- A Bíblia se contradiz quanto a mentira?
Continuando sobre as contradições apontadas, na sequência que estão escritas, vamos ver o que foi dito sobre a mentira:
“Proibição da mentira (Êxodo 20:16). [Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.]”
“Deus permite a mentira (I Reis 22:22) [Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas. Disse o SENHOR: Tu o enganarás e ainda prevalecerás; sai e faze-o assim.]”
Obs.: O texto entre as aspas foi transcrito conforme escrito e o texto entre colchetes eu incluí, sendo, estes, os textos referentes aos versículos citados como defesa de sua tese.
O que digo? Vamos primeiramente explicar dois pontos: 1. Falso testemunho é mentir, mas a mentira não se resume só a isso. Falso testemunho é “… o descrito no artigo 342 do Código Penal e tem a seguinte descrição: ‘Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha…’” [Fonte: http://www.juridicohightech.com.br/2010/12/breves-comentarios-sobre-o-crime-de.html]. Mentir vai um pouco além disso, é: “Afirmar aquilo que se sabe ser falso, ou negar o que se sabe ser verdadeiro” [Fonte: http://www.dicio.com.br/mentir/]. 2: Apesar de ser um pouco difícil de entender, Deus permitir que as coisas aconteçam não lhe torna responsável por todos os acontecimentos. Vemos em Mt. 10:29 que o homem até pode vender dois passarinhos por um preço, mas ele não os pegaria se Deus não permitisse. Se até mesmo o pouso dos pássaros de forma que possam ser apanhados está sob a permissão de Deus, o que diremos das demais coisas? Há outros exemplos como: Jó, José, os apóstolos, Paulo, etc., que passaram por dificuldades com a permissão de Deus, mas que foram muito importantes para outros e também para nós. Alguns, para tentar explicar isso, “dividem” a vontade de Deus em: Determinativa, Diretiva, Implícita, Prescritiva e Permissiva (no sentido de consentir, concordar, autorizar, algo [favor não confundir com condescendência]). Não entraremos em detalhes sobre isso e as mencionei apenas para que você possa entender melhor que coisas ruins podem, e vão, ocasionalmente, acontecer a pessoas boas e não podemos culpar Deus por isso.
Vamos ver um exemplo cotidiano assumindo que a permissão torna diretamente responsável: Sua filha que ir em uma viagem, para outro estado, juntamente como o pessoal da escola onde ela estuda. Você não a quer deixar ir; não é sua vontade que ela vá, devido ao cuidado e amor que tem por ela. No entanto, após pensar um pouco, você PERMITE que ela faça a viagem. Deste ponto em diante várias tragédias podem ocorrer com ela; e qualquer delas que ocorrer será sua culpa? Espero que este exemplo tenha sido bom o suficiente para que entenda que o fato de Deus permitir algumas coisas não o torna mau ou responsável pelos acontecimentos maus. Mas, antes, utiliza todos os acontecimentos “… para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” [Rm. 8:28].
Quanto a contradição apontada, que é em um lugar Ele proibi a mentira e em outro permitir que a mentira ocorra, veja na leitura dos textos, que a primeira ordem não foi “revogada” pelo acontecimento do segundo texto citado. Com a leitura começando um pouco antes, veremos que “Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.” [I Rs. 16:30], “… tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou.” [I Rs. 16:31] e “Também Acabe fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao SENHOR, Deus de Israel…” [I Rs. 16:33]. Vimos em postagens anteriores que a idolatria tem, como sanção, a pena de morte na Lei de Deus. Como as autoridades são instituídas por Deus [Rm. 13:1-2], Ele não ordenou sua morte imediatamente, “esperando” que se arrependesse, mas o castigou, privando o reino da chuva [I Rs. 17:1] e, mesmo depois de mostrar que era o único Deus, Acabe ainda fez coisas que o SENHOR reprovou e o condenou [I Rs. 20: 42]. Após isso Deus permitiu que um espirito enganasse os profetas para que estes mentissem para Acabe e assim ele fosse a guerra e morto. Como já dissemos antes, Deus permitiu que lhe fosse contada a mentira, mas um Profeta de Deus lhe falou a verdade, e mesmo assim ele foi, para que morresse. Podemos ver que não há contradição e nem que Deus tenha mentido ou o enganado. Mas apenas permitido que alguns o enganassem e mesmo, diante da verdade, ainda marchou para sua morte, conforme a palavra e planos de Deus.
Esta narrativa de I Rs. 22 tem algo bem interessante, que, no devido tempo, se Deus nos permitir, iremos falar sobre ele.
Aprofundando um pouco mais o motivo da mentira ser tão ruim, podemos dizer que ela traz muitos problemas para todos. Quem a conta tem que “criar” novas mentiras (ou as repetir) várias vezes chegando ao ponto de ser evidente que mente, e a partir daí as pessoas não mais acreditaram nele. Não mais saberão se está mentindo ou dizendo a verdade, o que causa insegurança e desconfiança. E isso termina por retornar para ele próprio que, desacreditado, começa a se sentir triste, aborrecido e isolado. Por isso as Escrituras afirmam que “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno. ” [Mt. 5:37].
Peço a Deus que sejamos livres das mentiras, tanto de conta-las como de ouvi-las e que, em nossas vidas, seja sempre feita a Sua vontade.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Concluinte do Curso de Licenciatura em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
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REMOVIDA POR NÃO SER MAIS CONFIÁVEL
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