sábado, 12 de janeiro de 2019

✨ Cosmovisão: Origem, significado e formação ✨

» Cosmovisões – Parte 01 (12 de janeiro de 2019)

INTRODUÇÃO
Neste início de ano vamos começar uma nova série: Cosmovisões.
Se você acompanha nossas postagens certamente já se deparou com o uso deste termo. Mas você sabe algo sobre ele? Caso não saiba ou queira aprofundar um pouco mais seus conhecimentos, nos acompanhem. Nesta primeira postagem da série falaremos sobre sua origem, significado e o que compõem nossa cosmovisão pessoal.

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UM PROBLEMA
Certamente você já se deparou com o problema ao lado. Geralmente ele é usado para categorizar as pessoas em otimistas e pessimistas, mas não é nisto que estamos interessados. O que queremos levantar é outra questão: porque uma parte da população, diante deste problema, escolhe uma das opções enquanto outra parte escolhe a outra? Isto é, o que faz com que alguém escolha como resposta correta o copo meio cheio e outra pessoa escolha como certo que o copo está meio vazio?
O responsável por estas escolhas diferentes é o que hoje conhecemos como COSMOVISÃO.

ORIGEM DO TERMO
O termo (em sua forma original no alemão: Weltanschauung) foi encontrado pela primeira vez nos escritos do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804).

SIGNIFICADO
Significa: concepção ou visão de mundo. Sua utilização original é um pouco confusa. Em alguns lugares este termo aparece limitado às concepções intuitivas das pessoas, antes que elas parassem para refletir sobre o mundo; desta forma era composta por um conjunto ordenado de valores, crenças, impressões e sentimentos, e, em outros, se confunde com o pós-reflexão, como uma orientação cognitiva de um indivíduo ou comunidade; isto porquê há uma dependência humana natural de usarmos parâmetros que são objetivos e subjetivos para interpretar a realidade, e esta se apresenta de muitas formas diferentes, tais como (apenas para citar algumas): moral, social, cultural.
Não vamos complicar. Nosso trabalho aqui é simplificar o máximo que nos for possível.
Em termos bastante simples a cosmovisão pessoal nada mais é que o seu ponto de vista sobre quaisquer assuntos. Geralmente quando alguém expõe seu ponto de vista chamamos de OPINIÃO.
E como diz o dito popular: opinião cada um tem a sua. O problema é que no mundo que vivemos hoje cada vez menos as opiniões dos outros tem importância para nós, isto porque estamos em uma geração que não está aberta a receber críticas, mas isto é outro assunto, vamos manter o foco.
Então vamos para como cada indivíduo constrói sua cosmovisão.
COMO É FORMADA?
“Todo sistema teórico (proposta filosófica, teológica, científica, etc.) ao qual aderimos conscientemente, nada mais é que a expressão objetiva, e por vezes institucionalizada (quando legitimada pela sociedade), dos pressupostos tácitos e subjetivos que moldam a nossa visão de mundo pessoal” (SIRE). Esses pressupostos que formam a cosmovisão pessoal se dão em três etapas:
1. Cada pessoa nasce com particularidades que a torna única. Mesmo gêmeos univitelinos (que possuem o mesmo DNA) tem personalidades diferentes. Cada pessoa no mundo, mesmo ainda bebês, demonstram características diferentes: uns dormem mais de dia, outros mais a noite; uns riem facilmente, outros não; uns choram mais, outros menos; algumas pessoas se irritam mais facilmente, outras demoram um pouco mais, e ... vocês entenderam. Assim a personalidade de cada pessoa é o primeiro fator que irá moldar sua cosmovisão. Para facilitarmos as coisas vamos tratar este conjunto natural e individual de características e sentimentos como ALMA;
2. A partir do conhecimento adquirido. Adquirimos conhecimento de três formas: a. através das experiências (nossas ou de outrem) que também é chamado de conhecimento empírico; b. através da literatura, também chamado de conhecimento científico ou filosófico (as literaturas não cientificas ou filosóficas podem ser enquadradas no ponto a.), e; c. através de revelações, também chamadas de conhecimento teológico.
3. Depois formamos nossas crenças. Neste ponto precisamos esclarecer algumas coisas:
A. CONCEITO e PRECONCEITO: É justamente nesta parte que formamos os conceitos e preconceitos, e não queremos ser preconceituosos, certo? Os conceitos e preconceitos são “lados opostos da mesma moeda”. A diferença entre eles é a quantidade de conhecimento que você tem sobre determinado assunto. Logicamente que é muito difícil se conhecer 100% de qualquer assunto que seja, mas se você sabe o suficiente para responder perguntas básicas então você já pode formar um conceito, enquanto que se você não consegue responder perguntas simples sobre este determinado assunto, então você só conseguirá formar preconceitos. Vamos para exemplos, que assim a compreensão fica mais fácil: assunto recente a “divisão” dos brasileiros em esquerda e direta. Se você acha que esquerda e direita é só com que mão os políticos roubarão o povo, apesar de você está certo na maioria dos casos quanto a isto, não tem conhecimento suficiente para formar um conceito, então, qualquer escolha que você faça, será apenas baseada no preconceito.
B. CONCEITO DE CRENÇA: Já que entendemos que devemos formar conceitos, vamos conceituar crença: 1. Estado ou processo mental de quem acredita em pessoa ou coisa; 1.1. atitude de quem se persuadiu de algo pelos caracteres de verdade que ali encontrou (Dicionário Houaiss). Decerto que o dicionário traz outros significados para o termo, como, por exemplo, no 3. mito ou doutrina religiosa ou mística e no 4. convicção profunda e sem justificativas racionais em qualquer pessoa ou coisa. Coloquei estas porque o que estamos fazendo agora, é definindo quais os conceitos que estamos usando. Se você agora estiver se perguntando como saber quais crenças são verdadeiras ou falsas vou lhe pedir um pouco de calma, este assunto será tratado em outras postagens desta série. Por enquanto, vamos ver como as nossas crenças se formam:
I. pelas evidências encontradas e;
II. pela fé.

