» Out of Series (17 de outubro de 2019)
Para atender ao próximo pedido para nossa série “Cuidado com o que houve” é necessário falarmos um pouco sobre a relação do cristão com a música. O objetivo é tentar delimitar uma linha divisória entre o que é bom (e recomendado) e o que não é. Não temos intenção de dizer o que pode ou não pode. Nada do que será escrito aqui deverá ser entendido como legalismo e, logicamente, esta postagem é minha opinião sobre o assunto, mas, como sempre, tentaremos ficar dentro do bom senso e, principalmente, dentro do que as Escrituras determinam. Evidentemente não possuo (e acredito que ninguém o possua) a última palavra sobre o assunto, mas peço que analisem com carinho, retendo o que é bom, e descartando o que, porventura, não o for.
Um dos maiores problemas em todos os tempos, no meio cristão, é nossa relação com a música. Ritmos e letras são tão diversas que pode ficar difícil definir o que é certo e errado e é natural surgir perguntas como: “posso ouvir tal música?” ou “qual tipo de música podemos tocar na igreja?”. Tentaremos aqui abordar um pouco de cada coisa, mas como nossa série de postagens é voltado para o conteúdo, isto é, a letra, vamos abordar tendo este foco. Abordaremos a questão de ritmo muito superficialmente, apenas para exemplificações.
Antes de começarmos é preciso explicar o que são:
- Músicas seculares: próprio do século (no sentido de 'mundo'); que não cabe à Igreja; profano, temporal, mundano;
- Músicas sacras: relativo ao que é divino, à religião, aos rituais e ao culto; sagrado, santo;
Estas definições são encontradas no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Quando falamos de música, o que é pecado?
Evidentemente que a principal preocupação do cristão deve ser a de não viver pecando e procuramos conhecer todas as coisas possíveis para evitarmos isso. Assim, é natural que ao falarmos de algo, nossa primeira abordagem seja o que é pecado.
Então, o que é pecado quando falamos sobre música?
Muitos vão dizer que há ritmos que são pecaminosos, outros que o tipo (secular) e outros ainda que não há pecado em relação a música. Vamos buscar então pôr termo a algumas dessas divergências e definir alguns parâmetros para uma análise que mesmo geral, seja mais objetiva.
Será estranho após dizermos isso lhes trazer algo tão vago quanto o que vamos escrever agora, mas é verdade que o caminho mais simples será responder a algumas perguntas iniciais: “onde?”, “qual (ou o quê)?”, “quando?” e “por qual motivo (ou porquê)?”.
Se conseguirmos responder estas quatro perguntas e ficarmos satisfeitos com a resposta, muito provavelmente, não será pecado, do contrário, há uma grande possibilidade de pecarmos (esperamos um dia tratar de forma mais profunda do tema do pecado, se Deus assim nos permitir). Vamos a um exemplo fictício para facilitar o entendimento: o conjunto musical de uma congregação escolhe determinada música para cantar, e então aplicamos sua escolha as questões elencadas acima:
- A primeira pergunta: “para cantar onde?”; e a resposta será: “na igreja”;
- A segunda pergunta: “qual (ou o quê)?”; e a resposta será: “Aquarela, do Toquinho”;
- A terceira pergunta: “quando?”; e a resposta será: “próximo domingo à noite”;
- A quarta pergunta: “por qual motivo (ou porquê)?”; e a resposta será: “para louvar a Deus”;
Se você achou que alguma coisa aí não está certa, então você já tem um bom parâmetro do que será pecado quando falarmos de música na igreja. Para melhores definições vamos nos aprofundar um pouco mais em cada parte.
---------- Outras postagens para sua leitura
• Eduardo e Mônica, por Legião Urbana
• Eu tô zen, por MC Kekel
• Metamorfose ambulante, por Raul Seixas
• Amor e sexo, por Rita Lee
Não é toda música que podemos cantar na igreja
Como já dissemos, e todos já sabem, há uma grande diversidade de músicas, mas todas, sem exceção, são feitas para fins predeterminados. O músico ou compositor, ao criá-las, tem uma ideia específica da finalidade dela e isto, por si só, já nos diz muito. Por exemplo, uma música que foi criada para ser tocada em um bar não deve ser tocada em uma igreja. Isto porque muito provavelmente ela não é adequada para tal.
