sexta-feira, 20 de outubro de 2017

¤ Os Dez Mandamentos, na interpretação de Jesus ¤

¤ Introdução ¤
» 20 de outubro de 2017

Objetivo desta postagem
Esta série de postagens já vinha em nossos planos há algum tempo e pelo que dissemos na postagem anterior (que pode ser lida aqui) e ainda pelo assunto que será tratado na próxima postagem de “As Aparentes Contradições da Bíblia” elas agora se fazem necessárias. Agradecemos a Deus por esta oportunidade.
Dissemos, na postagem mencionada acima, que Jesus não veio para mudar a Lei Moral de Deus, mas, apesar de não ter ainda estudado todos os aspectos da Lei, creio que Jesus não veio fazer suspensões em qualquer parte da Lei de Deus. É certo que Ele fez algumas modificações, por exemplo, a lei que instituía a Páscoa foi “transformada” na Santa Ceia. Essa mudança, no entanto, foi apenas na forma do rito, mas o significado permaneceu inalterado [Hb. 10:1]. Tanto um como o outro lembram a libertação da escravidão, o livramento da morte devido ao sangue do cordeiro e a anunciação da vinda de Cristo. Assim, penso que não estaria equivocado se tivesse abrangido toda a Lei ao invés de ter especificado apenas a Lei Moral.
Aqui faremos um breve apanhado histórico sobre leis, por que a Lei de Deus foi necessária e como o mundo A vê. Mas nosso foco principal será como Jesus abordou alguns pontos da Lei e, especialmente, dos Dez Mandamentos e como ele os deixou como “novo mandamento” para seguirmos. Esperamos em Deus que a leitura seja rica para você.
O que são leis?
Para entendermos bem o que será tratado aqui é indispensável que pensemos um pouco em o que são as leis, como surgem e para que servem. É certo que todos vocês já devem saber as respostas, mas precisamos de alguns dados e por isso vamos gastar um pouco de vosso tempo com isso.
Leis são um “conjunto de regras advindas dos costumes, tradições e convenções de uma determinada cultura” (Houaiss). As leis existem em todos os aspectos da natureza [Hb. 1:1-3a, 10]. René Descartes (1596-1650) escreveu em seu livro “Discurso do Método” (ou “Discurso sobre o método”) que, ao realizar seus estudos, havia notado certas leis estabelecidas por Deus na natureza, como Ele tinha nos “imprimido” noções sobre elas e que, após “refletir bem sobre elas, não podemos duvidar de que sejam exatamente observadas em tudo o que existe ou se faz no mundo” (DESCARTES, pág. 47) e “é certo, e é opinião comumente aceita entre os teólogos, que a ação pela qual agora ele o conserva é exatamente a mesma pela qual o criou; de maneira que, mesmo que não lhe tivesse dado no começo outra forma que não a do caos, contando que, tendo estabelecido as leis da natureza, ele lhe prestasse seu concurso para agir como é de seu costume, pode-se acreditar, sem lesar o milagre da criação, que só por isso todas as coisas puramente materiais poderiam, com o tempo, tornar-se tais como as vemos no presente...” (DESCARTES, pág. 51 e 52).
As leis também são inerentes ao homem, viva ele sozinho ou em sociedade. Sun Tzu, em “A Arte da Guerra”, disse que até na guerra há lei. Inicialmente essas leis, das formadas pelo homem, eram como as que temos em nossos lares hoje. Eram estabelecidas pelo patriarca e cada nova família tinha suas próprias leis e eram passadas de forma oral e modelar para as novas gerações. Mas antes de alguma lei feita pelo homem Deus o deu apenas uma: “... De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” [Gn 2:16-17] e foi suficiente para o homem se rebelar contra Ele. Notemos que esta lei já era perfeita. Era composta por direito (“de toda árvore ... comerás livremente”), dever (“mas da árvore do conhecimento ... não comerás”) e sanção (“porque, ... no dia em que ... comeres, ... morrerás”). Com o crescimento populacional as famílias se tornaram em cidades nas quais se fez necessário o surgimento de líderes e estes, para manter a ordem e a paz, precisavam de leis que limitassem a liberdade individual em favor do bom convívio social. São estas últimas que nos interessa aqui.
Para entendermos como as leis dos governantes eram aceitas por todos temos que saber que há três coisas que o homem raramente deixará de ser: social, político e religioso (em nossas faculdades esta terceira é retirada e ignorada, mas não há dúvidas de que todos creem em algo; até quem não crer tem que ter fé sempre que não dispor de meios para provar). E é nestes três aspectos que os governantes se baseavam para que suas leis fossem aceitas. Davam uma ideia de segurança social agindo de forma política e buscando na religião o poder necessário para que elas fossem aceitas, já que os poderes dos deuses estavam acima de qualquer outro. Gostaria de ressaltar que apesar da grande influência que a religião tinha sobre as pessoas eram mais comuns os governantes se dizerem deuses, descendentes dos deuses ou seus representantes do que os sacerdotes, que estavam “em contato” com os deuses, serem colocados como governantes. Há raros casos, e ao menos nos que li a respeito, em que “sacerdotes” se tornaram governantes por alguma artimanha contra o regente.
É bom também termos em mente que não se pode satisfazer as vontades de todos e, assim, alguns serão contrariados e ficarão insatisfeitos. Se todos os interesses forem ser respeitados não haverá lei alguma pois sempre haverá uma lei que entrará em conflito com outra. Descartes nos alerta que “a multiplicidade de leis freqüentemente fornece desculpas aos vícios” (DESCARTES, pág. 22). Assim se todos tiverem direito a tudo na verdade o que resta é apenas dever ou direito algum.