CRENÇA = EVIDÊNCIAS + FÉ
Não quero lhe surpreender, mas todas as suas convicções carregam um percentual de fé. Vamos novamente para um exemplo: em 2013, o Bóson de Higgs (que ficou mundialmente conhecido como A Partícula de Deus) foi identificado no LHC (Grande Colisor de Hádrons). O grau de certeza dado pelos cientistas foi de 99,9999...9%, ou seja, apesar de todas as evidências que eles coletaram ainda tiveram que “depositar” 0,0000...1% de fé. Assim, quanto menos evidências se tem sobre algo, mais temos que acrescentar fé. E se você negar as evidências precisará utilizar ainda mais fé. Veja a imagem abaixo:

Se você pretende negar a descoberta, sem ter nenhuma evidência que aponte para isso, então você precisará de 199,99...9% de fé. Em outras palavras, negar as evidências exigirá fé para descarta-las no mesmo percentual em que elas apontam ao contrário e ainda precisará utilizar 100% de fé para completar sua crença. Se as evidências apontassem para a descoberta falsa, as barras estariam preenchidas ao contrário e se faria a “conta” da mesma forma.
Se não há evidências, como por exemplo, nas crendices, é preciso ter 100% de fé para a crença e 0% de fé para a descrença.
P.S.: Espero que tenha dado pra entender, rsrsrs; as vezes é difícil colocar os pensamentos em palavras.

DEFININDO FÉ
Temos que conceituar fé para abordamos outro ponto necessário. Para isso vamos novamente recorrer ao Houaiss: 2. Religião; 3. Confiança absoluta (em alguém ou em algo); crédito; 6. Credibilidade que deve ser dada ao documento no qual se funda, resultando isso a própria veracidade do documento. Em outras palavras, as evidências só são validadas mediante a fé que se deposita nelas, assim, não estarei errado em afirmar que tudo aquilo que cremos é proveniente da fé. Vejamos exemplos: Quando a NASA (National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica, em português) diz a data que haverá um eclipse ninguém duvida disso. Quando esta mesma agência diz que a Terra é redonda, pouca gente tem dúvida quanto a isso. Mas quando ela diz que em 1969 o homem pisou na lua, uma grande quantidade de pessoas não acredita.