Decerto que muitas vezes não é tão simples relacionarmos sua finalidade e seu uso, por qualquer parte e tempo, pode desvia-la deste propósito inicial. A dificuldade de sabermos a história de cada uma é um complicador, mas podemos ter uma ideia geral analisando as informações das músicas, compositores, interpretes, gravadoras e, principalmente, sua letra. Uma música historicamente carregada de pontos negativos dificilmente será adequada para um ambiente de culto.
Aqui podemos mencionar rapidamente a questão de ritmos; particularmente não acho que ritmos criados para meios específicos no passado possa hoje ser tocado na igreja, ao menos não em todas as reuniões. Talvez possamos abrir uma exceção dependendo da finalidade e você poderá entender isto um pouco melhor mais adiante.
Não é toda música que serve para tocar na igreja
Mesmo que uma música tenha sido feita para um determinado objetivo não impede que a utilizemos em outro, assim encontraremos músicas que poderiam ser tocadas na igreja mesmo que tenham sido feitas para outra finalidade. Temos então que cuidar para que as músicas que serão tocadas na igreja não venham a ser contrárias a Escritura e nem ao objetivo do culto. Para citar um exemplo, a música “Cidadão”, do compositor Lúcio Barbosa, que ficou muito conhecida na interpretação do cantor Zé Geraldo, apesar de sua bela mensagem, não é uma música adequada para ser tocada na igreja.
Outro exemplo que podemos citar são as “Marchas Nupciais”. Uma tinha o propósito de ser o ápice de uma tragédia, com mortes e tudo o mais, e a outra para uma comédia (alguns podem ver como uma sátira) de Shakespeare; mas hoje são usadas tranquilamente nas igrejas na celebração de casamentos (lógico).
Agora tudo pareceu ficar confuso, certo?
Toquei nestes pontos apenas para mostrar que apesar da finalidade para a qual a música foi feita haverá exceções dependendo do objetivo da reunião e também para desarmar um pouco aqueles que são muito rápidos em dizer o que não pode.
Entretanto ainda é nossa responsabilidade estarmos cientes do que estamos escolhendo para não estarmos errando nem induzindo outros a errar.
Não é toda música que serve para cantar em qualquer dia na igreja
Primeiro ponto aqui é uma questão de prazo. Para cantar uma música na igreja o conjunto deveria ensaiar bem; deixar todo mundo dentro do tempo; acertar os pormenores. Assim o prazo deve ser adequado para ser feito de forma que todos possam compartilhar do empenho do conjunto em fazer o melhor para Deus.
Temos percebido uma péssima cultura se espalhar no meio cristão evangélico de que “Deus aceita tudo, se feito de coração” e o que vemos na verdade é um monte de desculpas para justificar a falta de compromisso por parte de alguns. Algumas vezes realmente há falta de tempo devido as demandas do cotidiano de cada um e estes se esforçam, deixando seus descansos, para atender a necessidade da obra do Senhor, e seu esforço é notado e erros são relevados por todos. Não são destes que falo, mas daqueles que se acostumaram com isso e utilizam deste artifício para fazer um trabalho medíocre para Deus. Algo muito aquém do que podem. Falo daqueles que podendo fazer mais e melhor se omitem utilizando-se de “desculpas verdadeiras” e nem fazem o que devem fazer, nem permitem que outros o façam. Agora me direciono especificamente a estes: se sua “preocupação” é que não tem quem faça, deixe de se preocupar. A obra é de Cristo e é Ele mesmo quem levanta e capacita pessoas para fazer Sua obra. Na pior das hipóteses a congregação vai passar um tempo cantando a capella e isto não afetará de forma alguma o bom andamento do culto e da comunhão dos irmãos entre si e com Deus.
O ponto seguinte é que a letra e melodia devem ser adequadas ao momento. Todos vivemos os mesmos dias, mas ao mesmo tempo vivemos dias diferentes. Para uns o dia é muito cansativo, para outros, muito agitado, e assim vai. Quando cada pessoa vai ao templo carrega em si uma predisposição há algo, que já fora estabelecido pela comunidade em relação ao objetivo do culto daquele dia, e é extremamente frustrante quando acontece algo inesperado e que não agrada. Vamos ao exemplo: praticamente todas as igrejas cristãs evangélicas tem ao menos um culto por semana especialmente voltado à oração, isto é, todos aqueles que congregam naquela localidade saem de seus lares depois de um árduo dia de trabalho predispostos a passar algum tempo em oração e se preparam para isso. Ao chegar ao local da reunião, entretanto, o que acontece é um show de Heavy Metal. Certamente muitos ficaram decepcionados e escandalizados.
Desculpem o exemplo extremo, mas queria ser o mais impactante possível.
