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O que você diz das contradições que existem na Bíblia?
Conversava com meu colega Josué sobre
assuntos diversos quando em um momento citei a Bíblia. Ele me disse que não
cria na Bíblia por causa das muitas contradições que existem nela. Perguntei
quais e ele imprimiu uma lista que encontrou em um site e me entregou. Será
baseado nesta lista que vamos tentar “explicar” as aparentes contradições que
estão listadas nestas 33 páginas. Então teremos muitas coisas para nos ocupar
nas próximas postagens.
O texto não tem nome de autor mas
transcreverei abaixo como começa a sua “exposição”:
- “Sempre disseram que a Bíblia é a
Palavra de Deus. A história da caminhada do Povo de Deus, orientado por Ele.
Mas a Bíblia, sendo composta por 66 livros sob inspiração divina, não poderia
conter erros ou contradições, pois Deus é infalível, e sua Palavra é fonte de
verdade. No entanto, em inúmeras passagens encontramos contradições, valores
incertos, erros gritantes…
Será que Deus, em sua infinita
sabedoria, iria nos presentear com um “Manual para a Vida” tão cheio de
falhas???
Chamar a Bíblia de “a Palavra de Deus”
pode até mesmo ser considerado um insulto a Deus. Chamá-la de “um guia moral” é
uma afronta à decência e dignidade dos povos. Chamá-lo de “guia para a vida” é
fazer uma piada de nossa existência. E pretender que ela seja a verdade
absoluta é ridicularizar e subestimar o intelecto humano.”
Nesta primeira postagem não irei tratar
das contradições por ele expostas, mas de sua introdução, transcrita acima, da
forma como ele escreveu. Vamos pegar os termos utilizados para compor sua
hipótese conforme o que eles realmente significam.
Erro – Opinião, julgamento contrário à verdade;
Contradição – O que se opõe ao que foi dito ou feito
anteriormente;
Erros
gritantes – Que chama a atenção de imediato;
Falha – lacuna, falta;
Insulto – ofensas e ultrajes proferidos contra a reputação
de alguém;
Decência – Respeito aos bons costumes; honestidade;
dignidade nas maneiras;
Subestimar – Não dar o devido valor ou apreço;
Intelecto – Inteligência, entendimento;
Ele começa alegando que por Deus ser
infalível e a Bíblia sendo fonte de verdade, então ela não poderia conter erros
ou contradições. Veremos que o que ele chama de erros, contradições e “erros
gritantes” (vocês já viram quais? pois são muito evidentes segundo ele) não
afetam em nada a mensagem da verdade contida n’Ela.
Ter lacunas ou faltar explicar algumas
coisas não afetam a verdade e não é um erro. A própria Bíblia explica o motivo.
Dt. 26:29, Rm. 1:19, II Ts. 2:6b (este último extrapolando o
contexto, do particular para o geral).
Dizer que é um insulto a Deus, atribuir
a Bíblia o status de Palavra de Deus, pode o colocar na condição contrária, de
insultar a Deus por a negar. Certo? Quantos e quantas coisas já insultaram a
Deus abertamente e tiveram sua recompensa? E os que ainda irão? Decerto o fato
da Bíblia ainda estar entre nós tem um objetivo divino e ela está cumprindo seu
papel fielmente.
No final da introdução é que vem a
parte mais interessante: “uma afronta à decência… dos povos.”. Sério? É sabido
por todos que a maioria dos povos passados não tinham nenhuma decência e
respeito pela vida. Povos que usavam quaisquer pretextos para orgias e mortes
de mulheres e crianças. Os povos hoje a cada dia têm “resgatado” essa
indecência. Está da forma como descrito em Rm. 1:26-31. Quando li essa parte
cheguei a duvidar da honestidade do “autor”. Dizer que os povos são descentes e
a Bíblia está em um nível moral abaixo deles (já que não lhes pode nem servir
como guia) foi tremendamente absurdo. A Bíblia é reconhecida por quase todos
(eu pensava que todos até ler isso) pelo seu auto padrão moral.
Para terminar ele disse que achar que a
Bíblia é a verdade absoluta é “ridicularizar e subestimar o intelecto humano”.