CONFIABILIDADE DAS EVIDÊNCIAS
Isto porque as circunstâncias que geraram as poucas evidências que temos as tornam duvidosas. Então, quer você creia que o homem realmente pisou na lua em 1969, quer não, é necessário fé. Primeiro para complementar as evidências que se perderam, e depois para validar as evidências que sobraram. Do outro lado é preciso ainda mais fé; para desconsiderar as evidências e ainda para crer que o que foi divulgado não aconteceu.
Agora que falamos disso é mister que falemos da confiabilidade das evidências. Como já foi dito, para acreditar que as evidências são verdadeiras ou falsas é necessário fé. Então, deixe-me colocar um pouco de dúvida em toda a certeza sobre o exemplo do Bóson de Higgs. O LHC foi construído especificamente para descobrir como a matéria é produzida e a principal teoria sobre o assunto é a da Partícula de Deus. Este equipamento levou dez anos para ser construído (1998 a 2008) e custou 7,5 bilhões de euros. A primeira colisão de prótons só ocorreu, no entanto, em 2010. Com custo de manutenção anual de aproximadamente 19 milhões de euros e uma necessidade cada ano mais urgente de uma atualização de toda a tecnologia do equipamento (a um custo que ainda não se sabe), mas que levará dez anos para ficar pronto (será que vão construir outro?). Quão grande será a pressão que estes cientistas recebem por resultados? Um projeto menor que o LHC foi encerrado nos EUA (Estados Unidos da América) justamente por não mostrar resultados satisfatórios nesta direção. Então será que nestas circunstâncias o percentual que foi liberado para a mídia, dado as evidências que foram encontradas, não foi um pouco exagerado? Será que não colocaram um pouco mais de fé do que apenas insignificantes 0,0000...1%? Sinceramente esperamos que não, pois também somos amantes da ciência.

Assim, chegando ao final desta primeira postagem, queremos ainda tocar rapidamente em três questões:
1. A escolha em crer ou não será sempre sua, assim você é responsável em buscar a verdade em cada crença sua. Esperamos lhe ajudar um pouco nesta árdua tarefa com as informações da próxima postagem;
2. Percebes que a maior parte das verdades que acreditas, não és testemunha? E que boa parte delas até segue o padrão do empirismo moderno, ou seja, não são necessárias evidências, utilizando apenas aspectos subjetivos por força do hábito ou das experiências vividas?
3. Quais e quantas evidências serão suficientes para lhe convencer de uma verdade? Esteja aberto a mudar seu ponto de vista caso as evidências existem e sejam suficientemente confiáveis. Evite usar critérios diferentes para analisa-las. Evite o “um peso, duas medidas”. Confronte seus atuais conceitos e valores e veja se eles realmente têm consistência.

Cremos que tudo que foi colocado aqui foi compreendido, mas, caso não, deixem suas dúvidas, críticas, sugestões e opiniões nos comentários e, se for proveitoso para todos, abordaremos na segunda parte desta série que terá como objetivo principal trazer o que é verdade absoluta, verdade relativa, meia verdade e mentira. Até a próxima!

"O iníquo, segundo a sua arrogância, não faz nenhuma pesquisa; todas as suas ideias são: ‘Não há Deus.’" (Sl. 10:4 [TNM])
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
Visitem nosso blog: http://sepade.blogspot.com

Bibliografia

- COSMOVISÃO. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmovis%C3%A3o. Acesso em: 02/01/2019;
- FRAZÃO, Dilva. Immanuel Kant. Disponível em: https://www.ebiografia.com/immanuel_kant/. Acesso em: 02/01/2019;
- GRANDE COLISOR DE HÁDRONS. Wikipédia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Colisor_de_H%C3%A1drons. Acesso em: 02/01/2019;
- LHC. Astronoo: o universo em todas as formas. Disponível em: http://www.astronoo.com/pt/artigos/lhc.html. Acesso em 02/01/2019;
- NIELSEN, Holger Bech. O LHC sob sabotagem do futuro. Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/o-lhc-sob-sabotagem-do-futuro/. Acesso em: 02/01/2019;
- SIRE, James W. Dando nome ao elefante: Cosmovisão como um conceito. 2ª edição. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2012;

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