Não é toda música que serve para cantar em qualquer culto na igreja
As músicas que serão cantadas na igreja devem ser adequadas a ocasião. Se o culto é de louvor a Deus, então as músicas devem ser de louvores a Deus. Parece óbvio, mas infelizmente não tem sido assim. Reuniões chamadas de “louvor e adoração” não tem mais objetivo claro. Tem-se cantado músicas antropocêntricas ou pior que isso, músicas que adoram um sujeito oculto ou falsos deuses. Muitas dessas músicas inculcam nos ouvintes doutrinas que colocam a Deus como servo do homem, e não o contrário; músicas que deturpam as doutrinas bíblicas; que transmitem falsos ensinos.
Mas, voltando ao assunto, o objetivo do culto é importante na escolha das músicas.
Se o culto é um “louvorzão” para atrair jovens a ouvir a Palavra de Deus, ou mesmo para momentos de descontração para aqueles que congregam naquela localidade, então se deixa o objetivo claro e escolhe-se as músicas com um pouco mais de flexibilidade para atender o fim desejado. Aqui pode ser incluído uma boa diversidade de ritmos, mas nunca de letras. E isto nos leva ao principal ponto desta postagem.
A letra é o mais importante da música
Nosso objetivo nesta série de postagens é alertar para os perigos que as músicas trazem em suas letras. As músicas são o meio mais simples de incutir mensagens no subconsciente. “A propagação dos padrões sonoros rítmicos pelo tecido cerebral provoca um fluxo de sinais neurais que oscilam com os “relógios” naturais do cérebro, recebem informação do ambiente e controlam as funções do corpo e as respostas comportamentais” (WEIGSDING & BARBOSA). Levando isto em consideração nem mesmo podemos ouvir qualquer música.
“Deixe-me fazer as músicas de uma nação, e eu não me importo com quem faz as leis”. Esta frase é atribuída ao político escocês Andrew Fletcher e nos mostra o poder de influência que há na música, de sorte que temos que ter constante cuidado com aquilo que ouvimos. Se vocês acompanham nossas postagens já sabem do que falo, se ainda não leram, a leitura pode lhes ser interessante. Assim, se nem sequer podemos ouvir qualquer uma, imaginem se podemos leva-las para dentro das igrejas.
Infelizmente o que vemos nos cultos são músicas com letras inadequadas, que causam má compreensão da verdade, que causam confusão ou distorcem as Escrituras.
Espero em Deus que esta postagem soe como um chamado a repensar como estamos fazendo os momentos de louvor e corrigir eventuais equívocos que estejamos cometendo.
O cristão e as músicas seculares
Uma das perguntas que mais é feita sobre o assunto aqui exposto é se o cristão pode ouvir ou produzir música secular. A resposta a perguntas difíceis é sempre uma série de “dependes”, mas vamos tentar ser objetivos e claros. Novamente, aqui é expressa minha opinião sobre o assunto.
De forma bem simplista não há problema em ouvir ou produzir música secular, mas tal visão, neste assunto, não é suficiente para resolvermos o problema. Então vamos aprofundar-nos um pouco. tratando primeiro da questão de ouvir, se você as entende bem e consegue filtrar aquelas que são saudáveis das que não são, então não há problema ouvi-las nos seus momentos de descontração ou enquanto estiver se deslocando para o trabalho ou escola (se bem que há maneiras melhores, mesmo que não fáceis, de aproveitar esse tempo e oportunidades). Mas se você tem alguma dificuldade de interpretação, então é melhor não se arriscar e ouvir apenas músicas já reconhecidas. Sendo ainda mais precavido, ouvir apenas as músicas sacras. Se precisarem de algumas indicações posso lhes dar algumas (meio antigas, mas...): Grupo Logos, Sérgio Lopes, Embaixadores de Sião, Arautos do Rei, Leonardo Gonçalves, Afonso Augusto, Grupo Elo, Asaph Borba, Ozéias de Paula, Armando Filho, Altos Louvores, Luiz de Carvalho; são alguns dos vários que poderiam ser indicados mas, mesmo entre esses, pode ser necessário remover algumas músicas da playlist. Se quiser ser ainda mais cauteloso então fiquem com os hinários (Salmos & Hinos, Cantor Cristão ou Harpa Cristã). Caso mesmo assim queira ser mais eclético então vá com os clássicos ou tenha muito cuidado. Você talvez nem imagine o que há escondido por aí (sem querer causar terror, mas dê uma olhada em nossa série e tire suas próprias conclusões).
