quinta-feira, 31 de maio de 2018

¤ Os Dez Mandamentos, na interpretação de Jesus – O 7º mandamento ¤

» 31 de maio de 2018

" Não adulterarás." [Ex. 20:14]

Jesus menciona o sétimo mandamento
Jesus cita o sétimo mandamento de forma direta em duas ocasiões e em algumas outras ele usa o termo. Uma das passagens é em sua conversa com o jovem rico, que já foi tratado em postagens anteriores e não trabalharemos com ela nesta. Mas, veremos como Jesus o aborda nas outras ocasiões e em quais sentidos.
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O sétimo mandamento
Este mandamento visa preservar a relação entre casados e manter a santidade do matrimônio. É um chamado a fidelidade nos relacionamentos.

Sua implicação
Ele é a base para uma sociedade estável. Desde que as famílias sejam bem estruturadas as relações sociais mais diversas o serão. Impede o enfraquecimento dessa instituição e consequentemente da sociedade. Não precisamos ir muito além de nosso convívio para ver os problemas que tal falência provoca na vida de seus membros e como isso afeta a sociedade. Loron Wade cita diversas pesquisas realizadas nos Estados Unidos de pouco mais de uma década atrás nas quais mostram o impacto que a quebra deste mandamento acarreta, e não é preciso muito esforço para identificar cada ponto abordado com a sociedade brasileira atual.

Como Jesus o interpretou
1. Relacionado a infidelidade matrimonial em duas formas distintas:
a. Mateus 5:27-28 »Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela”. Nesta passagem Jesus dá a forma real do entendimento deste mandamento. Todos o entendiam como sendo um pecado que se consumava com o ato da traição conjugal, mas Ele vem mostrar que quando sua intenção é má este mandamento já foi quebrado. Não creio que sejam necessárias maiores explicações sobre este ponto. "Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem;" [Mt. 15:19-20a]  
b. Mateus 5:31-32 »Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério”. Nesta passagem Ele combate um problema daquela geração e que é um pouco parecida com a situação atual: fim de matrimônios por quaisquer motivos. Naquela ocasião era comum o marido se desgostar com as esposas e inventar motivos para se divorciar dela. Isso era contrário à vontade de Deus, assim como acontece hoje. Rompe-se relacionamentos com uma facilidade incrível. É como se o casamento fosse uma permissão para fazer sexo e sempre que “se cansa” de o fazer com o mesmo parceiro rompe-se e ata-se a outra pessoa. Jesus mostra que este procedimento é uma violação deste mandamento.
2. Mateus 12:38-39 »Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal. Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas”. Nesta passagem Ele utiliza a linguagem dos profetas do AT para tratar a infidelidade do povo para com Deus chamando-os de adúlteros. Desta forma podemos entender que nossa infidelidade para com Deus é uma violação deste mandamento.

Síntese
Podemos ver como é fácil quebrar este mandamento. Torna-se praticamente impossível para a humanidade cumpri-lo. Para que isso seja possível temos que ser fiel em todas as nossas relações, não apenas em nossos atos, mas também em nossos corações, e isto inclui nosso relacionamento para com Deus. Diante da impossibilidade em que nos encontramos em sermos fieis em todos os momentos só podemos agradecer a Deus por nos olhar através da fidelidade de Seu Filho Amado.

Os aguardamos nas próximas postagens.

"Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo." [II Tm. 2:11-13].
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.



Bibliografia

- CARSON, D. A. O Comentário de Mateus. São Paulo: Shedd Publicações, 2010;
- WADE, Loron; Os Dez Mandamentos – Princípios divinos para melhorar seus relacionamentos; Tatuí – São Paulo; Casa Publicadora Brasileira, 2006;

segunda-feira, 14 de maio de 2018

¤ Os Dez Mandamentos, na interpretação de Jesus – O 6º mandamento ¤

» 14 de maio de 2018

"Não matarás." [Ex. 20:13]

Jesus menciona o sexto mandamento
Jesus cita o sexto mandamento em duas ocasiões. Uma delas na conversa que teve com o jovem rico (em Mateus 19:18; Marcos 10:19; Lucas 18:20 abordados na postagem anterior) e a outra que abordaremos nesta postagem.
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O sexto mandamento
Este mandamento é o do direito à vida como fundamental e inalienável. Algumas pessoas acham contraditório que uma lei possa garantir a vida e esta mesma lei puna crimes com a morte. Se você pensa dessa forma deixo aqui textos que lhe ajudarão a compreender melhor o assunto: http://ateismorefutado.blogspot.com.br/2015/04/a-pena-de-morte-na-lei-do-antigo.html e nossa postagem de 27 de setembro de 2015.

Sua implicação
Além do obvio implicava um respeito para com qualquer pessoa do povo, fossem escravas ou livres, e evitar que uma cadeia de morte e vingança se iniciasse.