Um breve histórico das primeiras leis escritas
Com a invenção da escrita as leis passaram a ter ainda mais importância. A mais antiga constituição encontrada é de um rei sumério e é datada de aproximadamente 2.100 a.C. Basicamente era voltada para garantir o desenvolvimento econômico da cidade e através da reparação financeira buscava inibir conflitos (4.000 anos se passaram e quando a lei acerta diretamente no bolso ainda dói mais que quando afeta a carne). O achado mais famoso é de cerca de 1.700 a.C. de um rei babilônico chamado Hamurabi. Era uma lei composta por 282 artigos, escritos em pedra, e bem mais ampla que todas as existentes até então. Era constituída inteiramente de descrições de crimes e punições. O princípio básico era a conhecida “lei de talião” onde a pena para um crime era igual ou pior que o próprio crime cometido. Através do rigor da pena se tentava evitar os delitos e a (sempre sem fim) vingança. Apesar de algumas semelhanças com a lei judaica as diferenças são tão grandes e evidentes que não faz sentido dizer que esta última teve a primeira por base. No máximo pode ser dito que havia um senso comum geral sobre que as penas tinham que ser tão pesadas quanto os crimes. Não é nosso objetivo aqui analisar cada um dos 613 preceitos que compõem a Lei de Moisés e nem de fazer um comparativo com as demais, mas, só para mostrar a importância dela, foi nela que surgiu pela primeira vez a noção de direito; seguindo o mesmo princípio da primeira lei dada por Deus e sobre a qual falamos mais acima.

O contexto sociocultural na entrega da Lei de Deus
O povo de Israel começou com um chamado e uma promessa de Deus à Abraão. Uma futura nação saída de outra nação, com leis, costumes e cultura, e que passou por vários outros povos, cada qual com suas leis, costumes e culturas. No Egito aumentaram em número [Ex. 1:7; At. 7:17] até o dia que de lá saíram [Ex. 12:28-40]. Tudo que conheciam, na ocasião, era proveniente daquela civilização. Não tinham cultura própria. As únicas coisas que lhes distinguiam daquele povo eram suas origens e algumas histórias que talvez não mais fizessem sentido. Quando foram libertados da escravidão a que eram submetidos estavam dispostos a viver como àqueles que os escravizaram. Cultuar seus deuses, comer o que comiam, vestir o que vestiam, em suma, viver como eles viviam. Vemos nas narrativas do Êxodo como em muitos momentos se voltavam para as coisas egípcias e como muitas vezes desejaram não ter de lá saído [Ex. 14:11-12; 16:3; 17:3; 32:1-10; Nm. 11:5-20; 14:1-4; 20:1-5; 21:4-5; Dt. 9:7-12]. Foram libertos da escravidão, mas ainda eram escravos!
Então Deus, que os havia salvo, lhes deu novas leis. Leis estas que apontavam para um único caminho: o único Deus!
Alguém pode dizer que apenas trocaram uma escravidão por outra, mas tal pensamento não poderia estar mais equivocado. O fato é que Deus lhes deu a liberdade física e intelectual. Não eram mais dependentes dos egípcios. Agora eram uma nação única; com leis próprias e prontos para construir sua própria cultura. Eram o povo escolhido e liberto pelo próprio Deus!
Foi neste cenário, diante de grandes manifestações de poder divino em todo o trajeto que fizeram até chegar a terra prometida e de grande conflito interior por parte de um povo que saía da “zona de conforto” e abandonava tudo que conhecia, que Deus lhes deu a Lei.