Em si tratando de estar em locais onde você não tem o controle do que toca, aproveite para analisar o que ouve. Certamente você vai se convencer de que boas escolhas também nesta área vão melhorar bastante sua vida.
Tratando da questão de produzir, como dissemos, a produção em si não é um problema. O problema aparece quando questionamos em que meio essas músicas se espalharão. O cantor por vezes terá que fazer shows em meios que culturalmente, para nós protestantes, não são muito próprios. Então o cantor abriria mão dos shows, que é de onde vem a maior receita? Irá apenas compor a música e vender para um interprete? Estará bem com o uso que sua produção está tendo? Estas são questões que cada um tem que decidir por si, afinal, “... cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm. 14:12).
Quais músicas devemos cantar na igreja
Conforme a orientação bíblica as músicas a serem cantadas no templo devem seguir alguns critérios, logo não podem ser quaisquer uma.
Com exceção de alguns momentos ou “cultos” específicos, onde músicas coerentes com os temas adotados podem ser utilizadas, a regra geral deve ser o que está orientado nas Escrituras. Vamos ver alguns textos e fecharei a postagem com o mais esclarecedor deles:
- “Naquele dia, foi que Davi encarregou, pela primeira vez, a Asafe e a seus irmãos de celebrarem com hinos o SENHOR.” (I Cr. 16:7) [Hino = na liturgia cristã, cântico de louvor a Deus. Fonte: Houaiss);
- “E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no SENHOR.” (Sl. 40:3);
- “Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.” (Sl. 100:4);
- “Agora, será exaltada a minha cabeça acima dos inimigos que me cercam. No seu tabernáculo, oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao SENHOR.” (Sl. 27:6);
- “Salmodiai ao SENHOR, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome.” (Sl. 30:4);
Em resumo as músicas que devemos cantar são músicas que engrandeçam o nome de Deus; músicas Cristocêntricas!
Nossa confissão de fé traz, em seu Capítulo 23, § I – “... a forma aceitável de cultuar o Deus verdadeiro é instituída por Ele mesmo e, portanto, delimitada por sua própria vontade revelada,2 de modo que Ele não pode ser cultuado segundo as imaginações e invenções humanas,3 nem segundo as sugestões de Satanás, sob alguma representação visível, ou por qualquer outra forma não prescrita na Sagrada Escritura.4”
2 Dt 12.32; Jo 4. 20- 24; Ex 20.4-6 | 3 Mt I5.9 | 4 Êx 20. 4-6; Mt 4.10.
Para encerrarmos precisamos ainda mencionar algo extremamente importante. Podemos ler na Pergunta I do Breve Catecismo de Westminster que “o fim principal do homem é glorificar a Deus”, logo, se as músicas que ouvimos, compomos e cantamos não o fazem, então não são recomendas. Este pensamento é condizente com o texto de I Co. 10:31 que diz que devemos fazer todas as coisas para a glória de Deus. Isto implica dizer que nossa vida é um culto contínuo a Deus e, por isso, “Rogo-vos, ... irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm. 12:1-2), tomando aqui emprestadas as palavras de São Paulo.
Agora, depois desta breve introdução à música no meio cristão, os convido para nos acompanhar na próxima postagem da série “Cuidado com o que ouve” onde traremos a análise de uma música “evangélica” (desculpem, mas não gosto de usar o termo “gospel”).
Esperamos que tenham compreendido, mas, caso algum ponto não tenha ficado claro, deixem suas dúvidas, críticas, sugestões e opiniões nos comentários e, se for proveitoso para todos, responderei ou abordaremos em uma próxima postagem, se Deus assim nos permitir. Até a próxima!
"Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração." (Cl 3:16)
P.S.: Agradecemos ao Presbítero e seminarista Melquesedeque Bezerra pela gentiliza em revisar e sugerir ajustes no texto.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.
Fontes:
- A verdade por trás da marcha nupcial. casamentos.com.br. Disponível em: https://www.casamentos.com.br/forum/a-verdade-por-tras-da-marcha-nupcial--t179678. Acesso em: 15/10/2019;
- CLEMENTE, Helio. Documentos da Reforma. Breve Catecismo Comentado. 1ª Edição, 2014;
- Do culto religioso e do dia do repouso. Declaração de Fé da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. Fev/2015.
- WEIGSDING, Jessica Adriane & BARBOSA, Carmem Patrícia. A influência da música no comportamento humano. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/viewFile/25137/pdf_59. Acesso em: 15/10/2019;