é
atribuída a Deus, mesmo quando as pessoas usam seu nome apenas como pretexto.
O
que acredito é que, independente das guerras serem “seculares” ou bíblicas, a
vontade de Deus é cumprida. Algumas dessas guerras puniram outros povos e,
outras, puniram o próprio povo escolhido de Deus. Então dizer que Deus foi
cruel por destruir, por exemplo, Sodoma e Gomorra, sem avaliar a extensão do
mal que tal povo traria para a humanidade, é, no mínimo, ser condescendente com
a maldade que estes povos praticavam e deixar de lado o que Deus quer ensinar
ao seu povo durante todo o tempo.
Que Deus nos ajude a entender seus
desígnios e nos dê amor, fé e esperança.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Concluinte
do Curso de Licenciatura em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.