A Lei de Deus é superior as demais leis
Deixemos Descartes explicar o motivo: “... os povos que, tendo sido outrora semisselvagens e tendo-se civilizado apenas pouco a pouco, foram fazendo suas leis somente à medida que a incomodidade dos crimes e das querelas a isso os forçou não poderiam ser tão bem policiados como aqueles que, desde o momento em que se reuniram, observaram as constituições de um prudente legislador. Como é muito certo que o estado da verdadeira religião, cujos mandamentos Deus fez sozinho, deve ser incomparavelmente mais bem regulamentado que todos os outros. E, para falar das coisas humanas, acredito que, se Esparta foi outrora tão fluorescente, não foi por causa da bondade de cada uma de suas leis em particular, visto que muitas eram muito estranhas e até contrárias aos bons costumes; mas foi porque, tendo sido inventadas por um só indivíduo, todas tendiam ao mesmo fim” (DESCARTES, pág. 16 e 17).
De sorte que sendo feita por Deus, cuja vontade é boa, agradável e perfeita e levando em consideração Seu alto padrão moral, só poderia ser uma Lei perfeita [Rm. 12:2; Sl. 19:7; Tg. 1:25].

A Lei de Deus = Lei de Moisés
Apesar de algumas vezes utilizarmos as duas expressões para indicar partes diferentes da Lei temos que saber que a Lei de Deus e a Lei de Moisés são apenas uma e não duas distintas. Vemos no cap. 8 de Neemias que usavam os dois nomes para se referirem a mesma Lei. Vemos que Lucas, em 2:22-23, cita um dos preceitos se referindo a ele pelos dois nomes. Ainda em Mateus 5:17-20 vemos que Jesus veio cumprir TODA a Lei e os Profetas, não apenas os Dez Mandamentos, e Paulo, que estudou com os fariseus, conhecidos pelo seu grande zelo à toda a Lei, quando fala que a Lei é boa [Rm. 7:12], apesar de ter citado como exemplo o décimo mandamento do Decálogo, ele se refere a Lei inteira. De sorte que quem defende a justificação pela observância da Lei deve fazê-la completa. Já fizemos uma pequena abordagem sobre a visão de Jesus para quem o faz na postagem que se pode ser lida aqui.

A Lei de Deus é dura?
Para responder esta pergunta precisamos pensar na resposta de outras três: 1. Para quem qualquer lei tem duras sanções?; 2. Para que serve uma lei que não tem sanções? e; 3. De que serve a lei se não há quem a fiscalize e execute?
Da forma que entendo uma lei só é dura quando não é justa. Vejamos as palavras de Paulo em sua carta a Timóteo, em 1:8-10: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina...”. Quem não infringe leis não tem que se preocupar com suas sanções. Não há penalidade para quem não as transgride. De sorte que a lei só é dura para um tipo de pessoa.
Já vimos antes que devia ser senso comum na época que as penas tinham que serem iguais ou mais severas que os crimes cometidos e isso é bem fácil de entender. Vejamos um exemplo hipotético do nosso cenário brasileiro atual: Digamos que você, com muito trabalho, comprou um celular de última geração. Um dia qualquer você é assaltado. O bandido vende seu celular por algum valor e logo depois é preso. Ele não é obrigado a lhe devolver o aparelho e nem mesmo o valor que ele pegou na venda do produto. O estado, que é responsável por sua segurança (Art. 144, da Constituição Federal de 1988), também não vai lhe indenizar; ou seja, você arcar sozinho com o prejuízo. Era de se esperar ao menos que o rapace “pague” pelo crime com a perda da liberdade, certo? Quem sabe não seria justo que ele tivesse a liberdade e direitos retirados ao menos pelo tempo que você vai levar para pagar o que lhe foi furtado e terminar de pagar pelo novo? Bem, se ele chegar a ser preso terá: 1. Acesso a um workshop intensivo de onde sairá melhor preparado para lhe roubar novamente; 2. Segurança do estado financiada por você; 3. Refeições balanceadas por uma nutricionista (coisa que você não tem); 4. Escola; 5. Lazer e; 6. Em não raros casos, direito a indenização mensal maior que o seu salário de um mês de trabalho.
Agora quer saber qual a possibilidade dele cometer crimes novamente? Não preciso responder, certo? E nesta perspectiva as leis no Brasil têm sido duras para quem mais além das vítimas?
Agora vamos voltar a pergunta principal: a Lei de Deus é dura? Sim, é dura para quem pecar, “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” [Rm. 6:23]. Temos que entender que Deus separou para Si um povo que devia ser diferente dos demais povos; um povo santo, zeloso de boas obras [Dt. 14:2; Tt. 2:14].