Como Jesus o interpretou
Em Mateus 5:21-22 (ACF2011 – Almeida Corrigida Fiel Edição 2011): "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno."
Jesus mostra como a compreensão que tinham da Lei era incompleto. Em diversos pontos as pessoas a entendiam muito superficial. D. A. Carson citando David Daube em seu livro The New Testament and Rabbinic Judaism. London: Athlone, 1956 escreve que Jesus ao pronunciar as palavras “Ouvistes que foi dito” dava a entender algo como “Vocês entenderam o sentido literal”. Então Ele está mostrando que o sexto mandamento vai muito além do que tirar do outro o fôlego da vida. Mostra que o que era motivo de ser julgado, segundo o entendimento deles, era, para Jesus, tão horrível que sua penalidade era indescritível. Ele mostra que apenas se irar contra o próximo já era uma quebra do sexto mandamento, porque, como CARSON escreve, “... a origem do homicídio é a raiva, e, em princípio, o assassino é a raiva” (p. 185).
Jesus segue em progressão (apesar de CARSON não ver tal progressão porque diz não ser possível distinguir a diferença real entre as situações; a vejo) dizendo que se você chama outrem de raca você se tornaria réu no sinédrio. Aqui precisamos explicar três coisas: 1. Se tornar “réu de juízo” indica um julgamento divino pois somente Deus sonda os corações [I Sm. 16:7; I Cr. 28:9; 29:17; Sl. 7:9; 17:3; 26:2; 44:21; 139; Pv. 15:11; 24:12; Jr. 11:20; 17:10; 20:12; Lc. 16:15; At. 15:8; Rm. 8:27; I Ts. 2:4; Ap. 2:23); 2. Se tornar “réu do sinédrio” indica que estará sujeito a um tribunal humano; 3. Raca quer dizer, segundo o Houaiss, “que ou aquele que é desprovido de importância, insignificante, idiota”. É uma palavra de origem hebraica (rek) e aparece várias vezes no Talmude. Segundo Strong vem do aramaico (rhaka) e significa “cabeça-oca”. Em algumas versões das Escrituras é traduzido para “insulto” o que não permite ao leitor perceber a dureza do tratamento. Esta palavra tem um sentido de “vazio” ou “oco”. Passa uma ideia de desprezo para com o outro. Talvez porque lhe falte título, posse, caráter, conhecimento ou simplesmente por não ter um estereótipo idealizado por quem despreza. Jesus está mostrando aqui que se você trata alguém como se ele não tivesse importância alguma você já o está matando.
Em seguida Ele diz que se chamar alguém de “louco” ou “tolo” (conforme outras versões) será “réu do fogo do inferno”. A sanção dada é bem pesada. Isso porque você está matando seu irmão também para outras pessoas. Você influência outras pessoas a “matarem” alguém que você já “matou”. Você faz com que outros pequem. Quando você dá a outrem péssimas recomendações é bastante comum essa opinião ser a base para que os outros montem um perfil da pessoa de quem se fala. E se você diz que alguém é um louco, a maioria das pessoas evitará contato com ela. Será como se para eles esta pessoa também esteja “morta”.

Síntese
O resumo deste mandamento na interpretação de Jesus vai além da “letra” de tirar a vida a outrem. Coloca o indivíduo na posição de que “apenas alvitrar” já é uma quebra deste mandamento. Quando você se enche de raiva contra o próximo e em seu coração você diz: “pra mim essa pessoa morreu!”; você já quebrou este mandamento.
Quando você age com a outra pessoa de forma que a inferioriza e a denigre, e diz ou deixa claro para ela que você não a estima, que não tolera sua presença e que seria melhor se ela não existisse; você quebra este mandamento.
Quando você transfere seus sentimentos para que outras pessoas também vejam alguém como se ela não merecesse atenção ou sequer devesse estar viva, está influenciando outros a também quebrarem este mandamento.
Vejam que quebrar este mandamento em nosso cotidiano é muito fácil. Quantas pessoas que conhecemos já não matamos? E em relação a Deus, já o temos matado também? Vivemos como se Ele não existisse ou sequer mereça um lugar em nossa vida? Você também tem usado a expressão: “Deus está morto”? Quebrar o sexto mandamento é realmente muito fácil. Temos que dar Graças a Deus por olhar para nós através do sangue redentor de Seu Filho Amado.

Os aguardamos nas próximas postagens.

"Os ímpios arrancam da espada e distendem o arco para abater o pobre e necessitado, para matar os que trilham o reto caminho." [Sl 37:14].
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Graduado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.


Bibliografia

- CARSON, D. A. O Comentário de Mateus. São Paulo: Shedd Publicações, 2010;