Não vou aqui dizer que a Bíblia seja a verdade absoluta, pois para isso teria
que abranger o que seja verdade para todas as pessoas, olhando para ela de
forma relativa. Posso então apontar uma contradição na sua forma de pensar. Se
assumirmos que a verdade é relativa, já que não há verdade absoluta, então a
Bíblia também não pode conter erros, conforme ele alega. No entanto a Bíblia
trata de uma verdade, JESUS, e nesta Ela é absoluta. Quanto ao intelecto
humano, que em sua maioria não sabe sequer o que faz aqui na Terra? Que não
sabe o sentido de viver? Nem sabe de onde veio e nem para onde vai? O que só
tem uma certeza na vida: que é a morte? O que se esforça o tempo todo para
entender a si mesmo e o mundo onde vive? E a cada dia se surpreende para logo
em seguida tudo perder o sentido? O que não consegue compreender as coisas
simples dele próprio, como o porquê das coisas serem como são? O que muda todos
os dias, de lado, de opinião, de vontades, de gostos? O que esbarra nas
dificuldades impostas pelo limite de sua própria capacidade?
Encerrando esta primeira introdução
quero ainda abordar aqui o que vejo muitos dizerem contra a Bíblia. Que seus
originais não existem mais; que existem muitas alterações; que há vários livros
perdidos; que cada tradução diz uma coisa diferente; e que cada “religião” muda
o que quer e da forma que quer. Bem meus queridos, decerto que os originais não
devem mais existir. Cada livro foi escrito uma única vez pelo próprio autor. A
escrita foi a mão, com pena e tinta. Suas cópias foram feitas por outras
pessoas, que liam a original e copiavam o que liam. Também a mão, com pena e
tinta. É certo que esta pessoa era letrada e devia ter uma boa caligrafia. E,
depois de copiado cada página, uma outra pessoa lia tudo, para ver se os textos
estavam idênticos. Quando não, ou quando havia qualquer palavra que pudesse
causar alguma dúvida, essa folha era descartada e todo o trabalho tinha que ser
refeito. Também tinha que ser refeito quando se borrava ou errava. Nada de
riscar e continuar. Errou, descarta e começa tudo novamente. Então você pode imaginar
quanto trabalho não dava e quanto tempo se levava para fazer uma cópia de um
único livro. Depois do primeiro livro copiado, haviam então dois “originais” e
agora duas pessoas o podiam copiar. Com o uso é certo que os primeiros devem
ter ficado gastos, sem contar com o desgaste do próprio tempo. Estima-se que os
primeiros foram escritos em 1500 a.C., ou seja, a uns 3500 anos atrás. Temos
que ter ainda em mente que a linguagem muda de tempos em tempos e em algum
momento algumas cópias começaram a ter sua linguagem atualizada para que
houvesse um melhor entendimento pelos leitores. Muitas palavras caem em desuso
e terminam por ficarem esquecidas. Outro ponto são os momentos em que se
começou a traduzi-la para outros idiomas. Algumas palavras não tem uma tradução
literal para outras línguas e também algumas palavras tem vários significados.
Quem tenta aprender uma língua diferente deve estar ciente do que estou
dizendo. Então os tradutores partiam do contexto para escolher uma melhor
tradução para estas palavras. Algumas eventuais “variações textuais” (é como as
sociedades bíblicas chamam estas diferenças) não alteram, no entanto, o sentido
completo da mensagem bíblica. Acaso algum livro tenha se perdido durante o
tempo pode ter certeza que este não fazia parte do plano de Deus para nós e
qualquer alteração feita por conta de “acomodar” a Bíblia a suas ideias irá ser
facilmente comprovada pois distorce ou contradiz o princípio contido Nela.
Concluindo os escritos mais antigos
encontrados são tão parecidos com os que temos hoje que chega a impressionar
até mesmo os mais céticos. A Bíblia é considerada o livro, em suas versões atuais,
mais fiel as suas versões mais antigas. De forma que podemos crer que Deus tem
cuidado de sua palavra.
DEUS OS ABENÇOE GRANDEMENTE!
Ozires de Beserra da Silva
Técnico em Informática,
Concluinte do Curso de Licenciatura em Matemática e Servo do Deus Altíssimo.