A Lei de Deus e a Salvação
Para sermos salvos temos que cumprir a Lei? Paulo escreveu: "Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado." [Rm. 3:19-20]. "Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás." [Rm. 7:7]. E "Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor." [Rm. 5:20-21]. "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?" [Rm. 6:1-2]. "Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados." [Rm. 2:12-13]. Temos então um paradoxo? Decerto que não. O que Paulo nos diz é que não é possível sermos salvos por cumprir a Lei, porque não podemos fazê-lo, mas é o cumprimento da Lei que salva. E o cumprimento da Lei é Cristo [Mateus 5:17-20]. Portanto a única forma de sermos salvos é através de Cristo.

Então, independente do que eu fizer não peco mais?
Não. "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. .... Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo." [I Jo. 3:4-8] de forma que não é possível estarmos em Cristo e vivermos pecando. Assim com quem não é de Cristo não pode viver sem pecar, independente de conhecer ou não a Lei de Deus.

E se eventualmente eu pecar?
"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;" [1Jo. 2:1] "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." [I Jo. 1:9]. Aleluia!!!

A sociedade moderna e a Lei de Deus
Há, decerto, na sociedade secular de todos os tempos e, em especial, do nosso, um desprezo generalizado do que é divino no pensamento do homem, mas vários aspectos d’Ela aparecem nas mais diversas sociedades e são aceitas. Podemos então dizer que o mundo aceita o que tem relevância material e rejeita o que é espiritual. Ignoram, entretanto, que todo Seu aspecto espiritual afeta diretamente o material e o material afeta o espiritual. Não são disjuntos.
A humanidade quer de qualquer forma tonar Deus inexistente e assim colocar Sua Lei a valer menos que nada. Acreditam que sem a Lei de Deus estarão livres. Ledo engano! Quem pega descuidadamente em uma rosa, mesmo que não a conheça ou ignore conhece-la, fatalmente terá sua carne perfurada por espinhos.
Como mostramos anteriormente a Lei nos mostra o que é pecado. Não a conhecer ou não a aceitar apenas nos torna pecadores ignorantes. Como lemos, em Rm. 2:12: “todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão”. Portanto não há liberdade para pecar ... pois, tendo Deus concedido a cada um de nós alguma luz para discernir o verdadeiro do falso” (DESCARTES, pág. 32), ou seja, o certo do errado, e mesmo que você busque as mais verdadeiras desculpas, sua consciência ainda lhe acusará, e isso é suficiente para sabermos que somos condenados. Deus "...é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente ..." [Na. 1:3 - ACF]. Só há então uma forma de estar livre: "Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão." [Gl. 2:19-21], "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." [Jo. 8:36].
E apesar da humanidade rejeitar a Lei de Deus e a Jesus, o Cristo, como libertador, ainda espera por alguém, surgido do meio social ou político, que a torne livre através de leis boas e justas. Podemos ver no poema “A Taba da Sarvação”, de Jessier Quirino (que apesar de buscar dar uma forma bem-humorada ao poema, não deixa de retratar a realidade) que a sociedade espera por esse libertador e essa lei que os dará liberdade mesmo sendo decepcionados e vendo que cada vez mais as coisas vão de mal a pior.

Jesus e a Lei de Deus
Já falamos na postagem de 04 de setembro de 2017 como Jesus veio para cumprir e completar a Lei, não para modifica-la ou revoga-la. Nas próximas postagens vamos tratar de algumas partes da Lei e dos Dez Mandamentos que Ele tenha mencionado, revalidando-as ou reinterpretando-as. Apesar de não termos nas Escrituras Sagradas narrativas de Jesus mencionando mais aspectos da Lei além dos que temos não quer dizer que Ele não o tenha feito. Os escritores não mencionaram nem todas as palavras nem todos os feitos do Cristo [Jo. 21:25]. Também devemos ter em mente, como já dissemos antes, que algumas coisas descritas na Lei não são mais para serem realizadas em ritos da forma que está lá descrita, mas seus princípios continuam válidos. Vamos citar por exemplo os sacrifícios. Não nos é mais necessário os fazer, porque o sacrifício eterno e perfeito já foi realizado. O sacrifício descrito na Lei foi realizado uma única vez por todas [Hb. 7:26-27; 9:26; 10:1-18] e agora o sacrifício que oferecemos é o de louvarmos a Deus com nossas vidas [Hb. 13:15-16; Rm. 12:1; 6:13; I Pe. 2:5]. Veremos os motivos de Jesus ter reinterpretado alguns pontos da Lei. Era necessário pois havia (e ainda há) uma interpretação equivocada ou em um ponto em que a tradição humana tem mais valor que o mandamento de Deus. E este foi um dos pontos combatidos por Jesus [Mt. 15:3, 6; Mc. 7:8, 9, 13]. Então, até as próximas postagens.

"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." [Rm. 12:1-2].
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática, Licenciado em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.